1000 resultados para PSIQUIATRIA AMBULATORIAL
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Objective Conduct a systematic review to investigate whether healthy elderly have deficits in the decision-making process when compared to the young. Methods We performed a systematic search on SciELO, Lilacs, PsycINFO, Scopus and PubMed database with keywords decision making and aging (according to the description of Mesh terms) at least 10 years. Results We found nine studies from different countries, who investigated 441 young and 377 elderly. All studies used the IOWA Gambling Task as a way of benchmarking the process of decision making. The analysis showed that 78% of the articles did not have significant differences between groups. However, 100% of the studies that assessed learning did find relevant differences. Furthermore, studies that observed the behavior of individuals in the face of losses and gains, 60% of articles showed that the elderly has more disadvantageous choices throughout the task. Conclusion: The consulted literature showed no consensus on the existence of differences in performance of the decision-making process between old and young, but it is observed that the elderly has deficits in learning and a tendency to fewer advantageous choices.
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Objetivo Intervenções psicossociais têm tido impacto positivo na vida das pessoas com transtorno mental grave, porém tais intervenções devem ser implementadas fielmente ao protocolo. A fidelidade refere-se à medida que uma intervenção adere ao modelo original e sua avaliação é essencial para que os desfechos possam ser creditados à intervenção. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura mundial das intervenções psicossociais destinadas a pacientes com transtornos mentais que possuem um instrumento ou método de avaliação de fidelidade ao modelo original. Métodos Pesquisas bibliográficas sistemáticas foram realizadas para encontrar estudos relevantes ao tema nas seguintes bases de dados: Embase, Medline, Scopus e SciELO. Foram incluídos estudos de intervenções psicossociais, realizados na comunidade, dirigidos a pacientes diagnosticados com transtornos mentais. Intervenções de comparação poderiam incluir tanto o tratamento-padrão como uma intervenção de comparação ativa. A qualidade dos estudos foi avaliada de forma independente por dois revisores, utilizando critérios adaptados de instrumentos validados. Resultados Trinta estudos preencheram os critérios de inclusão. Os estudos mostraram a eficácia da avaliação da fidelidade em diferenciar diferentes modelos de tratamento, sua validade preditiva para os desfechos e a confiabilidade dos instrumentos utilizados, bem como os fatores facilitadores e os obstáculos para a obtenção de alta fidelidade nas intervenções avaliadas. Conclusão Além de documentar a adesão ao modelo original, a fidelidade fornece informações relativas à população-alvo e aos desfechos esperados, o que contribui para que seja alcançada excelência no processo de implementação das intervenções psicossociais.
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Objective The purpose of this research was to make a cross-cultural adaptation of the Medication Adherence Rating Scale (MARS) for psychiatric patients to the Brazilian context. Methods The procedure consisted of four phases: translation of the original scale, back-translation, review by an Expert Committee and Pre-test study with a patients’ sample. Results The Expert Committee corrected the items’ translation when necessary and modified the scale administration format and its instructions from self-report to face-to-face interview form in order to ensure easy understanding by the target population. During Pre-test, the instructions and most of the items were properly understood by patients, with the exception of three of them which had to be changed in order to ensure better understanding. The Pre-test sample was composed by 30 psychiatric patients, with severe and persistent disorders mainly single (46.7%), female (60.0%), with a mean age of 43.8 years old and an average of five years of education. Conclusion The Brazilian version of MARS scale is now adapted to the Brazilian Portuguese language and culture and is easily understood by the psychiatric target population. It is necessary to do further research to evaluate the scale psychometric qualities of validity and reliability in order to use it in Brazil.
