998 resultados para Língua portuguesa Contexto Teses


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A Lei de Bases do Sistema Educativo de Cabo Verde visa a formao integral dos indivduos e para tal consagra que o Ensino Bsico deve proporcionar a todos os cabo-verdianos os instrumentos fundamentais para a sua integrao social. Para isso enfatiza uma Educao que prev a salvaguarda da identidade cultural, associando ao processo educativo os aspectos mais relevantes da vivncia e da cultura cabo-verdianas. Com esse objectivo a Lei regulamenta a valorizao da língua materna como manifestao privilegiada da cultura e em simultneo promove a utilizao adequada da língua portuguesa como instrumento de comunicao e de estudo. A assuno destes princpios, com os quais nos identificamos, coloca-nos algumas questes, em termos de operacionalizao, em dois mbitos fundamentais: no ensino aprendizagem da língua portuguesa no Ensino Bsico Integrado, uma vez que estudos realizados por vrios autores, entre eles Afonso (2002) referem a inadaptao dos planos de estudo e dos programas realidade cabo-verdiana, o que reiterado pela UNICEF (2001) que considera as metodologias adoptadas pouco inovadoras e criativas; e na formao de professores, nomeadamente no que diz respeito ao seu desenvolvimento para a promoo de uma prtica pedaggica eficiente em língua portuguesa. Com base nestes pressupostos imps-se-nos o seguinte problema: as prticas pedaggicas dos professores e a sua formao, no que concerne metodologia da língua portuguesa, consagram estratgias conducentes a um ensino de qualidade? Para analisarmos as diferentes vertentes deste problema desenvolvemos uma investigao que se insere no ramo cientfico das Cincias da Educao, na especialidade de Didcticas e Metodologias de Ensino/Aprendizagem. Numa perspectiva de enquadramento terico procedemos reviso bibliogrfica. A investigao emprica realizou-se em Cabo Verde, recolhemos informao no Ministrio da Educao e Valorizao dos Recursos Humanos, no Instituto Pedaggico e nas escolas do Ensino Bsico Integrado. Aps a anlise e discusso dos resultados chegmos s seguintes concluses: 1. - O ensino da língua portuguesa desprovido de aspectos identitrios da cultura cabo-verdiana e por isso no revela qualquer isomorfismo com a vida sociocultural. 2. - Para o tipo de ensino existente concorre a formao de professores, pois uma formao muito terica, que no proporciona os meios suficientes para os professores transferirem a teoria para a prtica, no os confronta com prticas inovadoras e no consegue formar professores proficientes em língua portuguesa. Tendo em considerao as concluses enunciadas inclumos, em suporte digital, um apndice com sugestes, que tem a finalidade de estimular o desenvolvimento de novas actuaes pedaggicas e didcticas nas salas do Ensino Bsico Integrado, em Cabo Verde.

