1000 resultados para Carvalho, Bernardo, 1960 - Crítica e interpretação
Resumo:
Introduo: A obesidade uma afeco com alta prevalncia no Brasil e no mundo. fator de risco para comorbidades como Diabetes tipo 2 (DM2), Hipertenso Arterial Sistmica (HAS), Dislipidemia, Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), entre outras. Seu tratamento complexo e a cirurgia baritrica, executada por diferentes tcnicas, tem sido uma das opes. Objetivo: Analisar os resultados publicados na literatura em relao s tcnicas cirrgicas de Banda Gstrica Ajustvel (BGA), Gastrectomia Vertical (GV), Gastroplastia com derivao em Y de Roux (GDYR) e Derivao Biliopancretica (DBP) - tcnica de \"Scopinaro\" e de \"Duodenal Switch\" quanto s complicaes operatrias, mortalidade, perda do excesso de peso (PEP) e ao reganho, e a resoluo das comorbidades aps a operao. Mtodo: Foram analisados 116 estudos selecionados na base de dados MEDLINE por meio da PubMed publicados na Lngua Inglesa entre 2003 e 2014. Para comparar as diferentes tcnicas cirrgicas (BGA, GV, GDYR e DBP), realizou-se estudo estatstico por meio da anlise de varincia (ANOVA) aplicando os testes de Duncan e de Kruskal Wallis avaliando: complicaes ps-operatrias (fstula, sangramento e bito); perda e reganho do excesso de peso, e resoluo das comorbidades. Resultados: A ocorrncia de sangramento foi de 0,6% na mdia entre todos os estudos, sendo 0,44% na BGA; 1,29% na GV; 0,81% na GDYR e 2,09% na DBP. J a ocorrncia de fstulas foi de 1,3% na mdia entre todos os estudos, 0,68% para BGA; 1,93% para GV; 2,18% para GDYR e 5,23% para DBP. A mortalidade nos primeiros 30 dias ps-operatrios foi de 0,9% na mdia entre todos os estudos, 0,05% na BGA; 0,16% na GV; 0,60% na GDYR e 2,52% na DBP. A PEP aps cinco anos na mdia entre todos os estudos foi de 63,86%, especificamente na BGA, foi de 48,35%; 52,7% na GV; 71,04% na GDYR e 77,90% na DBP. A taxa de DM2 resolvida foi de 76,9% na mdia entre todos os estudos, sendo 46,80% na BGA; 79,38% na GV; 79,86% na GDYR e 90,78% na DBP. A taxa de Dislipidemia resolvida aps a operao foi de 74,0% na mdia de todo o estudo, sendo 51,28% na BGA; 58,00% na GV; 73,28% na GDYR e 90,75% na DBP. A taxa de HAS resolvida aps a operao foi de 61,80% na mdia de todo o estudo, sendo 54,50% na BGA; 52,27% na GV; 68,11% na GDYR e 82,12% na DBP. A taxa de AOS resolvida aps a operao foi de 75,0% na mdia de todo o estudo, sendo 56,85% na BGA; 51,43% na GV; 80,31% na GDYR e 92,50% na DBP. Concluso: quando analisadas e comparada as quatro tcnicas observa-se que nos primeiros 30 dias ps-operatrio a taxa de sangramento superior nos pacientes submetidos DBP e taxa de fstula inferior nos pacientes da BGA. Quanto mortalidade observou-se taxa mais pronunciada nos pacientes submetidos DBP e menos nos submetidos BGA. Quanto PEP observou-se uma uniformidade entre os pacientes submetidos GV, GDYR E DBP at o terceiro ano. Aps esse perodo observa-se reganho de peso nos submetidos GV at o quinto ano de seguimento. J nos pacientes submetidos BGA observou-se taxas de PEP menos pronunciadas em relao s demais desde o incio do seguimento. Quanto resoluo das comorbidades observou-se taxas de resoluo de DM2 inferiores nos pacientes submetidos BGA, e no houve diferena entre nenhuma tcnica quanto resoluo das demais comorbidades: HAS, AOS e dislipidemia
Resumo:
O presente relatrio foi concretizado no mbito da Unidade Curricular da Prtica de Ensino Supervisionada (PES), integrada no curso de Mestrado em Educao Pr-Escolar (EPE) e Ensino do 1. Ciclo do Ensino Bsico (1. CEB). A prtica educativa desenvolvida no contexto da EPE decorreu numa instituio Particular de Solidariedade Social, com um grupo de 12 crianas, com idades de 4 e 5 anos. No mbito do contexto do 1. CEB, a ao pedaggica decorreu num agrupamento de escolas pertencente rede pblica, com um grupo de 18 crianas do 2. ano de escolaridade, com idades de 6 e 7 anos. Em ambos os contextos, desenvolvemos a ao educativa com o intuito de responder s necessidades e interesses das crianas sendo que tivemos o cuidado de criar um ambiente