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A benthic survey was carried out from November 1998 to December 1999 in the tidal flats of Bahía Samborombón (Río de la Plata estuary, Argentina), in order to study the population structure, reproductive aspects, growth and secondary production of Capitella capitata (Fabricius, 1780). Growth was analyzed using ELEFAN routine, and the secondary production was estimated by Hynes and Coleman's method (1968). C. capitata did not present periods of very important recruitments throughout the year; however, the abundance of smallest size classes was higher during summer and autumn. The summer cohort showed a growth rate (K) of 2.05 and a seasonal growth oscillation (C) of 0.6, pointing out that worms grew very slowly during winter months. The life span of this cohort was 13 months. The autumn cohort showed a lower growth rate (K= 1.5) and its growth was lowest during winter. The life span was 15 months for this cohort. C. capitata in Punta Rasa presented an extended reproductive period, with absence of activity during winter months. The type of eggs and larvae suggest that C. capitata has benthic larval development in the study area, destining its reproductive effort to the production of a low number of eggs, and assuring larvae survival through incubation in brooding tubes. The annual mean biomass in Punta Rasa was 0.117 g m-2 (AFDW), with a mean secondary production of 0.23 g m-2 y-1 and a P/B ratio of 1.96 y-1. The relatively low density, biomass production and P/B ratio of C. capitata in Punta Rasa can be considered as reference values for this species inhabiting undisturbed or moderately disturbed areas.
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A esquistossomose acomete 207 milhões de pessoas, com mais de 200 mil mortes anuais. Seu principal agente etiológico é o helminto Schistosoma e o principal modelo experimental, o camundongo. Linhagens de camundongos selecionadas geneticamente para susceptibilidade (TS) e resistência (TR) a tolerância imunológica constituem bons modelos para o estudo da resposta imunológica específica e inespecífica nas infecções. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a infecção experimental por S. mansoni nestes camundongos, evidenciando a imunopatologia por diversos parâmetros na fase aguda da infecção. TR e TS não diferiram quanto a penetração de cercárias, recuperação de vermes adultos, fecundidade/produtividade de ovos das fêmeas de S. mansoni, mas predominaram ovos mortos em TS. Quanto maior o número de casais, maior a probabilidade de troca de casais e regressão sexual da fêmea, além de pequena redução da produtividade de ovos. Análise ultraestrutural dos parasitos machos recuperados de TS apresentaram tubérculos edemaciados, espinhos encurtados e em menor densidade que os parasitos dos TR. O tegumento dos parasitos recuperados de TS apresentou-se desorganizado, intensamente vacuolizado e com tendência a se desprender da superfície e espinhos internalizados e células vitelínicas desorganizadas. TS desenvolveram granulomas hepáticos grandes, com fibras radiais e predomínio do estágio exsudativo-produtivo com características de fase produtiva (EP/P), enquanto camundongos TR desenvolveram granulomas menores, com fibras concêntricas e predomínio de granulomas exsudativo-produtivos. TS desenvolveu hepatomegalia mais acentuada na fase aguda da infecção e exacerbada esplenomegalia na fase crônica. A aspartato aminotransferase mais elevada nos TR foi coerente com a acentuada histólise nos granulomas iniciais dos TR. É possível que a histólise menor em TS tenha contribuído para sua intensa hepatomegalia na fase aguda. Leucócitos totais séricos aumentaram em TS, nas fases aguda e crônica, mas não em TR. TS apresentaram anemia durante a fase crônica da infecção, possivelmente devido ao desvio na hematopoiese medular para a produção de leucócitos ou apoptose das hemácias. A mieloperoxidase