945 resultados para Saramago, José, 19222010 Crítica e interpreção
Resumo:
Vidas Secas, de Graciliano Ramos considerada uma obra prima da fico regional da Literatura Brasileira da Gerao de 30. O romance um documento sobre a vida miservel de uma famlia de retirantes nordestinos, que sofrem as consequncias da seca no serto. O estudo do vocabulrio que permeia a trajetria dessa famlia gerou as bases para elaborao deste trabalho que tem como objetivo principal a formao de um glossrio de termos regionais nordestinos presentes na obra em estudo, a fim de contribuir com um dicionrio da fico do referido autor. Para isso, faz-se necessrio discorrer sobre a linguagem literria no Brasil a partir do Romantismo at o Modernismo. Expor a curva evolutiva da tradio regionalista brasileira, na fico, do Romantismo at o Modernismo, enfatizando autores e obras que participaram do processo de criao e evoluo do gnero em foco
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Esta tese dedicou-se a descrever e interpretar a tessitura textual dos fenmenos inslitos no romance Sombras de Reis Barbudos, de Jos J. Veiga, com base na associao entre a Teoria da Iconicidade Verbal e a Lingustica de Crpus . Centrou-se, especificamente, nas marcas lingusticas que representam ideias ou conduzem o intrprete percepo de que o inslito construdo no texto por meio itens lxicos que constituem pistas icnicas. Merecem especial interesse, sobretudo, os substantivos, que, por serem palavras com alta iconicidade, participam da construo/representao de fenmenos inslitos e criam, por meio da trilha lxica, o itinerrio de leitura para o texto-crpus. Para que os resultados fossem significativos, anlise apoiou-se nos recursos digitais da Lingustica de Crpus (SARDINHA, 2004; 2009), que possibilitaram realizar uma pesquisa baseada em um crpus. A utilizao da Lingustica de Crpus como metodologia permitiu levantar, quantificar e tabular os signos que corroboram com a compreenso da incongruncia e da iconicidade lexical dos fenmenos inslitos em um texto literrio, identificando os substantivos-ndulos e seus colocados, para avali-los quanto incompatibilidade das escolhas lexicais realizadas por Jos J. Veiga em relao s estruturas lexicogramaticais da Lngua Portuguesa. Fundamentou-se a discusso no inslito como categoria essencial do fantstico modal (BESSIRE, 2009; COVIZZI, 1978, FURTADO, s.d.; PRADA OROPREZA, 2006); na Semitica de extrao peirceana, com enfoque na Teoria da Iconicidade Verbal (SIMES, 2007,2009) e na colocao lexical (BNJOINT, 1994; SINCLAIR, 1987, 1991, 2004; TAGNIN, 1989). A tese demonstra que a incongruncia e a iconicidade lexical so identificadas a partir da seleo vocabular obtida pelo processamento digital e pelo confronto com o Crpus do Portugus. A anlise comprova que os substantivos, como categorias lingusticas caracterizveis semanticamente, tm a funo designatria ou de nomeao na arquitetura de um texto em que se manifesta o inslito. Revela tambm que a incongruncia lexical constitui-se em uma chave para a construo do ilgico, mgico, fantstico, misterioso, sobrenatural, irreal e suprarreal no texto-crpus
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Este estudo indica o uso da pesquisa etnobotnica aplicada como estratgia metodolgica para o fornecimento de subsdios para a comunidade do Quilombo So Jos da Serra, de modo a favorecer a visibilidade do seu etnoconhecimento botnico. Por meio de tal estratgia, esta pesquisa prope alternativas que contribuam para o desenvolvimento socioambiental local. Localizado em Valena/Rio de Janeiro, este quilombo foi formado h cerca de 150 anos por descendentes de negros de origem africana, escravizados e enviados regio para trabalharem nas lavouras de caf. Essa populao permaneceu em terras privadas, e se caracteriza pela resistncia e manuteno de suas tradies que se refletem no modo de vida, nas relaes sociais e nas estabelecidas com o meio ambiente. Destaca-se, entre outros aspectos, pelas contribuies sobre o conhecimento das plantas e de seus mltiplos usos. Por tratar-se de um Quilombo historicamente ligado s atividades agrcolas, restrio espacial e s precrias condies de plantio e de escoamento da produo, seus membros enfrentam ameaa de permanncia e de continuidade. Tal problemtica possibilitou a criao de alternativas que possam apontar para novas perspectivas de etnodesenvolvimento