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A Lei de Bases do Sistema Educativo de Cabo Verde visa a formao integral dos indivduos e para tal consagra que o Ensino Bsico deve proporcionar a todos os cabo-verdianos os instrumentos fundamentais para a sua integrao social. Para isso enfatiza uma Educao que prev a salvaguarda da identidade cultural, associando ao processo educativo os aspectos mais relevantes da vivncia e da cultura cabo-verdianas. Com esse objectivo a Lei regulamenta a valorizao da língua materna como manifestao privilegiada da cultura e em simultneo promove a utilizao adequada da língua portuguesa como instrumento de comunicao e de estudo. A assuno destes princpios, com os quais nos identificamos, coloca-nos algumas questes, em termos de operacionalizao, em dois mbitos fundamentais: no ensino aprendizagem da língua portuguesa no Ensino Bsico Integrado, uma vez que estudos realizados por vrios autores, entre eles Afonso (2002) referem a inadaptao dos planos de estudo e dos programas realidade cabo-verdiana, o que reiterado pela UNICEF (2001) que considera as metodologias adoptadas pouco inovadoras e criativas; e na formao de professores, nomeadamente no que diz respeito ao seu desenvolvimento para a promoo de uma prtica pedaggica eficiente em língua portuguesa. Com base nestes pressupostos imps-se-nos o seguinte problema: as prticas pedaggicas dos professores e a sua formao, no que concerne metodologia da língua portuguesa, consagram estratgias conducentes a um ensino de qualidade? Para analisarmos as diferentes vertentes deste problema desenvolvemos uma investigao que se insere no ramo cientfico das Cincias da Educao, na especialidade de Didcticas e Metodologias de Ensino/Aprendizagem. Numa perspectiva de enquadramento terico procedemos reviso bibliogrfica. A investigao emprica realizou-se em Cabo Verde, recolhemos informao no Ministrio da Educao e Valorizao dos Recursos Humanos, no Instituto Pedaggico e nas escolas do Ensino Bsico Integrado. Aps a anlise e discusso dos resultados chegmos s seguintes concluses: 1. - O ensino da língua portuguesa desprovido de aspectos identitrios da cultura cabo-verdiana e por isso no revela qualquer isomorfismo com a vida sociocultural. 2. - Para o tipo de ensino existente concorre a formao de professores, pois uma formao muito terica, que no proporciona os meios suficientes para os professores transferirem a teoria para a prtica, no os confronta com prticas inovadoras e no consegue formar professores proficientes em língua portuguesa. Tendo em considerao as concluses enunciadas inclumos, em suporte digital, um apndice com sugestes, que tem a finalidade de estimular o desenvolvimento de novas actuaes pedaggicas e didcticas nas salas do Ensino Bsico Integrado, em Cabo Verde.

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Esta dissertao visou compreender o carter temtico e discursivo de algumas crnicas literrias de dois autores cabo-verdianos, Dina Salstio e Daniel Medina, e provar o carcter pedaggico e humanitrio das composies. Fez-se, num primeiro momento, um estudo de contedos tericos sobre a cronstica portuguesa, visando recensear aspetos relacionados com a evoluo do gnero ao longo dos tempos, desde a Idade Mdia at Contemporaneidade, sempre numa perspetiva pragmtica, e discutiram-se as caractersticas enformadoras do gnero, sendo assinalveis a subjetividade, versatilidade, objetividade, estilo entre o oral e o literrio, quotidianidade e dialogismo. De seguida, em termos metodolgicos, optou-se por convocar o ethos de Amossy e Maingueneau para o estudo das composies. Num segundo momento, atravs de dez crnicas literrias cabo-verdianas, sendo cinco de cada autor, procedeu-se anlise crtica das quais se confirmou, a partir da anlise temtica, uma preocupao pedaggica e humanitria uma vez que se notou uma certa inquietao com problemas que envolvem a idiossincrasia do homem cabo-verdiano, como a perda de valores em termos educacionais e instrucionais, quer no seio familiar como escolar, a preocupao com os mais desfavorecidos materialmente, onde se destacam crianas rfs de pais vivos, o descaso com os doentes mentais e as crianas de rua, a gravidez precoce, a prostituio infantil, entre outros. O modo, como os cronistas se posicionam face abordagem dos temas, permitiu-nos projetar o ethos discursivo de duas personalidades sensveis, srias e comprometidas com os valores mais nobres que enformam o ser humano. Do mesmo modo, pde constatar como caractersticas relevantes das composies a subjetividade e pessoalidade discursivas, a brevidade, o dilogo no estilo indirecto livre, a quotidianidade e literariedade aliados a alguns recursos retricos que nos permitiram apurar os tons srio e irnico do sujeito enunciador ao tratar as questes temticas.

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Nesta artigo apresentamos os resultados preliminares de uma investigao emprica sobre identidade e representaes da histria que decorreu em Cabo Verde. Esta investigao foi realizada no mbito de um projecto internacional que integra vrios pases da Comunidade de Pases de Língua Portuguesa (CPLP). Este projecto tem como objectivo identificar as representaes da histria construdas pelos jovens dos pases 'lusfonos' e o papel da identidade social na ancoragem dessas representaes. Os resultados destes estudos sero usados para ilustrar a conceptualizao das representaes sociais como uma modalidade de conhecimento, socialmente elaborada e compartilhada, cujos processos de formao, manuteno e mudana s podem ser entendidos tendo em conta os processos comunicativos, mediticos e informais, a partir dos quais os indivduos constroem a sua viso do mundo. Iremos examinar as representaes de jovens cabo-verdianos sobre a histria da humanidade, em geral, e sobre a histria de Cabo Verde, em particular. Investigaremos ainda o papel da identidade social e as emoes associadas s personalidades e aos acontecimentos considerados mais marcantes na histria da humanidade e na histria da nao cabo-verdiana.

