998 resultados para Crime sexual contra as crianças Brasil 1990-2011
Resumo:
A dissertao trata do sentido de corpo para crianças acolhidas em um abrigo. Primeiramente, apresentamos a fundamentao conceitual de corporeidade focada no existencialismo, desvelando sua dimenso educativa. A seguir, apresentamos a medida de acolhimento em abrigo institucional para crianças numa perspectiva historicizada, abordando-a como espao-tempo-vivido de cuidado e educao. Isto possibilita perspectivar a criana abrigada vivendo as dimenses de ser-corpo em um contexto de cuidado e educao institucional, pautado em normas e costumes diferentes daqueles familiares e que na atualidade tem se caracterizado como modelo disciplinar flexvel. Este trabalho uma pesquisa de campo com enfoque qualitativo, realizada com autorizao da FUNPAPA e da instituio locus da pesquisa. O universo investigado foram quatro crianças do sexo masculino, com idades entre oito e onze anos, acolhidas institucionalmente a mais de trs meses. Aplicamos formulrios para caracterizao dos sujeitos e da instituio; e para contemplar o fenmeno utilizamos a observao sistemtica, registrada em filmagens e dirio de campo. Os dados foram analisados com base no mtodo de interpretao fenomenolgico na perspectiva do Fenmeno Situado, que usa as Unidades de Significado para alcanar generalizaes sobre o fenmeno pesquisado. Nossos resultados indicaram que a instituio pesquisada embora nasa sob o sopro das mudanas vindas com o ECA, mantm elementos da pedagogia das antigas instituies, pois embora os infantes tenham certa flexibilidade para escolher o que, onde e com quem fazer atividades no tempo livre, isto no significa ausncia de controle sobre seus comportamentos e condutas. Falta liberdade de como fazer, que acaba afetando s demais possibilidades de escolhas (corpo-opo). O tempo livre tido como ocioso e ocorre dentro da instituio (corpo-recluso). A imaginao a frmula encontrada pelos infantes para escapar da monotonia (corpo-imaginao). O corpo experimentado como instrumento de poder (entre os coetneos e com os adultos); e tambm para demarcar propriedade (corpo-domnio). Todavia elo com o outro, pois possibilita ver e ser visto como existncia (corpo-presena), sendo experimentado como maneira de ser consigo e com o outro (corpo-identidade). Mas os infantes continuamente experimentam o corpo limitado pela coletividade (corpo-disciplina) e na busca por interaes afetuosas ou ante situaes frustrantes, o corpo extravasa sentimentos (corpo-aconchego). O corpo-criana objetivado pelo adulto (corpo-disciplina); e por isso destitudo de intencionalidade pelo ltimo (corpo-translcido). Mas no significa que o sujeito subjugado, j que se insurge de maneira velada ou explicita contra este controle (corpo-resistncia). O sentido de educao do abrigo no estimula a individualidade e a autonomia, incapaz de satisfazer demandas afetivas, emocionais e sociais. Esta pedagogia separa os sujeitos em corpo e mente e igualmente busca o controle do corpo para submisso da vontade. Ento, o corpo vivido no acolhimento subjetividade aprisionada no corpo-objeto, mas insurgente contra este modelo.