neutrofílica hepática e no íleo foi maior em TS e a peroxidase de eosinófilos foi mais elevada no íleo do TS. Ambas as linhagens produziram IFN-γ, mas os níveis funcionais de IFN-γ foram diferentes nas duas linhagens em cultura de células. É possível que a imunopatologia hepática grave na linhagem TS possa estar relacionada aos altos títulos IFN-γ. TS produziu IL-10 em maior quantidade, entretanto esta citocina não foi capaz de regular o crescimento exacerbado dos granulomas hepáticos. Altos títulos de IL-4 na linhagem TS também são coerentes com a exacerbação dos granulomas, pois, como a IL-13, a IL-4 induz síntese de colágeno e está relacionada ao desenvolvimento da fibrose no granuloma esquistossomótico. Observamos redução do percentual relativo de células T CD4+ hepáticas de animais infectados em ambas as linhagens e redução percentual nas subpopulações de linfócitos B na medula óssea (precursores, linfócitos B imaturos, maduros e plasmócitos) mais acentuada em TS que em TR, possivelmente devido a extensa mobilização de B imaturos induzida pela inflamação ou desvio da hematopoiese para síntese de granulócitos em TS. Quantitativamente, TR não alterou suas subpopulações de linfócitos B. TS e TR são bons modelos para estudo da resposta imunológica na infecção esquistossomótica experimental. Novos estudos são necessários para confirmar nossas propostas e compreender os mecanismos envolvidos na diferença da resposta imunológica dessas linhagens na relação schistosoma-hospedeiro.
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Ecologicamente, comunidades são conjuntos de populações convivendo no mesmo espaço e tempo. A forma como as espécies que compõem estas comunidades, como elas se distribuem e como estão estruturadas, depende de inúmeros fatores, entre eles históricos, biogeográficos e evolutivos. Neste estudo, buscamos compreender como as comunidades de anfíbios anuros e de lagartos estão estruturadas e quais fatores ambientais e de degradação são determinantes nesta estruturação. Amostramos cinco remanescentes de restinga no estado do Espírito Santo, utilizando método de procura ativa em transecções lineares nas diferentes fisionomias vegetais destes ecossistemas. Realizamos amostragens nas estações seca e de chuvas em todas as restingas, e somamos um total de 60 horas de esforço amostral para os anfíbios e 75 horas para os lagartos. Registramos um total de 32 espécies de anfíbios anuros conjuntamente nos cinco remanescentes de restinga, sendo duas destas espécies endêmicas deste ecossistema: Scinax agilis e Melanophryniscus setiba. A restinga do Parque Paulo Cesar Vinha foi o remanescente com a maior riqueza de espécies de anuros, enquanto a restinga da Reserva Biológica de Comboios foi, comparativamente, o remanescente com menor riqueza de espécies. Em termos de composição de espécies, as restingas de Praia das Neves e Paulo Cesar Vinha foram as mais similares, enquanto a restinga de Comboios foi a mais distante na análise de agrupamento. Registramos no conjunto de restingas seis modos reprodutivos para as espécies de anuros, sendo 75% deles relacionados aos ambientes aquáticos. A disponibilidade de locais de desova esteve positivamente relacionada à riqueza de espécies. Todos os mesohábitats das restingas, com exceção das fitofisionomias de halófila-psamófila, foram utilizados pelos indivíduos registrados, entretanto, uma porcentagem considerável dos indivíduos foi encontrada nos alagados. Em relação às comunidades de lagartos, adotamos além dos nossos dados, aqueles disponíveis em Dias e Rocha (2014) e aqueles disponíveis em Winck (2012). Registramos um total de 23 espécies de lagartos nos remanescentes de restinga amostrados nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Observamos que as comunidades presentes nos remanescentes estudados possuem considerável diferenciação entre elas. A diversidade beta (β) foi elevada enquanto o grau de aninhamento foi