919 resultados para Jundiaí Potengi Estuary
Resumo:
Hoje, cerca de 46% da gua potvel consumida na regio de Belm provm dos mananciais subterrneos, o que mostra a grande importncia desta fonte, mesmo em uma regio rica em gua superficial (rios, igaraps, furos e at mesmo uma baa). Isso decorre da falta de execuo do planejamento previsto, alm de que os custos de obras de captao de guas superficiais so muito elevados. A alternativa para Belm tem sido a gua subterrnea, como um bom, saudvel e econmico paliativo. A existncia de uma enorme quantidade desses recursos nos sedimentos Barreiras e na Formao Pirabas contribui para esta alternativa. Os sedimentos Barreiras foram depositados em ambiente fluvial e estuarino, enquanto que a Formao Pirabas possui fcies de origem estearina, de mangue e marinha. No contexto apresentado, mostra-se ento a necessidade de investigar tais recursos com o intuito de fazer timo proveito destes. Para tanto, foram usadas duas metodologias geofsicas de forma integrada: a Sondagem Eltrica Vertical (SEV) e a Perfilagem Geofsica de Poo, usando raios gama, potencial espontneo e resistncia eltrica. Pode-se discernir dois ambientes aquferos. O primeiro at cerca de 160 m de profundidade, em que prevalecem corpos arenosos em formas de canal e lentes entrecortados ou no, imersos em uma matriz argilosa. O segundo caracterizado por pacotes arenosos bastante extensos com lentes de argila, cuja profundidade desde 160 m at 285 m, aproximadamente. O consumo de gua da poro superior adequado s residncias e condomnios, visto o custo elevado de obras de captao a grandes profundidades. J o abastecimento pblico deve utilizar a poro inferior, devido s vazes bastante elevadas (maiores que 100 m<sup>3</sup>/h) e devido garantia de gua de boa qualidade, protegida de aes antrpicas, como vem sendo feito.
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O presente estudo avaliou a distribuio de Neritina zebra em um gradiente vertical em afloramentos rochosos e a distribuio entre os afloramentos de rochosos e argilitodo entremars em um esturio na Amaznia brasileira. Os locais de coletas so caracterizados por guas oligohalinas, sendo localizadas nos distritos dede Icoaraci, Mosqueiro e municpio de Colares na regio costeira do Estado do Par. Para avaliar a distribuio vertical nos substratos rochosos, os moluscos foram amostrados na faixa inferior e mdia do mesolitoral. Na faixa inferior do mesolitoral, onde ocorrem os substratos argilito e rocha, estes foram amostrados para verificar seu efeito na distribuio entre os substratos. Em cada tipo de substrato e faixa do entremars foram amostrados aleatoriamente 22 rplicas utilizando-se um quadrante de 25cm na estao chuvosa e de estiagem. Anlises de Varincias foram realizadas para testar (1) o efeito da zona do entremars e (2) o tipo de substrato na densidade de N. zebra. A anlise dos resultados da distribuio vertical mostrou que a zona inferior os indivduos juvenis apresentam maior densidade que a zona mdia, e um padro oposto parece ocorrer com espcimes adultos. Quanto distribuio nos diferentes substratos, os resultados mostraram que existem maiores densidades nos substratos rochosos que nos argilosos para os indivduos juvenis, mas no foi encontrado um padro para os indivduos adultos. Esta variabilidade no padro de densidades entre os substratos e entre as zonas do entremars mostrou influncia das estaes e dos locais de coleta, apresentando Icoaraci com as menores densidades, o que pode estar associado atividade antrpica naquela localidade.