Resumo:
Apesar das demandas e presso da sociedade civil e dos prprios trabalhadores no sentido de fazer valer uma Poltica de Combate ao Trabalho Escravo que, existe desde a dcada de noventa do sculo passado no Brasil, todavia, identifica-se, em pleno sculo XXI, a existncia de trabalho escravo, que coloca em evidncia o problema da ausncia de direitos humanos e sociais, assim como a fragilidade da construo da democracia e da cidadania na sociedade brasileira. Para compreender a poltica de combate ao trabalho escravo no Brasil, parte-se de um referencial crtico de anlise que compreende a poltica pblica como um desdobramento da relao Estado e sociedade na sociedade capitalista e, apoiado, em autores da tradio marxista, faz-se um percurso terico-metodolgico, que abrange desde a constituio do Estado oligrquico brasileiro, na poca da escravido colonial, at o surgimento de novas formas de trabalho escravo contemporneo, com contedos semelhantes s antigas prticas sociais. Desta forma, a pesquisa apresenta uma anlise das convergncias e divergncias, por parte dos executores, na operacionalizao da Poltica de Combate ao Trabalho Escravo, materializada no II Plano Nacional para Erradicao do Trabalho Escravo, criado em 2008. Ressalta-se na operacionalizao da poltica, ambiguidades e ambivalncias da prpria constituio do Estado capitalista brasileiro, que atravs das polticas pblicas media interesses que so inconciliveis. Essas ambiguidades e ambivalncias do Estado se traduzem nas divergncias e convergncias dos executores da poltica, tal fato se apresenta como um limite ao funcionamento da poltica e contribui para a reincidncia dos trabalhadores ao trabalho escravo contemporneo. Ao mesmo tempo, reflete um Estado pactual que ao tomar a sua posio junto aos donos do poder, no dispe de instrumental para que estes direitos sejam cumpridos atravs da poltica. Assim sendo, apesar dos avanos, a poltica de combate ao trabalho escravo no Brasil apresenta-se como uma exigncia transnacional para se manter a poltica da boa vizinhana do que a efetivao da promoo da condio de cidado para os que dela necessitam, no passa de um simulacro de civilidade que visa manter uma imagem de pas democrtico e disposto a resolver as causas dos direitos humanos quando na verdade mantm uma poltica interna cruel que refora as condies de explorao desse tipo de trabalho.
Resumo:
O HPV (Papilomavrus humano) foi apontado pela OMS (Organizao Mundial de Sade - WHO) como principal fator de risco para o desenvolvimento do cncer de colo uterino, tornando-se assim um importante e gravssimo problema de sade pblica, especialmente nos pases subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. A precocidade das atividades sexuais, mltiplos parceiros e sexo casual, o tabagismo, a imunossupresso (por exemplo, na populao de pacientes aidticos), gravidez, doenas sexualmente transmissveis prvias como herpes e clamdia, alm do no cumprimento das medidas j adotadas como preveno de Doenas Sexualmente Transmissveis (DST), como por exemplo, o simples uso de preservativos, est reconhecidamente associado incidncia da infeco por HPV. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho diagnstico das metodologias de citologia convencional (Exame de Papanicolau) em relao citologia em base lquida, alm de determinar a prevalncia dos gentipos 16 e 18 do HPV em mulheres sem efeito citoptico compatvel com HPV e relacionar a presena de quadros inflamatrios, associados ou no ao HPV, com dados epidemiolgicos como idade, escolaridade, condio sociocultural de mulheres provenientes do municpio de Barcarena Par Brasil. Para tanto, participaram deste estudo, voluntariamente, 50 mulheres atendidas na Unidade de Sade de Barcarena Par, atravs de campanha para coleta de Exame de Papanicolau como mtodo de preveno de cncer do colo do tero. Estas mulheres receberam informaes referentes a todos os procedimentos realizados pelo corpo de sade deste estudo e aos resultados desta pesquisa e somente aps as voluntrias terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, as mesmas foram includas para as coletas de amostras. As anlises e os resultados dos testes de citologia de base lquida e convencional foram realizados segundo a Classificao de Bethesda e revisados cegamente por dois citopatologistas. Para a anlise estatstca foi utilizado o teste exato de Fisher e o "Screening Test" visando determinar a especificidade/ sensibilidade dos mtodos, considerando significativo o valor de p 0,05. Como resultado, observamos que o uso da citologia de base lquida tem demonstrado uma srie de vantagens em relao citologia convencional. No diagnstico molecular (PCR) foram observadas ocorrncias de HPV dos tipos 16 e 18 em 10% das mulheres atendidas. Dentre os casos que apresentaram PCR positivo para os tipos 16 ou 16/18 a maioria das mulheres tinham 27,4 anos de idade em mdia; com maior escolaridade; que exercem atividades domsticas e rurais; e com ocorrncias de co-infeco por agentes infecciosos causadores de outras doenas sexualmente transmissveis. Os resultados obtidos neste estudo reforam a importncia da manuteno de campanhas gratuitas de preveno do cncer de colo do tero como uma medida preventiva no combate desta doena, principalmente no Estado do Par onde, provavelmente, o perfil epidemiolgico da doena est associado s grandes distncias que as mulheres de comunidades ribeirinhas tm que percorrer para realizar este exame de forma gratuita; ao tipo de atividade econmica da regio; ao preconceito local ainda existente com o exame; e ao grau de dificuldade de implementao de aes efetivas de retorno das pacientes s consultas mdicas aps a obteno do resultado do exame e mesmo o encaminhamento para diagnstico molecular dos casos positivos para leses do tipo ASC-H e NIC I, II e III.
