999 resultados para Música popular - Brasil História
Resumo:
Os ndios Palikur, um grupo Aruak, vivem s margens do Rio Urucau, no Brasil e em diferentes localidades na Guiana Francesa. No sculo XVII envolveram-se em um longo conflito com os Galibi, um grupo Carib, situado mais ao norte. Os Galibi-Marworno, por sua vez, habitam uma ilha no Rio Ua, so os descendentes de vrias etnias, essencialmente Carib e hoje falam o patois (crioulo). Tambm vivenciaram conflitos na regio. Neste texto apresento e comparo trs verses referentes a esses episdios, usados como matriz pelos indgenas para desvendar conceitos de identidade e alteridade, partes de uma construo do cosmo e de um processo histrico especficos daquela regio das Guianas.
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Este ensaio pretende esboar, de forma introdutria, alguns campos de interesse da etnomusicologia, disciplina, que apesar de percebida durante longo tempo como de natureza hbrida -- ou seja, pertencente musicologia quanto a seus contedos e antropologia quando se trata de seus mtodos de pesquisa -- cresceu consideravelmente nas ltimas dcadas levando constituio de centros de estudos e de pesquisa nas principais universidades americanas e europias, firmando-se, cada vez mais, com expresso prpria tambm no Brasil. Os comentrios sobre o estudo dos instrumentos musicais ao final do texto servem de argumento s imagens que constituem o bloco temtico do caderno de fotografias deste nmero da Revista de Antropologia.
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O autor analisa a formao do campo temtico dos estudos de relaes raciais, no Brasil dos anos 1940, e sua posterior superao pelos estudos de identidade racial e racismo, nos anos 1970, buscando precisar a história dos significados tericos de dois conceitos: preconceito de cor e racismo. Retroagindo ao final do sculo XIX, o autor argumenta que o racialismo dogmtico de ento foi desbancado pelo culturalismo do comeo do sculo XX, apenas para ceder lugar impreciso entre a expresso nativa "preconceito de cor" e "preconceito racial", esta ltima introduzida pelo paradigma das relaes raciais, gerado pela Escola de Chicago. Com a superao deste, nos anos 1970, e sua substituio por paradigmas que utilizam quase exclusivamente a anlise estrutural e institucional, o conceito de racismo passou a denominar de maneira imprecisa todas as dimenses da vida social e da interao entre "brancos" e "negros". O autor sugere que apenas um retorno separao analtica das diversas formas de interao e dimenses da vida social pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primrdios das cincias sociais.
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O trabalho aborda a história da aliana entre a misso evanglica Summer Institute of Linguistics e os intelectuais latino-americanos entre as dcadas de 1930 e 1970. A proposta reconstruir o contexto poltico e intelectual em que essa aliana ocorreu no Mxico, Peru e Brasil. Em particular, ser focalizado o papel do Instituto Indigenista Interamericano como espao de contato da misso com os governos latino-americanos.
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Este artigo prope uma nova leitura dos clebres ensaios dedicados por Montaigne Amrica e a seus povos, inicialmente luz da forma retrica da declamao, neles adotada. A comparao entre os Ensaios "americanos" permite ainda evidenciar o lugar privilegiado do Brasil, e de seus Canibais, na reflexo de Montaigne acerca do Novo Mundo, e a composio de uma imagem de todos os seus povos como ao mesmo tempo conformada ao modelo ednico dos Tupinamb e elevada dignidade dos grandes homens da Antiguidade - "tupinambizada" e "romanizada".
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Este artigo objetiva levantar questes acerca de alguns dos debates travados pela historiografia colonial brasileira nas ltimas duas dcadas, relacionando-as, em linhas gerais, com mudanas polticas e sociais ocorridas no Brasil. Sugere-se que, no cerne de tais debates, encontra-se um mal-estar atinente s formas pelas quais os historiadores lidam com o problema da responsabilidade diante de uma sociedade marcadamente desigual.
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Resumo Neste artigo busca-se compreender o modo pelo qual os liberais moderados paulistas chegaram a formular o que teoricamente veio a se conceituar como monoplio fiscal, impretervel para a constituio do Estado moderno, tambm em sua dimenso liberal. Para tanto so utilizadas as matrias publicadas na imprensa paulista do 1 Reinado, constituda pelos peridicos O Farol Paulistano (1827 a 1831) e O Observador Constitucional (1829 a 1831).