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Os ecossistemas aquticos de gua doce constituem sistemas complexos que esto sendo expostos a uma variedade de perturbaes. Na regio Amaznica, o uso dos recursos e ocupao da terra tem alterado a estrutura fsica do hbitat desses ambientes, especialmente os de pequeno porte (conhecidos como igaraps), influenciando a estrutura e composio de suas comunidades. Vrios estudos e programas de avaliao tm sido desenvolvidos a fim de verificar como essas alteraes afetam as comunidades biticas, atravs de caractersticas do hbitat que se mostram mais sensveis s perturbaes. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi mensurar e descrever atributos do hbitat de igaraps afogados e verificar como as assembleias de peixes respondem aos diferentes nveis de integridade fsica apresentados por esses igaraps. Para isso, testamos a hiptese de que ambientes estruturalmente mais ntegros suportam uma ictiofauna mais diversa do que ambientes impactados, em virtude destes apresentarem uma diminuio na complexidade ambiental. O estudo foi realizado em 34 igaraps, sendo 17 situados dentro do territrio da Floresta Nacional de Caxiuan, e 17 em seu entorno, localizados prximos aos centros urbanos dos municpios de Portel e Melgao (PA). O processo de urbanizao encontra-se em expanso na regio, alcanando reas de florestas e corpos hdricos que ainda permanecem preservados. Tambm h uma intensa atividade extrativista madeireira, pois a rea est inserida no principal plo madeireiro da zona do esturio no estado do Par. O hbitat fsico dos igaraps foi avaliado seguindo um protocolo padronizado de avaliao. Para a coleta dos peixes foram utilizadas redes de mo em um trecho de 150 metros por igarap durante seis horas (divididas entre os segmentos e entre os coletores). Apesar de detectarmos um conjunto de mtricas que responderam ao gradiente de alterao local, estas no se mostraram suficientes na reduo ou aumento do nmero de espcies ao longo dos nveis de preservao, mantendo praticamente constante a riqueza e abundncia para os trs grupos (alterado, intermedirio e ntegro). Porm, a diferena foi significativa para a composio, com onze espcies exclusivas de ambientes alterados e oito exclusivas de ambientes ntegros. A degradao do ambiente fsico, mesmo que em escalas menores favorece a ocorrncia e maior abundncia de espcies tolerantes e com grande plasticidade fenotpica, alm do aumento populacional de espcies oportunistas. Diferentes efeitos podem ser exercidos sobre os grupos de espcies que compem uma comunidade, pois elas apresentam diferentes atributos biolgicos e ecolgicos que incluem tambm suas respostas para as mesmas variveis ecolgicas. Portanto, a possvel desconstruo da comunidade em grupos de espcies (sejam taxonmicos, funcionais, etc) pode mostrar respostas diferenciadas frente s alteraes do hbitat, sendo uma estratgia promissora para associar caractersticas ambientais aos padres de riqueza apresentado por essas comunidades. A avaliao da integridade bitica tambm uma alternativa para identificar efeitos da alterao do hbitat sobre as espcies, principalmente considerando a peculiaridade da regio e a falta de informaes acerca da ictiofauna local.
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O presente estudo analisou o ciclo reprodutivo e estabeleceu a relao dos fatores abiticos com os estdios de desenvolvimento gonadal de Crassostrea gasar criadas no esturio amaznico. Foram coletados mensalmente cerca de 20 ostras no perodo de agosto de 2009 a dezembro de 2010. Os meses de coleta foram agrupados em quatro perodos sazonais (seco, transicional seco/chuvoso, chuvoso e transicional chuvoso/seco). No local da coleta foram mensurados in situ salinidade, pH, temperatura e oxignio dissolvido. A gnada foi dissecada e submetida ao procedimento histolgico. Um total de 351 animais foram coletados, sendo 190 fmeas, 161 machos e 2 hermafroditas. Histologicamente machos e fmeas foram classificados em quatro estdios gonadais: I- imaturo, II - em maturao, III - maturo e IV - desovado (fmeas) e espermiado (machos). Dentre os fatores abiticos analisados apenas a salinidade e a precipitao pluviomtrica apresentaram diferenas estatisticamente significantes durante o estudo. Houve correlao entre esses dois fatores e a maturao gonadal, sugerindo que esses fatores estejam influenciando na reproduo, visto que foram encontrados predominncia de indivduos maturos (III) no perodo chuvoso e transicional chuvoso/seco (baixa salinidade e alta precipitao pluviomtrica). Nos perodos seco e transicional seco/chuvoso (alta salinidade e baixa precipitao) foram encontrados indivduos nos estgios imaturo (I), em maturao (II) e desovado/espermiado (IV). Por conseguinte, para o cultivo indicado que a coleta de sementes seja feita nos perodos seco e transicional seco/chuvoso.