Resumo:
Ps-graduao em Bases Gerais da Cirurgia - FMB
Resumo:
Ps-graduao em Letras - FCLAS
Resumo:
A bacia amaznica abriga 16 espcies de quelnios de gua doce. A maioria dos estudos com estes animais j realizados na regio esto baseados em aspectos reprodutivos, com poucos estudos voltados para a abundncia, o uso de ambientes e a estrutura populacional. Ns estudamos a distribuio espacial, o uso de ambientes e a variao sazonal na densidade de cinco espcies de quelnios aquticos do Lago Verde, em Santarm, Par, Brasil (Podocnemis expansa, P. erythrocephala, P. unifilis, Peltocephalus dumerilianus e Phrynops tuberosus), ao longo do perodo compreendido entre dezembro de 2008 e novembro de 2009. Os animais foram avistados e capturados atravs de contagens de animais assoalhando e de mergulhos. A maioria dos animais foi encontrada nos ambientes de igaps (n = 64; 66%), principalmente no igap de aningal (Montrichardia sp) e no igap misto, com exceo de Phrynops tuberosus, espcie que foi capturada em sua maioria nas margens do lago. As maiores densidades foram registradas na estao hidrolgica da enchente, durante a subida do nvel das guas, no havendo capturas nas amostragens realizadas durante o perodo seco, com apenas um indivduo avistado em dezembro (P. unifilis). No foi observada relao entre a densidade de animais avistados e a cota do rio Tapajs. No houve variao na razo sexual das espcies registradas entre os ambientes do Lago Verde. Os mapas de distribuio dos indivduos nas distintas fases do ciclo hidrolgico apontam uma clara tendncia de avano para o interior do igap na medida em que o nvel da gua sobe e alaga este ambiente. Os igaps, principalmente os que abrigam aglomeraes de aninga, so ambientes de importncia crtica para os quelnios aquticos na rea de estudo, recomendando-se a proteo destas reas para a conservao da comunidade de quelnios aquticos do Lago Verde.
