998 resultados para Evolução da Doença
Resumo:
Objectivos: 1) Caracterizar as falências mono (OF) e multiorgão (MOF) numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos em relação a; altura do internamento em que ocorrem; associação de orgãos em falência e evolução dos doentes com falência mono e multiorgão. 2) Avaliar a performance de um índice de gravidade, o Pediatric Risk of Mortality (PRISM), para a população total da Unidade e para o grupo das falências multiorgão. 3) Identificar marcadores de risco de mortalidade nos doentes com MOF. Métodos: Revisão de uma base de dados e análise retrospectiva de todos os doentes internados em relação aos critérios de OF e MOF, sugeridos por Wilkinson et al. População: Total de doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (UCIP) de um Hospital Terciário, durante um período de dois anos (Abril de 1991 a Março de 1993). Resultados Principais / Conclusões: Foram avaliados 1120 doentes, com uma média de idades de 45.9 ± 51.1 meses, sendo 961 (85.8%) médicos e 159 (14.2%) cirúrgicos. Eram previamente saudáveis 695 (62.1%), sendo os restantes 424 (37.9%) portadores de doença crónica. A mortalidade global foi de 5% (56/1120 doentes). Cento e oitenta e sete doentes (16.7%) preencheram critérios de falência mono-orgão (OF), destes, 180 (96.3%) estavam em OF já à entrada e 7 (3.7%) tiveram falência não simultânea de mais de um orgão. A mortalidade dos doentes com falência mono-orgão foi de 3.7% (7 doentes). Cento e um doentes (9.02%) tiveram falência multiorgão (MOF), definida como falência simultânea de dois ou mais orgãos, em qualquer altura do internamento. Existia MOF já à entrada em 90 doentes (89.1%). Houve 47 doentes com falência máxima de 2 orgãos (46.6%), 42 (41.6%) com falência de 3 orgãos. 10 (9.9%) com falência de 4 orgãos e 2 (1.98%) com falência de 5 orgãos. A mortalidade por número de orgãos em falência foi respectivamente de 23.4%; 66.7%; 80% e 100%. A mortalidade global dos doentes com falência multiorgão foi de 48.5% (49/101 doentes). O PRISM revelou um bom valor predictivo quando aplicado na totalidade dos doentes: discriminação (W) (avaliada pela área sob curvas ROC) W = 0.959 SE = 0.00085 e calibração (H) (avaliada pelo Hosmer-Lemesshow goodness-of-fit test) H = 13.217 p = 0.104. Estes valores permitem considerar este índice de gravidade como estando bem aferido para a população da Unidade. Quando aplicado ao grupo das MOF a discriminação foi aceitável (W = 0.732 SE = 0.036) mas a calibração foi má (H = 29.780 p = 0.00026). A análise multivariada mostrou que um score de PRISM % 15 e um número de orgãos em falência % 3, tanto na admissão como em qualquer altura do internamento, têm uma importância significativa na probabilidade de morte.
Resumo:
A Tuberculose (TB) em geral é uma doença eminentemente social que, por acaso, tem também implicações médicas. O autor relembra o facto de: ser a TB, a nível mundial, a principal causa de morte por um único agente infeccioso; a incidência e prevalência da TB serem elevadíssimas a nível planetário e não terem tendência para descer, antes pelo contrário; persistirem programas inadequados ao controlo da situação, quer nos países desenvolvidos, quer nos países em desenvolvimento. Enumeram-se as várias condicionantes para esta situação, sendo a pobreza generalizada, a falta de condições mínimas de habitabilidade e a imunodepressão de causa infecciosa (Ex.: VIH) e gerontológica as principais. Em Portugal, país desde há décadas integrado em comunidades de países desenvolvidos (EFTA, CEE, UE), as taxas de incidência de TB continuam elevadas porque apresenta factores sociais de risco comuns aos países desenvolvidos e aos países em desenvolvimento associados a faltas de organização, já que nunca existiu uma política coerente de luta contra a Tuberculose... Para este combate, que o autor considera um imperativo nacional, devem ser rapidamente disponibilizados os meios financeiros, técnicos e humanos necessários.
Resumo:
É apresentado um caso de chagásico crônico, portador de doença de Hodgkin, tratado com imunossupressores, no qual foi observado parasitismo incomum do esôfago e do miocárdio. É dada ênfase à raridade da localização esofágica de ninhos de leishmânias na doença de Chagas crônica do adulto, bem como às dimensões do parasito e às características das formas amastigotas.
