872 resultados para Profissionais da saúde
Resumo:
Os comportamentos depressivos são cada vez mais evidentes na sociedade atual e ocorrem normalmente, a partir da adolescência, sendo a sua incidência maior nas mulheres. Esses comportamentos, que se traduzem em sintomatologia depressiva interferem com vários aspetos do ser humano, desde a sua imagem corporal, aos seus estados nutricional e psicológico, até ao seu estado de saúde em geral, e ao seu padrão de sono. Este trabalho procura explorar as relações entre os hábitos e a qualidade do sono e a sintomatologia depressiva. Foram avaliados 100 profissionais de saúde com horários de trabalho irregulares e com idades compreendidas entre os 20 e os 65 anos : 54 do sexo feminino e 46 do sexo masculino. Aplicou-se um questionário onde se recolheram os seguintes dados: IMC, horário de trabalho, alimentação, consumo de substâncias estimulantes, sintomatologia depressiva, sonolência diurna e qualidade do sono. Relativamente ao IMC verificou-se que 44% dos inquiridos apresenta excesso de peso e 2% já se encontra em Obesidade grau I. Relativamente ao horário de trabalho, 74 % dos inquiridos referiu o turno da manhã como sendo o seu preferencial e 59% disse que o trabalho por turnos que não era vantajoso. Na avaliação da interferência do horário de trabalho por turnos nas diversas atividades extra profissionais verificou-se que quanto ao tempo de lazer 72 % dos inquiridos disse que interfere muito, na vida social e familiar 78 % dos inquiridos diz que interfere muito, nas atividades pessoais 60 % dos inquiridos disse que interfere muito e na alimentação 83 % dos inquiridos diz que interfere muito. Ainda na alimentação, verificou-se que 52% dos inquiridos acha que o tempo que tem disponível não é adequado a uma boa refeição pelo que se verificou uma frequência das refeições irregular nomeadamente ao pequeno almoço, que apenas 47% disse sempre tomar. Relativamente ao consumo de substâncias estimulantes a mais consumida é o café, uma vez que mais de metade (53%) dos inquiridos diz tomar sempre, segue-se o consumo de tabaco, o qual 44% dos inquiridos disse consumir sempre. Quanto ao exercício físico 68% dos inquiridos disse não praticar. Na presença de sintomatologia depressiva, verifica-se que a maior parte dos inquiridos (68%; n=68) apresenta uma sintomatologia depressiva mínima, 24% apresenta depressão ligeira e 8% (n=8) apresenta depressão moderada. A determinação da sonolência diurna, verifica-se que 28% (n=28) dos inquiridos apresenta pouca sonolência diurna, 65% apresenta moderada sonolência diurna e 7% apresenta Sonolência diurna excessiva. Quanto á qualidade do sono, verifica-se que 18 % dos inquiridos tem uma boa qualidade de sono, 53 % tem sono de má qualidade e 29% dos inquiridos apresenta distúrbio de sono. Estas evidências levaram a concluir que existe uma forte relação ente o sono e a sintomatologia depressiva, e que o horário de trabalho por turnos interfere na qualidade de vida dos indivíduos, sendo que a única forma de intervir está na prevenção, incentivando os trabalhadores a hábitos de vida saudáveis e a um controlo periódico do seu estado de saúde.
Resumo:
A elaboração da proposta da presente Norma teve o apoio científico de Anabela Graça e André Coelho.
Resumo:
A elaboração da proposta da presente Orientação teve o apoio científico de Anabela Graça, André Coelho e Rita Oliveira.