Resumo:
A tuberculose constitui um srio problema de sade pblica, sendo o M. tuberculosis o principal agente da doena no Brasil. Entre as formas extra pulmonares, a ganglionar perifrica uma das mais freqentes na infncia, apesar de pouco estudada. Com o objetivo de avaliar a incidncia e conhecer os aspectos epidemiolgicos, clnicos e laboratoriais da tuberculose ganglionar foram atendidas no ambulatrio do Hospital Ofir Loiola, no perodo de janeiro de 1995 a dezembro de 1996, 73 crianças entre 0-14 anos, de ambos os sexos, portadoras de linfadenopatia cervical. A amostra foi dividida em dois grupos: o primeiro constitudo por 61 crianças com adenopatias de outras etiologias e o segundo formado de 12 pacientes com etiologia tuberculosa. Nesse perodo, para as adenopatias tuberculosas, a taxa anual de incidncia na rea metropolitana de Belm, por 100 mil habitantes, foi de 1,03 e para o grupo de outras etiologias a incidncia foi de 4,27 e 6,15 para os anos de 1995 e 1996, respectivamente. Verificou-se que a maioria das adenopatias na infncia foram inespecficas (64,4%), entretanto, quando consideradas somente as de etiologia conhecida, o risco relativo de ser tuberculose foi de 1,17. A anlise comparativa entre os dois grupos no revelou diferena estatisticamente significativa no que tange faixa etria, sexo, estado nutricional, apresentao clnica inicial, cadeias ganglionares comprometidas e caractersticas dos linfonodos. Em ambos foi observado maior incidncia em pr-escolares e no sexo masculino. O comprometimento do estado nutricional pode ter contribudo para o aumento da morbidade em 41,7% dos casos de tuberculose. A presena de massa cervical constitui a queixa principal nos dois grupos embora durante o exame tenha sido constatado comprometimento ganglionar generalizado em 75,1% das crianças com adenopatia tuberculosa. Quanto durao dos sintomas, os casos de adenopatia tuberculosa foram atendidos a partir do primeiro ms de doena e tiveram como manifestao clnica abscesso frio em 25% dos casos. A fonte de infeco foi identificada em 1/3 dos pacientes. A reao tuberculnica com leitura >10mm foi positiva em 63,6% das crianças tuberculosas. Entre os exames bacteriolgicos realizados, a cultura constituiu o elemento fundamental para o diagnstico de tuberculose, obtendo-se 100% de positividade nos exames realizados; a baciloscopia foi de menor importncia. O exame histopatolgico com leso granulomatosa compatvel com tuberculose foi observado em 88,9% dos casos. O comprometimento pulmonar associado esteve presente em 27, 3% das crianças tuberculosas. A resposta teraputica com esquema padronizado pelo Ministrio da Sade foi satisfatria, no tendo sido observados efeitos colaterais aos medicamentos utilizados.
Resumo:
Foi analisada a situao vacinal de 173 crianças de 0 a 2 anos de idade atendidas na Policlnica Hamilton Raulino Gondin situada num bairro perifrico da cidade de Porto Velho, Rondnia. Os dados foram colhidos de maio a setembro de 2001 e obtidos atravs de entrevistas realizadas com o acompanhante da criana mediante a aplicao de formulrio padronizado. Atravs deste instrumento foram analisadas as carteiras de vacina das crianças, tendo como critrio o aprazamento das doses e colhidas informaes referentes aos aspectos scio-econmicos e culturais da famlia onde a criana est inserida. Os resultados mostraram que os maiores percentuais de atrasos encontrados foram 6,4% para a vacina contra a febre amarela e 5,8% para as vacinas contra sarampo (1 e 2 dose) e contra o Haemophilus influenza tipo b-Hib 3 dose. Dentre os motivos de atrasos vacinais pesquisados o de maior relevncia foi falta de informao da me ou responsveis. Estudando os fatores scio-econmicos e culturais da famlia das crianças da amostra, evidenciou-se predominncia de mes jovens, com idade entre 19 e 25 anos. Em relao ao grau de escolaridade do acompanhante das crianças, detectamos o percentual de 63,0% para o I grau incompleto. Analisando a renda das famlias das crianças do estudo observou-se que 29,5% vivem com rendimento compreendidos entre 1 e 2 salrios mnimos.