local, respeitando o perfil, as caractersticas socioculturais, o conhecimento sobre a natureza tradicionalmente mantido e as particularidades da paisagem. Acredito que promover a visibilidade do etnoconhecimento sobre acervo vegetal local pode permitir a emergncia de novas perspectivas socioambientais quela comunidade, em uma reconfigurao do processo produtivo baseado na ampliao do seu reconhecimento. A etnobotnica aplicada foi utilizada para alm do levantamento do conhecimento tradicional sobre o acervo vegetal utilizado pela comunidade estudada. Ela contribuiu tambm para leitura e interpretao da paisagem onde vivem os quilombolas, identificando as marcas de seu territrio e territorialidade, com vistas a favorecer a visibilidade do etnoconhecimento. Foram utilizados procedimentos etnomedolgicos envolvendo pesquisa de campo. Procurei avaliar as questes relacionadas disponibilidade e distribuio das plantas no local, ao reconhecimento das plantas como recurso financeiro, importncia das plantas para manuteno do modo de vida quilombola, distribuio e transmisso do conhecimento etnobotnico dentre os membros da populao. Por meio da anlise documental, dos procedimentos etnometodolgicos de trabalho de campo, da coleta e identificao de material botnico e da anlise da relao existente entre os quilombolas e as unidades de paisagem que compem a paisagem cultural do Quilombo So Jos da Serra, perspectivas de rearranjo socioambientais puderam ser sugeridas. Como forma de retorno da pesquisa comunidade, deu-se a instrumentalizao dos quilombolas do So Jos da Serra para a participao ao longo do processo investigativo, a fim de contribuir com o objetivo de visibilizar, compreender e valorizar o etnoconhecimento, os detentores deste conhecimento, as espcies vegetais e a paisagem local, onde passado, presente e futuro se imbricam de forma contnua
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Esta dissertao investiga tendncias pronominais encontradas na obra O Tronco do Ip (1871), de Jos de Alencar, situando o romance no contexto literrio em que se insere o autor o Romantismo. Tambm utilizamos o romance Sonhos dOuro (1872) em situaes em que foram necessrios contrapontos. O primeiro elemento pronominal analisado foi a frequncia e a deriva gramatical da construo a gente, tpica da variedade americana da lngua portuguesa e etapa final do processo da gramaticalizao, que a tornou equivalente a ns. Quanto ao a gente, nossa finalidade foi averiguar em que medida esse recurso da lngua coloquial foi incorporado pelo ilustre prosador brasileiro. O segundo elemento analisado foi a colocao pronominal, largamente mencionada tanto por crticos contemporneos ao autor cearense quanto por aqueles estudiosos do legado alencariano e romntico para a expresso lingustica na literatura. Para a colocao pronominal, levantamos dados diversos que possam confirmar ou questionar os estudos j existentes. Por fim, estudamos ainda o significado do aparecimento/ausncia do pronome reto como acusativo ou como acusativo-sujeito na lngua literria de Alencar. Esta pesquisa pretende ser uma contribuio a um captulo da histria do portugus escrito no Brasil
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Neste trabalho foram analisadas e comparadas as principais teorias da conduta. Com isso buscou-se no apenas aprofundar um debate frequentemente mediado pelos manuais, mas tambm, por meio do recurso aos aportes crticos da bibliografia latino-americana, verificar se a concepo ontolgica de conduta de fato a mais limitadora ao poder punitivo. Parte do eixo analtico deste trabalho passa pelo estudo da articulao entre o respeito estrutura lgico-objetiva da conduta humana como base de sucessivas valoraes e a funo limitadora da conduta. Com isso, pretende-se debater se a minimizao dessa estrutura lgico-objetiva, acarretando a um acrscimo potencial de uma normativizao do direito penal, representaria uma maior exposio do sujeito ao poder punitivo. A partir do conceito de praxis, como desenvolvido por Lukcs, busca-se paralelamente uma base filosfica que no se esgote na compartimentalizao jurdica. Trata-se de uma corrente que reivindica criticamente a herana terica das principais contribuies filosficas ocidentais, desde proposies aristotlicas, passando pelos conceitos hegelianos, chegando ao debate sobre objetificao hegeliano-marxista.