propcio ao desenvolvimento e aprendizagem de saberes de forma ldica, por gosto e prazer, onde, no dia-a-dia e ao longo da concretizao das experincias de ensino/aprendizagem, prevalecesse o dilogo, a escuta, a negociao, a tomada de decises e a resoluo de problemas, de maneira a valorizarmos as crianas como cidados ativos, autnomos, responsveis e capazes de saber fazer, ser e estar. Aps definirmos as questes e os objetivos que iriam orientar a nossa investigao, foi fundamental delinearmos um estudo centrado nas abordagens metodolgicas qualitativa e quantitativa. Neste sentido, para que fosse possvel recolhermos dados que sustentassem o nosso estudo, recorremos a um conjunto de tcnicas e instrumentos de recolha de dados, em ambos os contextos, designadamente: observao participante, s notas de campo e aos registos fotogrficos, s produes das crianas, ao inqurito por questionrio e, ainda, entrevista semiestruturada. Desta forma, ao longo da prtica educativa, considerando as experincias de ensino/aprendizagem sustentadoras da nossa temtica de estudo, procuramos promover atividades que envolvessem o contacto e explorao de diferentes suportes de escrita e leitura do meio envolvente, desafiando, apoiando e incentivando as crianas a desenvolverem o gosto e prazer pela leitura e escrita. Em relao anlise e interpretação das entrevistas semiestruturadas e dos inquritos por questionrio, dirigidas ao grupo de crianas da EPE e do 1. CEB, respetivamente, percebemos que as crianas inquiridas estavam inseridas num ambiente educativo e familiar que, na sua rotina diria, desenvolvia prticas de literacia diversificadas e que potenciava o contacto com diferentes suportes de escrita e leitura. Com efeito, ao longo da nossa ao, assumimos uma atitude crítica e reflexiva, de modo a responder s necessidades e interesses das crianas, alicerada em diferentes modos de pensar e agir.
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O engajamento no trabalho um dos objetivos dos gestores de pessoas. Este trabalho se prope a analisar se a compatibilidade da pessoa com o ambiente de trabalho tem relao com o seu engajamento. H trs fatores na compatibilidade com o ambiente de trabalho (person-environment fit): person-job fit, que aborda a compatibilidade entre as habilidades da pessoa e o trabalho que ela realiza; person-organization fit, que est relacionado com os valores da pessoa frente os valores organizacionais; e needs-supply, que aborda a percepo do indivduo quanto a ter suas necessidades atendidas pelo seu trabalho e pela organizao em que trabalha. Construtos do comportamento organizacional, tais como satisfao no trabalho, comprometimento organizacional e intenes de rotatividade so comumente utilizados como variveis sucessoras nos estudos de compatibilidade (fit), porm no foram encontrados estudos da relao entre a compatibilidade com o ambiente de trabalho (person-environment fit) e o engajamento no trabalho. Esta pesquisa de abordagem quantitativa baseou-se no instrumento Perceptions Fit, proposto por Cable e DeRue, em 2002; e no instrumento UWES Ultrech Work Engagement Scale, de Schaufelli e colaboradores, de 2006. Participaram da pesquisa 114 respondentes com no mnimo seis meses na atividade atual e pelo menos h cinco anos no mercado de trabalho. As anlises por Modelagem de Equaes Estruturais pelo mtodo PLS (Partial Least Squares) comprovaram a hiptese de que quanto maior a compatibilidade entre a pessoa e seu trabalho, maior seu engajamento. Alm da hiptese central do trabalho de que a compatibilidade pessoa-trabalho influencia o engajamento no trabalho, a influncia das dimenses de fit sobre o engajamento foi testada e os resultados mostraram que a dimenso necessidades atendidas (needs-supply) a que mais influncia tem sobre o engajamento. Este estudo inicia a discusso sobre a relao entre a compatibilidade da pessoa com o ambiente de trabalho e o seu engajamento, sugerindo reaplicao do mtodo em pblicos diferenciados, a fim de que os resultados possam ser utilizados para uma melhor eficcia da gesto de pessoas.