Resumo:
Uma investigao com o objetivo de estudar a soroprevalncia da infeco pela bactria Helicobacter pylori foi realizada em 100 crianças, entre 1 e 12 anos, no Hospital Universitrio Joo de Barros Barreto, em Belm, Brasil, e em suas respectivas 100 mes. Analisaram-se possveis fatores de risco relacionados infeco e possveis associaes da infeco entre as mes e seus filhos, inclusive por cepas CagA. Colheram-se amostras de sangue e saliva de todos os participantes e fezes das crianças. A sorologia anti-H. pylori foi realizada pela hemaglutinao indireta e a anti-CagA por Elisa. Os fentipos ABH e Lewis no sangue foram determinados por hemaglutinao direta e na saliva por dot-blot Elisa. Pesquisou-se antgenos da bactria em 79 amostras de fezes das crianças por um Elisa de captura. Informaes pessoais e familiares foram obtidas atravs de um questionrio padro. A soroprevalncia nas crianças foi de 50,0% e nas mes de 86,0%. A soroprevalncia nas crianças aumentou com a idade (p<0,05) e com o hbito de freqentarem creche ou escola (p<0,05). Os mtodos Elisa de captura e hemaglutinao indireta apresentaram desempenhos semelhantes nas crianças, sendo que nas de 1 a 4 anos observaram-se maiores discordncias (p<0,05). Mes infectadas representaram fator de risco para infeco em seus filhos (p<0,05), sobretudo mes com cepas CagA (p<0,005). Procedncia de municpios com 100 mil habitantes ou mais (p<0,05), gua encanada (p<0,05), ausncia de instalaes sanitrias (p<0,005) e de saneamento na residncia (p<0,05) representaram risco para infeco familiar. A transmisso da H. pylori foi facilitada pelas precrias condies de higiene e saneamento, conglomerados urbanos e por contatos ntimos entre as crianças e mes, mediante as rotas de transmisso fecal-oral, oral-oral e/ou gastro-oral.
Resumo:
As doenas do trato respiratrio so as principais queixas nos servios de atendimento mdico, sendo as infeces respiratrias agudas (IRA) as manifestaes mais comuns, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade. Em pases em desenvolvimento as IRA constituem um srio problema de sade pblica. Em todo mundo estima-se que ocorram cerca de dois milhes de mortes devido as IRA a cada ano. Dentre os agentes causais das mesmas, destaca-se o Vrus Respiratrio Sincicial (VRS), especialmente por causar doena grave em crianças menores de dois anos. Com o objetivo de gerar dados sobre a epidemiologia molecular deste vrus, foram analisadas amostras colhidas de pacientes com IRA no perodo de 2000 a 2006 na cidade de Belm, Par. Foram utilizados testes de imunofluorescncia indireta (IFI) para caracterizao antignica dos vrus isolados e RT-PCR para os genes codificadores das protenas G e F, que foram em seguida parcialmente seqenciados. Dentro do perodo estudado, 153 amostras positivas para VRS foram detectadas. A faixa etria de 0-4 anos foi a que concentrou maior nmero de casos (n=138; 90,19%). Em relao ao perfil sazonal, o pico de atividade do VRS ocorreu nos primeiros seis meses do ano, estando associado principalmente ao perodo de troca da estao chuvosa para um perodo de menor pluviosidade. Houve co-circulao dos subgrupos A e B nos anos de 2001 e 2003. Em 2000, 2005 e 2006 somente o subgrupo A circulou. Entretanto no ano de 2004 foi registrada a ocorrncia somente do subgrupo B. Dentro do perodo estudado, gentipos distintos da protena G do subgrupo A (GA2 e GA5) e do subgrupo B (SAB1 e SAB3) foram detectados, indicando o primeiro relato da circulao do gentipo SAB1 na Amrica do Sul. Em 2004, um cluster diferenciado dos demais gentipos circulantes foi encontrado, sendo este denominado BRB1. A anlise do gene codificador da protena F permitiu a identificao de mutaes na sequncia nucleotdica resultando em trocas na cadeia aminoacdica da mesma. Este estudo representa o primeiro relato sobre dados da epidemiologia molecular do Vrus Respiratrio Sincicial na regio Norte do Brasil.
