1000 resultados para Síndrome do desconforto respiratório agudo
Resumo:
Objetivo: avaliar a eficácia do Doppler colorido como método diagnóstico na síndrome dos ovários policísticos (SOP), mediante as variações do fluxo sangüíneo no estroma ovariano, nas artérias uterinas e no tecido subendometrial. Métodos: foram selecionadas trinta pacientes distribuídas em dois grupos: quinze com amenorréia ou oligomenorréia, hirsutismo (índice de Ferriman e Gallwey >8), índice de massa corporal IMC maior que 25 kg/m² e exame ecográfico que identificou estroma aumentado, hiperecogênico e policistose ovariana (grupo de estudo), e número idêntico de pacientes com ciclos menstruais normais, sem sinais de hirsutismo e ultra-sonografia normal (grupo controle). Com o uso da dopplerfluxometria transvaginal foram medidas a velocidade de pico sistólico ou velocidade máxima (Vmáx), índice de pulsatilidade (IP) e resistência dos vasos do estroma ovariano, da artéria uterina e do subendométrio. Resultados: a dopplervelocimetria mostrou Vmáx significativamente maior no estroma ovariano das pacientes com SOP (12,2 cm/s) (p<=0,0004) em relação ao grupo controle (8,5 cm/s). O IP da artéria uterina também se revelou muito superior no grupo com SOP (3,3 cm/s) em relação ao controle (2,7 cm/s). Outros parâmetros da dopplervelocimetria não evidenciaram diferença significativa. Ao estabelecermos um cutoff (ponto de corte) = 9 cm/s na amostragem para a Vmáx obtivemos os percentuais de 95,2 para sensibilidade, 80,0 para especificidade e de 83,3 para o valor preditivo positivo e 94,1 para o negativo. Com referência ao IP para um cutoff = 2.35 os testes revelaram: sensibilidade de 81,0%, especificidade de 50,0%, valor preditivo positivo de 63,0% e negativo de 71,4%. Conclusão: a dopplervelocimetria pode constituir subsídio a ser incorporado à investigação clínica e ultra-sonográfica no tocante ao diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos.
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Objetivos: comparar o desempenho em provas das alunas com e sem síndrome de tensão pré-menstrual (SPM) e de alunas com SPM dentro e fora do período pré-menstrual. Métodos: estudo com desenho antes-depois (quasi-experimental), ao qual se acrescentou um grupo controle sem SPM de 40 alunas. Foram avaliadas 40 alunas de 2º grau e curso pré-vestibular com SPM. Para isso, aplicou-se um questionário padronizado. As avaliações das alunas foram divididas, de acordo com os escores obtidos nos questionários, em três grupos: A) grupo SPM com avaliação durante o período pré-menstrual; B) grupo SPM com avaliação fora do período pré-menstrual; C) controle (sem SPM). Foram analisadas e comparadas as notas em provas de física e matemática dos grupos com e sem SPM pelo método estatístico de Mann-Whitney e as do grupo com SPM dentro e fora do período pré-menstrual pelo teste do sinal. Resultados: dos 4438 questionários aplicados, foram selecionados os de 29 pacientes com SPM e de 29 controles. Comparando-se a mediana das notas das alunas com SPM dentro e fora do período, não houve diferença significativa. Também não houve diferença entre as notas do grupo SPM e controle. Quanto aos escores, também não houve diferença dentro e fora do período, no grupo SPM. Conclusão: a SPM não alterou significativamente as notas ou os escores das alunas em estudo.
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Objetivos: verificar os níveis de leptina em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e suas relações com a testosterona, o estradiol, o FSH e a insulina. Métodos: estudo transversal realizado com 40 pacientes portadoras de SOP, divididas em dois grupos, de acordo com o seu índice de massa corporal (IMC): Grupo I (n = 20): pacientes obesas (IMC >28 kg/m²) e Grupo II (n = 20): pacientes não-obesas (IMC <28 kg/m²). Resultados: foi observada diferença significativa na relação glicemia/insulina entre os dois grupos (p=0,043). Os níveis de leptina se mostraram fortemente correlacionados com o IMC (p<0,001). Verificou-se que, eliminado o efeito do IMC, por meio de análise de regressão multivariada, a dosagem da insulina (p=0,194), do FSH (p=0,793), das testosteronas total (p=0,441) e livre (p=0,422), e a relação glicemia/insulina (p=0,166) não influenciaram a concentração de leptina. Entretanto, observou-se uma correlação entre as concentrações de leptina e de estradiol (p=0,043). Conclusão: existe correlação entre os níveis de leptina, o IMC e as concentrações de estradiol, em mulheres portadoras de SOP.
