1000 resultados para Representações sociais
Resumo:
As diferenas socioeconmicas tm reflexos no perfil epidemiolgico de cncer, no que diz respeito a incidncia, mortalidade, sobrevida e qualidade de vida aps o diagnstico. Neste artigo examinam-se as disparidades da ocorrncia de cncer na populao brasileira e sintetizam-se evidncias das investigaes sobre determinantes sociais em cncer. Foram considerados os principais fatores que modulam a influncia das condies socioeconmicas na ocorrncia do cncer, como tabagismo, consumo de lcool, hbitos alimentares e obesidade, ocupao e acesso aos servios de sade. Modificaes nas condies sociais dependem de mudanas estruturais na sociedade, a exemplo de melhorias do nvel educacional; no entanto, investigaes epidemiolgicas bem conduzidas podem contribuir para o planejamento de intervenes visando a reduzir o impacto dos determinantes sociais em cncer. Esses estudos devem prover estratgias para promoo da qualidade das informaes de incidncia e mortalidade; realizao peridica de inquritos populacionais sobre prevalncia de fatores de risco para cncer; desenvolver desenhos epidemiolgicos mais eficientes para avaliar o efeito de fatores etiolgicos em cncer e suas relaes com o status social; anlise de programas de rastreamento para tumores passveis de deteco precoce; e avaliaes do acesso da populao ao diagnstico e tratamento. Essas pesquisas devem contemplar populaes em distintas regies do mundo, em particular aquelas vivendo em regies marginalizadas da dinmica do atual sistema econmico global.
Resumo:
Os objetivos do estudo foram: estimar as prevalncias de doenas crnicas na populao brasileira em 2008, comparando-as com as de 2003; avaliar o impacto da doena crnica no uso de servios e nas restries das atividades; e, analisar os diferenciais nas prevalncias de doenas crnicas especficas, segundo nvel de escolaridade e filiao a plano privado de sade. Os dados foram obtidos do suplemento sade das PNAD-2008 e 2003. As anlises (prevalncias e razes de prevalncias brutas e ajustadas) foram feitas com o aplicativo Stata 11. A prevalncia de ter ao menos uma doena crnica foi mais elevada em: idosos, mulheres, cor/raa preta ou indgena, menor escolaridade, migrantes, moradores em reas urbanas e na regio Sul do pas. As condies crnicas mais prevalentes foram: hipertenso, doena de coluna, artrite e depresso. Houve, entre 2003 e 2008, aumento da prevalncia de diabetes, hipertenso, cncer e cirrose, e reduo de insuficincia renal crnica e tuberculose. A maioria das doenas estudadas foram mais prevalentes nos segmentos de menor escolaridade e sem plano de sade. As maiores diferenas entre os segmentos sociais foram observadas nas prevalncias de cirrose, insuficincia renal crnica, tuberculose e artrite/reumatismo.
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O objetivo deste trabalho foi verificar as relaes entre fatores socioeconmicos, ambientais e biolgicos com a hipertenso, segundo gnero. A populao estudada foi formada por adultos residentes em dois municpios do Vale do Paraba (SP), uma das regies mais pobres do estado de So Paulo. Foi composta por 274 (39,8%) homens e 415 (60,2 %) mulheres. O estudo foi realizado por meio de um modelo de regresso logstica hierarquizada, aplicado separadamente para homens e mulheres. Foram estimados os odds ratios ajustados (ORaj), com intervalo de confiana de 95% e a = 0,05. Para os homens, os seguintes fatores de risco estiveram associados hipertenso: viver na zona rural (ORaj=2,00; p=0,01); etilismo (ORaj= 1,90; p=0,03) e idade acima de 40 anos (ORaj=3,10; p<0,0001). Famlias numerosas, com mais de seis pessoas exerceram efeito protetor (ORaj=0,46; p=0,02). Para mulheres, os fatores de risco associados foram: ausncia de escolaridade (ORaj= 2,37; p=0,0003); sedentarismo (ORaj=1,71; p=0,04); obesidade acompanhada de baixa estatura (ORaj= 4,66; p <0,0001) e idade acima de 40 anos ( ORaj=5,29; p=0,01). A obesidade isolada no se associou hipertenso, nos nveis pressricos iguais ou maiores do que os correspondentes ao estgio II do padro de referncia.
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H uma ampla bibliografia sobre a crise da modernidade. Uma certa vertente compreende que esto ameaados vrios pilares da vida social moderna, dentre eles as conquistas representadas pelos direitos universais. A literatura da Sade Coletiva tambm aponta o Sistema nico de Sade (SUS) como uma ocorrncia contrria ao movimento mundial de flexibilizao daqueles direitos. Os princpios de universalidade e integralidade, alm de constiturem um desafio institucional, financeiro, poltico e social, expressam tambm a deciso da sociedade de implementar direitos universais. Utilizamos o instrumental terico de Souza Santos para caracterizar o SUS como um observatrio sobre a efetivao de tais direitos. Ressurge a importncia do remodelamento institucional e das deliberaes democrticas no estabelecimento do contrato social.
Resumo:
Apresenta-se uma histria de vida com o intuito de traar uma anlise das manifestaes particulares de uma trajetria individual em dilogo com os elementos presentes na vida de jovens de grupos populares. Foca-se na discusso dos equipamentos sociais na produo de sentidos, lugares e sofrimentos em algumas vidas, ocasionando processos em que "doenas" e medicalizao so geradas a partir de problemas sociais. Com base nos pressupostos da pesquisa etnogrfica, acompanhou-se a trajetria de uma jovem, por quatro anos, em sua passagem por servios sociais de ateno infncia e juventude, assim como de sade mental. Considera-se que as polticas sociais devem intervir com jovens sob uma compreenso ampliada dos problemas sociais, sendo que o campo da ateno em sade mental, em conexo com a esfera social, deve cuidar das situaes de sofrimento sem que haja a homogeneizao das necessidades, traduzindo-se numa iatrogenia e na medicalizao do social.