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Introduo: Infeces por Helicobacterpylori(HP) e vrusEpstein-Barr (VEB) so comuns no mundo todo, embora o HP seja o maior fator em doenas gastroduodenais, seu percentual de associao com VEB incerto. Tanto o VEB quanto o HP so classificados como carcingenos classe 1 pela Organizao Mundial de Sade, e uma substancial frao de indivduos se tornam co-infectados na adultice. Esses dois patgenos podem potencializar sinergicamente para causar gastrite crnica perpetua. O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalncia de HP e do vrus Epstein-Barr em crianças e adolescentes. Material e Mtodo: Estudo descritivo, do tipo transversal. Foram analisadas amostras de mucosa gstrica de 64 crianças e adolescentes atravs do Teste da Urease para diagnstico do HP, da tcnica de PCR para deteco da cepa cagA de H. pylori, da tcnica de hibridizao in situ para deteco do EBV e da anlise patolgica para determinao de caractersticas histopatolgicas. Resultados: A prevalncia de HP nas crianças e adolescentes em estudo foi de 53,1% enquanto a prevalncia de VEB foi 3,1%. Entre os pacientes infectados por HP, a maioria (94,3%) apresentava gastrite a endoscopia digestiva alta, sendo gastrite enantemtica a mais comumente encontrada. Na anlise histopatolgica, tambm a maioria (97,1%) dos pacientes apresentava algum grau de gastrite, com 80% classificados com gastrite crnica moderada. Cepas cagA positivas foram encontradas em 64,7% dos infectados com HP e entre estes todos tinham gastrite, com predomnio de gastrite crnica moderada (54%), no entanto no se observou correlao com significncia estatstica entre esses achados. Em adio, tambm no houve significncia estatstica para a associao entre infeco por HP e por VEB na populao estudada, a baixa prevalncia de VEB nesta anlise sugere que esse vrus no um agente etiolgico das leses da mucosa gstrica. No nosso conhecimento, este o primeiro estudo que relaciona estes dois agentes infecciosos na mucosa gstrica de crianças e adolescentes do norte do Brasil. Concluso: A maioria dos achados deste estudo se assemelha aos relatos da literatura, contudo evidenciou-se a necessidade de estudos com maior casustica, envolvendo a populao peditrica imunocompetente afim de melhor esclarecer se h ou no correlao entre a infeco por HP e VEB em nossa regio.
Resumo:
O Vrus Linfotrpico Humano de Clulas T um oncoretrovrus responsvel por doenas linfoproliferativas, inflamatrias, degenerativas do Sistema Nervoso Central e por algumas alteraes imunolgicas do ser humano. Embora tenha associaes com vrias outras patologias, a Paraparesia Espstica Tropical ou Mielopatia Associada ao HTLV (PET/MAH), doena progressiva e incapacitante do Sistema Nervoso, e a Leucemia/Linfoma de Clulas T do Adulto (LLcTA), doena linfoproliferativa maligna e letal, so os principais agravos consistentemente definidos como provocados pelo HTLV-1. A propagao do vrus acontece de forma silenciosa, especialmente de me para filhos e pela via sexual. No Brasil, onde existem regies de alta prevalncia, ainda so escassas informaes oficiais sobre essa transmisso. O objetivo do presente trabalho foi determinar a soroprevalncia de anticorpos contra o Vrus Linfotrpico Humano de Clulas T tipos 1 e 2 (HTLV-1/2) entre familiares de portadores confirmados do vrus, matriculados no ambulatrio do Ncleo de Medicina Tropical (NMT), para estudar as caractersticas da transmisso do HTLV nos grupos familiares da regio metropolitana de Belm do Par. Foi realizado um estudo transversal, de base ambulatorial, envolvendo 82 pacientes matriculados no NMT e seus respectivos familiares, os quais foram submetidos pesquisa de anticorpos anti-HTLV-1/2, utilizando-se o teste de ELISA (Ortho Diagnostic System Inc., US), no perodo entre junho de 2007 e novembro de 2009. A Soroprevalncia da infeco pelo HTLV-1/2 foi observada em 40,2 % (33/82) das famlias e 24,0 % (50/208) no total de familiares pesquisados. A transmisso de me para filho(a) ocorreu em 23,2 % (19/82) das famlias, com taxas de soropositividade de 22,4 % (17/76) para filhas e 15,2 % (7/46) para filhos (p > 0.05). A transmisso sexual provvel ocorreu em 25,6 % (21/82) das famlias e em 42,0 % (21/50) dos casais, com taxas de soropositividade de esposas e maridos de 53,1 % (18/34) e 18,8 % (3/16), respectivamente (p < 0.05). No houve diferena significativa de soroprevalncia entre familiares de portadores sintomticos e assintomticos e entre HTLV-1 e HTLV-2. Conclui-se que existe agregao da infeco nas famlias investigadas e que os dados obtidos esto em acordo com os previamente relatados na literatura. Os servios de atendimento precisam realizar, rotineiramente, a educao dos indivduos portadores de HTLV e manter ativas as medidas de controle dos comunicantes familiares, para evitar a propagao do vrus principalmente atravs do contacto sexual e amamentao.