Resumo:
Considerando que a Esquistossomose Mansônica é geralmente considerada doença de mau prognóstico, os Autores lembram que esta noção é fruto do contacto exclusivo, por parte dos médicos, com casos avançados e graves, praticamente os únicos que vêm ter aos hospitais das grandes cidades. Ressaltando que estágios ou pesquisas em zonas endêmicas dão, aos interessados pelo assunto, uma visão mais exata da morbidade da parasitose, eles reproduzem seus achados em 220 esquistossomóticos de uma localidade (Tiúma) do Município de São Lourenço da Mata, Pernambuco: 90% de formas intestinais (muitas vezes assintomáticas), 7,7% de formas hépato-intestinais e 2,3% de formas hépato-espleno-intestinais. Nenhuma forma descompensada com hematêmese, ascite ou coma hepático foi assinalada. Aproveitando a circunstância, foram recordadas as possíveis causas determinantes das formas clínicas e da evolução da Esquistossomose Mansônica, acreditando os Autores serem duas as de maior importância : a carga parasitária e as reações imunológicas.
Resumo:
A enterocolite necrosante (ECN) constitui o problema gastrointestinal mais grave e mais frequente no recém-nascido (RN) de baixo peso. A melhoria na taxa de sobrevivência tem sido atribuída ao diagnóstico mais precoce e à experiência adquirida no tratamento do recém-nascido pré-termo em estado crítico. Desde 1977 que a drenagem peritoneal como actuação prioritária nos quadros de ECN tem sido preconizada nos recém- -nascidos de peso inferior a 1500 g com perfuração intestinal, e nos de peso superior a 1500 g com instabilidade hemodinâmica. Neste artigo relata-se o caso de um recém-nascido, com 1473 g de peso e 30 semanas de idade gestacional, ECN, sinais de perfuração intestinal e de instabilidade hemodinâmica, o qual foi submetido a drenagem peritoneal com evolução favorável e sem sequelas. Na discussão faz-se referência especial, de acordo com dados de literatura, aos mecanismos que explicam os bons resultados do procedimento em cerca de 2/3 dos casos de ECN com perfuração, os quais estão relacionados com as características particulares da cicatrização nos tecidos imaturos. Em conclusão, admite-se que a drenagem peritoneal deverá constituir a forma de actuação prioritária nos casos de ECN com perfuração e instabilidade hemodinâmica em RN pré-termo de muito baixo peso.
Resumo:
No mês de julho de 1974, no plano de estudo da endemia chagásica na Zona Sul do Rio Grande do Sul, foram colhidas 360 amostras de sangue e registrado igual número de eletrocardiogramas entre as populações rurais de 10 localidades do Município de Encruzilhada do Sul (R. G. do Sul). Dez amostras não puderam ser utilizadas por material insuficiente, anticomplementaridade etc. Das 350 submetidas à fixação de complemento, 104 reagiram positivamente para a Doença de Chagas (29,71%). Dos 350 eletrocardiogramas analisados, 116 apresentaram alterações de vários tipos (33,14%), sendo que 41 pertencem aos 104 indivíduos com sorologia positiva (39,42%) e 75 aos 246 indivíduos com sorologia negativa (30,46%) A diferença percentual de 8,94% entre os dois grupos não se mostrou estatisticamente significativa, Portanto a positividade sorológica parece não ser fator condicionante de um maior índice de alterações eletrocardiográficas, a exemplo do que acontece em outras zonas endêmicas. O Autor compara os resultados atuais com aqueles obtidos em 1954 por Brant e Cols. no mesmo Município, para concluir que neste intervalo de tempo houve um substancial aumento na prevalência sorológica e nas alterações eletrocardiográficas, sem que contudo se delineasse um maior índice de alterações nos indivíduos com positividade sorológica.
Resumo:
A hiperglicinémia não cetótica é um erro inato da degradação da glicina, resultando na sua excessiva acumulação nos tecidos corporais, designadamente no sistema nervoso central. Trata-se de uma doença muito grave e uma das terapêuticas recentemente propostas consiste na associação do dextrometorfano com o benzoato de sódio em altas doses. Admite-se a possibilidade de o dextrometorfano bloquear o complexo-canal receptor de N-metil-D-aspartato, implicado na toxicidade da hiperglicinémia ao nível do cérebro e de o benzoato reduzir os níveis de glicina, pela sua conjugação e eliminação como hipurato. Relatamos dois casos clínicos de crianças com hiperglicinémia não cetótita, actualmente com mais de 15 meses de idade, as quais foram medicadas com dextrometorfano e benzoato de sódio desde as primeiras semanas após o parto. Não obstante se ter verificado sobrevivência para além do período neonatal e aquisição de autonomia respiratória, a evolução neurológica, até à data, não tem sido satisfatória, porventura devido ao atraso no início da terapêutica.