intermediário. Registramos ainda a presença do lagarto exótico invasor Hemidactylus mabouia em ambiente natural nos remanescentes de restinga estudados neste Tese. Encontramos 45 indivíduos, distribuídos em três dos cinco remanescentes amostrados. Registramos ainda ovos de H. mabouia (2 deles eclodidos) em dois dos cinco locais estudados, indicando que o recrutamento de indivíduos está ocorrendo com sucesso nas populações invasoras. A presença de H. mabouia esteve relacionada à restingas com maior frequência de degradação ambiental. Consideramos que os dados obtidos nesta tese, fornecem informações de considerável importância para o entendimento da estrutura das comunidades de anfíbios e lagartos nos ecossistemas de restinga ao longo da costa brasileira
Resumo:
Essa tese teve como objetivo avaliar a associação do consumo de padrões alimentares e produtos alimentícios ultraprocessados (UP) sobre indicadores antropométricos e sua variação entre adolescentes. Para tal, foram analisados os dados de 1.031 estudantes de quatro escolas privadas e duas escolas públicas da região metropolitana do Rio de Janeiro que foram acompanhados por três anos consecutivos (2010 a 2012) no Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de adolescentes (ELANA). Os resultados estão apresentados em três manuscritos que compõem a tese. O primeiro manuscrito identificou três padrões alimentares: Ocidental, composto por massas, embutidos e bacon, carnes, doces, bebidas açucaradas, salgados e fast food, biscoito, pães e cereais, leite e derivados e ovos, o Saudável, caracterizado por peixes, hortaliças, verduras, raízes e feculentos, frutas e sucos e o Arroz/Feijão, composto pelo consumo de arroz, feijão e café. Na análise dos dados na linha de base o padrão Ocidental associou-se a um menor índice de massa corporal (IMC) e não foi observada associação estatisticamente significativa em relação ao percentual de gordura corpórea (%GC) e o padrão em questão. Adicionalmente, foi verificada uma associação negativa entre o padrão Arroz/Feijão e ambos os indicadores antropométricos sugerindo que esse padrão de consumo tradicional possa ser protetor para a obesidade. No segundo manuscrito avaliou-se a relação entre o consumo de UP e indicadores de qualidade da dieta. O consumo de UP foi avaliado em gramas por dia e em gramas/total de calorias. Observou-se um aumento das variáveis marcadoras de alimentação não saudável e saudável com o aumento do consumo de UP. No entanto, quando relacionados ao aumento de consumo de UP/energia observou-se um aumento de marcadores de alimentação não saudável e, com exceção da vitamina C, uma redução de marcadores de alimentação saudável. Assim, a densidade do consumo de UP mostrou-se um bom indicador de qualidade da dieta entre adolescentes. No terceiro manuscrito avaliou-se a associação entre o consumo de UP e a evolução temporal do IMC e %GC. A análise longitudinal por modelos lineares mistos, que levam em conta todas as observações ao longo do tempo, indicou que nas análises não ajustados havia uma associação negativa entre consumo de UP e o IMC e %GC, porém nas análises de UP/energia e nas análises ajustadas por atividade física e uma variável de controle para a qualidade do relato não mais foram observadas associações com o consumo de UP e as medidas antropométricas de adiposidade. Pode-se concluir que não evidenciamos associação do consumo de UP com medidas antropométricas de obesidade uma vez que o consumo elevado de UP associado ao crescimento do %GC nas análises transversais, não se manteve nas análises longitudinais. A discrepância entre os achados dos estudos seccionais e os longitudinais pode decorrer de confundimento residual nos estudos seccionais. Conclui-se, que para redução do ganho excessivo de peso, orientações relativas exclusivamente a um padrão de alimentação saudável que incorpora a ideia de UP, devem ser acompanhadas de redução da quantidade de alimentos consumidos.