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A ictiofauna de poas de mar tem sido bem estudada em regies temperadas e tropicais do Pacifico. No Brasil, ainda incipiente o conhecimento ecolgico das poas de mar e das assemblias de peixes que as habitam. O presente estudo pretendeu investigar a composio e distribuio espao-temporal das assemblias de peixes associadas s poas de mar em habitats de afloramento rochoso, floresta de mangue e marismas da Ilha do Areu, esturio inferior do rio Curu, Norte do Brasil. Amostragens trimestrais foram realizadas entre fevereiro e novembro de 2009, durante a mar baixa de sizgia (lua nova), utilizando metodologia padronizada. As variveis ambientais sofreram modificaes ao longo do gradiente vertical e foram responsveis pela distribuio espacial e temporal da ictiofauna no afloramento rochoso. A salinidade, profundidade mdia e heterogeneidade do substrato foram as variveis que mais explicaram as variaes na distribuio da ictiofauna. A comparao entre os habitats de afloramento rochoso, floresta de mangue e marismas evidenciou que as assemblias de peixes do afloramento rochoso so claramente distintas daquela presente nos habitats vegetados (floresta de mangue e marismas). Os resultados deste estudo sugerem que h preferncias pela ictiofauna por determinados habitats em funo das variveis ambientais e heterogeneidade do substrato, porm mais estudos devem ser realizados levando em considerao relaes inter e intra-especificas.
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Os diversos ambientes estuarinos esto hidrologicamente e ecologicamente conectados e fornecem funes vitais para muitos organismos aquticos. Segregaes espaciais e temporais foram observadas na estrutura das assemblias de peixes (biomassa mdia) nos ambientes de canal subtidal e de entremar no vegetado do esturio do rio Marapanim, Norte do Brasil. Amostragens mensais de peixes foram conduzidas de agosto de 2006 a julho de 2007 nos ambientes de canal subtidal e de entremar no vegetado usando arrasto de fundo e pu de arrasto, respectivamente. Um total de 41.496 indivduos pertencentes a 29 famlias e 76 espcies foi coletado. A riqueza das espcies apresentada no ambiente subtidal (71 espcies) foi superior ao observado de entremar no vegetado (51 espcies). Diferentes associaes na composio das espcies e guildas funcionais foram observadas entre os ambientes de canal subtidal e de entremar no vegetado, atravs da Anlise de Correspondncia Destendenciada. Diferenas significativas na composio das assemblias de peixes foram encontradas entre os ambientes, perodos e zonas atravs da anlise de similaridade (ANOSIM). Foi verificado que os sedimentos finos (silte-argila), areia e salinidade foram os fatores mais importantes estruturando as assemblias de peixes. Em sntese, esses resultados podem estar associados tolerncia a fatores ambientais e aos diferentes tipos de alimentao.
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Este estudo investigou a biodiversidade e a distribuio espao-temporal da abundncia das populaes de camares e descreveu a estrutura populacional de Farfantepenaeus subtilis em um esturio amaznico. Os camares foram coletados mensalmente de agosto de 2006 a julho de 2007 nos perodos chuvoso (janeiro a junho) e seco (julho a dezembro) com arrasto-de-fundo e arrasto-de-praia nos setores Mdio-Superior (MS), Mdio (M) e Inferior (I). Em cada setor dois locais foram amostrados, nos quais dois arrastos de fundo de cinco minutos cada e, trs arrastos praiais de 150 m<sup>2</sup> cada um foram realizados. As variveis: temperatura, pH e salinidade da gua e granulometria e matria orgnica do sedimento foram analisadas. Para cada camaro foram anotados os Comprimentos Total (CT) e do Cefalotrax (CC), peso total, sexo e estdio de maturao gonadal. A salinidade diferiu significativamente entre os setores I e MS (p<0,05) e o M apresentou baixo teor de matria orgnica. Em todos os setores os gros arenosos foram predominantes no substrato, destacando-se a areia fina no setor M. Foram coletados 11.939 camares, distribudos em doze espcies e seis famlias. Palaemonidae e Penaeidae tiveram maior riqueza com cinco e trs espcies, respectivamente. Penaeidae, Sergestidae e Palaemonidae apresentaram maior abundncia, com Xiphopenaeus kroyeri, F. subtilis, Acetes marinus e Nematopalaemon schmitti, contribuindo com 43, 31, 21 e 1,3% do total capturado, respectivamente. As espcies F. subtilis, X. kroyeri e Litopenaeus schmitti contriburam com 97% da biomassa total. A densidade e a biomassa de F. subtilis diferiram entre o chuvoso e seco (p<0,05), sendo maior no chuvoso. No chuvoso, a densidade de X. kroyeri foi mais elevada nos setores M e I e no seco nos setores MS e M, com maior biomassa no I em ambos perodos sazonais. A densidade e a biomassa de A. marinus foi elevada no setor I (p<0,05). A salinidade, areia, silte e argila influenciaram significativamente a distribuio espao-temporal da abundncia dos camares (p<0,05). O CC das fmeas de F. subtilis foi superior aos machos com 13,7 mm e 12,8 mm, respectivamente, e diferiu em maro (p<0,05). As fmeas foram mais abundantes e a razo sexual foi de 0,8:1 com destaque para janeiro, fevereiro, maio e o total analisado (p<0,05). Camares desenvolvidos ocorreram no chuvoso e a abundncia de juvenis foi maior de janeiro a junho quando ocorre o pico mais intenso de desova em mar aberto.