Resumo:
Os Autores fazem a apresentação dos primeiros casos autóctones da Doença de Chagas no Estado do Piauí. Referem-se, ainda, à captura de triatomíneos em alguns municípios do Estado e chamam a atenção para a infecção natural de alguns desses espécimes capturados.
Resumo:
A neurocisticercose (NC), causa importante da epilepsia, é a neuroparasitose mais frequente em todo o mundo. A clínica depende da resposta inflamatória do hospedeiro, do número, estadio e localização das lesões mas a forma de apresentação mais comum é a convulsão. Obhectivos: Caracterizar a neurocisticercose na população infantil de um Hospital Geral, na Zona Metropolitana de Lisboa. População e Métodos: Revisão de Junho de 1996 a DEzembro de 2003 (6,5 anos ) de crianças com neurocistitercose. Analisaram-se dados demográficos e epidemiológicos, quadro clínico, alterações laboratoriais e imagiológicas, terapêutica, evolução e rastreio familiar. Resultados: Registaram-se 14 casos de NC com uma incidência estimada de 1,4/100000 na área estudada, um predomínio em crianças acima dos 10 anos(57%), sexo feminino (71%), oriundas de países africanos (93%) e com condições socio-económicas deficientes (79%). Em todos os casos havia história epidemiológica para esta infestação. O sinal inaugural foi a convulsão em 86%, Os exames de imagem mostraram uma lesão única <20mm, com localização parenquimatosa e com características e lesão activa em 86% dos doentes. A Ressonância Magnética foi o exame de eleição para estadiamento das lesões. Realizou-se terapêutica com anticonvulsivantes e nenhum doente tomou cestocidas ou corticosteroides. A evolução foi favorável na maioria. O rastreio familiar foi realizado e, 71% dos casos. Conclusões: a doença ocorreu em crianças de origem africana com a apresentação habitualmente descrita na literatura. A ausência de terapêutica anti-parasitária não interferiu no prognóstico. a história epidemiológica e o rastreio familiar são importantes na detecção de possíveis fontes de contágio e na prevenção da doença.
Resumo:
Com a finalidade de avaliar o emprego do Antígeno Látex na triagem de pacientes portadores de infecção chagásica o mesmo foi comparado com a Fixação de Complemento em placa e com a Hemoaglutinação, em 3 grupos de soros: a) 920 soros procedentes de inquérito epidemiológicos; b) 131 soros procedentes de pacientes hospitalizados; c) 90 soros procedentes de pacientes hospitalizados e familiares; Os resultados mostraram baixos índices de co-positividade nos três grupos, evidenciando assim escassa sensibilidade por parte do antígeno Látex. Também a comparação entre a Hemoaglutinação e o Antígeno Látex, realizada nos 90 soros do grupo e evidenciou baixo índice de co-positividade. A conclusão dos Autores é que o Antígeno Látex, pela sua escassa sensibilidade, e conseqüente porcentagem de soros falsos negativos, não encontra indicação na triagem sorológica em inquérito epidemiológicos, e na triagem de pacientes hospitalizados.
Resumo:
Plasmas de indivíduos normais e de pacientes com a forma crônica da doença de Chagas foram, intencionalmente, contaminados com cepa muito virulenta do Trypanosoma cruzi e, a seguir, congelados a -20°C, durante seis e 24 horas, como também no decurso de três ,sete, 14 e 21 dias. Depois de descongelamento em temperatura ambiente, ocorreram exame microscópico a fresco em contraste de fase, cultivo em meio de Warren e inoculação em camundongos, com subseqüente análise histopatológica do coração. Através dessas pesquisas, a sobrevivência do flagelado ficou avaliada, tendo sido verificado que o congelamento por três e 24 horas não impediu a persistência do parasita infetante. Salientaram os Autores que a investigação que levaram a efeito procurou contribuir no sentido de prestar orientação quanto às transfusões de plasmas, em Serviços de Hemoterapia, convindo frisar que no Brasil elas são efetuadas com razoável freqüênêcia, mediante utilização de doadores acometidos pela doença de Chagas e com a convicção de que baixas temperaturas promovem segura esterilização.
