843 resultados para Prophecy, Biblical


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O presente estudo analisa algumas ressignificações simbólicas dos Antigos Cultos de Mistério, bem como alguns desdobramentos de suas realidades históricas. Essa dissertação avalia os possíveis fluxos e trocas ocorridos nos entornos mediterrâneos, concentrando-se nas ressignificações que os mistérios sofreram nessas fronteiras, discorrendo igualmente sobre sua possível influência numa perícope bíblica. Na investigação serão levantadas hipóteses referentes a relação dos cultos mistéricos com a expansão helenística, bem como suas possíveis interfaces com uma fonte primária do Novo Testamento. Com base no estudo dos principais mistérios presentes nas fronteiras romanas, e na avaliação da literatura neotestamentária, serão consideradas as aproximações e distanciamentos simbólicos entre o culto Dionisíaco e o texto de João 2, 1-11.

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O que caracteriza uma pesquisa acadêmica num curso de doutorado é a apresentação de dois quesitos fundamentais. O primeiro é o elemento de inovação, capaz de enriquecer a pesquisa sobre o tema proposto. O segundo é o dos apontamentos como possibilidades de promoverem novos caminhos de releituras. Nesse sentido, nos convencemos de que a presente tese atende a expectativa, pois, o elemento inovador desta pesquisa é a desconstrução do conceito de saga da criação proposto por Karl Barth. É novo porque não encontramos, como suspeitávamos, nenhum autor, ou mesmo obra ou pesquisa que tenha proposto esta mesma tarefa. Ao contrário, há até alguns autores que enaltecem a pesquisa realizada por Karl Barth, como é o caso de Coats e Brueggemann. Apesar de reagirem a alguns pontos da teologia de Barth, porém, não o fizeram, especificamente, ao conceito de saga. O segundo quesito, estruturalmente ligado ao primeiro, é o que promove as possibilidades de releituras. A partir do pensamento de Paul Ricoeur propomos uma nova hermenêutica bíblica, fundamentada a partir daquilo que Ricoeur chamou de via longa, que utiliza-se de vários métodos, inclusive o histórico crítico, para se buscar uma interpretação do mundo do texto que gere sentido ao mundo frente ao texto. Acreditamos que esta proposta é capaz de superar a leitura puramente dogmática do mundo do texto. De acordo com Ricoeur, acreditamos que os elementos fundantes que pautaram a hermenêutica em torno do Dasein, ou mesmo, em torno da relação sujeito/objeto podem contribuir para uma nova hermenêutica, desde que não façam as mesmas concessões ao sujeito conhecente. Assim, a possibilidade de uma nova releitura se revela a partir daquilo que Ricoeur definiu, na relação dialética entre mundo do texto e mundo frente ao texto, como representância (réprésentance) revelante e transformante. E é nesse ponto que as Sagradas Escrituras ocupam o posto de fonte de revelação e inspiração.

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Esta dissertação tem por foco apresentar o método hermenêutico tipológico como ferramenta proposta para compreender a leitura realizada pelo evangelho de Mateus 4.15-16 da profecia de Isaías 8.23 9.1 [TM]. O texto receberá atenção a partir do Texto Massorético e da Septuaginta, sempre em comparação com o texto grego de Mateus. Por conseguinte, o contexto judaico do primeiro século será estudado para compreender mais amplamente o ambiente em que o evangelista possivelmente se encontrava para escrever o seu evangelho. As técnicas de interpretação contempladas em paralelo com a tipologia, consideradas de maior importância para este trabalho são: três técnicas rabínicas, isto é, pesher, midrah e gezerah shavah, e outras três técnicas de interpretação eminentemente cristãs, isto é, duplo-cumprimento, o sensus plenior e a tipologia. Por fim, o estudo comparativo do judaísmo do primeiro século e das técnicas de interpretação resultará na escolha da interpretação tipológica, mas sem um radical rompimento com as demais escolas, pelo contrário, conflitando com alguns apontamentos dos Rolos do Mar Morto e seu apocalipticismo. A interpretação tipológica se ocupará com as semelhanças entre o texto veterotestamentário e o neotestamentário, bem como semelhanças que poderiam compor um cenário mais abrangente. Serão considerados três temas comuns dos dois textos que estabelecem um vínculo entre ambos, ou seja, a geografia, os gentios e a interpretação da luz.

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A figura de Maria está em processo de emancipação, de uma Maria divinizada e pura, para uma Maria concreta, humana e mulher. Sua emancipação vem em decorrência das conquistas e vitórias que as mulheres de hoje têm buscado e alcançado. Claro que essas mudanças vêm ocorrendo restritamente em uma determinada linha teológica, que a partir de uma hermenêutica libertadora e a partir do feminino como ele se mostra pra nós hoje, pensa Maria como figura (mulher) concreta. Mas, como símbolo religioso, ela será sempre Virgem, Mãe e Esposa, e as novas interpretações serão sempre um esforço de superar o modelo de mulher ideal projetado no simbolismo de Maria, vista com os óculos do patriarcalismo. Parale la a essa nova interpretação do simbolismo religioso mariano, encontra-se a estrutura do feminino como nova chave hermenêutica para se pensar Deus, perspectiva que revela a transcendência divina e sua humanidade presente também na figura da mulher. Deus-Mãe é um termo bastante utilizado nos círculos populares, a partir da leitura bíblica de textos veterotestamentário e também está restrito às academias, acepção que dificilmente se pronunciará no âmbito religioso evangélico e na sociedade, pois a cultura ainda está impregnada de patriarcalismo, onde a supremacia masculina inibe de se pensar o feminino como estrutura que transcende sua natureza humana.