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A importncia do monitoramento ambiental medida pelos vrios casos de derramamentos de leo ocorridos no mundo durante as ltimas trs dcadas. Isto tem incentivado as empresas e rgos do governo envolvidos na preveno e combate a estes acidentes a aperfeioarem cada vez mais os mtodos, tanto preventivos como corretivos, para a minimizao dos danos gerados por acidentes com derramamento de leo. Este trabalho objetiva contextualizar de forma histrica como os acidentes com derramamento de leo propiciaram o desenvolvimento de pesquisa tecnolgica a partir de parcerias entre empresas de petrleo, agncias de governo, universidades e institutos de pesquisa no Brasil, em especial na zona costeira Amaznica. Como resultado, ndices de sensibilidade ambiental ao derramamento de leo (ISA) foram definidos especialmente para a Amaznia costeira, onde processos fluviais e marinhos se encontram na foz do maior rio do mundo, o rio Amazonas. Perspectivas de pesquisa e respostas de emergncia a acidentes so apresentadas, a fim de se conservar a diversidade socioambiental da mais importante regio tropical do planeta.
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O fitoplancton de grande importncia para os estudos das interaes solo-gua, como indicadores de modificaes qumicas e biolgicas nos ecossistemas naturais. O objetivo desse estudo foi determinar a composio qumica total do fitoplncton nos esturios do rio Par e Mocajuba (Par, Brasil). As anlises qumicas foram realizadas na gua superficial, sedimento de fundo (amostra total e frao biodisponvel) e no fitoplancton, por espectrometria ptica e de massa com plasma indutivamente acoplado. A composio qumica elementar do fitoplancton composta por elevadas concentraes de Ca, P, Mn, Fe, Zn, Al, Ba e Pb. O fitoplancton do esturio do rio Mocajuba rico em Fe (2.967 a 84.750 g g<sup>-1</sup>) e do rio Par rico em Al (1.216 a 15.389 g g<sup>-1</sup>), provavelmente com contribuio antropognica. O material fitoplanctonico apresentou elevado fator de bioconcentrao proveniente tanto da gua quanto da frao biodisponvel, e reflete a eficincia desses organismos em concentrar metais.
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A presena de elementos no essenciais nas guas superficiais do rio Amazonas uma preocupao global, o objetivo da pesquisa foi estudar a distribuio dos elementos As, Al, Mn, e Pb na gua do esturio do rio Amazonas. As amostras foram coletadas em trs regies distintas: Canal Norte (AP), Canal Sul (PA) e rio Par (PA) em trs profundidades, com um total de 84 amostras. A espectrometria de emisso atmica com plasma indutivamente acoplado (ICPAES) foi utilizada para avaliar os teores de Al, Mn e Pb e a espectrofotometria de absoro atmica com gerao de hidretos (HGAAS) foi usada para a anlise do As. O As variou de <0,35 a 50,60 g/L, o Al de <1,88 a 3347,70 g/L, o Mn de 0,13 a 403,39 g/L e Pb de <0,18 a 57,78 g/L. Em mdia As (canal Sul), Al (todas as regies), Mn (canal Norte e Sul) e Pb (canal Norte e Sul) se encontraram em valores acima do permitido pela legislao brasileira. Os elementos podem ter origem antrpica originria de atividade de minerao e industrial e origem natural proveniente de decomposio de rochas gneas da bacia de drenagem do rio Amazonas que disponibilizam o elemento na forma ligada ao material particulado em suspenso.