Resumo:
Esta pesquisa tem como o objeto de estudo o exame do tratamento dados pelos profissionais da rea jurdica da Vara da Infncia e da Juventude de Belm adoo de crianças e adolescentes nesta cidade por demandantes homoerticos. A hiptese que motivou a pesquisa era de que, Belm, como outras cidades no Brasil e fora dele, pessoas com orientao sexual homoertica buscavam realizar a paternagem e a maternagem independente da procriao, acionando o Estado na legalizao do desejo. A metodologia utilizada contemplou consulta documental da Vara, especificamente os processos de inscrio de adoo e a realizao de entrevista com cinco tcnicos de especialidades diferentes. Os resultados do estudo confirmam a existncia de uma demanda reprimida, na medida em que, a inteno dos requerentes encontra bloqueio na legislao, que ainda no se posicionou sobre a realidade caracterizada pela emergncia de novas relaes familiares.
Resumo:
Introduo: A pneumonia uma das infeces mais comuns em crianças, sendo o derrame pleural uma complicao potencial, principalmente nos pases em desenvolvimento, onde existem srias limitaes de recursos diagnstico-teraputicos. Objetivos: Conhecer o perfil das crianças portadoras de derrame pleural parapneumnico, analisando sua evoluo a partir da teraputica clnica e cirrgica que so submetidas. Mtodo: Estudo descritivo, transversal, de coleta prospectiva, no qual foram estudadas todas as crianças internadas em um hospital de referncia de doenas infecciosas na Regio Norte-Brasil com diagnstico de derrame pleural parapneumnico, submetidas a procedimento cirrgico para abordagem do mesmo, no perodo de outubro de 2010 a outubro de 2011. Resultados: A amostra foi composta por 46 crianças, com distribuio igual entre os sexos, predominncia de menores de 3 anos (74%) e procedentes do interior do estado (54,3%). Parcela considervel (28%) possua algum grau de inadequao do estado nutricional. A mdia de tempo de doena at admisso na referida instituio foi de 16,9 dias, e todos os indivduos eram provenientes de outro hospital. A durao mdia da internao hospitalar foi de 26,0 dias, e a do estado febril, de 9,8 dias. Foram utilizados 2,2 esquemas antimicrobianos, em mdia, por paciente e o Ceftriaxone foi o antibitico mais comum. Diagnstico etiolgico s foi alcanado em um nico caso. Em 22 crianças, (47,8%), havia empiema pleural, e elas apresentaram maior tempo de drenagem. Foi encontrada associao entre crianças com nanismo e cirurgias mltiplas (Teste G = 8,40; p= 0,040). A grande maioria das criana foi operada uma nica vez (80,4%), e a drenagem torcica fechada foi a cirurgia mais realizada. A drenagem torcica aberta foi instalada em 24,0% dos pacientes. A toracotomia com descorticao foi realizada em 2 pacientes (4,0%). Todas as crianças da amostra obtiveram recuperao clnica e radiolgica em at quatro meses aps a alta hospitalar, e no houve bito na amostra. Concluso: A populao estudada possui doena em estgio avanado e distrbios nutricionais prevalentes, que podem influenciar na evoluo. necessria padronizao da antibioticoterapia, e reconsiderar a drenagem torcica aberta no empiema pleural, a partir de novos estudos sobre o tema, principalmente na indisponibilidade da videotoracoscopia.
