959 resultados para modernidade
Resumo:
Este trabalho aborda o problema da tradução por meio da análise de sua teoria e de sua prática na obra de Jacques Derrida. Tratando especificamente sobre o problema do intraduzível nos textos do autor e tirando daí algumas conseqüências para a reapropriação teórica que se pode fazer deles, notamos que a irredutibilidade da leitura faz parte dos fundamentos da atividade tradutória e aponta para a consideração de uma certa ética da relação com o outro.
Resumo:
Este trabalho propõe-se a refletir sobre o conceito de equivalência de tradução tomando como ponto de partida as implicações do mito de Babel, como relatado por Jacques Derrida (1982, 1987). A dispersão das tribos e a multiplicidade de línguas decorrentes da destruição da torre instauram o reino da diferença e o da desigualdade de valores, não o dos intercâmbios com perfeito equilíbrio nem o das relações simétricas entre línguas. Assim, é problemático encarar a tradução como uma relação de equivalência, na medida em que pratica a diferença entre valores, crenças, representações sociais e funciona como agente de domínio.
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo traçar um retrato em negativo daquilo que se poderia chamar o método de leitura da desconstrução como ponto de partida para se entender o processo de tradução como forma de constituição do sentido. O estatuto ambivalente da desconstrução tem um correspondente na situação teórica da tradução, na medida em que supõe a diferença constitutiva de toda leitura, implicando uma sobrevivência da língua do outro.
Resumo:
Este texto aborda a trajetória do cômico conforme a modificação sofrida da passagem da Idade Média para o pensamento moderno. A expressão mais alta do cômico, no período medieval, encontra-se nas festas populares, espaço universal da destruição/regeneração, próprio do dinamismo da realidade social. Mas, se no período medieval, o caráter universal do cômico e do riso predominavam, não acontece o mesmo no seio da modernidade, quando o riso se torna sério e voltado para objetos singulares, sofrendo transformações no modo de sua expressão, ou seja, no cotidiano e nos dias de festividade. Tais mudanças suscitam algumas questões: Quais razões foram determinantes para a mudança e o processo engendrado na maneira de pensar e vivenciar o cotidiano? Qual o espaço cedido para o cômico, encarado como o riso sério? O indizível, próprio da percepção de mudanças e crises, encontrou sua manifestação em quais vozes?
Resumo:
Este artigo pretende discutir como se articulam, na estrutura híbrida do romance Como agua para chocolate, alguns gêneros textuais discursivos comumente dedicados à leitura de mulheres – folhetim, almanaque, caderno de receitas e diário íntimo –, cuja presença fica sugerida desde o subtítulo “novela de entregas mensuales, con recetas, amores y remedios caseros”. Esses gêneros se misturam na construção da narrativa, possibilitando, no âmbito da pós-modernidade, uma leitura crítica do papel da mulher na sociedade patriarcal da primeira metade do século XX.
Resumo:
O objetivo principal deste artigo é levantar algumasexplicações possíveis para o sucesso editorial do segmento daautoajuda a partir das últimas décadas do século passado. Paratanto, quatro eixos explicativos são desenvolvidos: 1) vivemos umperíodo de reflexividade que abre espaço para as receitas e osmodelos da autoajuda; 2) outras formas de racionalidade, numacontraposição à visão de Max Weber, abrem espaço para o saberprofessado pelos gurus da autoajuda; 3) a autoajuda tem umafunção terapêutica fundamental numa época que vive os dilemasda modernidade tardia; 4) o modelo de competência que imperano imaginário organizacional contemporâneo abre espaço paraos ensinamentos da autoajuda. Rastreando essas explicaçõesprocurar-se-á mostrar de que forma as especificidades do nossotempo constituem terreno fértil para a autoajuda.