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O campo religioso brasileiro apresenta, em sua configurao atual, uma formatao identitria extremamente diversa daquela observada em dcadas anteriores. A partir dessa considerao, emerge uma problemtica significativa - como compreender essas mudanas? Por que um cenrio, antes extremamente resistente a transformaes, agora se abre aos ventos modernizantes permitindo a recomposio de suas formas religiosas? Ora, a construo de novas identidades e a reordenao dos padres religiosos podem ser compreendidas a partir do fenmeno do trnsito religioso, considerando ser possvel iden-tificar na movimentao dos sujeitos uma dinmica que estabelece alteraes, tanto no carter institucional e litrgico dos grupos, bem como na vivncia prtica dos / das fiis, promovendo inditos e provisrios sistemas simblicos. Diante da multiplicidade de oferta, os sujeitos apresentam uma mobilidade incessante num processo de ressignificao permanente, formando efmeros mosaicos nos quais se distinguem mltiplas cores, formas, espaos, demandas, motivaes, comportamentos, interesses, habitus, tradies, smbolos, disposies, estratgias, gostos e combinaes. A partir dos postulados das Cincias da Religio, essa pesquisa prope-se a analisar esse evento tendo como universo de observao a Igreja Evanglica Assembleia de Deus, Ministrio So Bernardo do Campo. Objetiva demonstrar, mediante a interpretação do con-junto de dados obtidos em pesquisa de campo correlacionado com os fundamentos tericos, a recomposio das formas religiosas institucionais e as novas identidades desenvolvidas pelos sujeitos a partir da mobilidade; estabelecer uma conexo entre os elementos indicadores da pesquisa e o fenmeno caracterizado para identificar quais so as motivaes de gnero, classe, geracional e de etnia para o trnsito de homens e mulheres que circulam das mais diversas alternativas para esse grupo religioso e, considerando esse referencial, compreender como a instituio religiosa absorve esse fluxo de pessoas.
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Esta dissertao tem por foco apresentar o mtodo hermenutico tipolgico como ferramenta proposta para compreender a leitura realizada pelo evangelho de Mateus 4.15-16 da profecia de Isaas 8.23 9.1 [TM]. O texto receber ateno a partir do Texto Massortico e da Septuaginta, sempre em comparao com o texto grego de Mateus. Por conseguinte, o contexto judaico do primeiro sculo ser estudado para compreender mais amplamente o ambiente em que o evangelista possivelmente se encontrava para escrever o seu evangelho. As tcnicas de interpretação contempladas em paralelo com a tipologia, consideradas de maior importncia para este trabalho so: trs tcnicas rabnicas, isto , pesher, midrah e gezerah shavah, e outras trs tcnicas de interpretação eminentemente crists, isto , duplo-cumprimento, o sensus plenior e a tipologia. Por fim, o estudo comparativo do judasmo do primeiro sculo e das tcnicas de interpretação resultar na escolha da interpretação tipolgica, mas sem um radical rompimento com as demais escolas, pelo contrrio, conflitando com alguns apontamentos dos Rolos do Mar Morto e seu apocalipticismo. A interpretação tipolgica se ocupar com as semelhanas entre o texto veterotestamentrio e o neotestamentrio, bem como semelhanas que poderiam compor um cenrio mais abrangente. Sero considerados trs temas comuns dos dois textos que estabelecem um vnculo entre ambos, ou seja, a geografia, os gentios e a interpretação da luz.