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A tese divide-se em três capítulos: no primeiro, estudam-se a forma e o lugar de Oseias 4,4-19; no segundo, os conteúdos da passagem bíblica em foco; e, no terceiro capítulo, abordam-se outros textos do livro de Oseias que corroborem com a tese apresentada a partir da análise de Oseias 4,4-19, feita nos capítulos anteriores. Estudar Oseias é abrir possibilidade de dar voz, novamente, ao antigo profeta e ouvir-lhe falar para a sua situação de israelita e representar seus irmãos na dura realidade da vida em Israel no século 8º a. C. O trecho selecionado para estudo apresenta muitos aspectos dessa vida, caracterizada por declarações, expressões e imagens vívidas, como a montar um quadro do seu cotidiano. E aqui reside o ponto nevrálgico das reflexões sobre a passagem bíblica: um cotidiano condenado pelo profeta, em nome de Javé, por encobrir, por meio de suas aparências e justificativas, o abuso de pessoas, até mediante a religião. O profeta não condena os israelitas, tampouco as mulheres (4,13-14), mas os senhores do poder , dentre os quais estão os sacerdotes, por deixarem suas responsabilidades em favor do povo de Javé para seguirem seus próprios interesses, a custa desse mesmo povo. Para reforçar suas acusações (e lamentações, vv.6 e 11), Oseias se utiliza, metaforicamente, de termos como a raiz hebraica hnz znh e palavras derivadas, a qual é entendida nesta tese como ser ou tornar-se independente , pois aqueles que mandam no país, têm procedido de maneira autônoma, longe das tradições javistas pautadas no verdadeiro conhecimento (tu^D^ da at) e na instrução (hr*oT torah) de deus, que podem ser percebidos na prática do direito (fP*v=m! mispat) e da solidariedade (ds#j# hesed). Oseias não pretende desmascarar cultos idolátricos pela simples preocupação de preservar ideias religiosas, e nem se preocupa com práticas, mesmo as de prostituição, por questões moralistas. Ele protesta contra a realidade de uma vida condenada ao esmagamento por grupos que, mostrando-se tão religiosos, tornaram-se, de fato, independentes do Javé do êxodo, do Javé dos pobres.

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A pesquisa procura identificar como se dá a dinâmica relacional que deve existir entre o saber/fazer teológico e as demais formas de saberes na contemporaneidade, tendo como base o filósofo francês Edgar Morin em seu referencial teórico intitulado Pensamento Complexo . Nessa perspectiva, a pesquisa se delineará por uma hermenêutica complexa ou uma hermenêutica transdisciplinar. Este conceito (Hermenêutica-Transdisciplinar / Hermenêutica na Complexidade) não é um sistema dedutivo, e sim um sistema aberto, operacionalizado por uma razão aberta (racionalidade) que procura interpretar a realidade contemporânea observando a tradição. Também de forma criativa, interpreta a tradição como resposta emergente para a contemporaneidade em meio a uma realidade complexa. A partir desse conceito observam-se também as relações dinâmicas dos saberes deste mesmo tempo, e isso, não apenas observando pelas lentes da interdisciplinaridade, mas indo além, se tornando um saber transdisciplinar. A teologia cristã continua sendo amor à tradição-bíblica, sem jamais transformar-se num sistema completo e acabado do saber teológico. Passado e presente se completam e apenas lançam luz para o futuro. Para isso, na tradição teológica cristã, há na Bíblia fundamentos reflexivos e axiomas, a partir dos quais podemos refletir a respeito de todos os temas que os saberes vão impondo (complexidade na realidade) como tematização.

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A presente dissertação de mestrado em Literatura e Religião no Mundo Bíblico tem por objetivo realizar um comentário exegético e hermenêutico de um texto reconhecido como profético e sua relação no plano teológico, antropológico e literário com o universo sapiencial israelita no período pós-exílico. Trata-se do estudo de Miquéias 6,1-8, cujo foco de investigação desenvolveu-se a partir da análise do discurso e da hipótese de confluência de gêneros literários, a saber, o profético e o sapiencial. Considerado sob os aspectos formais, contextuais e de conteúdo antropo teológico, o texto estudado apresenta-se como resultado da composição de diversos gêneros literários e manifesta, internamente, conflitos de teologias que vão desde a interpretação da própria história de Israel até a prática religiosa com suas concepções de Deus. Miquéias 6,1-8, interpretado aqui a partir de metodologias exegéticas modernas e abordagens contextuais e antropológicas, configura-se como uma verdadeira síntese de interpretação deuteronomista não hegemônica dos eventos do êxodo e da mensagem dos profetas bíblicos do século VIII aeC Miquéias, Amós, Oséias e Isaías. Estamos diante de um texto que se apresenta, ao mesmo tempo, coeso e portador de diferentes universos e vozes em sua composição. Seu discurso, cujo teor nasce do conflito entre projetos e grupos no período pós-exílico, resgata memórias antigas de um êxodo que passa por sujeitos marginais e reinterpreta a crítica profética em sua função de discernimento ético e teológico, porém, no formato sapiencial. Pela profundidade sócio teológica e pela proposta não sacrificial de seu discurso, Miquéias 6,1-8 tem sido um texto continuamente revisitado no interior da Teologia da Libertação na América Latina, inspirando boa parte de sua produção.