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A infeco pulmonar de etiologia bacteriana um dos principais problemas que levam a morbi-mortalidade na fibrose cstica (FC). Staphylococcus aureus se destaca como um dos micro-organismos mais frequentes e com um agravante para a teraputica quando se apresentam resistentes oxacilina (MRSA). Amostras MRSA podem ser classificadas tanto genotipicamente quanto fenotipicamente em MRSA adquiridas na comunidade (CA-MRSA) ou adquiridas no hospital (HA-MRSA). Fenotipicamente, essa classificao muito controversa, podendo se basear em critrios epidemiolgicos ou ainda pelo perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos. Por outro lado, a classificao genotpica consiste na determinao dos cassetes cromossmicos (SCCmec), local de insero do gene mecA (que confere resistncia a meticilina). Atualmente so reconhecidos 11 tipos de SCCmec, sendo os de tipo I ao III e VIII relacionados ao gentipo HA-MRSA e IV ao XI ao gentipo CA-MRSA. Classicamente CA-MRSA capaz de produzir a toxina Panton-Valentine leukocidin (PVL), codificada pelos genes luk-S e luk-F que est associada pneumonia necrotizante e infeces de tecidos moles em pacientes com FC com quadros de exacerbao pulmonar. No Brasil, raros so os trabalhos envolvendo caracterizao de SCCmec em amostras de pacientes com FC. Diante disso, este estudo teve como objetivo principal a caracterizao dos tipos de SCCmec e ainda a determinao do perfil de susceptibilidade a antimicrobianos em uma populao de MRSA recuperada de pacientes com FC assistidos em dois centros de tratamento no Rio de Janeiro, Hospital Universitrio Pedro Ernesto (HUPE) e Instituto Fernandes Figueira (IFF). Foram estudadas 108 amostras de MRSA isoladas do perodo de 2008 a 2010, sendo 94 oriundas de 28 pacientes adultos atendidos no IFF e 14 de 2 pacientes adultos atendidos no HUPE. Foram encontradas altas taxas de resistncia para os antimicrobianos oxacilina, cefoxitina e eritromicina. Todas as amostras foram sensveis vancomicina e a linezolida quando determinada as Concentraes Inibitrias Mnimas (CIM). Atravs da tcnica de PCR foi possvel a tipificao dos SCCmec em 82,4% das amostras, sendo 64% destas compatveis ao gentipo CA-MRSA. No houve diferena estatstica nas taxas de susceptibilidade aos antimicrobianos entre as amostras CA-MRSA e HA-MRSA. Foram encontrados os SCCmec dos tipos I, III, IV e V, sendo os tipos I e IV os mais frequentes. O gene que codifica a toxina PVL foi encontrado em 34,2% das amostras e foi observado em amostras CA-MRSA e HA-MRSA. Nosso estudo se destaca por apresentar um alto percentual de amostras CA-MRSA e ainda por ser o primeiro do pas a detectar a presena do gene que codifica a toxina PVL em pacientes com FC. Alm disso, de forma indita na literatura, encontramos o gene luk-S, em amostras classificadas como HA-MRSA em pacientes com FC. Os poucos estudos nacionais, bem como as diferenas encontradas entre trabalhos, refletem a necessidade de conhecimento mais aprimorado do MRSA envolvido nas infeces pulmonares dos pacientes com FC.
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Esta tese tem como ponto de partida a identificao, resgate e reconstruo de um programa de pesquisas delineado por Karl-Otto Apel perifericamente frao intermediria de seu pensamento, ao qual se referir como "fenomenologia positivamente orientada do ser-no-mundo". Oriundo de uma leitura fenomenolgica que vincula o projeto do "segundo" L. Wittgenstein analtica do ser-a do "primeiro" M. Heidegger, o programa de Apel tem como eixo principal a retomada e aprimoramento do que ele denomina, conforme com o vocabulrio de Heidegger, crítica "ontologia da pr-manualidade" (Vorhandenheitsontologie). Da formulao por Apel da "crítica ontologia da pr-manualidade", ento aprofundada e recomposta como "crítica pr-manualidade", conduzir-se- reivindicao e ao delineamento primrio de uma agenda de pesquisas que, no propsito da confrontao de questes pertinentes fundamentao e validao cientfica da sociologia, desdobrar-se- em trs distintos planos de investigao: o problema do fundamento, o problema cientificamente relevante da verdade (emprica) e o problema da sociologia enquanto cincia emprica.