Resumo:
Introdução: Em 2011 residiam em Portugal 394.496 cidadãos estrangeiros, 3.7% do total da população do país.A partir de 2008, diminuiu o número global de imigrantes mas aumentou o número de estrangeiros altamente qualificados. Em 2013/2014 cerca de 9% do total dos estudantes do ensino superior em Portugal eram estrangeiros. Alguns estudos empíricos revelam que os estudantes universitários internacionais apresentam vulnerabilidades específicas. Estudos sobre processos de transição em saúde focando este grupo são escassos ou inexistentes em Portugal. Objetivos: Identificar os fatores de vulnerabilidade em saúde, através da análise de experiências vivenciais de integração, inclusão ou exclusão de estudantes estrangeiros no ensino superior em Coimbra; Compreender de que forma a pertença a um grupo de expressão minoritária influencia a integração na vida académica; Identificar fatores de inclusão e de exclusão, com vista à prestação de cuidados de enfermagem sensíveis e culturalmente congruentes. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema e analisada informação estatística sobre fluxos migratórios recentes em Portugal. O estudo exploratório, de natureza qualitativa, incluiu uma amostra de conveniência constituída por 8 estudantes estrangeiros inscritos no ensino superior em Coimbra no ano letivo 2015-2016. Para proceder à recolha de dados, cada estudante participou numa entrevista semiestruturada durante cerca de 30 minutos, realizada em inglês e português que foi gravada em áudio e posteriormente transcrita e analisada de acordo com a metodologia análise de conteúdo. Resultados: A amostra foi constituída por 8 participantes, 3 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, com idades entre 20 e 39 anos. As nacionalidades, representativas de alguns dos principais grupos de estudantes do ES em Portugal foram: países da união europeia (Bélgica, Grécia, Itália, Polónia e Suíça), EUA, Brasil e China. Foram identificados 4 temas comuns, com impacto nos processos de integração, que influenciam a saúde e bem-estar: diferenças culturais relativas a valores estruturais e as formas de sociabilidade; religião; barreira linguística; experiências concretas de exclusão. A maioria dos inquiridos reportou alterações nos padrões de consumo de álcool relacionado com a cultura permissiva de consumo em Portugal no meio académico. A experiência de ser estudante internacional em Coimbra foi considerada positiva, permitindo um forte contacto com outras culturas e vivências pessoais de liberdade e autonomia. Os estudantes em contacto com o sistema nacional de saúde, relataram diferentes conceções culturais sobre cuidados de saúde e valores dos profissionais de saúde. Conclusões: Os achados do estudo vão de encontro a estudos empíricos que revelam a importância de fatores como as barreiras linguísticas e culturais, a perda de apoio social e dificuldades de integração académica nos estudantes internacionais do ensino superior. A existência de aulas e unidades curriculares em Inglês é facilitadora da integração. O suporte entre estudantes nas mesmas circunstâncias, embora de nacionalidades e culturas diferentes é um fator positivo de integração. Estes dados podem proporcionar indicadores relevantes para as necessidades específicas de promoção de saúde deste grupo.
Resumo:
O fisioterapeuta, enquanto profissional de saúde, contacta com uma elevada heterogeneidade de utentes e ambientes e caso sejam negligenciadas as corretas medidas de prevenção e controlo da transmissão e disseminação de doenças infecciosas, o próprio fisioterapeuta além de colocar a sua própria segurança em risco, poderá tornar-se um veículo para a transmissão e disseminação das mesmas entre pacientes, entre pacientes e fisioterapeuta, outros profissionais de saúde e, concomitantemente, levar à contaminação do ambiente e comunidade em geral. Deste modo, é pertinente e urgente que o fisioterapeuta, enquanto profissional de saúde, seja portador de conhecimento sobre os princípios que compreendem as doenças infecciosas e a sua disseminação e as medidas adequadas para o seu controlo e prevenção, de forma a poder contribuir para a prevenção e controlo da infecção como elemento essencial na sua prática profissional.