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Essa tese teve como objetivo avaliar a associação do consumo de padrões alimentares e produtos alimentícios ultraprocessados (UP) sobre indicadores antropométricos e sua variação entre adolescentes. Para tal, foram analisados os dados de 1.031 estudantes de quatro escolas privadas e duas escolas públicas da região metropolitana do Rio de Janeiro que foram acompanhados por três anos consecutivos (2010 a 2012) no Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de adolescentes (ELANA). Os resultados estão apresentados em três manuscritos que compõem a tese. O primeiro manuscrito identificou três padrões alimentares: Ocidental, composto por massas, embutidos e bacon, carnes, doces, bebidas açucaradas, salgados e fast food, biscoito, pães e cereais, leite e derivados e ovos, o Saudável, caracterizado por peixes, hortaliças, verduras, raízes e feculentos, frutas e sucos e o Arroz/Feijão, composto pelo consumo de arroz, feijão e café. Na análise dos dados na linha de base o padrão Ocidental associou-se a um menor índice de massa corporal (IMC) e não foi observada associação estatisticamente significativa em relação ao percentual de gordura corpórea (%GC) e o padrão em questão. Adicionalmente, foi verificada uma associação negativa entre o padrão Arroz/Feijão e ambos os indicadores antropométricos sugerindo que esse padrão de consumo tradicional possa ser protetor para a obesidade. No segundo manuscrito avaliou-se a relação entre o consumo de UP e indicadores de qualidade da dieta. O consumo de UP foi avaliado em gramas por dia e em gramas/total de calorias. Observou-se um aumento das variáveis marcadoras de alimentação não saudável e saudável com o aumento do consumo de UP. No entanto, quando relacionados ao aumento de consumo de UP/energia observou-se um aumento de marcadores de alimentação não saudável e, com exceção da vitamina C, uma redução de marcadores de alimentação saudável. Assim, a densidade do consumo de UP mostrou-se um bom indicador de qualidade da dieta entre adolescentes. No terceiro manuscrito avaliou-se a associação entre o consumo de UP e a evolução temporal do IMC e %GC. A análise longitudinal por modelos lineares mistos, que levam em conta todas as observações ao longo do tempo, indicou que nas análises não ajustados havia uma associação negativa entre consumo de UP e o IMC e %GC, porém nas análises de UP/energia e nas análises ajustadas por atividade física e uma variável de controle para a qualidade do relato não mais foram observadas associações com o consumo de UP e as medidas antropométricas de adiposidade. Pode-se concluir que não evidenciamos associação do consumo de UP com medidas antropométricas de obesidade uma vez que o consumo elevado de UP associado ao crescimento do %GC nas análises transversais, não se manteve nas análises longitudinais. A discrepância entre os achados dos estudos seccionais e os longitudinais pode decorrer de confundimento residual nos estudos seccionais. Conclui-se, que para redução do ganho excessivo de peso, orientações relativas exclusivamente a um padrão de alimentação saudável que incorpora a ideia de UP, devem ser acompanhadas de redução da quantidade de alimentos consumidos.
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Na Colômbia ocorrem 787 espécies de anfíbios. Por causa da preocupação com o estado de conservação de muitas dessas espécies, tem se sugerido que na Colômbia deveriam-se priorizar as pesquisas em taxonomia e ecologia em regiões sub-amostradas a fim de intensificar o conhecimento e conservação dos anfíbios colombianos. Baseados em uma análise cienciométrica de 319 trabalhos sobre a ecologia dos anfíbios colombianos publicados entre 1840 e 2014 (No Capítulo 1), identificamos as tendências nos esforços realizados em distintos temas de pesquisa, e a distribuição regional e taxonômica desses estudos. A maioria dos estudos (67%) foi realizada na região Andina colombiana em comparação com outras regiões naturais da Colômbia. Apenas 46% das espécies de anfíbios ocorrendo na Colômbia foi tratada nos estudos analizados, e a maioria (58%) delas é da região Andina. Entre as publicações analizadas identificamos 14 temas de pesquisa em ecologia, dos quais ecologia reprodutiva (26%), conservação de espécies (23%) e dieta (14%) foram os mais pesquisados. Nossos dados mostraram que na Colômbia há um considerável avanço na pesquisa sobre a ecologia dos anfíbios do país, mas ainda são necessários esforços para cobrir muitos vazios de informação para muitas regiões e para muitas espécies de anfíbios que possuem dados incipientes. No sudoeste da Cordilheira Ocidental