Resumo:
A infeco pelo vrus da imunodeficincia humana (HIV) atinge cada vez mais mulheres em idade reprodutiva, o que conseqentemente favorece o crescimento da transmisso vertical. Com a proposta de se obter informaes da situao epidemiolgica das grvidas infectadas pelo HIV na maior maternidade pblica do norte do Brasil, foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, envolvendo 770 grvidas atendidas na triagem obsttrica da Fundao Santa Casa de Misericrdia do Par, no perodo entre 2004 a 2010. Aps anlise dos dados obtidos a partir de pronturios, sob os preceitos ticos recomendados, obteve-se os seguintes resultados: a prevalncia e a incidncia no perodo foram de 1,87% e 0,40%, respectivamente; a faixa etria predominante estava entre 18 e 23 anos (42,1%), sendo que 50,4% tinham ensino fundamental incompleto, 68,2% exerciam atividades do lar, 89% eram solteiras e a maioria procedia de municpios com mais de 50 mil habitantes (Belm, 53,9%; Ananindeua, 13,0%; Castanhal 4,8%; Paragominas, 3,6%; Tailndia, 3,5%; Barcarena 3,1%; Marituba, 2,9%; Abaetetuba, 1,8% e So Miguel do Guam, 0,6%). O pr-natal foi realizado por 91,9% destas grvidas, com 4 a 6 consultas (61,0%), 85,2% procuraram as Unidades Bsica de Sade e 12,8% as Unidades de Referncia Especializada ao atendimento e acompanhamento de mulher HIV positiva; 75,1% j sabiam antes da gravidez atual que estavam infectadas pelo HIV, 3,6%, tomaram conhecimento durante o pr-natal e 21,3% no momento do parto atravs do teste rpido, totalizando em 78,7% a cobertura do diagnstico da infeco pelo HIV antes da chegada a maternidade, e destas 75,1% fezeram tratamento especifico durante o pr-natal. O parto cirrgico foi o de maior ocorrncia (85,1%); 89,7% das grvidas receberam Zidovudina profiltica no parto, destas 85,1% fizeram parto cirrgico e 14,9% parto normal. O conhecimento das variveis epidemiolgicas da maior casustica de grvidas infectadas pelo HIV da Amaznia brasileira, que chegaram a maternidade, permitiu concluir que o perfil de faixa etria, escolaridade, adeso ao pr-natal e nmero de consultas est compatvel com os dados nacionais, entretanto, a maior procedncia de grvidas de municpios de mdio e grande porte opem-se ao fenmeno da interiorizao da epidemia municpios menores como est sendo observado no pas. Uma taxa de 21,3% de falta de cobertura diagnstica de infeco pelo HIV no momento do parto, uma rotina em muitos servios brasileiros, depem contra a qualidade da execuo dos programas de sade e, sobretudo mostra que a equipe de assistncia precisa melhorar o acolhimento s grvidas durante o pr-natal, independente do nmero de consultas, visto que o teste do HIV deve ser solicitado ainda na primeira consulta. Estas medidas devem ser reforadas no Estado do Par, que mostrou alta taxa de prevalncia da infeco pelo HIV na gravidez, contrapondo-se as demais regies do pas onde h um decrscimo, o que tem favorecido a elevao do nmero de crianças infectadas pelo vrus HIV no Brasil.