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Objetivo: avaliar o valor de parâmetros ultra-sonográficos para o diagnóstico da síndrome de Down fetal (T21), com a finalidade de permitir sua aplicação na prática clínica rotineira. Métodos: estudo do tipo coorte transversal prospectivo, utilizando múltiplos parâmetros ultra-sonográficos para predição da T21. Foram avaliados 1662 exames ultra-sonográficos no estudo de coorte e outros 289 exames como amostra diferencial para testar a curva de normalidade, de outubro de 1993 a novembro de 2000. A análise estatística se baseou no cálculo das variabilidades intra e interoperadores, na construção das curvas de normalidade dos parâmetros e provas de validação destas, nos cálculos de sensibilidade, especificidade, risco relativo, razão de probabilidade e dos valores preditivos pós-teste. Resultados: entre os 1662 casos do estudo, ocorreram 22 casos (1,32%) de fetos com T21. As curvas de normalidades foram construídas para os parâmetros espessura nucal, relação fêmur/pé e comprimento dos ossos próprios do nariz, sendo que a pelve renal obedeceu a distribuição semiquantitativa e o nível de corte estabelecido foi de 4,0 mm. Os valores de sensibilidade, especificidade, taxa de falso-positivos, risco relativo e razão de probabilidade para espessura da prega nucal acima do percentil 95 foram respectivamente 54,5%, 95,2%, 4,9%, 20,2 e 11. Para medida dos ossos próprios do nariz abaixo do percentil 5, os valores obtidos foram 59,0%, 90,1%, 9,0%, 13,4 e 6,5. Para a relação fêmur/pé abaixo do percentil 5, 45,5%, 84,4%, 15,6%, 3,7 e 2,6. Para a presença de bacinete >4,0 mm, 36,4%, 89,2%, 10,9%, 4,5 e 3,4. Para a ausência da falange média do quinto dedo, 22,7%, 98,1%, 1,9%, 13,2 e 11,9. Para a presença de anomalias estruturais, 31,8%, 98,7%, 1,3%, 27,2 e 24,8. A partir do cálculo da razão de probabilidade e da incidência de T21 nas diversas idades maternas, construiu-se tabela para risco pós-teste dos parâmetros ultra-sonográficos estudados. Conclusões: foram estabelecidas as curvas de normalidade e os índices para cálculo de risco populacional da síndrome de Down fetal utilizando diferentes idades maternas e os fatores multiplicadores por nós propostos. Não foi possível estabelecer curva de normalidade para o parâmetro medida da pelve renal, pois seus resultados tiveram comportamento semiquantitativo, tendo sido, portanto, analisados por faixa de normalidade.
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OBJETIVOS: analisar os resultados obstétricos e perinatais de 26 casos de síndrome de aspiração de mecônio (SAM) MÉTODOS: realizou-se revisão dos prontuários de 26 recém-nascidos (RN) com diagnóstico de SAM. Os casos foram estudados em função da média de permanência do RN na UTIN e das principais complicações maternas e neonatais, correlacionando-as entre si. RESULTADOS: dezoito conceptos nasceram no HG-FUCS e 8 fora; no período citado, ocorreram 3.976 nascimentos no HG-FUCS, incidência de SAM de 0,45%. Dos 18 casos estudados, 9 nasceram pela via vaginal; o peso ao nascimento foi >2.500 g em dezesseis casos. Mecônio leve ocorreu em 50%, semelhante ao espesso. O Apgar no 1º minuto foi >7 em 3 casos (16,7%), entre 4 e 6, em 7 casos (38,9%), e entre 0 e 3, em 8 casos (44,4%). No 5º minuto, sete RN permaneceram deprimidos. A principal complicação neonatal foi anoxia (36% dos casos). A taxa de óbito neonatal foi de 7,7%. A internação média na UTIN foi de 19,9 dias. CONCLUSÃO: a SAM constitui grave entidade clínica neonatal, relacionando-se com altas taxas de mortalidade neonatal, mecônio espesso em pelo menos a metade dos casos e nascimento de fetos deprimidos na sua maioria.