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Objetivo Investigar as características psicométricas de uma versão traduzida da escala, propondo uma Versão Revisada que atenda aos critérios de adaptação transcultural para o contexto brasileiro. Métodos Este estudo incluiu 231 sujeitos – deprimidos (45,5%), bipolares (7,8%) e saudáveis (46,7%) – que participaram de uma pesquisa epidemiológica no sul do Brasil. A avaliação de transtornos mentais foi realizada por meio da Clinical Interview for DSM-IV (SCID) e uma versão traduzida da Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton (HAM-D), que habitualmente vem sendo utilizada no país sem estudos de adaptação. Resultados Identificou-se o ponto de corte (9 pontos) para discriminar a presença ou não de sintomas de depressão pela análise da curva ROC, resultando em uma sensibilidade e especificidade de 90 e 91%, respectivamente. A validade interna foi investigada pela análise fatorial e consistência dos itens. Dos 17 itens originais, apenas o item que avalia a “consciência do transtorno” não apresentou carga fatorial satisfatória para avaliar depressão geral e foi eliminado; os 16 restantes agruparam-se em cinco dimensões, denominadas: Humor deprimido, Anorexia, Insônia, Somatização e Ansiedade, as quais, com exceção da última, mostraram homogeneidade nos seus construtos (coeficientes alfa entre 0,66 e 0,78). Na análise de conteúdo dos itens, cinco especialistas sugeriram alterações redacionais em sete itens. Conclusão O estudo determina um ponto de corte diferente do original e evidencia características psicométricas favoráveis para a utilização da escala no Brasil.
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Objetivo Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre o parto vivenciado como traumático em decorrência da prematuridade e o vínculo mãe-bebê. Métodos Um questionário de dados biossociodemográficos (idade, escolaridade, raça, estado civil, trabalho), obstétricos e do parto, elaborado pela própria pesquisadora com variáveis categóricas, foi utilizado para a caracterização dos dados maternos. Uma entrevista clínica estruturada foi aplicada para caracterizar o parto prematuro como traumático utilizando o Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders (SCID-I) – Critério A e a escala de Ligação mãe-bebê, validada na literatura na versão portuguesa, para avaliar o vínculo mãe-bebê prematuro. Resultados O parto prematuro foi tomado como traumático em 43 (71,7%) das puérperas analisadas. O sentimento de ligação materna “Triste” e a variável se a pesquisada trabalhava ou não foram as únicas que mostraram associação significativa com a ocorrência do parto prematuro traumático. Conclusão O parto prematuro pode ser considerado uma experiência traumática para a mãe e pode influenciar negativamente o desenvolvimento do vínculo mãe-bebê. Direções para pesquisas futuras são discutidas.
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Objetivos Desenvolver e avaliar uma tipologia binária de alcoolistas. Métodos Analisados registros de 329 alcoolistas acompanhados em estudo prospectivo e observacional. Análise de Correspondência foi aplicada para selecionar o menor número de variáveis capazes de representar a máxima variabilidade dos sujeitos; Análise de Cluster para identificar dois subtipos; e Análise Heurística para organizar as variáveis selecionadas em grupos de sentido. Análises Bivariadas foram utilizadas para testar possíveis associações com 51 variáveis demográficas ou clinicamente relevantes. Resultados A Análise de Correspondência selecionou 20 variáveis, posteriormente categorizadas em três grupos de sentidos por meio de Análise Heurística: “comportamentos”, “crenças” e “sentimentos”. Os pacientes do subgrupo 1 possuem perfil de maior gravidade clínica, psicopatológica e social. Sentimentos e crenças identificados se associaram a variáveis de consumo e recaída e os comportamentos com repercussão social. Conclusões Os resultados deste estudo permitem supor que a tipologia aqui apresentada possa contribuir para o tratamento desses subtipos de alcoolistas identificados por meio de estratégias teórico-práticas adaptadas às necessidades desses sujeitos.