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Neste trabalho, no pretendemos analisar detalhadamente a lgica de interveno relacionada com o desenvolvimento do espao Lusfono e com a criao da Comunidade dos Pases de Língua Portuguesa. Iremos, simplesmente, examinar alguns elementos desta interveno, nomeadamente no que diz respeito criao de meios de comunicao especialmente concebidos para dar corpo a esta poltica. A RTP Internacional e a RTP frica sero certamente os canais televisivos que mais visibilidade do a esta interveno poltica, mas o Estado Portugus tem vindo, tambm, a promover vrios protocolos de cooperao na rea da comunicao social. Assim, pretendemos concentrar-nos na lgica de produo e de distribuio de contedos televisivos portugueses para as comunidades e pases de língua portuguesa e outras iniciativas dos governos portugueses que promovam a exportao e intercmbio de produtos mediticos em portugus. As pertinentes questes relacionadas com a anlise da recepo dos produtos culturais no sero abordadas no mbito deste ensaio.

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Com a celebrao, em 2006, do convnio entre o Japo, por meio da Japan International Cooperation Agency JICA, e o Brasil, por meio da Agncia Brasileira de Cooperao ABC, do Ministrio das Relaes Exteriores - MRE, a Embrapa Hortalias realizou no perodo de 5 de novembro a 7 de dezembro de 2007, o II CURSO INTERNACIONAL SOBRE PRODUO SUSTENTVEL DE HORTALIAS. De acordo com o memorando de entendimento, o II Curso estava programado para os tcnicos que atuam em instituies de assistncia tcnica e extenso rural de pases da Amrica Latina, exceto os do Cone Sul (Argentina, Chile e Uruguai). Entretanto, por solicitao da JICA, esta clusula foi alterada em discusses posteriores com a Embrapa e a ABC, e o curso foi realizado exclusivamente para os tcnicos de instituies de pases de Língua Portuguesa da frica.

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O presente relatrio consubstancia a sntese dos trabalhos do Atelier de Validao do Programa de Capacitao no Domnio da Terra dos Pases Membros da CPLP, realizado na Cidade da Praia, nos dias 20 e 21 de Setembro de 2007. O evento, organizado pelo Ministrio do Ambiente e Agricultura, em estreita parceria com a FAO e o Secretariado Executivo da Comunidade dos Pases de Língua Portuguesa, contou com a participao de representantes oriundos dos oito Estados Membros da CPLP, de representantes do Corpo Diplomtico, nomeadamente as Sras. Embaixadoras de Portugal e Brasil, para alm de representantes de Instituies Pblicas e Privadas de Cabo Verde, conforme a lista de participantes constante do anexo I.

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Anlise das questes da identidade e cidadania luz da CPLP

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em ensino a distncia e e-learning pode ser entendida num quadro estratgico de parceria para o desenvolvimento. Esta orientao deve convocar para a cooperao as instituies com projetos de qualificao e capacitao inicial, ps-graduada e de formao ao longo da vida, deve servir os objetivos de internacionalizao das universidades envolvidas quer no mbito luso-brasileiro, quer no dos restantes pases de língua portuguesa, quer ainda em projetos de difuso e promoo da língua portuguesa, numa perspetiva de contribuio para uma maior compreenso entre os que falam a língua portuguesa e os que veem na sua aprendizagem como língua estrangeira, uma oportunidade de dilogo intercultural, de mais-valia no mundo do trabalho e dos negcios internacionais.

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Reflexo sobre a Lusofonia. Nesse sentido se opera sobre matrizes operatrias configuradas por termos e conceitos diversos: língua, discurso identitrio unidade e diversidade. Para isso, esta reflexo apoia-se pensamento de Fernando Pessoa acerca da língua portuguesa, das línguas universais, do Quinto imprio e do imperialismo cultural, no sentido de consolidar uma noo: a que fundamenta o princpio de existncia de uma ampla Comunidade lingustica traada pelo diapaso da unidade.