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Apresentamos um caso de linfoangiossarcoma de membro superior esquerdo, em paciente de 52 anos, previamente submetida à mastectomia radical modificada à esquerda, seguida de radioterapia devido ao carcinoma de mama 6 anos antes. Esta rara síndrome está associada a linfedema crônico, após mastectomia radical, seguida de radioterapia. Aproximadamente 400 casos foram relatados na literatura. A ocorrência infreqüente dessa doença e a aparência inócua do tumor, freqüentemente levam a retardo no diagnóstico e tratamento. No caso dessa paciente, o diagnóstico foi obtido por meio de biópsia incisional da lesão, com confirmação pela imuno-histoquímica, utilizando marcadores de células endoteliais, anticorpo anti-CD31, vimentina e actina muscular. A paciente foi submetida à amputação do membro superior, e encontra-se em seguimento sem recorrência local ou à distância há 18 meses.
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OBJETIVO: verificar a contribuição da idade materna, paridade, gemelaridade, síndrome hipertensiva, ruptura prematura das membranas como fator de risco para cesárea. MÉTODOS: após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade Professor Monteiro de Morais, situada em Recife-PE, realizou-se estudo de caso-controle com 3919 gestantes, sem antecedente de duas ou mais cesáreas, que deram à luz concepto vivo, com idade gestacional igual ou superior a 28 semanas, peso mínimo de 1.000 g, em apresentação cefálica, no período de 1 de setembro de 1999 a 31 de agosto de 2000. No grupo caso foram incluídas mulheres submetidas a operação cesariana e no grupo controle, a parto vaginal. Com os dados constantes dos prontuários neonatais e obstétricos, realizou-se análise multivariada por regressão logística, buscando a equação matemática que relacione a probabilidade de ocorrência de cesárea decorrente de mais de uma variável independente atuando como fator de risco, utilizando odds ratio e intervalo de confiança de 95% (IC 95%), consideradas as variáveis: idade materna, paridade, gemelaridade, síndrome hipertensiva e ruptura prematura das membranas. RESULTADOS: as chances de cesárea foram aumentadas em 8,3 vezes (OR = 8,3; IC 95%: 3,7-19,1) na gemelaridade, 3,4 na síndrome hipertensiva (OR = 3,4; IC 95%: 2,9-4,0), 1,9 na primiparidade (OR = 1,9; IC 95% : 1,8-2,0), 1,5 na idade superior a 34 anos (OR = 1,5; IC 95%: 1,2-1,8) e 1,2 na presença de ruptura prematura das membranas (OR = 1,2; IC 95%: 1,0-1,4). CONCLUSÕES: ruptura prematura das membranas, idade superior a 34 anos, primiparidade, síndrome hipertensiva e gemelaridade constituíram fatores de risco para cesárea.
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A síndrome de Ehlers-Danlos é doença do tecido conjuntivo cuja associação com a gestação é extremamente rara, mas com complicações potencialmente fatais no ciclo gravídico-puerperal, como roturas vasculares e intestinais. Pode estar associada a dor e frouxidão articular na mulher; quanto às alterações gestacionais, há risco maior de prematuridade, secundária a rotura prematura de membranas e/ou insuficiência cervical. Roturas e inversões uterinas também podem estar associadas a esta síndrome. Neste artigo, descrevemos o caso de uma grávida de 23 anos, com síndrome de Ehlers-Danlos tipo III, com evolução pré-natal favorável, sem complicações fetais e bom resultado perinatal.
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OBJETIVO: avaliar os resultados da superindução de ovulação seguida de fertilização in vitro (FIV) em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), comparado-as a mulheres com ovários normais. MÉTODOS: estudo retrospectivo, controlado, no qual foram incluídas 36 mulheres com SOP (grupo SOP) e 44 mulheres que apresentavam infertilidade por fator masculino leve (grupo controle), submetidas à FIV no período de 1997 a 2003. A idade variou de 18 a 36 anos. A superindução da ovulação foi realizada com hormônio folículo-estimulante recombinante e agonista do hormônio liberador de gonadotrofinas. As variáveis analisadas foram os folículos com diâmetros médios entre 14 mm e 17 mm e folículos com diâmetros maiores ou iguais a 18 mm no dia da administração de gonadotrofina coriônica humana, porcentagem de folículos >18 mm, número de oócitos captados, taxa de fertilização, taxa de clivagem, incidência de síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO), taxa de gravidez clínica e taxa de abortamento. Estas variáveis foram analisadas pelo testes t não pareado, exato de Fisher e Mann-Whitney. RESULTADOS: o grupo SOP apresentou maior número de folículos recrutados, a maioria com diâmetro entre 14 e 17 mm, quando comparado ao grupo controle (64,8 versus 53,9%), menor taxa de fertilização (59,4 versus 79,6%) e maior incidência de SHO (38,9 versus 9,1%) (p < 0,05). O número de oócitos captados, as taxas de clivagem, de gestação por transferência de embriões, de aborto e de recém-nascido vivo não diferiram entre os grupos. CONCLUSÃO: o sucesso da FIV está comprometido em mulheres com SOP por apresentarem recrutamento de maior número de folículos com diâmetros reduzidos, taxa reduzida de fertilização e elevada taxa de SHO.