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O objetivo deste artigo analisar a evoluo dos investimentos sociais praticados pelo setor industrial farmacutico brasileiro. A importncia do estudo das polticas sociais criadas por esse importante segmento produtivo deve-se sua forte influncia nas mais variadas definies sobre polticas de sade, entre elas o conflituoso campo de disputa entre a defesa das patentes por parte das empresas e as tentativas de licenciamento compulsrio de medicamentos, por parte do governo. Tomamos como fonte de pesquisa os indicadores sociais de 62 indstrias farmacuticas, relativos ao ano de 2006, publicados pela Federao Brasileira da Indstria Farmacutica (Febrafarma), em maio de 2007, sob o ttulo Painel Social, apresentados de trs formas: dados gerais sobre o nmero de programas, valores investidos e o nmero de pessoas beneficiadas; dados gerais classificados segundo um modelo pr-definido e composto de categorias fixas (sade, educao, comunidade, valorizao da vida, cultura, meio ambiente, voluntariado e outros); e dados individualizados por empresa, com a indicao das ementas de cada programa criado. Buscamos com a reflexo sobre esses indicadores averiguar se eles possibilitam realizar um acompanhamento longitudinal das diretrizes e das proposies relacionadas s aes socialmente responsveis praticadas pelas indstrias farmacuticas.
Resumo:
Contextos de violncia e de consumo de lcool e drogas so nesse texto tratados a partir dos conceitos de sociedade de risco e reflexividade social, so expostas e discutidas pesquisas empricas que relacionaram as duas situaes, destacando-se a necessidade de no se estabelecer determinaes entre esses contextos. Conclui-se que h necessidade de aprofundar a discusso da reduo de riscos sociais tanto em relao ao consumo como em relao violncia
Resumo:
A Frana passou por conflitos urbanos em seus bairros populares. Incidentes com a polcia marcados pela morte de um morador, geralmente jovem ou adolescente, so seguidos por manifestaes violentas: quebra-quebras, incndios de carros e/ou estabelecimentos pblicos e privados, enfrentamentos com a polcia. Nos conflitos da "banlieue" francesa podem ser percebidos elementos comuns a eventos ingleses e/ou americanos de outras dcadas.OBJETIVO: consiste em identificar a percepo e as representações de moradores sobre suas condies de vida e sade na Frana.MTODO: pesquisa qualitativa realizada em Les Aubiers, bairro popular de Bordeaux, nos anos de 2002 e 2005. A populao de moradores desse bairro e composta principalmente por imigrantes ou fanceses de origem estrangeira, provenientes de diferentes locais: frica do Norte, frica Sub-Sahariana, Turquia, Portugal , Ilha de Reunio. Os indicadores sociais e econmicos apresentam nveis significativamente mais baixos do que os de outros bairros de Bordeaux, acompanhando as tendncias encontradas nas outras "banlieues". Entre esses indicadores, a taxa de desemprego, principalmente entre jovens, alarmante (40 por cento).RESULTADOS E DISCUSSO: as polticas sociais deveriam ser mais voltadas para os indivduos do que para o territrio, pois este s poder ser transformado pelos primeiros e no o contrrio. Um bairro e uma populao estigmatizados, esto contemplados por uma ampla poltica social. Ainda que passvel de crtica, no se pode ignorar a existncia de esforos sistematicos de integrao, nem a existncia de polticas sociais. Se elas so inadequadas, trata-se de ampliar o espao de discuso para sua reforma. Trata-se de saber qual a disposio das sociedades contemporneas, como um todo, para lutar contra as inequidades e segregaes
Resumo:
Durante os anos de 2005 e 2006, a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc/MDS), por interm??dio do Departamento do Cadastro ??nico, conduziu uma s??rie de a????es com o objetivo de aprimorar os procedimentos envolvidos na gest??o do Cadastro ??nico (Cad??nico), contribuindo para a melhoria da fidedignidade e da qualidade dos dados cadastrais e, por conseguinte, dos mecanismos de sele????o e acompanhamento dos programas que utilizam o Cad??nico como base de identifica????o e sele????o de seu p??blico-alvo, em especial, do Programa Bolsa Fam??lia. Este trabalho apresenta as a????es conduzidas para a melhoria e o fortalecimento da gest??o do Cadastro ??nico entre janeiro de 2005 e outubro de 2006, bem como o impacto dessas a????es para a gest??o dos programas usu??rios do Cad??nico. Al??m das a????es diretas relativas ?? gest??o do Cad??nico, s??o tamb??m descritas outras a????es da Senarc que, embora n??o coordenadas pelo Departamento de Cadastro ??nico, influenciaram diretamente as a????es realizadas por esse Departamento
Resumo:
O estudo de caso examina a colabora????o entre o Minist??rio da Educa????o e o Minist??rio do Desenvolvimento Social e Combate ?? Fome no Brasil para o acompanhamento do compromisso assumido pelas fam??lias benefici??rias de manter seus filhos na escola com a frequ??ncia m??nima exigida pelo Programa Bolsa Fam??lia. Nele s??o analisados a intersetorialidade como estrat??gia da pol??tica social e os desafios envolvidos na coordena????o entre os organismos p??blicos para garantir a integralidade neste programa da pol??tica de combate ?? pobreza e prote????o social. O foco principal do estudo ?? a articula????o entre os atores institucionais do Governo Federal, por??m s??o tamb??m abordados elementos importantes da intera????o com outros n??veis de governo para que a gest??o da condicionalidade de educa????o cumpra seus prop??sitos