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Com o objetivo de examinar padres temporais em recrutamento de uma ictiofauna tropical, pescarias experimentais foram realizadas entre setembro 2003 e Julio 2004 em canais de mar com vegetao de mangue no esturio do rio Curu, Par, Norte do Brasil. Juvenis ocorreram durante todo o ano, entretanto com maior intensidade no perodo de recrutamento, durante a transio da estao chuvosa para a seca (Anchovia clupeoides, Cetengraulis edentulus, Rhinosardinia amazonica, Mugil sp.). O recrutamento foi continuo para Colomesus psittacus e Anchoa hepsetus. Sciades herzbergii apresentou dois picos de recrutamento (estao chuvosa e seca), entretanto Cathorops sp. teve somente um (estao chuvosa). A presena contnua de juvenis nos manguezais sugere que o manejo da pesca em regies tropicais com vegetao de mangue deveria se direcionar em definir grandes reas de proteo ao lugar de pocas de defeso.
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Os efeitos polticos, socioeconmicos e ambientais produzidos pela criao da Reserva Extrativista Marinha Me Grande de Curu-PA, sobre o territrio e sociedade local so diversos. A criao de uma unidade de conservao no municpio viabilizou parcerias, intercmbios e convnios, ao mesmo tempo em que engendrou a implantao de polticas pblicas, direcionadas precisamente s populaes tradicionais, historicamente excludas. Todavia, em que pese os avanos obtidos, constata-se, ainda, a persistncia de prticas insustentveis no manejo dos recursos naturais existentes, bem como uma correlao de foras polticas desequilibrada que afeta negativamente o tratamento das questes socioambientais existentes.
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Este trabalho compara as mudanas morfolgicas e vegetacionais ocorridas ao longo da zona costeira da Ilha de Maraj, litoral amaznico, e da plancie costeira do Rio Doce, sudeste do Brasil, durante o Holoceno e Pleistoceno tardio/Holoceno, respectivamente, com foco especificamente sobre a resposta dos manguezais para as flutuaes do nvel do mar e mudanas climticas, j identificadas em vrios estudos ao longo da costa brasileira. Esta abordagem integra dataes por radiocarbono, descrio de caractersticas sedimentares, dados de plen, e indicadores geoqumicos orgnicos (<sup>13</sup>C, <sup>1</sup>N e C/N). Na plancie costeira do Rio Doce entre ~47.500 e 29.400 anos cal AP, um sistema deltaico foi desenvolvido em resposta principalmente diminuio do nvel do mar. O aumento do nvel do mar ps-glacial causou uma incurso marinha com invaso da zona costeira, favorecendo a evoluo de um sistema estuarino/lagunar com plancies lamosas ocupadas por manguezais entre pelo menos ~7400 e ~5100 anos cal AP. Considerando a Ilha de Maraj durante o Holoceno inicial e mdio (entre ~7500 e ~3200 anos cal AP) a rea de manguezal aumentou nas plancies de mar lamosas com acmulo de matria orgnica estuarina/marinha. Provavelmente, isso foi resultado da incurso marinha causada pela elevao do nvel do mar ps-glacial associada a uma subsidncia tectnica da regio. As condies de seca na regio amaznica durante o Holoceneo inicial e mdio provocou um aumento da salinidade no esturio, que contribuiu para a expanso do manguezal. Portanto, o efeito de subida do nvel relativo do mar foi determinante para o estabelecimento dos manguezais na sua atual posio nas regies norte e sudeste do Brasil. Entretanto, durante o Holoceno tardio (~3050-1880 anos cal AP) os manguezais em ambas as regies retrairam para pequenas reas, com algumas delas substitudas por vegetao de gua doce. Isso foi causado pelo aumento da vazo dos rios associada a um perodo mais mido registrado na regio amaznica, enquanto que na plancie costeira do Rio Doce, os manguezais encolheram em resposta a um aumento da entrada de sedimento fluvial associado a uma queda no nvel relativo do mar.