Resumo:
A gravidez é um período único, quando surgem alterações no processo normal da gravidez, é considerada uma gravidez de risco, ocorrendo vivências que influenciam a grávida e todo o contexto envolvente. O objetivo deste estudo é conhecer as vivências experienciadas pelas enfermeiras com gravidez de risco. É um estudo fenomenológico, de natureza qualitativa, realizaram-se sete entrevistas semiestruturadas, tendo como critérios de inclusão: ser enfermeira a exercer a profissão, ter vivenciado uma gravidez de risco, estar nos primeiros seis meses de pós-parto. O tratamento da informação através da análise de conteúdo conduziu à criação de oito categorias: vivências face ao diagnóstico de risco, alterações no quotidiano, vivências das alterações no quotidiano, alterações na vida profissional, vivências das alterações na vida profissional, apoio, expectativas relativamente ao parto e vivências relativamente ao parto. As participantes revelaram o medo como vivência central, alterações no quotidiano fundamentalmente nas tarefas domésticas, perante estas alterações vivenciaram solidão, limitação e dependência. A nível profissional, todas tiveram atestado médico. Os conhecimentos e experiência das participantes afetaram a vivência da gravidez, no entanto não referiram diferenças entre as influências positivas e negativas. Revelaram que maioritariamente receberam apoio durante a gravidez. Seis das sete entrevistadas tinham como expetativa ter parto eutócico. As vivências do trabalho de parto foram principalmente a revolta, o medo, a insegurança. Apresentam-se como sugestões: acompanhamento da gravidez por profissionais de saúde sensíveis para esta problemática; desenvolvimento de ações de promoção da saúde específicas; criação de consultas para desenvolver estratégias específicas; adaptação das condições nos locais de trabalho.
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NORO, Luiz Roberto Augusto et al. Incidência de cárie dentária em adolescentes em município do Nordeste brasileiro, 2006, Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 4, p. 783-790, abr. 2009.
Resumo:
O leite humano é considerado a base da alimentação da criança, porque para além de ser nutritivo ao fornecer-lhe os nutrientes necessários ao seu crescimento, ainda lhe transmite fatores imunológicos e enzimas, protegendo o lactente contra infeções e alergias, bem como facilita o seu desenvolvimento psicossocial. Pedroso (2011, p.40) ao citar Parizotto e Zorzi (2008) refere também que "amamentar é muito mais do que alimentar a criança. Envolve uma interacção complexa, multi-factorial, entre duas pessoas, que interfere no estado nutricional de uma criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional". A criança ao mamar, ao sugar o leite materno realiza movimentos musculares a nível da região oral. Ao realizar esses movimentos, a criança obtém uma tonicidade muscular adequada e uma estimulação da estrutura óssea e dos músculos faciais, o que contribui para o correto desenvolvimento dos órgãos fono-articulatórios, prevenindo alterações de hipo-desenvolvimento, mal oclusões e problemas de articulação (Delgado & Halpern, 2005). Pereira (2008) ao citar (Sousa, 1997) refere que a criança durante a amamentação, aprende a respirar corretamente pelo nariz, evitando amigdalites, pneumonias, entre outras doenças. O aleitamento materno proporciona ao bebé um padrão de respiração correto, favorecendo o encerramento labial e a postura adequada da língua, garantindo a boa relação entre as estruturas do Sistema Estomatognático (Tollara et al, 2005), citados por Pereira (2015, p. 15). Cada vez mais as informações veiculadas através dos meios de comunicação social chamam a atenção para a importância da amamentação. No entanto, a promoção comercial desenvolvida pela indústria e empresas do setor podem diminuir a promoção do aleitamento materno, ao oferecerem amostras às mães nas maternidades, o que pode promover o abandono progressivo do aleitamento materno. Segundo Andrezza et al (2013) os bicos de qualquer natureza, quando utilizados por um determinado período, podem causar o fenómeno denominado de confusão de bicos, acabando por levar ao desmame precoce. Um estudo desenvolvido por França et al (2008) referem que o uso da chupeta é um dos determinantes principais que levam as mães a interromper precocemente o aleitamento. O uso da chupeta, referido desde o período neolítico (Castilho e Rocha, 2009), temática controversa, merece a atenção dos vários profissionais de saúde, e é considerado como um problema de Saúde Pública. Pereira (2015) no estudo que desenvolveu concluiu que as crianças que usaram chupeta apresentaram mais alterações na fala, na postura, mobilidade da língua e na mordida comparativamente com as que não a utilizaram. Galvão (2006, p. 25), ao citar a OMS e a UNICEF (1995), afirma que "as práticas adoptadas nos serviços de saúde podem ter um efeito importante sobre a amamentação. Práticas desfavoráveis interferem com a amamentação e contribuem para a disseminação do aleitamento artificial. Boas práticas apoiam o aleitamento materno e favorecem que as mães amamentem com sucesso e continuem a amamentar por longo tempo". Torna-se igualmente importante que as orientações fornecidas pelos profissionais de saúde não sejam diferentes, ambíguas ou contraditórias, pois pode aumentar a ansiedade e angústia das mães. Neste sentido, importa saber: o que sabem as mães que amamentam ou amamentaram sobre a influência do uso da chupeta no processo da amamentação e no desenvolvimento da criança? O que levou as mães que amamentam ou amamentaram a decidir colocar ou não chupeta aos filhos?