colombiana há pouca informação ecológica sobre os anfíbios ali ocorrendo. A fim de saber alguns aspectos ecológicos dessas espécies, desenvolvimos três estudos sobre a diversidade e ecologia de anfíbios presentes na Reserva Natural Río Ñambí (a seguir RNRÑ). No Capítulo 2 apresentamos uma análise sistemática do gênero Andinophryne (Família Bufonidae), composto por três espécies, A. atelopoides, A. colomai (presente na RNRÑ) e A. olallai. As filogenias mostraram que Andinophryne está incorporado dentro de Rhaebo. Portanto, sinonimizamos Andinophryne sob Rhaebo e discutimos as sinapomorfias morfológicas putativas para Rhaebo. Além, fornecemos informações ecológicas e sobre o estado de conservação das três espécies incluídas na nova combinação taxonômica. No Capítulo 3 apresentamos uma lista de 19 espécies de anfíbios pertencentes a oito famílias, com uma dominância numérica da família Craugastoridae e do gênero Pristimantis. As espécies com a maior abundância relativa (> 25%) foram Pristimantis labiosus e P. verecundus. Sete diferentes modos de reprodução foram reconhecidos, com a maioria das espécies (68%) possuindo desenvolvimento direto de ovos. Cinco (26%) das espécies registradas estão classificadas dentro das categorias de maior ameaça de extinção. Reportamos para sete espécies a extensão da faixa de distribuição geográfica latitudinal na Colômbia. No Capítulo 4 comparamos a dieta de jovens e adultos de P. labiosus para identificar se houve uma mudança ontogenética no tamanho de presa consumido com o aumento na largura da boca. A dieta foi composta por 19 categorias de presas (> artrópodes), com as duas classes de idade consumindo um similar espectro de categorias. Os jovens têm um nicho trófico maior (0,45) do que os adultos (0,25), com uma sobreposição de nicho relativamente baixa (0,39) entre eles. Apesar da diferencia na largura da boca entre jovens e adultos, não houve uma correspondente mudança ontogenética no tamanho de presa consumida. Consideramos P. labiosus como um predador generalista que parece consumer uma ampla gama de tipos e tamanhos de presas
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Este estudo foi concebido com o intuito de preencher uma lacuna na área de Linguística, pois lida com o tratamento do tema da saúde e bem-estar em uma revista feminina brasileira, especificamente voltada para tal assunto. A presente dissertação objetiva discutir como o tema saúde e bem estar é apresentado na revista Womens Health Brasil, a qual apregoa em sua missão ser voltada para a saúde e bem estar da mulher moderna. A constatação inicial que se faz é que o tópico saúde e bem estar são produtos discursivamente comodificados, ou seja, é tratado como uma espécie de mercadoria. Tal constatação suscitou a necessidade de investigar de que formas esse processo ocorria. Adotou-se como embasamento teórico a perspectiva da Análise Crítica do Discurso (Fairclough, 1992), uma teoria e método de análise que compatibiliza análise de material linguístico e considerações sobre o uso social da linguagem e seus impactos no componente discursivo da identidade pessoal. Foram analisadas as edições de março e abril de 2015, bem como a edição online, com vistas ao preenchimento dos três níveis de análise propostos por Fairclough. Primeiramente, foram encontradas evidências micro e macro linguísticas (padrões lexicais, sintáticos e discursivos) que apontam para a existência de papéis sociais atribuídos à mulher e a relações de poder pautadas pela revista. Por terem sido transformados em um produto, saúde e bem estar são vendidos a um público especifico de mulheres, cuja identidade é projetada e construída discursivamente em termos de assimetria em relação à revista. O segundo nível estudado foi o da prática discursiva, em que se analisou a intertextualidade, que se apresenta como uma estratégia de ratificação dos valores transmitidos pela revista. Finalmente, identificou-se que existe uma formação identitária da leitora que tende a retratá-la como alguém desprovidas das informações necessárias para ser a mulher idealizada pela revista. O nível do discurso como prática social mostra que linguagem e sociedade colocam-se lado a lado no processo de formação de conceitos e valores que, frequentemente, tornam-se cristalizados, a exemplo do que ocorre no discurso da revista. As conclusões do trabalho apontam para a objetificação da saúde por meio de um discurso que induz ao consumo, à insatisfação pessoal e à uma falsa relação de parceria entre revista e leitora. Esta relação articula-se principalmente através da tentativa de vender uma série de produtos, dos quais a saúde é o principal pretexto.
