Un episodio en la recepción cultural dieciochesca de lo exótico: la llegada del elefante a Madrid en 1773

At the end of 1773 an Indian elephant, brought for the royal ménagerie at Aranjuez, was shown in the streets of Madrid. The resulting public fascination provoked by the intrusion of this exotic animal can be traced through poems (Tomás de Iriarte), short plays (Ramón de la Cruz), articles in the periodical press, popular and scientific prints representing the animal, and even in the costumbrista pastels of Lorenzo Tiepolo. The mythic and premodern knowledge of animal nature collides in a debate with the new scientific observation. In the final decades of the 18th century, the image of the captive elephant acquired in Europe a new symbolic meaning linked with the political fight against slavery. All these very different elements converge in Goya's Disparate de bestia.

Parish farms and the poor law: a response to unemployment in rural southern England, c.1815-1835

Finding a ‘solution’ for the seemingly intractable problem of unemployment in post-Napoleonic rural England was the Holy Grail for many vestries. Yet, whilst we know much about the depth and consequences of unemployment, parish-driven schemes to set the poor to work have been subjected to remarkably little in the way of systematic study. This paper focuses on one such policy that remains entirely obscure: parish farms, the hiring of pre-existing farms or fields by the parish on which to employ those out of work. Bearing a ‘family resemblance’ to allotments and other land-based attempts to alleviate poverty, parish farms were unique in that they were managed in all regards by the parish and were an employment strategy as opposed to a scheme to supplement the incomes of the poor. Whilst the archive of parish farms is often frustratingly opaque, it is shown that before they were effectively outlawed by the passing of the New Poor Law, many southern parishes, especially in the Weald of Kent and Sussex, adopted the scheme, occasionally with great success.

A audácia de ser diferente: a escrita obsessiva de Ana Teresa Pereira

A presente tese tem como objetivo estudar a obra da escritora madeirense Ana Teresa Pereira. Partindo da leitura integral dos seus livros, que se interligam formando um todo caraterizado por uma unidade intrínseca e obsessiva, e analisando especificamente a obra publicada entre 1989 e 2008, procurámos demonstrar os tópicos que permitem classificar a sua poética como uma escrita obsessiva e audaz, sob o ponto de vista do que de mais espantoso as expressões podem ter. Estamos perante uma obra cuja indivisibilidade labiríntica se entretece com a paixão obsessiva pela Arte, em particular, pela Literatura, pelo Cinema, pela Pintura e pela Música.

Maria Teresa Cortez. Os contos de Grimm em Portugal. A recepção dos Kinder-und Hausmärchen entre 1837 e 1910, Coimbra, Minerva (Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos) e Universidade de Aveiro, 2001. 531 pp.

Trabalho que investiga a recepção dos Kinder - und Hausmärchen em Portugal, fruto duma aturada e minuciosa pesquisa documental. Com efeito, Teresa Cortez passa em revista os livros e publicações periódicas enquadrados entre 1837 — data do aparecimento das primeiras traduções de contos dos KHM, no periódico lisboeta Biblioteca Familiar e Recreativa — e 1910, data a que a autora estendeu a sua pesquisa. Cada incidência da presença dos contos dos Grimm em Portugal é cuidadosamente investigada, contextualisada e analisada, Assim, à medida que vemos surgir, primeiro esparsas em revistas destinadas a um público infantil, e sem indicação de autoria, traduções (do francês) dos KHM, vamo-nos inteirando sobre o epírito e motivações do seu aparecimento, quer partindo do estudo comparativo com o texto de origem, quer de um exame da publicação de chegada, alargando-se a pesquisa aos seus editores e autores. Todo o processo de recepção dos contos de Grimm vai sendo examinado pela autora à luz dos movimentos das últimas décadas do séc. XIX e primeira do séc. XX, nomeadamente o nacionalismo neo-romântico e o positivismo.

O Administrador de Concelho [1835-1936]: caso de estudo de Portimão

Dissertação de mest., História do Algarve, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2011

O livro encenado: escrita e representação na obra de Ana Teresa Pereira

Esta dissertação propõe uma leitura de um conjunto de obras de Ana Teresa Pereira centrada nas relações entre escrita e representação. Estas obras são: O Fim de Lizzie e outras histórias (2008), O Verão Selvagem dos Teus Olhos (2008), Inverness (2010), A Outra (2010), A Pantera (2011) e O Lago (2011). Partindo da hipótese de que aquele binómio constitui um problema teórico importante na abordagem a estas obras, interroga-se as diversas instâncias em que ele se manifesta nos textos, tendo em conta a encenação do acto de escrita e de outros actos de criação, bem como o recurso a um campo semântico do domínio do teatro, com o qual a narrativa se confunde, pondo em evidência e em diálogo diferentes acepções do conceito de “representação”. A reflexão atenta essencialmente em três eixos: o pensamento sobre arte que atravessa estas narrativas, a figuração auto-reflexiva do texto e a forma como Ana Teresa Pereira desenvolve uma noção de teatralidade na articulação entre escrever e representar. Esta noção é também a que une ideias de livro, de palco e de mundo, gerando tensões consequentes entre ficção, realidade e literatura.