Resumo:
O impacto do crescimento urbano-industrial sobre a lírica moderna é abordado sob o ângulo das dissonâncias ocorridas entre as representações temáticas e os procedimentos expressivos. Assim se confrontam as “respostas” dos poetas europeus à Revolução Industrial e o surgimento das grandes cidades com as dos modernistas brasileiros de 22 face à industrialização de São Paulo. Nestes, ao contrário dos primeiros, os conflitos instauram-se entre a celebração programática da vida moderna e, num primeiro momento, a impossibilidade de adequação de suas formas de expressão ao registro dessa modernidade. Dessa forma se explicam os desequilíbrios temático-expressivos existentes em Paulicéia Desvairada, bem como as adequações conseguidas por obras posteriores. The impact of urban-industrial growth on modern lyrics is approached from the angle of the dissonances which occurred between the thematic representations and the expressive procedures. Thus, the European poets’ responses to the Industrial Revolution and the emergence of the large cities are confronted with those of the 1922 Brazilian Modernists in relation to the industrialization of São Paulo. In the latter, contrary to what happened with ther former ones, the conflicts take place between the programmatic celebration of modern life and, at first, the impossibility of adequating their form of expressions to the record of said modernity. Thus the thematic-expressive disequilibrium in Paulicéia Desvairada, as well as de adequations obtained in later works are explained.
Resumo:
O Canto II do poema A Máquina do Mundo Repensada, de Haroldo de Campos (2000), é inovador ao trazer, para o cerne de um texto composto em terza rima, a ciência como protagonista da mensagem poética veiculada ao longo dos versos. Se na primeira parte do poema há um retorno aos textos da tradição, na segunda, ainda que esses diálogos permaneçam sub-repticiamente, o impulso para novos horizontes é assegurado pelo ingresso do tema científico no poema, que impulsiona o eu-poético a novos caminhos e estreita as possibilidades de estabelecimento do texto literário como palco das descobertas da ciência, ao mesmo tempo que questionador dessas descobertas. No Canto II do poema haroldiano, objeto de análise neste artigo, o desbravar das fronteiras da literatura tangencia o desbravar das fronteiras da ciência. Isso faz de Haroldo um poeta do “absolutamente novo”.
Resumo:
Este livro reúne a reflexão acerca das identidades na cultura contemporânea,realizada por pesquisadores que participaram do Seminário: Cultura contemporânea, corpo e novas tecnologias: diálogos em torno das identidades. O objetivo geral das reflexões aqui apresentadas é tomar as inovações tecnológicas e seus impactos na vida cotidiana - particularmente na renovação e reinvenção de formas de sociabilidade e de construção de identidades - como uma chave privilegiada para o adentramento em meandros da cultura contemporânea. O corpo, suporte da cultura e território de construção de identidades, ao incorporar os recursos tecnológicos disponibilizados pelo mercado estético, como próteses, implantes, intervenções e tratamentos à base de laser, tem seu estatuto modificado e as fronteiras entre natureza e cultura passam a ser revistas em novos parâmetros, impondo novos desafios à reflexão sócio-antropológica. Este livro busca contribuir para este debate, somar um pequena centelha ao enorme esforço que se faz necessário no sentido de repensarmos as clássicas dicotomias conceituais que vem marcando a reflexão das ciências humanas e se demonstrando cada vez mais abaladas em seu alcance explicativo, frente às aceleradas transformações vivenciadas na vida social nesta modernidade do início do século XXI.