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Objetivos : Constatando que a depressão é comum em idosos institucionalizados, associando-se à solidão, à ansiedade e à afetividade, pretendemos descrever a evolução da depressão durante dois anos e verificar que fatores se associam a essa evolução. Métodos : Em um estudo de coorte prospectivo em dois momentos (2011 e 2013), avaliamos 83 idosos institucionalizados, com idade no primeiro momento entre os 60 e os 100 anos, sendo 79,5% mulheres, 86,7% sem companheiro(a), e 72,3% com algum grau de escolaridade. Usamos a Escala Geriátrica da Depressão (GDS), a Escala de Solidão (UCLA-L), o Inventário Geriátrico de Ansiedade (GAI) e a Lista de Afetos Positivos e Negativos (PANAS). Resultados: Verificamos que 59,0% mantiveram a depressão e 10,8% desenvolveram depressão. Os idosos com depressão tiveram significativamente piores resultados na UCLA, GAI e PANAS, e os não depressivos tiveram afetos positivos mais altos. Quanto à evolução da depressão, os idosos que mantiveram depressão tiveram inicialmente pontuações elevadas no GDS, GAI, UCLA e na subescala PANAS negativo e pontuações baixas na subescala PANAS positivo. Esses idosos apresentaram associadamente um agravamento dos sentimentos de solidão, dos sintomas ansiosos e do afeto negativo ao longo dos dois anos. Os que desenvolveram depressão tiveram, no primeiro momento, pontuações elevadas na UCLA. Conclusões: Os sintomas de depressão com ou sem solidão no momento inicial, o agravamento da solidão, a ansiedade, o afeto negativo e o baixo afeto positivo poderão ser fatores de risco para a manutenção da depressão. A solidão poderá ainda ser um fator de risco para o desenvolvimento de depressão.
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Objetivo Avaliar o padrão de consumo de álcool entre estudantes de uma universidade federal brasileira que faz parte do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) e identificar os grupos mais expostos a problemas relacionados ao uso de álcool e fatores associados. Métodos Caracteriza-se como um estudo descritivo, quantitativo e de delineamento transversal no qual se aplicou um questionário de caracterização sociodemográfica e o The Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) em 787 estudantes universitários de uma universidade federal brasileira. Resultados Entre os estudantes, 82,9% se enquadraram no grupo que faz consumo de baixo risco e 17,1%, no grupo que faz um consumo de risco. A análise de correspondência detectou que os estudantes do gênero masculino, os que não possuíam religião, que praticavam atividade física esporadicamente e que residiam em repúblicas se caracterizaram como pertencentes ao grupo de risco em relação ao consumo de álcool. Conclusões Os resultados indicam predominância de consumo de álcool de baixo risco entre os estudantes e sugerem uma relação entre consumo de álcool de maior risco e gênero masculino, não possuir religião, praticar atividade física esporadicamente e residir em repúblicas. Essas informações devem ser consideradas em programas preventivos no ambiente universitário.
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Objetivo Comparar o desempenho cognitivo de idosos praticantes e não praticantes de exercícios físicos. Métodos Este estudo transversal foi realizado com 104 idosos, sendo 64 pertencentes ao Grupo Praticantes de exercícios físicos (G1) e 40 pertencentes ao Grupo não Praticantes (G2), cadastrados em Centros de Saúde. Foram aplicados o Miniexame de Estado Mental (MEEM) para avaliar o estado cognitivo e uma ficha para caracterização da amostra. Posteriormente, aplicou-se a Bateria de Avaliação Cognitiva Computadorizada (CogState) para avaliação do desempenho cognitivo dos idosos. Utilizaram-se o teste U Mann-Whitney para comparação dos grupos e o cálculo da medida de efeito d de Cohen, para verificar se a prática de exercício físico influencia no desempenho cognitivo. Para análise descritiva, utilizaram-se dados expressos em média, desvio-padrão, mediana e percentil. Admitiu-se nível de significância de 5%. Resultados A pontuação no MEEM apresentou diferença estatisticamente significativa entre grupos. Quanto ao desempenho cognitivo, medido pelo CogState, os grupos diferiram significativamente para todas as variáveis analisadas, apresentando o G1 o melhor desempenho nos testes de tempo de reação simples, de escolha e de atenção assistida; já o G2 obteve melhor desempenho nos testes de memória de curto prazo e de trabalho. Conclusões Idosos praticantes de exercícios físicos demonstram possuir melhor desempenho para o tempo de reação simples, tempo de reação de escolha e atenção assistida, quando comparados aos idosos não praticantes.