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Representaes ps-coloniais em Ruy Duarte de Carvalho: uma leitura de Os papis do ingls investiga a narrativa ficcional do romancista e antroplogo angolano Ruy Duarte de Carvalho, partindo do pressuposto de que a obra contm uma intricada rede discursiva em que esto confrontados os discursos colonial, ps-colonial e a crítica do modelo utpico de nao que se buscou construir, e efetivamente se construiu, em Angola aps a independncia. Para-lelamente a essa rede discursiva, a narrativa tambm se constitui de um encontro de diversas formas literrias distintas a poesia, o dirio, a prosa e o ensaio etnogrfico, evidenciando a complexidade do romance em questo. Tendo como base o livro de Ruy Duarte de Carvalho, abordamos a histria literria e poltica de Angola, seu desenvolvimento, suas relaes e ten-ses principalmente com o colonizador europeu, com sua histria passada e, mais recente-mente, com seu perodo independentista, procurando evidenciar como as releituras dos discur-sos histricos e ideolgicos coloniais tornaram-se um campo profcuo para o desenvolvimento de narrativas literrias que ampliam os limites da escrita no mbito ficcional e poltico-ideolgico. Alm dos textos de Ruy Duarte de Carvalho, este trabalho foi desenvolvido utili-zando como eixo norteador textos de estudiosos da literatura angolana, como Laura Padilha, Rita Chaves e Jos Carlos Venncio; tericos que discutem a crítica ps-colonial, como An-tonio Negri, Edward Said, Stuart Hall, Russel Hamilton e Boaventura de Sousa Santos; textos histricos escritos pelo colonizador portugus em solo angolano, como Henrique Galvo, Ralph Delgado e Jos Ribeiro da Cruz; alm de textos escritos por intelectuais africanos, como Aim Csaire e Amadou Hampat-B, e tericos que analisam as relaes entre antropologia e literatura, como James Clifford
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O presente estudo tem como objetivo desenvolver uma reflexo sobre o uso dos indicadores sociais sintticos no sentido de formular e implementar polticas pblicas na rea social, especificamente em relao ao caso brasileiro, tomando como referncia principal o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). Nossa anlise partiu da premissa de que, pelos menos nas ltimas trs dcadas, os indicadores sociais tm sido amplamente utilizados no Brasil com o objetivo de justificar e orientar aes pblicas direcionadas para as tentativas de equacionamento das mais variadas questes sociais, tais como a pobreza e a concentrao de renda. Principalmente a partir dos anos 1990 os dados e apontamentos de alguns indicadores sociais sintticos, especialmente o IDH, parecem que vm sendo utilizados como justificativa principal ou at mesmo nica para a priorizao de determinadas polticas pblicas voltadas para a rea social. A partir dessa reflexo, nossa anlise buscou avaliar, com um olhar mais apurado sobre o IDH, a existncia de falhas e limites inerentes aos indicadores sintticos, que poderiam estar comprometendo sua eficcia no sentido de refletir dados mais aproximados com a realidade social brasileira. Assim, pretendemos apontar que a prtica de priorizao de polticas a partir dos dados desses indicadores sintticos, que parece ser constante no Brasil, acaba se tornando bastante preocupante ou, algumas vezes, talvez inadequada. Do ponto de vista metodolgico, este estudo dependeu basicamente de uma pesquisa bibliogrfica e de uma pesquisa documental, a partir das quais decompomos nossas anlises em reflexes sobre a formao e evoluo dos indicadores sociais, sobre os aspectos filosficos e metodolgicos do IDH e sobre as possveis falhas e limites inerentes aos indicadores, com base na anlise do IDH e dos ndices parciais que o compem (ndices de Renda, Educao e Longevidade). A seguir, para mostrar que a prtica de priorizao de polticas sociais a partir de indicadores parece constante no Brasil, ilustramos os casos selecionados de determinados estados e municpios brasileiros.