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Resumo: O colonialismo produziu diversos discursos sobre as culturas locais, sendo que o discurso dos missionrios uma de suas variantes e, por sua vez, neste discurso esto inclusas as etnografias missionrias. Apresentamos uma leitura crítica de duas etnografias missionrias produzidas nas at ento colnias portuguesas, os territrios de Angola e Moambique. A primeira, intitulada Usos e costumes dos bantos: a vida duma tribo sulafricana, cujo autor o missionrio Henri-Alexandre Junod (1863-1934); a segunda, intitulada Etnografia do sudoeste de Angola, cujo autor o missionrio Carlos Estermann (1896- 1976). Problematizamos a relao entre a ao missionria, o colonialismo portugus e as culturas locais dos territrios de Angola e Moambique, atravs da anlise destas etnografias missionrias. Destacamos que estas etnografias, alm de apresentarem a riqueza das formas de vida das sociedades nativas, sinalizam como se efetivaram as negociaes entre estes missionrios em suas prticas de missionao e seus interlocutores nativos.
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Partindo do pressuposto de que o laicismo preconiza uma separao radical entre Estado e Igreja, procuro demonstrar nesta tese, a partir de um recorte na histria do Judasmo que estas duas dimenses estiveram profundamente presentes em seu perodo inicial de formao. Esta tese se constitui como uma espcie de desconstruo da histria tradicionalmente aceita pelos diferentes credos que utilizam o Antigo Testamento como fundamento de seu corpo doutrinal. Estabeleci as relaes de poder, que se efetivaram entre os dois grupos sociais mais importantes dentro do contexto destacado, como meu objeto de pesquisa privilegiado. Por um lado tem-se o poder religioso, que sustentado por um projeto de carter eminentemente poltico, subverteu a seu favor toda uma ordem natural na qual estavam aliceradas, por outro lado, diferentes sociedades tribais. Nesse sentido o judasmo se configurou como um sistema de crena que justificou e legitimou a classe sacerdotal jerusolimitana como classe dominante em toda a provncia de Jud. Manipulando os dados da tradio tribal a seu favor, a classe sacerdotal, no somente passou a dominar religiosamente as pessoas que habitavam a regio da provncia de Jud, mas transformou os membros destas sociedades tribais em camponeses escravizados a um sistema de crena extremamente opressor. Segundo a tese de Marcel Gauchet, o judasmo como ponto de partida da revelao judaico-crist, se mostra, conforme o conceito weberiano de desencantamento do mundo , como incio de um processo, onde a religio institucionalizada se tornou sada da religio . Processo esse, que teve seu clmax no perodo da modernidade e que nesse incio de sculo XXI se v num momento de transio quando passa a um novo perodo, isto , ps-modernidade: nesse sentido j se pode entrever seu ocaso.
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O trabalho aborda a micronarrativa do Homem rico e do pobre Lzaro de Lc. 16. 19-31. As relaes entre os dois personagens da narrativa se mostram invertidas, sugerindo um tom irnico por parte do narrador lucano. A inverso os coloca no mesmo lugar, o Hades, mas em posies diferentes, gerando um conflito na narrativa. Buscou-se observar o motivo da inverso, seu papel na cena e seu impacto na trama da narrativa e em seus leitores. Examinou-se na sequncia narrativa da parbola a relao entre seu enredo unificante e seu enredo episdico buscando o motivo dela dentro dessa sequncia, o que demonstrou ser uma narrativa direcionada aos fariseus, onde sugerimos ter um tom irnico em uma crítica social. Buscou-se retratar o imaginrio desse lugar de inverso, trazendo algumas imagens do imaginrio judaico e greco-romano a partir de algumas fontes literrias, principalmente a obra Dilogo dos Mortos, de Luciano de Samsata do II sc. Demonstrou-se haver uma intertextualidade, onde ecos do relato lucano so vistos na obra de Luciano. Para tal elaborao, os passos da narratologia evidenciaram o que se pretendeu analisar.