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Partindo-se do pressuposto que a cidade do Rio de Janeiro possui valores socioculturais muito parecidos com o das grandes metrópoles ocidentais, onde a mídia tem o poder de ditar regras e valores para a estimulação de um consumismo desenfreado, acreditamos que as adolescentes cariocas se encontram insatisfeitas com sua imagem corporal. Para analisar essa questão, fomos a campo investigar, por meio da aplicação do Body Shape Questionnaire (BSQ), a existência ou não de insatisfação com a imagem corporal nessas adolescentes, bem como quantificar essa insatisfação e verificar se existem fatores associados a ela. A coleta dos dados foi realizada no segundo semestre de 2009, em escolas municipais espalhadas por toda a cidade do Rio de Janeiro, tendo sido o questionário aplicado a 1083 adolescentes do sexo feminino que tinham entre 14 e 15 anos de idade. Foi verificado que a insatisfação com a auto-imagem pode surgir facilmente na adolescência e está associada a fatores como peso corporal, atividade física e uso de diurético. Sabendo-se que a mídia possui o poder de ditar as normas sobre a estética corporal e que, além disso, as adolescentes lêem as chamadas revistas teens para sanar suas dúvidas referentes às representações do corpo (Bertolli e Talamoni, 2007), outro escopo dessa investigação foi identificar, por meio da análise do discurso proposta por Orlandi (1996), quais as estratégias que essas revistas utilizam para persuadir as adolescentes a se tornarem ávidas consumidoras dos produtos contidos em suas páginas. A revista Todateen, por ser destinada predominantemente ao público feminino jovem e por apresentar quantidade crescente de exemplares efetivamente vendidos no mercado, sendo a segunda revista mais lida pelas adolescentes, foi a escolhida para ser analisada. Como direcionamento para a análise proposta, foi utilizada como base a grade analítica proposta por Serra e Santos (2003), que se propõe a identificar quem fala, ou seja, quem é o legitimador do discurso, quem intermedeia o discurso e quais são os modos do dizer desse discurso. O principal objetivo dessa investigação foi identificar as estratégias que são utilizadas explícita e implicitamente pela linha editorial da Todateen com a finalidade de persuadir as adolescentes ao consumo de suas mercadorias e serviços. Ao que parece, a revista está muito mais interessada nas questões mercadológicas e capitalistas da venda dos produtos de suas páginas do que no ensinamento às adolescentes das reais questões referentes à função social do corpo. Dessa forma, os trabalhos aqui presentes se complementam, por possibilitarem a identificação da insatisfação com a imagem corporal nas adolescentes cariocas, além de demonstrarem como essa insatisfação pode estar sendo causada pela desmedida maneira como a mídia divulga padrões estéticos estereotipados que devem ser seguidos e consumidos pelas adolescentes
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Previous consideration of the relationship between climate and the survival rate of Pacific salmon eggs and fry has been confined to effects of large variation in the ambient freshwater environment; e.g., stream discharge, temperature, turbidity. This analysis shows sea surface temperatures during the last year of life of maturing adult salmon are also strongly associated with the subsequent survival rate of salmon eggs and fry is fresh water, presumably through development of the future eggs or sperm. In several stocks of three species of North American salmon, the association between the "marine" climate and egg survival is stronger than, or additive to, any estimated climatic association in fresh water. This apparent and surprising link between fresh water and the distant ocean has some interesting and complex implications for management of future salmon production.