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O objetivo da nossa investigao a ideia de identidade, a partir do lugar central que ocupa nas discusses sobre a experincia subjetiva na contemporaneidade. Partindo inicialmente das formulaes de Giddens em torno da identidade como narrativa do eu, procuramos indicar os vnculos entre tal noo e o que chamamos racionalidade moderna, destacando assim a prpria identidade como ideia especificamente moderna e vinculada a determinadas categorias fundamentais ao pensamento ocidental a partir do sculo XVIII, como indivduo e estado-nao. Nesse percurso, introduzimos ainda uma discusso sobre a vinculao no modelo identitrio, entre a afirmao de si e a sujeio s instncias de poder e soberania. Em seguida, trabalhamos com a ideia de initeligvel, que parece percorrer de modo fundamental a lgica identitria interrogando o seu poder mortfero frente ao que, sendo estrangeiro, e escapando aos padres de inteligibilidade dessa racionalidade moderna, se apresenta como impossvel de ser absorvido pelo sistema e pelos identitrios vigentes. A partir dais, procuramos vislumbrar modos alternativos para a enunciao de si, fora de uma lgica identitria e no submetidos a essa racionalidade moderna. Para isso, recorremos sobretudo ao pensamento de Freud em torno das categorias de desejo e fantasia.
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Limitaes de altura tm sido impostas sobre edificaes por regulamentos de zoneamento urbano e aspectos econmicos e estticos. Alm disso, para se proporcionar a passagem de tubulaes de grande dimetro sob vigas de ao, um p-direito alto normalmente requerido. Uma soluo frequentemente utilizada em projeto diz respeito abertura de furos na alma das vigas de ao para passagem das tubulaes de servio. Assim sendo, este trabalho de pesquisa objetiva a avaliao da resposta dinmica de passarelas para pedestres, onde o projeto estrutural prev a utilizao de vigas celulares em ao. Objetiva-se verificar a influncia das aberturas nas almas dessas vigas sobre a resposta dinmica das passarelas. As aes dinmicas representativas do caminhar dos pedestres so simuladas por meio de um modelo matemtico que considera uma descrio espacial e temporal e, ainda, inclui o efeito do impacto do calcanhar humano. Os modelos estruturais investigados correspondem a passarelas mistas (ao-concreto) com 10m a 30m de extenso. So empregadas tcnicas usuais de discretizao, via mtodo dos elementos finitos, por meio do programa Ansys. A resposta dinmica das passarelas obtida para duas situaes distintas: vigas de alma cheia e vigas celulares. Uma avaliao crítica sobre a resposta dinmica das passarelas possibilita verificar a influncia dos furos nas almas das vigas metlicas, mediante a obteno das aceleraes de pico, focando aspectos associados ao conforto humano, considerando-se comparaes com normas e recomendaes de projeto.
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A presente dissertao prope analisar o perigo como fundamento de punibilidade de condutas humanas e suas reverberaes no campo dogmtico para comprovar a tese de sua progressiva perda de materialidade na dogmtica penal hodierna. Para tanto se adotou como principais linhas de anlise os institutos da tentativa, da teoria do bem jurdico e da estrutura dos crimes de perigo. Inicialmente, objetivando pontuar o local da fala e das críticas que se direcionam as construes atuais, problematizou-se a prpria concepo dogmtica optando por um paradigma de conteno do poder punitivo como decorrncia da deslegitimao da pena j denunciada pela criminologia crítica, negando, portanto, qualquer funo tutelar no direito penal ou desnecessidade de ofensividade na estrutura tpica. Por fim, como marco terico possvel de anlise da mutao que se observa no desenvolver histrico, apontam-se as tendncias poltico-criminais atuariais no mbito da dogmtica penal, como uma vertente de legitimao (simblica) da opo poltica hodierna pelo Estado Penal.
