996 resultados para Mulheres Saúde e Higiene
Resumo:
Analisar a relao entre a atuao de profissionais de Equipes de Saúde da Famlia e a mulher com tuberculose, segundo a dimenso de enfoque familiar. Participaram oito profissionais de Equipes de Saúde da Famlia de municpio da regio metropolitana de Joo Pessoa-PB. As informaes foram coletadas por meio de entrevistas semi-estruturadas e analisadas segundo a tcnica de anlise de contedo, modalidade temtica. Os profissionais reconhecem a precariedade social e preconceito vivenciados pelas mulheres com tuberculose, sugerindo a necessidade de um cuidado baseado no conceito de integralidade em saúde. Ressaltam ainda a importncia do Tratamento Diretamente Observado de Curta Durao, da existncia de incentivos, e a pouca adeso das mulheres s atividades educativas e formao de grupos. Poucos profissionais reconhecem a incluso de familiares no cuidado mulher com tuberculose, o que indica a necessidade de discusso desse fato para potencializar o xito do tratamento dessa doena.
Resumo:
Este estudo objetivou compreender as experincias e expectativas de mulheres submetidas histerectomia. O referencial filosfico do estudo foi a Fenomenologia Social de Alfred Schtz. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com dez mulheres que realizaram histerectomia eletiva. A anlise dos depoimentos mostrou que a mulher, diante da necessidade da histerectomia, evoca mitos e constructos sociais referentes retirada do tero e transcende-os, decidindo pela cirurgia em decorrncia dos sinais e sintomas vivenciados em seu cotidiano. Ao ser submetida histerectomia, experiencia um processo positivo de mudanas, com melhora na vida sexual e nas relaes sociais. Tem como projeto a busca por qualidade de vida, considerando as necessidades biopsicossociais vivenciadas nesse perodo do ciclo vital. O conhecimento das vivncias da mulher aps histerectomizada oferece subsdios aos profissionais de saúde que cuidam dessa clientela, sinalizando aes conforme suas experincias e expectativas de cuidado.
Resumo:
O objetivo deste artigo apresentar algumas reflexes acerca das possibilidades investigativas do cotidiano atravs da anlise dos modos de vida, que ampliem perspectivas ao campo de pesquisa em saúde pblica, considerando que o estudo dos modos de vida no cotidiano envolve a anlise das trajetrias que contextualizam rotinas, interaes e significados de vida. Isso possibilita ao pesquisador social do campo da saúde, a partir de um enquadre terico, uma flexibilizao metodolgica que oferece mobilidade na escolha da tcnica que melhor favorea o entendimento da questo a ser investigada. Tem-se aqui, como referncia conceitual, a ideia de um cotidiano investigado a partir de processos e contextos interativos, em oposio a uma objetivao categorial entre sujeito e objeto. Nesse contexto, partindo da reflexo terica, toma-se como referencial emprico da pesquisa, a sala de espera do ambulatrio do Servio de Metabolismo Osteoarticular de um Posto de Saúde na cidade de Fortaleza/CE, no intuito de tornar possvel uma compreenso interpretativa do cotidiano que envolve as situaes de vida e de saúde de mulheres com osteoporose.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a efetividade das orientaes para higiene do sono em mulheres portadoras de fibromialgia. MATERIAIS E MTODOS: Setenta mulheres completaram o estudo. Na avaliao foram aplicados o Questionrio de Impacto da Fibromialgia(FIQ), o ndice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e um questionrio geral, com dados pessoais e informaes de hbitos de vida. Todas as pacientes receberam informaes quanto doena, alm de um dirio do sono, e apenas o grupo-experimental recebeu orientaes para higiene do sono. Foi solicitado s pacientes que realizassem a higiene do sono, e as mesmas foram reavaliadas aps trs meses. RESULTADOS: A idade mdia das pacientes do grupo-controle foi 55,2 7,12 anos, e a do grupo-experimental foi 53,5 8,89 anos (P = 0,392). Nessas pacientes foram observadas diminuies da medida de Escala Visual Analgica de dor (P = 0,028), de cansao (P = 0,021) e do componente 1 do PSQI (P = 0,030). O grupo que recebeu orientaes para higiene do sono mostrou reduo significativa na dificuldade de retorno ao sono quando acordava de madrugada (P = 0,031). O grupo-experimental apresentou aumento na porcentagem de relatos de "ambiente sem rudo" (variando de 42,9% para 68,6%), diminuio da porcentagem de relatos de "ambiente com pouco rudo" (variando de 40% para 22,9%) e diminuio na porcentagem de relatos de "ambiente com muito rudo" (variando de 17,1% para 8,6%). As alteraes facilitaram o retorno ao sono quando as pacientes acordavam durante a madrugada. CONCLUSO: Uma cartilha com orientaes de higiene do sono permitiu a alterao do comportamento das pacientes, que obtiveram melhora da dor e do cansao, aumento da qualidade subjetiva do sono, alm de facilitao do retorno ao sono aps despertar durante a madrugada.