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Na base de qualquer reflexo sobre a(s) identidade(s), encontra-se um fecundo campo de referncias revestido de pressupostos que entroncam em matrizes operatrias compsitas. O mesmo dizer que, tratando-se de um conceito que figura no vasto panorama das cincias humanas e sociais, so-lhe naturalmente conferidas especficas categorias programticas, refractrias, por esse mesmo facto, a um domnio conceptual redutvel ao discurso de incidncia monolgica. Conceito [re]nobilitado essencialmente pelo discurso das cincias sociais, ao qual deve em parte a sua convalidao e utilizao no panorama filosfico-social dos anos 80 do nosso sculo, tem sido, de um modo frequente, espartilhado em rtulos vrios que, no entanto, se no o legitimam como o conceito (modulando-o, sem propriamente o descaracterizar, com texturas variveis), pelo menos, sempre lhe reconhecem uma faceta ideolgica, tornando-se por isso necessrio, numa anlise desse conceito, uma certa acuidade metodolgica. Por outro lado, esta problemtica, no nosso trabalho, no se compadece tanto com um investimento terico em premissas coniventes com o discurso ideolgico; ir circunscrever-se sobretudo a um mbito lingustico-cultural e, em parte, literrio, regido obviamente por padres metodolgicos axialmente abalizados e ratificados por esses domnios cientficos. E so esses domnios que, apesar de tudo, conferem quele conceito uma fluidez semntica e uma moldura programtica, singularizada por um discurso que exalta o passado e o presente de uma comunidade discurso esse condicionado, todavia, por um outro que salvaguarde o futuro dessa mesma comunidade. Assim, na prtica, o ndice que resulta da questionao desses discursos pode rastrear-se em reflexes que convergiro em duas linhas motrizes: uma, consentnea com um equacionamento da identidade histrico-cultural; a segunda, regida por um posicionamento lingustico-cultural. Acima de tudo, note-se bem, nunca conferiremos a este trabalho qualquer tipo de orientao de teor xenfobo ou extremista, orientaes essas que criticamos profundamente. Nesse sentido, ater-nos-emos, em primeiro lugar, a um panorama limitado de questes, como, por exemplo, as que radicam no domnio da teoria da linguagem e do sujeito o problema da unidade e da alteridade, prerrogativas conceptuais nucleares, na nossa opinio, do conceito de identidade , as que se inferem da concepo segundo a qual o reforo da identidade nacional resulta da consciencializao de um acervo de informaes que a memria cultural de uma comunidade propicia, do qual o discurso da identidade no se pode demitir, com o inconveniente de se desgastar um conjunto de figuras, episdios e vivncias histricas cuja evocao potencia a unio entre os indivduos dessa comunidade. Na sequncia destas reflexes, e concomitantemente, o problema da identidade, na sua feio lingustica, ser igualmente merecedor de alguma ateno, abordagem desde logo padronizada pelo epicentro da Língua Portuguesa, mas suscitada por um cromatismo de informaes envolventes, relacionadas com a tradio histrico-lingustica, com a relao lingustica entre os falantes da comunidade lusfona e com o reconhecimento absoluto, por parte destes, da língua que falam como a sua língua. Por isso, a postura acalentada por uma poltica da língua portuguesa apresentou como corolrio, recentemente, a constituio da Comunidade dos Pases de Língua Portuguesa (CPLP), de cunho evidentemente plural e divergente, mas sobretudo marcada com o selo da unidade lingustica . O bom termo da poltica da Língua Portuguesa deve, contudo, ser almejado por todos os elementos dessa comunidade lingustica, sem o prstimo dos quais a identidade portuguesa poder esmorecer.