Resumo:
Quando os doentes entram no sistema de saúde esperam receber tratamento e cuidados que conduzirão à melhoria da sua condição. Se, por um lado, se encontram inseguros quanto à probabilidade de sucesso dos atos médicos a que são sujeitos, têm expectativas elevadas em relação à qualidade dos cuidados que vão receber. Não esperam que a sua condição se deteriore em resultado de eventos adversos no processo de tratamento. Faz parte das responsabilidade s de todos os profissionais de saúde reconhecer que os incidentes são de esperar, que ocorrerão em sistemas complexos como é o caso da radioterapia e que alguns desses incidentes poderão, direta ou indiretamente, causar danos aos doentes. O reconhecimento de que os erros levam a incidentes e de que os incidentes conduzem a eventos adversos é o primeiro passo para a construção de um sistema de saúde robusto que admite a tolerância à falha. Este sistema terá que identificar e responder eficazmente aos incidentes de tal forma que a aprendizagem organizacional seja uma realidade.
Resumo:
O diagnóstico de cancro e os tratamentos subsequentes podem ter um impacto devastados na qualidade de vida da pessoa, assim como na vida dos familiares e amigos. Os doentes são confrontados com novos medos e incertezas que podem estar relacionados com os tratamentos desconfortáveis e muitas vezes debilitantes. A prestação de cuidados de apoio pode ser vista num continuum de cuidados, prestados do diagnóstico à cura, ou do diagnóstico à morte, passando pelo processo de tratamento, tantas vezes prolongado, como é o caso da radioterapia. As necessidades de apoio vividas pelos doentes podem não ser percebidas ou devidamente identificadas pelos profissionais de saúde. Uma ineficiente comunicação interprofissional e uma coordenação ineficaz poderão estar também na base do fracasso do apoio prestado ao doente. A maior parte dos doentes quer ter acesso a informação o mais detalhada possível acerca da sua doença e das possíveis opções de tratamento e esperam que os serviços sejam prestados com os mais elevados padrões de qualidade
Resumo:
Crianças dependentes do uso de tecnologias para viver necessitam de cuidados diferenciados, tanto dos profissionais da saúde como de sua família. Para o enfermeiro atuar junto à família da criança dependente do uso de tecnologias é necessário que compreenda quais são os recursos importantes para o enfrentamento de situações estressantes que envolvem, necessariamente, o conviver com a doença e o cuidado. Ao vivenciar a relação com essa família, o enfermeiro estuda e desenvolve sua prática de aprendizado e de ensino sobre o cuidado humano, criando o fazer profissional e, nesse processo de aprender/ensinar/criar, ele concebe, organiza e expressa ações de cuidado. A compreensão da experiência da família no processo de cuidar da criança em seu cotidiano pode subsidiar as intervenções da enfermagem nessas situações. Assim, objetivou-se conhecer as vivências de famílias no cuidado às crianças dependentes de tecnologias. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória no primeiro semestre de 2014. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com treze familiares cuidadores de crianças dependentes de tecnologias atendidas em uma Unidade de Pediatria de um hospital universitário do sul do país e submetidos à análise temática. Encontraram-se como categorias: caracterização da população do estudo; identificação da percepção do familiar cuidador a cerca do cuidado à criança dependente de tecnologia; recepção do diagnóstico da criança; mudanças do cotidiano familiar em função do cuidado à criança; profissionais de saúde e a enfermagem: contribuições para a instrumentalização do familiar cuidador; facilidades e dificuldades encontradas pelo familiar cuidador durante o cuidado à criança dependente de tecnologia; recebimento de ajuda da rede de apoio social para o cuidado à criança. Acredita-se que este estudo possibilitou a compreensão da experiência de famílias no processo de cuidar da criança dependente de tecnologias em seu cotidiano, subsidiando as intervenções da enfermagem nessas situações.