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Ao estudar os romances policiais mais vendidos no Brasil entre 2000 e 2007, Fernanda Massi constatou um grande distanciamento entre esses textos e os romances policiais tradicionais. Nos livros escritos por autores clássicos como Agatha Christie, Conan Doyle e Georges Simenon, há algumas características recorrentes: um crime de autoria desconhecida, um criminoso com motivos para assassinar e um detetive encarregado de encontrar a identidade do criminoso e entregá-lo à polícia para que receba a merecida punição. Nesta obra, Massi nota que autores contemporâneos como Rubem Fonseca, Luiz Alfredo Garcia-Roza e Dan Brown, entre outros, mantêm a tríade criminoso-vítima-detetive, pois ela é indispensável ao enredo. Mas utilizam o núcleo do romance policial para abordar outros temas, como adultério, corrupção em órgãos públicos, segredos de fundo religioso ou deterioração familiar. Assim, segundo a autora, esses escritores escrevem com uma liberdade característica da pós-modernidade: desenvolvem a narrativa seguindo o modelo fixo de estrutura do gênero policial, porém de modo vivo e adaptado à contemporaneidade, inclusive no que concerne aos valores morais. O diagnóstico alcançado lança nova luz sobre o cenário contemporâneo da literatura policial.
Resumo:
Luís Guilherme Coelho Buchianeri propõe, nesta obra, que nos dias atuais a velocidade continua acelerando exponencial e paradoxalmente, mas apenas no mundo externo. No mundo interno, se desacelera, “tendendo a uma paralisia que não promove a angústia estruturante, mas leva à agonia, à sensação de falta de futuro, à necessidade de preenchimento do tempo com conteúdos dados à imediaticidade dos afetos”. Tal busca de concretude, diz, impede a subjetivação do ser humano moderno. A subjetividade, segundo o autor, considerada lenta e imprecisa, está sendo descartada na era da instantaneidade e da satisfação imediata dos desejos, em que a máquina possibilita que tudo se realize em “tempo real”. Assim, se no nascimento da modernidade a velocidade instigava a ação, transformação e rebeldia, hoje, vazia de conteúdos, paralisa e instala nesse espaço um tempo entediante. Nos jovens, principalmente, essa variedade de estímulos decorrentes dessas mutações no espaço e no tempo produziria uma falta de sentido na vida, acompanhada por “um esvaziamento do sujeito, uma sensação subjetiva a que poderíamos denominar tédio”. Paralelamente a esse tema, discutido amplamente neste livro, que leva em conta a realidade de jovens de diversos países, o autor aborda outra questão contemporânea – a da “depressão como figura de subjetivação da atualidade”. Ao analisar conceitos com base em teorias da Psicologia e da Filosofia, ele procura demonstrar que o tédio se sobressai em relação à depressão como a subjetividade típica de um mundo acelerado e volátil
Resumo:
Um dos objetivos do livro é o de verificar até que ponto as influências intelectuais recebidas por Zygmunt Bauman no começo de sua carreira contribuíram para o desenvolvimento de sua teoria sobre a ética e a moral no mundo contemporâneo, eivada de críticas ao pós-modernismo e hoje considerada uma das grandes referências sobre o assunto. Sociólogo e filósofo polonês nascido em 1925 que se notabilizou por seu marxismo de vanguarda (devido ao qual teve de deixar a Universidade de Varsóvia em 1968 e a sua obra foi proibida naquele país), Bauman é também conhecido por sua prodigiosa produção intelectual, nas quais se destacam as análises das ligações entre a modernidade e o holocausto e o consumismo pós-moderno. Para o autor, foram os círculos neomarxistas de Varsóvia que forneceram a Bauman as matrizes críticas que, pouco a pouco, o levariam a desenvolver a ideia de que a perspectiva pós-moderna da ética está introduzindo uma concepção de moralidade bem diversa da ortodoxa, e que se tornou referenciada por elementos exteriores ao sujeito moral - de acordo com o livro, uma verdadeira ironia, nesses tempos de proclamação da autonomia e liberdade do indivíduo, característica também central do ideal iluminista. Assim, hoje, para Bauman, a referência para a ação moral, em tese baseada nas concepções do direito natural racional, ao invés de proclamar e reafirmar a autonomia do indivíduo diante das normas das instituições, nada mais faria do que reforçar a sua dependência de parâmetros externos advindos de outras fontes, impossibilitando a reflexão e a decisão próprias do sujeito moral
Resumo:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Resumo:
Pós-graduação em Psicologia - FCLAS