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Face inadequao da metodologia de ensino do Portugus seguida pelo sistema educativo cabo-verdiano Língua materna em vez de Língua segunda e, consequentemente, ao facto dos alunos no o dominarem e dos professores serem incapazes de solucionarem o problema, propusemo-nos a reflectir sobre a necessidade de se desenvolver um programa de formao contnua, a distncia (em linha), de professores de Língua portuguesa, que lhes permita ultrapassar os constrangimentos pedaggicos, didcticos e cientficos. Numa primeira parte, deste trabalho, procuramos apresentar algumas teorias relacionadas com a formao contnua de professores, o ensino a distncia e a aprendizagem colaborativa. Numa segunda parte, descrevemos e analisamos os resultados dos estudos efectuados anlise de contedo da Lei de Bases do Sistema Educativo, inquritos e entrevista , procurando encontrar neles pontos comuns. Num terceiro momento, fazemos uma reflexo comparativa entre as teorias expostas, inicialmente, e os resultados obtidos no nosso estudo, propondo, por fim, um programa de formao contnua, a distncia (em linha), que possibilite alterar a situao actual, repensar a actuao docente e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento da educao, em Cabo Verde.

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Esta monografia estuda o uso dos estrangeirismos na comunicao social. Depois de uma breve anlise pela histria da língua portuguesa, língua oficial de Cabo Verde e o crioulo, língua materna e de percebermos o que os estudiosos dizem sobre os estrangeirismos e como deve ser feita a sua utilizao no jornalismo, bem como mostrar como o bilinguismo manifesta em Cabo Verde e qual a importncia do crioulo (língua cabo-verdiana), entraremos no estudo de caso para tentarmos perceber de que forma se faz o uso dos estrangeirismos no jornal. Os crioulismos tambm entraram nesta categoria. Assim, o centro deste trabalho monogrfico ser o uso dos estrangeirismos na comunicao social, saber como se manifesta, e por ltimo realizaremos o estudo de caso nas matrias jornalsticas do jornal Expresso das ilhas.

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Esta dissertao teve como ponto de partida a pergunta Como se comportaram alguns temas e mitos ao longo da histria da literatura de Cabo Verde? Que caminho percorreram? Para tentar dar-lhe resposta recorremos metodologia comparativista, com o objetivo de analisar as evolues e possveis mudanas ocorridas ao longo dos tempos, a partir do cruzamento transversal entre temas e mitos em pocas diferentes. Foi assim necessrio abordar a literatura cabo-verdiana, na sua relao profunda com a histria do pas, considerando os seus trs grandes momentos: um tempo indefinido que vai at 1936, um segundo que vai de 1936 at 1975 e, por ltimo, o que vai desde essa data at atualidade. Ao longo dessa anlise, e a partir de um corpus textual necessariamente circunscrito, fomos detetando as variantes, as diferentes atualizaes ocorridas nesta literatura, geralmente provocadas por fatores de ordem geogrfica, pela evoluo histrico-social, por fatores ideolgicos que se prenderam sobretudo com a falta de liberdade vivida at 1975. Esta abordagem comparativista, a anlise intertextual que lhe inerente, proporcionou, no uma simples comparao, mas o desvendar de relaes mltiplas existentes entre as obras, o corpus literrio escolhido, e os tempos que lhes deram origem, permitindo assim conhecer as partes e, consequentemente o todo atravs do desocultamento do oculto. Constatou-se uma migrao dos temas e dos mitos entre as literaturas dos trs momentos. Em certos casos, alguns elementos permaneceram, mas com novas representaes, noutros assumem significados radicalmente diferentes dados os atuais contextos da sua recepo. Relativamente aos mitos, observou-se a sua crescente dessacralizao, em sintonia com o progresso que o pas foi conhecendo aps a independncia nacional. A leitura que fomos fazendo conduziu-nos deste modo a uma viagem ao passado do pas. Esta leitura transversal, alicerada na histria, dando conta das transformaes ocorridas ao longo dos tempos, mostrou-nos ainda de forma cabal a necessidade de se introduzirem mudanas no ensino da literatura nas escolas cabo-verdianas. Uma mudana que dever passar por uma abordagem comparativista, que privilegia as relaes entre textos de diferentes pocas, a sua perspetivao interdisciplinar com outras formas de expresso, capaz de transformar o aluno-mero-receptor num leitor ativo, implicado numa realidade que lhe diz respeito.