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Objetivo Avaliar a ocorrência de depressão entre os médicos que trabalham nas Unidades de Saúde da Família (USF) em Aracaju. Métodos Em uma amostra de 83 médicos, foram utilizados o Inventário de Depressão de Beck (IDB) para rastreamento dos sintomas depressivos e um questionário elaborado pelos pesquisadores para coletar informações sociodemográficas. Foram realizadas estatística descritiva e análise por meio do qui-quadrado e regressão logística. Resultados A prevalência de sintomas depressivos na amostra foi de 27,7% (IC 95% 19,3-37,3). Observou-se que as variáveis que tiveram associação com o aparecimento dos sintomas (p < 0,05) foram: problemas de relacionamento, grau de satisfação com o trabalho e o número de consultas em relação à hora de trabalho. Após ajuste de regressão logística múltipla, foi observado que os médicos que tinham problemas de relacionamento e os insatisfeitos com o trabalho apresentaram, respectivamente, 5,63 e 4,59 vezes mais sintomas depressivos quando comparados àqueles que não possuíam esses sintomas Conclusões . A prevalência de sintomas depressivos em médicos que trabalham nas USF de Aracaju é alta e provavelmente está associada ao trabalho e a problemas de relacionamento.
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Objetivos : Descrever as variáveis socioeconômicas de idosos com indicativo de depressão segundo o sexo, verificar a associação entre o status de fragilidade e o sexo, e descrever o componente do fenótipo de fragilidade mais impactado entre os idosos com indicativo de depressão pré-frágeis e frágeis. Métodos Estudo observacional, transversal e analítico, conduzido com 418 idosos com indicativo de depressão residentes no município de Uberaba, MG. Utilizaram-se a Escala de Depressão Geriátrica Abreviada e o Fenótipo de Fragilidade de Fried. Foram utilizados análise descritiva e o teste Qui-quadrado (p < 0,05). Resultados Verificou-se que, entre os idosos com indicativo de depressão, 27,8% eram frágeis e 51,7%, pré-frágeis. O status de fragilidade não esteve associado ao sexo (p = 0,910). Dentre os pré-frágeis, os componentes do fenótipo mais impactados foram o autorrelato de exaustão/fadiga para as mulheres e diminuição da força muscular para os homens. Nos frágeis, prevaleceu a diminuição da força muscular para ambos os sexos. Conclusão Mediante os achados deste estudo, conclui-se que, embora não tenha ocorrido associação entre a síndrome de fragilidade e o sexo, a identificação dos componentes do fenótipo de fragilidade mais impactados pode favorecer o atendimento multiprofissional, considerando as especificidades dos grupos. O diagnóstico precoce contribui para o estabelecimento de condutas e prevenção de agravos.
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Objetivos Comparar a ocorrência de sintomas depressivos entre dois grupos homogêneos de pacientes em diálise, um em hemodiálise (HD) e outro em diálise peritoneal (DP), verificando o possível papel preditor do método, assim como avaliar a influência de variáveis sociodemográficas e clínicas no diagnóstico deste transtorno. Métodos Amostra envolveu dois grupos homogêneos de pacientes em TRS, 30 em HD e 30 em DP. Aplicou-se o Beck Depression Inventory (BDI), escala que avalia a presença e intensidade de sintomas depressivos. Resultados Os grupos apresentavam características sociodemográficas e clínicas semelhantes, exceto quanto à escolaridade. A média de pontos do BDI no grupo HD foi maior que no grupo DP: 12,53 versus 11,13 (p = 0,352). A presença de sintomas depressivos no grupo em HD ocorreu em 36,7% dos pacientes contra apenas 23,3% do grupo DP (OR 1,9 [IC 0,61 – 5,86]). Não houve diferenças quanto às variáveis, exceto escolaridade. Dos pacientes com ensino fundamental I, 52,9% apresentaram sintomas. Nos pacientes com ensino médio ou superior, a ocorrência de sintomas depressivos foi 20% (p = 0,051). Conclusão Houve tendência à ocorrência de sintomas depressivos em pacientes em HD quando comparados aos pacientes em DP. O risco dessa ocorrência foi quase duas vezes maior nos em HD. Menor escolaridade associou-se à ocorrência de sintomas. As médias da pontuação do BDI nos dois grupos não foram significantes.