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Resumo Este artigo visa discutir a relao entre o segundo imperador do Brasil, Pedro d'Alcntara, e seu ltimo mestre de lnguas semticas e orientais, o alemo Christian Friedrich Seybold (1859-1921). Uma leitura preliminar dos dirios do monarca nos chamou a ateno para a enorme quantidade de menes e referncias quele orientalista alemo, o que revela, de certa forma, a importncia que o professor ocupava na vida de d. Pedro II. No entanto, ao passo que Seybold est presente em numerosas pginas dos dirios, nos causa certa estranheza que tal fato tenha merecido pouca ou nenhuma considerao por parte dos bigrafos do imperador, j que o contato frequente entre eles durante cinco anos se resume a algumas poucas linhas e aluses esparsas. Partindo de uma releitura crtica do material disponvel na historiografia brasileira sobre Seybold, pretendemos aportar novos dados para o estudo bio-bibliogrfico daquele que foi uma figura atuante na vida intelectual de d. Pedro II, presente at os ltimos dias de vida do soberano.
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O Departamento de Nutrio da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo realizou inquritos nutricionais em regies interioranas do Estado de So Paulo, Brasil, a fim de estabelecer aspectos epidemiolgicos dos problemas nutricionais. A prevalncia de arriboflavinose foi um dos vrios problemas de Nutrio pesquisados sob o ponto de vista de Sade Pblica. Para tal fim, foram realizados inquritos alimentares, clnicos e bioqumicos, visando enfocar diferentes momentos da história natural da arriboflavinose. Pde-se constatar que 30,8% das pessoas examinadas tiveram pelo menos um sinal clnico atribuvel deficincia de riboflavina; 41% apresentaram nveis de excreo urinria abaixo da normalidade e mais de 50% das famlias amostradas tiveram uma adequao de consumo abaixo de 60% das necessidades recomendadas.
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Foi feita reviso e anlise, sob um ponto de vista antropolgico, da literatura mais representativa sobre sade e doena e prticas de cura no Brasil. Nessa literatura, em primeiro lugar, houve a preocupao de coletar documentos sobre as tradies regionais do mundo rural, expressando uma ampla variedade de pontos de vista. Em geral, "medicina popular" era vista como um conjunto de prticas e idias rudes e imitativas, provenientes tanto da medicina erudita do passado como das tradies tnicas brasileiras. Em segundo lugar, as cincias sociais exerceram uma grande influncia neste tipo de estudo. Depois dos anos 30 e, principalmente, dos anos 40 aos 70, um nmero importante de trabalhos tiveram lugar nesse campo de estudo, influenciados pelas posturas acadmicas como, por exemplo, o funcionalismo, a teoria da aculturao, e as teorias do desenvolvimento. Durante os anos 70 o campo atingiu a sua maturidade com um grande nmero de pesquisas sob vrias influncias tericas. As teorias estruturalistas e funcional-estruturalistas (que variam entre o formalismo abstrato e o substantivismo) tiveram um peso mais consistente nessa dcada. Trs importantes estudos recentes foram tambm analisados, e as principais tendncias abertas nesse campo foram tambm discutidas, particularmente as tentativas marxistas de anlise.
Resumo:
Atravs da anlise das relaes existentes entre as medidas de risco e as medidas de eficincia de testes de diagnstico ou triagem, so discutidos os problemas e limitaes concernentes ao uso de fatores de risco na predio da distribuio de efeitos (infeco, doena, cura) em uma populao. Para ilustrar o tema, foi utilizada a associao, em crianas, entre a questo "voc j tomou banhos em rios?", muito utilizada em anamneses clnicas ensinadas em diversas escolas mdicas do Brasil, e a infeco pelo Schistosoma mansoni. A história de banhos em rios, enquanto um importante fator de risco, mostrou-se mau preditor da ocorrncia da infeco esquistossomtica. A anlise demonstrou que este achado , em grande parte, devido a baixa freqncia de história negativa de banhos em rios. Porm, a possibilidade da utilizao de fatores de risco isoladamente ou agrupados, com o objetivo de predio de efeitos, possvel e desejvel. Apesar de pouco explorado nos seus aspectos prticos ou conceituais, esta rea de conhecimento representa um importante ponto de convergncia entre a epidemiologia das causas e a epidemiologia das intervenes.