Resumo:
Foram realizadas hemoculturas pela técnica de Mourão & Mello em 16 pacientes na fase crônica da Doença de Chagas comprovando-se a infecção em 7 (43.7). A positividade por tubos de meio LIT semeados foi de 8,3%. Estes resultados confirmam os obtidos por Mourão & Mello durante a padronização da referida técnica e recomendam o seu emprego como método diagnóstico.
Resumo:
RESUMO - CONTEXTO: A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença de elevada prevalência a nível nacional e internacional, mas encontra-se presentemente subdiagnosticada e inadequadamente tratada. A reabilitação respiratória (RR), embora seja uma intervenção-padrão no tratamento da DPOC, é ainda pouco conhecida pelos profissionais e pelos doentes. Em Portugal existem doze instituições com programas de RR, mas terão os médicos de família conhecimento dos mesmos e do tratamento definido pelas guidelines para o doente com DPOC? Terão estes programas capacidade para dar resposta a todos os doentes que beneficiariam de RR? OBJECTIVOS: perceber como participam os doentes com DPOC em RR actualmente em Portugal; conhecer as percepções dos profissionais de saúde acerca da intervenção; identificar os factores que condicionam a acessibilidade do doente com DPOC a RR. MÉTODOS: desenvolvimento e aplicação de dois questionários: a coordenadores de USF – no sentido de avaliar o conhecimento, comportamentos e percepções dos médicos de família (MF) relativamente ao tratamento e gestão do doente com DPOC – e aos responsáveis pelos programas de RR – no sentido de avaliar a capacidade instalada de cada programa de RR, dificuldades de resposta e de participação de doentes com DPOC no mesmo. RESULTADOS: Poucos MF estiverem presentes em actividades de formação sobre a DPOC e parece existir um baixo nível de conhecimento dos MF acerca da RR, em geral, o que se verificou estar correlacionado (p=,000) com a baixa referenciação de doentes com DPOC para RR (9%). A oferta de RR é considerada pela maior parte dos profissionais (MF e responsáveis) como Insuficiente ou Muito insuficiente e o número de doentes com DPOC com recurso a RR anualmente nas instituições participantes é, na maior parte, reduzido (<80). Existe, além disso, um conjunto de importantes determinantes estruturais, associados ao profissional e ao doente que constituem barreiras à referenciação e participação dos doentes em RR. CONCLUSÕES: Verifica-se uma diferença significativa entre o número de doentes com DPOC registados nos cuidados de saúde primários (CSP) e o número de doentes com recurso a RR anualmente e apenas uma pequena percentagem de doentes com DPOC que beneficiariam da participação em RR está, actualmente, a ter acesso a esta intervenção em Portugal, o que pode ser justificado por diversos aspectos, como o grau de conhecimento do médico, dificuldades económicas do doente, entre outros.
Resumo:
Os AA. fazem, inicialmente, breve revisão bibliográfica a respeito do problema da transmissão da doença de Chagas por transfusão de sangue; enfocam aspectos como o alerta dado sobre a possibilidade da ocorrência do fato, confirmação dessa possibilidade no homem, prevalência da infecção chagásica em candidatos à doação em vários Bancos de Sangue e medidas profiláticas adotadas. No Banco de Sangue do Hospital das Clínicas de Goiânia, observaram que a prevalência da infecção chagásica em candidatos a doadores, avaliada através da reação de Guerreiro e Machado, foi de 10,43%. Com vistas à verificação da sensibilidade da reação de Guerreiro e Machado na seleção dos candidatos à doação, repetiram o referido exame em 452 doadores, uma ou mais vezes, em diferentes épocas, sempre por ocasião do comparecimento dos mesmos para nova doação. Observaram resultados concordantes da reação em 427 (94,47%) e discordantes em 25 (5,53%). Ressaltam o risco de se proceder à seleção de doadores de sangue com base na reação de Guerreiro e Machado, mesmo quando repetida mais de uma vez. Terminam considerando que, no momento, o método ideal de prevenção da transmissão da doença de Chagas por transfusão de sangue é representado pela adição de violeta de genciana a todo e qualquer sangue a ser transfundido, tanto em áreas endêmicas como fora delas, desde que o doador apresente antecedente epidemiológico.