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We documented inshore spawning of the recreationally important cobia (Rachycentron canadum) in Port Royal Sound (PRS) and St. Helena Sound (SHS), South Carolina, during the period from April to June in both 2007 and 2008. Histological analysis of ovaries confirmed the presence of actively spawning females inshore, and gonadosomatic index (GSI) values from females collected inshore (mean=7.8) were higher than the values from females caught offshore (mean=5.6); both of these mean values indicate that spawning occurred locally. Additionally, we conducted an ichthyoplankton survey in 2008 and found cobia eggs and larvae as far as 10 and 15 km inshore from the mouths of SHS and PRS, respectively. A study of egg development that we conducted in 2007 and 2008 using hatchery-reared cobia eggs provided descriptions of embryological development of cobia. Comparison of visual and quantitative characteristics of the field-collected eggs with those of the hatchery-reared eggs allowed positive identification of eggs collected in plankton samples. The ages of field-collected eggs and presence of females with hydrated oocytes in PRS and SHS observed in our ichthyoplankton survey and histological analysis indicated that wild cobia spawn in the afternoon and early evening. The inshore migration of cobia from April to June, the presence of actively spawning females, significantly higher GSI values, and the collection of eggs inside PRS and SHS all confirm that these estuaries provide spawning habitat for cobia. Because of the potential for heavy exploitation by recreational anglers as cobia move inshore to spawn in South Carolina, current management strategies may require review.
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Most assessments of fish stocks use some measure of the reproductive potential of a population, such as spawning biomass. However, the correlation between spawning biomass and reproductive potential is not always strong, and it likely is weakest in the tropics and subtropics, where species tend to exhibit indeterminate fecundity and release eggs in batches over a protracted spawning season. In such cases, computing annual reproductive output requires estimates of batch fecundity and the annual number of batches—the latter subject to spawning frequency and duration of spawning season. Batch fecundity is commonly measured by age (or size), but these other variables are not. Without the relevant data, the annual number of batches is assumed to be invariant across age. We reviewed the literature and found that this default assumption lacks empirical support because both spawning duration and spawning frequency generally increase with age or size. We demonstrate effects of this assumption on measures of reproductive value and spawning potential ratio, a metric commonly used to gauge stock status. Model applications showed substantial sensitivity to age dependence in the annual number of batches. If the annual number of batches increases with age but is incorrectly assumed to be constant, stock assessment models would tend to overestimate the biological reference points used for setting harvest rates. This study underscores the need to better understand the age- or size-dependent contrast in the annual number of batches, and we conclude that, for species without evidence to support invariance, the default assumption should be replaced with one that accounts for age- or size-dependence.
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The influences of age, size, and condition of spawning females on fecundity and oocyte quality were analyzed for the Patagonian stock of Argentine Hake (Merluccius hubbsi). Samples of mature females were collected in the spawning area as part of 2 research surveys conducted in January 2010 and 2011, during the peak of the reproductive season. Batch fecundity (BF) ranged between 40,500 (29 cm total length [TL]) and 2,550,000 (95 cm TL) hydrated oocytes, and was positively correlated with TL, gutted weight, age, hepatosomatic index (HSI), and the relative condition factor (Kn). Relative fecundity ranged between 85 and 1040 hydrated oocytes g–1 and showed significant positive relationships with gutted weight, HSI, and Kn; however, coefficients of determination were low for all regressions. Dry weights of samples of 100 hydrated oocytes ranged between 1.8 and 3.95 mg and were positively correlated with all variables analyzed, including batch and relative fecundity. Multiple regression models created with data of the morphophysiological characteristics of females supported maternal influences on fecundity and egg weights. Within the studied size range (29–95 cm TL), larger individuals had better somatic and egg condition, mainly revealed by higher HSI and hydrated oocytes with larger oil droplets (275.71μm [standard error 1.49]). These results were associated with the higher feeding activity of larger females during the spawning season in comparison with the feeding activity of young individuals (<5 years old); the better nutritional state of larger females, assumed to result from more feeding, was conducive to greater production of high-quality eggs.