Resumo:
Os aspectos morfodinmicos relacionados eroso ou acreso da linha de costa so alguns dos assuntos analisados na gesto das zonas costeiras que vem sendo tratada em todo mundo no sentido de monitorar e proteger essas zonas. Esta tese objetiva analisar o comportamento da morfodinmica costeira de Salinpolis, relacionando-o ao uso da orla ocenica. A rea de estudo foi compartimentada em trs setores: Oeste (praias da Corvina e do Maarico), Central (praia do Farol Velho) e Leste (praia do Atalaia). A metodologia consistiu na: (a) aquisio e tratamento de imagens multitemporais (1988-2001-2013) do satlite Landsat 5 TM, 7 ETM e 8 OLI; (b) aplicao de entrevistas/questionrios com banhistas, (c) aquisio de dados de campo durante as estaes chuvosa (26, 27, 28/04/2013) e menos chuvosa (04, 05, 06/10/2013); e (d) anlise laboratorial para o tratamento dos dados adquiridos em campo (topografia das praias estudadas, amostragem de sedimentos superficiais das mesmas e com o uso de armadilhas, e medies oceanogrficas de ondas, mars, correntes e turbidez). Foram feitas as representaes grficas dos perfis topogrficos das praias, calculados os parmetros estatsticos granulomtricos de Folk & Ward (1957), as taxas do transporte sedimentar nas praias e os parmetros morfomtricos de Short & Hesp (1982), estes ltimos foram calculados com o intuito de relacion-los aos estados morfodinmicos de praias propostos por Wright & Short (1984) e Masselink & Short (1993). Para a classificao da costa ocenica de Salinpolis em termos de uso e ocupao foi utilizado o decreto n 5.300 de 7 de dezembro de 2004. A partir das pesquisas sobre a urbanizao na costa e das obras situadas nos ambientes costeiros foi utilizada uma matriz proposta por Farinaccio & Tessler (2010) que lista uma srie de impactos ambientais, e o quadro de geoindicadores do comportamento da linha de costa proposto por Bush et al. (1999), para a identificao de locais com vulnerabilidade eroso ou acreso. Para as condies oceanogrficas em cada praia e periculosidade ao banho nas mesmas, foram integralizados os dados de ondas, de correntes, de morfodinmica praial e questionrios aplicados com banhistas. Atualmente, a orla ocenica de Salinpolis possui diferentes caractersticas quanto utilizao e conservao, abrangendo desde a tipologia de orlas naturais (Classe A) at orlas com urbanizao consolidada (Classe C). A primeira ocorre nos extremos da rea de estudo e, a segunda, na regio da sede municipal. Quatro tipos de praias foram identificados segundo a exposio martima e o grau das condies oceanogrficas: tipo 1 (Maarico), tipo 2 (Corvina), tipo 3 (Farol Velho) e tipo 4 (Atalaia). O trecho de costa com maiores impactos ambientais e com elevada eroso costeira localiza-se na praia do Farol Velho. O grau de periculosidade ao banho foi de 4 (praia do Maarico) a 7 (praia do Atalaia) mdio a alto grau de risco. As praias de Salinpolis apresentam declives suaves (< 1,5), grandes variaes na linha de costa entre as estaes do ano (9,6 a 88, 4 m) e volume sedimentar varivel dependendo do grau de exposio das praias ao oceano aberto. Predominou o estado morfodinmico dissipativo (>5,5) para estas praias, mas com ocorrncia do estado de banco e calha longitudinais (4,7<<5,5) no setor oeste. As macromars na rea de estudo apresentaram altura mxima de 5,3 m (Setor Central, durante a estao menos chuvosa) e mnima de 4 m no mesmo setor, durante a estao chuvosa. As correntes longitudinais foram mais intensas no setor leste (>0,45 m/s) durante as duas estaoes do ano. As alturas de ondas foram tambm maiores no setor leste (mximo de 1,05 m durante a mar enchente na estao menos chuvosa) e os perodos de ondas foram mais curtos (<4,5 s) no setor oeste. A mdia granulomtrica obtida dos