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Seria possvel compreender o capitalismo como religio? Nos marcos categoriais da Modernidade, baseada na racionalizao e na secularizao, relacionar economia e religio um contrassenso. O capitalismo sistema econmico secular, portanto sem relao com religio. Entretanto, se a crítica do capitalismo como religio no se reduz a uma simples metfora, necessrio encontrar conceitos alternativos que captem a fora terica desta articulao. Que tipo de quadro analtico desvela os limites da razo instrumental em explicitar o funcionamento religioso do capitalismo? A profundidade crítica de capitalismo como religio advm justamente da juno intrigante entre a anlise racional do funcionamento estrutural do capitalismo (fetiche) com a dimenso subjetiva que o impulsiona como motivao (esprito). Mesmo sendo um sistema racional e no-religioso, que submete a vida humana a suas leis internas desprovidas de qualquer sentido humano, o capitalismo desenvolve no-intencionalmente na interao humana uma estrutura de funcionamento com fundamento mtico-religioso sacrificial. As relaes humanas so mediadas pelas mercadorias, em que o consumo adquire um aspecto central na significao da vida e na reproduo simblica da sociedade. Na produo e distribuio de mercadorias, o processo de violncia que explora, exclui e mata o mesmo que gera fascnio e adeso. A expresso visvel deste esprito no est mais nas tradicionais instituies religiosas, mas no prprio capitalismo. Benjamin afirma que o capitalismo substitui a religio. uma crítica de um sistema de culpabilizao das vtimas e dos prprios capitalistas, na medida em que estes nunca acumulam de modo infinito e pleno. uma denncia dos elementos mticos que geram legitimao religiosa para o fascnio que oculta a barbrie. Os telogos da Escola do DEI tambm articulam sua teoria com finalidade crítica, numa abordagem teolgica que procura discernir e criticar a idolatria no mundo de hoje. Buscam entender os mecanismos de produo de morte com a culpabilizao das vtimas como sacrifcio necessrio em nome da esperana de redeno. O discernimento teolgico de idolatria do capital supe um tipo de razo teolgica de carter no-confessional que, superando os limites da epistemologia moderna, explicite a contradio dos pressupostos da civilizao moderna ocidental. Revela o papel do pensamento mtico-teolgico na ocultao do carter sacrificial e sedutor do esprito do capitalismo. Ao mesmo tempo, enfatiza a necessria superao da interpretação positivista da religio ao criticar o reducionismo da epistemologia moderna na identificao da razo instrumental com a racionalidade humana. Renova o instrumental analtico da configurao espiritual do Capitalismo e vislumbra as brechas de sua superao.