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OBJETIVO: avaliar os resultados perinatais em casos de oligodramnia sem rotura de membranas amnióticas. MÉTODOS: foram estudados retrospectivamente 51 casos consecutivos de oligodramnia (índice de líquido amniótico (ILA) menor que 5 cm) em nascimentos ocorridos no período de março de 1998 a setembro de 2001. Compararam-se os dados obtidos aos de 61 casos com quantidade intermediária e normal de líquido amniótico (ILA >5 cm). Analisaram-se variáveis maternas e neonatais, bem como taxas de mortalidade fetal, neonatal precoce e perinatal. As avaliações estatísticas foram realizadas mediante a aplicação do teste não paramétrico do c² com a correção de Yates, e do teste t de Student. Adotou-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: não houve diferença significante entre os grupos estudados, ao se analisar a ocorrência de síndrome hipertensiva, presença de mecônio, índice de Apgar inferior a sete no primeiro e quinto minuto, internação na unidade de tratamento intensivo neonatal e prematuridade. A oligodramnia associou-se significantemente ao tipo de parto (p<0,0002; RR=0,32), sofrimento fetal agudo (p<0,0004; RR=2,2) e presença de malformações fetais (p<0,01; RR=5,4). Os percentuais de malformações fetais foram de 17,6 e 3,3% nos grupos de oligodramnia e normal, respectivamente. As taxas de mortalidade fetal (2,0 vs 1,6%), neonatal (5,9 vs 1,6%) e perinatal (7,8 vs 3,3%), em ambos os grupos, não apresentaram diferença significante. CONCLUSÃO: a oligodramnia se associou a um aumento do risco para operação cesariana, sofrimento fetal agudo e malformações fetais.
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A hipertensão arterial está entre as causas mais freqüentes de morte materna. Entre os tipos presentes na gravidez destacam-se as manifestações específicas, isto é, a pré-eclâmpsia e a hipertensão gestacional, definidas clinicamente por aumento dos níveis da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, associado (pré-eclâmpsia) ou não (hipertensão gestacional) à proteinúria. Na fase inicial a doença é assintomática, porém, quando não tratada ou não se interrompe a gestação, sua evolução natural é desenvolver as formas graves, como a eclâmpsia e a síndrome HELLP. Eclâmpsia é definida pela manifestação de uma ou mais crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na ausência de doenças neurológicas. Pode ocorrer durante a gestação, durante o trabalho de parto e no puerpério imediato. É comumente precedida pelos sinais e sintomas de eclâmpsia iminente (distúrbios do sistema nervoso central, visuais e gástricos). A associação de hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática já era relatada na literatura na década de cinqüenta. Em 1982, Weinstein reuniu estas alterações sob o acrônimo de HELLP, significando hemólise (H), aumento de enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP), e denominou-as de síndrome HELLP. A literatura diverge em relação aos valores dos parâmetros que definem a síndrome. Sibai et al. (1986) propuseram sistematização dos padrões laboratoriais e bioquímicos para o diagnóstico da mesma, que foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil. As manifestações clínicas podem ser imprecisas, sendo comuns queixas como dor epigástrica, mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos. O diagnóstico precoce é, eminentemente, laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia e/ou dor no quadrante superior direito do abdome. Diferenciar a síndrome HELLP de outras ocorrências, com manifestações clínicas e/ou laboratoriais semelhantes, não é tarefa fácil. O diagnóstico diferencial é particularmente difícil para doenças como púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica e fígado gorduroso agudo da gravidez, devido à insuficiente história clínica e à semelhança dos aspectos fisiopatológicos. O conhecimento da fisiopatologia da pré-eclâmpsia, o diagnóstico precoce e a atuação precisa no momento adequado nas situações complicadas pela eclâmpsia e/ou síndrome HELLP permitem melhorar o prognóstico materno e perinatal.