Hierarquias reprodutivas: maternidade e desigualdades no exerccio de direitos humanos pelas mulheres
Resumo:
A partir da concepo contempornea de direitos humanos, o texto discute os direitos reprodutivos e o exerccio da maternidade. Aps histrico e definio dos direitos reprodutivos e dos direitos sexuais, o artigo trata da maternidade voluntria, segura, socialmente amparada e prazerosa, para propor uma reflexo sobre 'hierarquias reprodutivas'. Defende-se que diferentes aspectos das mes - tal como raa, classe social, idade e parceria sexual - determinam a legitimidade e aceitao social destas maternidades, e, portanto, suas vivncias. Quanto maior o nmero de aspectos 'negativos' presentes na mulher (ou casal) ao exercitar a maternidade e/ou a reproduo e cuidado com os filhos, mais prxima da base da pirmide hierrquica estar e, ainda, maior dificuldade encontrar no exerccio de seus direitos humanos. O texto conclui que so necessrias polticas pblicas de suporte social maternidade para as mulheres que assim escolham, indistintamente, visando promover o exerccio de seus direitos humanos.
Resumo:
O "monoplio da cozinha", histrica e culturalmente, atribudo s mulheres, mes. Para cuidar da famlia, elas elegem alimentos, compram, cozinham e os servem. Sustentam a comensalidade. Em contextos de HIV/Aids, onde h perda da me, as filhas tornam-se responsveis por esses cuidados. O que pensam as meninas do papel de cuidadoras com o qual, prematuramente, deparam-se? O que dizem seus irmos sobre isso? Realizamos entrevistas semidirigidas com 14 jovens rfos. Os dados foram analisados pela proposta de Mills (2009). As jovens no demonstram insatisfao por executarem novas tarefas, mas deploram o fato de impedirem o estudo e a vida alm-casa. Seus irmos entendem a lida da cozinha como coisa de mulher e, por isso, dificilmente colaboram. Essas jovens necessitam de cuidados direcionados situao vulnervel em que vivem. As polticas de Saúde Pblica poderiam pleitear macroestruturas que atuassem sobre essa demanda.
Resumo:
O objetivo deste estudo foi identificar as informaes necessrias para a elaborao de um manual educativo, para auxiliar a mulher no pr-operatrio para tratamento do cncer de mama. Para isso, foram entrevistadas mulheres com o diagnstico de cncer de mama e submetidas ao procedimento cirrgico pela primeira vez no mximo h seis meses. Foram includas 51 mulheres na faixa etria de 25 a 84 anos; 32 tinham companheiro; 26, ensino fundamental incompleto; 24 consideraram sua ocupao como "do lar"; 43,1% foram submetidas mastectomia; e 82,4% realizaram linfadenectomia axilar. Responderam um instrumento com dados scio-demogrficos e perguntas relativas s informaes/orientaes recebidas da equipe de saúde sobre tipos de cirurgia, internao, anestesia, uso do dreno e intercorrncias. Para a elaborao de material educativo, conhecer esta realidade e as expectativas dos sujeitos indispensvel para que sejam priorizadas as necessidades dos clientes, e no somente as exigncias teraputicas.