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Esta pesquisa busca investigar a literatura e discurso empresarial acerca da espiritualidade para o trabalho, com vistas a fundamentar a seguinte afirmativa: por representar um dispositivo de subsuno da classe-que-vive-do-trabalho aos imperativos do capital, certas formas de espiritualidade para o trabalho representam um fetiche. Para tanto, partindo dos processos deflagrados contra o mundo do trabalho, em meados dos anos de 1970, indicaremos as transformaes ocorridas na engenharia de produo capitalista - especificamente a partir dos anos de 1990 quando os reflexos adjacentes a reestruturao produtiva do capital, chegam ao Brasil. No obstante, fundamentalmente a partir das contribuies de Ricardo Antunes e Giovanni Alves, nossos esforos concentrar-se-o em demonstrar que em paralelo a intensificao-precarizao do trabalho, h aquilo que a sociologia do trabalho denomina por captura da subjetividade. Deste modo, indicaremos que o capitalismo em sua nova fase global e flexibilizada - tendo em vista a preservao de seu metabolismo social, acaba por ter de lanar mo de novos mecanismos ideolgicos especficos voltados para a manuteno-subsuno da fora de trabalho vivo. Assim, aps uma anlise geral do sistema capitalista de produo, voltaremos nossos olhos ao universo das empresas; neste sentido, nosso movimento ocorrer do macro ao micro. Considerando o atual discurso empresarial, especificamente a partir da literatura voltada nova cultura organizacional do trabalho, buscaremos sustentar a seguinte hiptese: a fim de perpetuar a explorao da fora de trabalho vivo, as empresas hoje lanam mo do discurso religioso, com vistas a instrumentalizar tambm a espiritualidade dos funcionrios. Finalmente, atravs das contribuies de Mari Corb e Franz Hinkelammert, que sobretudo sinalizam as transformaes do campo religioso, buscar-se- compreender os meios pelos quais as empresas se apropriam da linguagem religiosa relativa esfera da espiritualidade, e a transvertem seu contedo (processo de fetichizao da espiritualidade), de forma a disporem de mais um mecanismo ideolgico para motivao de seus funcionrios. Sobretudo, procuraremos explicitar que a linguagem religiosa das empresas acerca da espiritualidade para o trabalho, um fetiche.
Resumo:
A pesquisa trabalha a Tor como objeto de culto anicnico no psexlio, apresentando sua face ritualstica no culto do Israel Antigo. proposto que a centralizao da Tor no perodo do Segundo Templo seria uma construo ideolgica macroestrutural i.e., uma tradio inventada do grupo sacerdotal ps-exlico em vista de unificar a nao que se reconstrua e reconfigurava. Para tal anlise, observam- se trs recortes distintos ligados questo: (1) a materialidade do culto em suas continuidades e rupturas com a religio israelita pr-exlica, a partir da anlise da cultura material e da anlise da literatura bblica de quatro objetos clticos centrais da OHD, bamah, massebah, Asher e arca; (2) as prticas redacionais que advogavam a centralizao da Tor com inspirao nos demais cultos e concepes do divino no Antigo Israel, especialmente observada na anlise exegtica do Sl 19, como um dos principais Salmos da Tor que teriam sido produzidos no perodo para promulgar a nova prtica; e (3) a editorao dos diversos textos cannicos que teriam sido retroprojees legitimadores da viso posterior centralizadora da Tor, atravs da criao de uma tipologia da materialidade dos textos e da Tor advinda da anlise exegtica de diversos textos. Com tal panorama, sob pesquisa exegtica de orientao histrico-crítica, proposto um modelo de quatro instncias de construo do aniconismo ps-exlico, centralizado na Tor e atingindo as diferentes camadas da religio judata.
Resumo:
A prxis religiosa dos cristos na Amrica Latina est profundamente associada aos debates de superao da excluso social na busca de uma sociedade mais justa e solidria. Desde o ps-guerra os cristos so fundamentais nas aes de transformao da sociedade. Nesta tradio, a CNBB prope orientaes pastorais sobre as diversas realidades da sociedade, tambm a economia. Entre 1995 e 2004, os documentos oficiais da CNBB apresentam uma contundente crítica ao sistema de globalizao neoliberal, apresentando a exigncia dos cristos trabalharem na superao desta ideologia econmica em busca de uma sociedade mais justa e igualitria. importante perceber as contribuies especficas do cristianismo deste discurso teolgico-pastoral. Esta crítica levada a sua radicalidade teolgica deve ser capaz de desvelar a iluso transcendental, criticando a ingenuidade utpica que absolutiza projetos histricos gerando sacrifcios de vidas humanas. Para isto, necessrio contnuo discernimento a partir da liberdade crist que se constitui em um critrio tico fundamental de diiscernimento a partir da vida das vtimas. Neste sentido, os textos sociais da CNBB so apresentados no contexto do discurso social catlico no Brasil, em sua lgica crítica ao neoliberalismo e na anlise da iluso transcendental s vezes reproduzida nas propostas de superao da sociedade atual (AU).