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Gonadal morphology and reproductive biology of the Black Anglerfish (Lophius budegassa) were studied by examining 4410 specimens collected between June 2007 and December 2010 in the northwestern Mediterranean Sea. Ovaries and testes presented traits common among fishes of the order Lophiiformes. Spawning occurred between November and March. Size at first maturity (L50) was 33.4 cm in total length (TL) for males and 48.2 cm TL for females. Black Anglerfish is a total spawner with group-synchronous oocyte development and determinate fecundity. Fecundity values ranged from 87,569 to 398,986 oocytes, and mean potential fecundity was estimated at 78,929 (standard error of the mean [SE] 13,648) oocytes per kilogram of mature female. This study provides the first description of the presence of 2–3 eggs sharing the same chamber and a semicystic type of spermatogenesis for Black Anglerfish. This new information allows for a better understanding of Black Anglerfish reproduction—knowledge that will be useful for the assessment and management of this species.
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Among the papers of Dr. Charles M. Breder bequeathed to the Mote Marine Laboratory by the Breder family are a series of drawings of larval fish and eggs done from 1917 through 1929. The drawings were made with pencil on half and full sheets of buff colored paper. The half sheet drawings are of larval fish, most of which are not identified. The full sheet drawings often contain comments and notes related to laboratory work on fish egg development, and made during the summer of 1929 when Breder was working in the Dry Tortugas.
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Professionals who are responsible for coastal environmental and natural resource planning and management have a need to become conversant with new concepts designed to provide quantitative measures of the environmental benefits of natural resources. These amenities range from beaches to wetlands to clean water and other assets that normally are not bought and sold in everyday markets. At all levels of government — from federal agencies to townships and counties — decisionmakers are being asked to account for the costs and benefits of proposed actions. To non-specialists, the tools of professional economists are often poorly understood and sometimes inappropriate for the problem at hand. This handbook is intended to bridge this gap. The most widely used organizing tool for dealing with natural and environmental resource choices is benefit-cost analysis — it offers a convenient way to carefully identify and array, quantitatively if possible, the major costs, benefits, and consequences of a proposed policy or regulation. The major strength of benefit-cost analysis is not necessarily the predicted outcome, which depends upon assumptions and techniques, but the process itself, which forces an approach to decision-making that is based largely on rigorous and quantitative reasoning. However, a major shortfall of benefit-cost analysis has been the difficulty of quantifying both benefits and costs of actions that impact environmental assets not normally, nor even regularly, bought and sold in markets. Failure to account for these assets, to omit them from the benefit-cost equation, could seriously bias decisionmaking, often to the detriment of the environment. Economists and other social scientists have put a great deal of effort into addressing this shortcoming by developing techniques to quantify these non-market benefits. The major focus of this handbook is on introducing and illustrating concepts of environmental valuation, among them Travel Cost models and Contingent Valuation. These concepts, combined with advances in natural sciences that allow us to better understand how changes in the natural environment influence human behavior, aim to address some of the more serious shortcomings in the application of economic analysis to natural resource and environmental management and policy analysis. Because the handbook is intended for non-economists, it addresses basic concepts of economic value such as willingness-to-pay and other tools often used in decision making such as costeffectiveness analysis, economic impact analysis, and sustainable development. A number of regionally oriented case studies are included to illustrate the practical application of these concepts and techniques.