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INTRODUO: Quanto mais precoce o diagnstico e interveno da deficincia auditiva, menor ser o impacto para o desenvolvimento das habilidades cognitivas, auditivas e de linguagem da criana. OBJETIVO: Caracterizar a idade no diagnstico e no incio da interveno da perda auditiva e o acompanhamento de crianas atendidas em um servio pblico de saúde auditiva brasileiro - Espao Reouvir do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo. MTODO: Estudo retrospectivo com informaes de 166 pronturios de crianas no que se refere a: gnero; etiologia, tipo, grau e lateralidade da deficincia auditiva; idade do diagnstico e da adaptao do Aparelho de Amplificao Sonora Individual (AASI) e acompanhamento no servio. RESULTADOS: A amostra foi composta por 56% homens e 44% mulheres. A etiologia predominante foi a de origem multifatorial. A perda auditiva do tipo neurossensorial ocorreu em 88,6% dos casos. O grau de perda auditiva moderado foi o de maior ocorrncia (30,7%), simetria entre as orelhas foi encontrada em 69,9% dos casos e perda auditiva unilateral em 2,4%. A idade mdia no diagnstico foi de 5,46 anos e na interveno de 6,86 anos. Um total de 96,98% das crianas j havia completado o processo de adaptao e 78,32% permaneciam em acompanhamento. CONCLUSO: O Programa Reouvir - HCFMUSP ainda recebe crianas, seja para o diagnstico e/ou para a interveno, de maneira tardia. Entretanto, ainda assim faz-se possvel realizao do acompanhamento de um nmero significativo de crianas usurias de AASI, possibilitando um processo de adaptao mais efetivo.
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A anlise da massa muscular (MM) em idosos, seja total (MMT) ou apendicular (MMA), importante para o acompanhamento deste componente ao longo do envelhecimento, sendo que estes valores so mais associados incapacidade funcional quando ajustados pela estatura, possibilitando, assim, a anlise dos ndices de massa muscular total (IMMT) e apendicular (IMMA). O objetivo deste estudo foi apresentar valores normativos, expressos em mdias e percentis, de MMT, MMA, IMMT e IMMA, de idosos do municpio de So Paulo, segundo sexo e grupos etrios. A amostra foi composta por 1203 idosos de ambos os sexos, da coorte de 2006 do Estudo SABE: Saúde, Bem-estar e Envelhecimento, realizado no municpio de So Paulo, Brasil. As variveis MMT e MMA foram identificadas a partir de equaes preditivas, enquanto os respectivos ndices, pela razo entre os valores de MM e altura, ao quadrado (em kg.m-2). Os valores mdios e os desvios-padro de MMT, de mulheres e homens, com menos de 80 e 80 anos e mais, foram, em kg, 17,73,6, 14,43,2, 26,93,8 e 24,12,9, respectivamente, enquanto os valores de MMA foram 14,42,1, 13,02,0, 21,02,8 e 19,42,3, respectivamente. Quando ajustados pela altura, os valores de IMMT foram, em kg.m-2, 7,61,4, 6,31,2, 9,81,1 e 8,90,9, e os valores de IMMA foram, 6,10,7, 5,70,7, 7,60,8 e 7,20,7, respectivamente. Todas as variveis apresentaram alta correlao entre si (r>0,84). Homens e idosos mais jovens apresentaram maiores valores, com significncia estatstica, em relao aos seus pares e as diferenas entre os grupos etrios so maiores entre as mulheres.
Resumo:
No Brasil, a induo do aborto legalmente permitida somente quando necessria para salvar a vida da mulher ou quando a concepo ocorreu de estupro. Apesar das restries legais, morais e religiosas, a induo do aborto amplamente praticada. Com o objetivo de identificar as caractersticas do aborto incompleto nas mulheres admitidas na maternidade pblica de Florianpolis, foram entrevistadas 620 mulheres, entre 1o de julho de 1993 e 30 de junho de 1994. Com base em dados coletados por meio de questionrio estruturado, so apresentadas caractersticas scio-demogrficas, reprodutivas e mdicas dos abortos, classificados como certamente provocados, possivelmente provocados e espontneos. Entre os 141 casos de aborto provocado, cerca de 50% das mulheres reportaram uso isolado do Cytotec (misoprostol), ou deste associado a outro mtodo abortivo. Os resultados revelam que na populao estudada a induo do aborto prtica comum entre mulheres jovens, solteiras ou sem parceiro estvel, de bom nvel de escolaridade e no usurias de mtodos anticonceptivos. Foi tambm registrada uma reduo do nmero de complicaes graves relacionadas ao aborto provocado admitido ao hospital.