Resumo:
Objetivou-se conhecer como a família e os profissionais da equipe de enfermagem compartilham o cuidado à criança hospitalizada. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória de cunho qualitativo. Teve como contexto a Unidade de Pediatria do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. Os participantes do estudo foram treze familiares de crianças internadas no setor, no período da coleta de dados e por nove profissionais da equipe de enfermagem atuantes no mesmo local. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas no 2° semestre de 2014 e analisados pela técnica de Análise temática. Foram respeitados os aspectos éticos do estudo de acordo com a Resolução 466/12. Produziram-se dados acerca da percepção dos familiares cuidadores sobre a internação da criança na Unidade de Pediatria, abordando o impacto da necessidade de internação da criança no hospital, os cuidados realizados pela família á criança no hospital, a assistência de enfermagem prestada à criança e à família no setor e sugestões do familiar cuidador para a melhoria do cuidado de enfermagem prestado no setor. Quanto à percepção dos profissionais, abordou-se a presença do familiar cuidador da criança no hospital, o cuidado prestado pela família no hospital, os cuidados prestados pelos profissionais de enfermagem à família e à criança no hospital, a estrutura da Unidade de Pediatria para o recebimento da criança e do familiar cuidador, situações em que os profissionais de enfermagem identificam que o cuidado da criança é compartilhado no hospital e os aspectos positivos e negativos do cuidado compartilhado na Unidade de Pediatria. Concluiu-se que compartilhar o cuidado à criança no hospital implica em mudanças de valores e atitudes por parte dos familiares cuidadores das crianças e dos profissionais da equipe de enfermagem, tendo em vista que ambos têm o objetivo comum de tornar a hospitalização da criança o mais breve e menos traumática possível. A enfermagem precisa mostrar iniciativa na negociação do cuidado à criança com seu familiar cuidador, valorizando suas crenças, valores e saberes, familiarizando-o com as normas e rotinas do hospital, auxiliando-o a adquirir habilidades e competências para cuidar, assumindo a articulação pela assistência prestada no setor. O conhecimento gerado nesse estudo poderá proporcionar subsídios aos cuidadores (famílias e profissionais da saúde) para a (re) construção de um cuidado sensível às necessidades da criança internada e sua família.
Resumo:
Este estudo objetivou conhecer a percepção de adolescentes usuários de drogas atendidos no CAPS ad no município do Rio Grande acerca da dependência química.Tratou-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa realizada no primeiro semestre de 2012 no CAPS ad do município do Rio Grande/ RS, com oito adolescentes usuários de drogas. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas e analisados pelo método de Discurso do Sujeito Coletivo. Os dados do estudo mostraram que as principais causas apontadas pelos adolescentes para o início do uso de drogas foram à curiosidade, a imaturidade e a ingenuidade; a influência dos amigos e a vontade de pertencer a um grupo, de não ser diferente de seus pares; acharem que se muitos às utilizam estas devem ser boas; conviver com usuários de drogas no seu ambiente de consumo e a dificuldade de enfrentar perdas e a desestruturação familiar. Evidenciou-se que a droga apresenta-se como fonte de alívio para a tristeza e o desamparo sentido. As principais consequências do uso de drogas foram desgraça, tristeza e muitas coisas ruins; alguns se sentem fortes, poderosos e rebeldes, desestruturação familiar, interrupção do processo de escolarização e marginalização. Os principais fatores de risco para o uso de drogas na adolescência são a falta de informações, o não acreditar nos malefícios das drogas e nas consequências negativas destas em suas vidas, ver outro usuário falando ou consumindo a droga e conviver com usuários de drogas no seu ambiente de consumo, ser assediado por traficantes que lhes oferecem a droga e insistem para que a consumam, morar com uma família em que o uso de drogas está naturalizado, perceber a droga como uma coisa boa e fonte de alívio e vivenciar situações de raiva extrema e de perda de controle. Verificou-se como fatores de proteção a vontade de parar de usar drogas, a busca de