sedimentos coletados na face praial apresentou escala mais freqente entre 2,6 a 2,8 phi, indicando a predominncia de areia fina. O grau de seleo predominante dos sedimentos foi de 0,2 a 0,5 phi (muito bem selecionados e bem selecionados), e da assimetria foi de positiva (0,10 a 0,30) e de aproximadamente simtrica (-0,10 a 0,10). O grau de curtose variou desde muito platicrtica (<0,67) a muito leptocrtica (1,50 a 3,00). Foram observados eventos de acreso sedimentar da estao chuvosa a menos chuvosa. De 22/07/1988 a 28/08/2013 (25 anos) tambm houve predomnio de acreso, onde o avano mdio linear da linha de costa foi de 190,26 m. O recuo mdio linear obtido para toda rea de estudo foi de -42,25 m. reas com maior eroso so pontuais: divisas das praias da Corvina e Maarico, e Farol Velho e Atalaia. Os traps portteis indicaram uma maior quantidade de sedimentos transportados longitudinalmente na estao menos chuvosa (Mn. 280 g/m<sup>3</sup>: enchente, setor oeste; Mx. 1098 g/m<sup>3</sup>: vazante, setor leste). Nos traps de espraiamento, o balano entre a quantidade de sedimentos entrando e saindo nas praias foi menor no setor central (Mn. 80 g/m<sup>3</sup>: vazante, estao menos chuvosa; Mx. 690 g/m<sup>3</sup>: enchente, estao menos chuvosa). A circulao costeira sedimentar proveniente, principalmente, do efeito das mars, com direo governada pela enchente e vazante dos rios que atravessam a costa. Os dados indicam o transporte longitudinal de sedimentos da ilha de Atalaia e rio Sampaio para o setor oeste e as margens das faixas praiais.
Resumo:
O uso de novas tcnicas para estudar a evoluo e preenchimento de vales incisos tem fornecido, ao longo dos anos, importantes resultados para entendermos como foi a evoluo costeira brasileira. Neste contexto, esta tese teve como objetivo estudar a evoluo do esturio do rio Corea, localizado no estado do Cear, em diferentes escalas temporais, seja Eventual (meses, anos), Engenharia anos, decdas) e Geolgica (centenas, sculos, milnios), proposta por Cowell et al. (2003), com intuto de avaliar se as transformaes/alteraes ao longo dos anos foram significativas ou no. Como resultados, obteve-se no primeiro objetivo, utilizando tcnicas de sensoriamento remoto, a partir de imagens dos sensores TM, ETM<sup>+</sup> e OLI do satlite Landsat 5,7 e 8 e LISS-3 do satlite ResourceSat-1 de 1985 a 2013, uma alterao mnima em relao a transformaes morfolgicas ao longo do esturio nos ltimos 28 anos (entre as escalas Eventual e de Engenharia), houve neste perodo um acrscimo de 0,236 km<sup>2</sup> (3%) de rea, no trazendo sigificativas mudanas para o esturio. Em relao a taxa de sedimentao, correspondente ao segundo bjetivo, a partir da coleta de 9 testemunhos, de at 1 m de profundidade e utilizando o radionucldeo <sup>210</sup>Pb, ao longo do esturio, obteve-se uma taxa que variou de 0,33 cm/ano a 1 cm/ano (escalas entre Engenharia e Geolgica) prximo a foz do esturio, e com uma rpida sedimentao percebida na margem leste do rio, onde encontram-se sedimentos mais recentes em relao a margem oeste. Em relao ao preenchimento, terceiro e ltimo objetivo, a partir da amostragem de testemunhos de at 18 m de profundidade, utilzando o amostrador Rammkernsonden (RKS), foram gerados perfis e sees estratigrficas que ajudaram a entender o preenchimento do vale inciso do esturio do rio Corea e entender que trata-se de um esturio fluvio-marinho, preenchendo os vales formados no Grupo Barreiras nos ltimos 10.000 anos antes do presente. Estas anlises e resultados serviro como base para comparao com outros esturios, sejam fluviais, fluvio-marinhos ou marinhos, para entendermos melhor quais os possveis eventos que dominaram a sedimentao ao longo da costa brasileira em diferentes escalas.