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Objetivo O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática para identificar os transtornos mais prevalentes na infância e adolescência e possíveis fatores associados. Métodos Várias bases eletrônicas de dados foram pesquisadas. Foram considerados critérios de inclusão: estudos epidemiológicos de base populacional; observacionais; com instrumentos validados; publicados em inglês, espanhol ou português; e que obtiveram pontuação acima de 12 pontos conforme critérios metodológicos do Checklist for Measuring Quality. Resultados Os transtornos mais frequentes encontrados pelos estudos, respectivamente, foram: depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno por uso de substâncias e transtorno de conduta. Fatores que mais se mostraram associados aos diferentes transtornos foram: fatores biológicos, fatores genéticos e fatores ambientais. Conclusão O conhecimento desses transtornos e seus potenciais fatores de risco trazem a possibilidade de desenvolvimento de programas de intervenção focados em prevenir ou atenuar os efeitos destes.
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Objective To conduct a systematic review about the long-term response to cognitive-behavioral therapy (CBT) for anxiety disorders (ADs) in children and adolescents. Methods The PubMed and ISI Web of Science databases were consulted. Search in the databases was performed in November 2012 and included cohort studies after CBT for ADs in children and adolescents with a follow-up period over 12 months. Results A total of 10 papers met the inclusion criteria. The follow-up period ranged from 12 months to 13 years and the results generally showed maintenance of the short-term benefits with CBT. However, the studies presented limitations, especially regarding methods, such as lack of a control group and losses to follow-up. Conclusion The long-term benefits of CBT were identified, however it would be interesting to conduct other studies with more frequent assessment periods, in order to minimize losses to follow-up, in addition to evaluating children and adolescents in the various stages of their development.
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Antipsicóticos atípicos têm sua ação em doses que podem produzir efeitos colaterais importantes. A risperidona é o antipsicótico atípico de nova geração mais utilizado na atualidade e seu uso está associado a tratamento de esquizofrenia, transtornos psicóticos, episódios de mania e nos distúrbios de comportamento, entre outros. Os efeitos adversos mais importantes estão relacionados ao sistema nervoso central e autônomo, sistema endócrino e sistema cardiovascular. Neste último, pode haver efeitos inotrópicos negativos e alterações no eletrocardiograma, como prolongamento do intervalo QT, podendo causar taquicardia e arritmias. Relatamos um caso de um homem de 48 anos com história de delírio persecutório após ser ameaçado no trabalho, que estava sendo tratado com risperidona e paroxetina. Por não haver melhora, suas doses foram aumentadas e o paciente apresentou alargamento do intervalo QTc, com diminuição da amplitude da onda T e aumento da onda U, e hipocalemia. Além disso, o paciente era hipertenso e estava em uso de hidroclorotiazida. A risperidona tem o potencial de bloquear o componente rápido do canal cardíaco de potássio e isso prolonga o processo de repolarização dos ventrículos, podendo causar torsade de pointes, morte súbita e arritmias. Já a hidroclorotiazida causa hipocalemia, provocando alterações na contração e relaxamento do miocárdio. Houve interação medicamentosa grave entre duas drogas com potencial arritmogênico, o que levou às alterações no eletrocardiograma e produziu sintomas danosos ao paciente. A troca do antipsicótico atípico para um típico e da hidroclorotiazida por um diurético que não causa hipocalemia trouxe melhoras ao paciente.