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Como as cincias sociais contriburam para produzir teoricamente o movimento de pobladores chileno e de favelados no Brasil durante o sculo XX? Mediante a reviso crítica das principais teorias e perspectivas que tentaram compreender a ao poltica dos pobres urbanos de Santiago do Chile e do Rio de Janeiro, se espera mostrar a relao de proximidade entre estes movimentos e a produo das cincias sociais, onde operaria uma dupla hermenutica, ou seja, um processo de reflexividade mutuamente influente que terminaria por incidir na constituio e reconhecimento dos movimentos enquanto tais. Esta tese tem o intuito de analisar como as cincias sociais performam as lutas sociais que buscam descrever, em outras palavras, como determinadas conjunturas acadmicas interatuam positiva ou negativamente com as disputas polticas e sociais produzidas a partir dos movimentos em questo. Para tanto, se revisaram as principais perspectivas que estudaram a questo social urbana: a teoria da marginalidade, a urbanizao dependente, a teoria dos movimentos sociais urbanos, as leituras utilitrias e a teoria dos novos movimentos sociais; mostrando como estas interpretaes flutuaram entre o rquiem, o redescobrimento e a negao de favelados e pobladores como movimentos sociais.
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A popularizao da Internet nos ltimos anos parte de diversas transformaes no mbito das comunicaes humanas. Essas transformaes tambm esto presentes na educao; e tanto instituies como seus profissionais vem buscando se atualizar em relaes s inovaes tcnicas dos ltimos tempos. Professores de Histria tambm integram esse quadro e foi percebida a presena de inmeros deles na rede mundial de computadores. Uma dessas expresses se d atravs da criao de blogs pessoais. Entendendo a utilizao desta ferramenta como potencial para diversas reconfiguraes na educao, esta pesquisa investigou como professores de Histria constroem suas prticas pedaggicas na rede. Para fundamentar a reflexo terico-metodolgica, foram utilizadas algumas das produes de Walter Benjamin, Guy Debord, Eni Orlandi e Norman Fairclough. Como metodologia de pesquisa, foi realizado um mapeamento de 122 blogs de professores de Histria da Educao Bsica. Buscando um dilogo com o chamado mtodo das constelaes de Walter Benjamin (2006), foi construda uma constelao com os blogs mapeados e posteriormente, desenvolvida uma anlise com contribuies da Anlise Crítica do Discurso.
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O ensino de Geografia defrontase com inmeros desafios no que compete formao de cidados com efetiva atuao social. Neste estudo, apontase, como um destes desafios, o raciocnio espacial, tendo como ponto de partida a compreenso multiescalar e multifacetada da questo ambiental por meio do reconhecimento dos diversos discursos e significados que permeiam essa questo. A mdia constituise, nos ltimos tempos, em expressiva instncia para a produo de sentidos e de representaes acerca do que vem a constituir esse debate, tendo o docente um papel indispensvel na mediao da prtica educativa e na problematizao dos processos que se pretendem hegemnicos. Considerando essas questes, este estudo discute o movimento a ser estabelecido da crítica relao sociedadenatureza no ensino de Geografia crítica da questo ambiental apresentada pela mdia. Para tal, desenvolveuse uma metodologia de pesquisa que, envolvendo professores e alunos, buscou confrontar as concepes e prticas enunciadas como as responsveis pelo debate ambiental em sala de aula com a questo ambiental difundida pela mdia, sendo observados como principais aspectos: a persistente dicotomia sociedade versus natureza como a principal responsvel pela dificuldade de professores e alunos na anlise da questo ambiental; o no reconhecimento, por parte dos professores, de que essa dicotomia ainda se faz latente no pensar e no fazer geogrfico na escola; a carncia de uma mediao pedaggica entre o material da mdia e o conhecimento geogrfico incorrendo na no problematizao de importantes elementos concernentes questo ambiental; as informaes ambientais da mdia tmse sobreposto ao conhecimento geogrfico do ambiente a ser pautado na relao sociedadenatureza; o reprodutivismo dos discursos e representaes mediticos sobre a natureza, o ambiente e o espao pelos alunos. Portanto, a partir dessas constataes, concluise que as percepes da questo ambiental, deslocadas da compreenso analtica e crítica da relao sociedadenatureza na contemporaneidade, podem conduzir a interpretaes fragmentrias e simplificadoras do espao. Como contrapontos a essa perspectiva, so apresentados aspectos das teorias da complexidade (Edgar Morin) e da totalidade (na concepo geogrfica de Milton Santos) como importantes alternativas analticas para o combate da viso dicotmica homem (sociedade) versus meio (natureza) e, por conseguinte, para o fortalecimento da compreenso do espao enquanto uma totalidade dialtica.