ajuda por parte dos familiares, a existência dos Serviços de Atenção aos usuários, do Conselho Tutelar e do Juizado da Infância e da Adolescência. Verificou-se como Influência do vínculo familiar para o uso de drogas na adolescência a falta de atitude dos pais ao saberem do uso de drogas de seus filhos. Os familiares percebem que o adolescente está fazendo uso de drogas por seu aspecto físico e diante de suas atitudes agressivas. Muitos adolescentes convivem com o uso de drogas por seus familiares desde a infância. Possuem como expectativas e projetos de vida: retomar os estudos, arrumar um emprego e ter uma profissão, construir uma família, tornar-se motivo de orgulho para seus pais, mudar sua história de vida, realizar um tratamento e parar de usar drogas, se desintoxicar e se reinserir na sociedade, reconquistando a confiança e respeito das pessoas com quem convive, viver pelo menos até passar dos 18 anos de idade. concluiu-se que adolescência é uma etapa vulnerável, em que o jovem enfrenta mudanças pessoais, familiares e sociais. Dessa forma a família, professores e profissionais da saúde precisam saber como lidar com os conflitos vividos pelos adolescentes de forma a fornecer suporte com vistas a minimizá-los. O conhecimento construído com este estudo poderá nos possibilitar um novo olhar para os transtornos relacionados ao uso de drogas na adolescência, auxiliando na elaboração de estratégias de prevenção e tratamento mais efetivo.
Resumo:
Similar a outras lesões de pele, têm sido identificadas lesões precursoras de carcinoma de células escamosas na mucosa da cavidade oral. Na boca, apresenta-se frequentemente em forma de placa branca, denominada leucoplasia. Na conferência de 2005, a leucoplasia foi definida pela OMS como “uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença.” Leucoplasia é, portanto, um diagnóstico clínico de exclusão. A frequência de apresentar displasia epitelial, carcinoma in situ, carcinoma verrucoso ou carcinoma de células de escomosas invasivo na leucoplasia oral varia de 8,6% a 60%. A transformação maligna anual de leucoplasia é de 1% a 5 %. Sendo assim, é de fundamental importância, por parte dos profissionais na saúde e principalmente dos médicos dentistas terem conhecimento da leucoplasia oral para que possam suspeitar, fazer o diagnóstico ou encaminhar a profissionais competentes precocemente para o manejamento dessas lesões.
Resumo:
Embora com tendência para melhorias, a prática dos cuidados continua a demonstrar que a avaliação da dor é uma actividade ignorada, esquecida ou realizada de forma pouco fidedigna (precisa).3 Esta prática compromete seriamente a qualidade dos cuidados, na medida em que a eficaz prevenção e o tratamento da dor carece de uma avaliação segura e exacta. A não satisfação desta condição é como conduzir um carro em dia de nevoeiro onde o perigo espreita a qualquer momento. Avaliar um fenómeno complexo e subjectivo como é a dor não é tarefa fácil. Contudo, o conhecimento adquirido nesta área permite aos profissionais de saúde o reconhecimento das dificuldades inerentes a esta actividade e oferece soluções viáveis para a sua resolução. Desde 1989 que a avaliação da intensidade da dor como 5º sinal vital é recomendada.3 Os esforços desenvolvidos para a sua implementação na prática dos cuidados em Portugal não se têm revelado tarefa fácil. O desenvolvimento de mais uma tarefa (avaliação e registo da intensidade da dor), as dificuldades na sua execução com especial relevo no grupo pediátrico, geriátrico, com multideficiência e em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) têm ditado o insucesso. As razões que justificam esta Unidade Curricular resultam do facto de se reconhecer que a avaliação da dor é das actividades mais complexas que os Enfermeiros desempenham e a falta de formação existente nesta área. Com este manual pretendemos que os formandos possam desenvolver as suas capacidades de: argumentar criticamente mitos e crenças relacionadas com a avaliação da dor; elaborar uma história de dor; avaliar a intensidade da dor na pessoa de acordo com o seu contexto clínico; analisar a utilidade da aplicação de escalas de avaliação de dor e o registo da sua intensidade; interpretar as propriedades psicométricas e utilidade clínica de alguns instrumentos de dor; elaborar protocolos de implementação da avaliação da intensidade da dor como 5º sinal vital.