Resumo:
Este artigo analisa como a mdia impressa brasileira noticia o comrcio clandestino do misoprostol, o principal medicamento para aborto. Foram recuperadas 1.429 notcias, de 220 veculos de informao impressos e eletrnicos, entre 2004 e 2009. A anlise foi realizada em 524 notcias de 62 veculos impressos regionais e nacionais. O misoprostol pauta permanente, mas o enquadramento das notcias policial, diverso do aborto como uma questo religiosa, poltica e de saúde pblica que domina a mdia brasileira. O misoprostol est inserido no mercado ilegal de medicamentos de gnero, tais como os para emagrecimento, disfuno ertil ou anabolizantes. Sessenta e quatro (12%) notcias impressas apresentam histrias de vida de mulheres que abortaram com o misoprostol. As mulheres tm de 13 a 46 anos e sua insero de classe demarca diferentes experincias de aborto. Trs personagens foram identificados nos itinerrios de aborto: amigas, intermedirios e mdicos. As histrias de aborto tardio so confundidas com a tipificao penal do infanticdio e so casos-limite para a narrativa miditica.
Resumo:
Este artigo analisa o comrcio ilegal do medicamento abortivo misoprostol no Brasil, com base no estudo de dez casos que alcanaram o Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios entre 2004 e 2010. Os dados foram assim organizados: 1. histria das mulheres; 2. perfil dos vendedores; 3. casos de morte materna. Os resultados mostram que: 1. mulheres jovens, em relacionamento afetivo, fazem uso domstico do misoprostol sozinhas ou com auxlio dos vendedores. Das sete mulheres indiciadas, trs foram denunciadas ao chegar ao hospital pblico para finalizao do aborto; 2. os vendedores so funcionrios de farmcias e referncias locais para o comrcio do misoprostol. Eles informam as mulheres sobre uso do medicamento e preveno de infeces, mas se recusam a socorr-las em caso de emergncia. Os traficantes atuam pela internet e possuem um estoque mais amplo de medicamentos; 3. houve duas mortes maternas por mtodos invasivos combinados ao misoprostol. As principais causas de bito so a demora em buscar auxlio mdico por medo de denncia policial e o uso combinado do misoprostol com mtodos de alto risco.
Resumo:
O linfedema no membro superior uma complicao inerente ao tratamento de cncer de mama. Caracterizado pelo aumento do volume do membro, leva s limitaes fsicas e funcionais, e impacto negativo no mbito psicolgico e social. O objetivo deste estudo foi investigar a qualidade de vida e seus domnios, as estratgias de enfrentamento frente ao cncer de mama, e a correlao entre essas variveis. Este estudo foi realizado em um centro de saúde dedicado s mulheres, por quatro meses. Os instrumentos de avaliao foram: questionrio de caracterizao geral e especfico do cncer de mama, perimetria dos membros superiores; questionrios de qualidade de vida da Organizao Europia de Pesquisa e Tratamento do Cncer, EORTC QLQ-30 e BR-23; e Inventrio de Estratgias de Coping. Foram entrevistadas 82 mulheres, idade mdia de 57,4 anos (DV12,3), submetidas a tratamento cirrgico de mama unilateral e esvaziamento axilar, sem metstase. O linfedema apresentou-se em 39,03% (32) e parece no interferir muito na qualidade de vida das mulheres ps-cncer de mama, sendo a funo social a mais prejudicada. Sintomas relacionados quimioterapia e a mama incomodam as mulheres de ambos grupos, porm os sintomas relacionados aos braos foram estatisticamente maiores nas portadoras de linfedema. As estratgias mais utilizadas pelas entrevistadas para enfrentar o cncer foram a reavaliao, resoluo de problemas, fuga, suporte social e autocontrole, somente o autocontrole foi estatisticamente maior nas mulheres com linfedema. As estratgias de resoluo de problemas, autocontrole e baixo suporte social podem ter colaborado para o desencadeamento do linfedema. Conclui-se que o uso de estratgias ativas e positivas para enfrentar o cncer de mama parece resultar na boa adaptao psicossocial