694 resultados para pluralidade cristã
Resumo:
A obra Oré awé roiru’a ma: todas as vezes que dissemos adeus (2002), de Kaká Jecupé narra a história de um jovem índio que viu a cidade de São Paulo crescer desenfreadamente. O autor abordou em sua narrativa os fatores que interferiram nos costume e na qualidade de vida da comunidade indígena. Apresenta a necessidade de uma negociação entre os povos indígenas e a sociedade nacional para evitar “o extermínio do mundo indígena e do ecossistema”. É um escritor indígena e mediador cultural, cuja trajetória é marcada pelo hibridismo cultural, pois se relacionou com diversas outras etnias. Além do fascínio de escrever, encontrou uma forma aliada na luta pela afirmação identitária indígena. O Brasil é um país que apresenta uma pluralidade muito grande quando se refere ao seu povo e, consequentemente, a sua cultura. As diferenças etnicas que aqui existem devem ser respeitados e valorizadas, pois temos um povo mesclado, miscigenado. Dessa forma, a mestiçagem tornou-se um assunto comum da nação, constituindo o fator identitário do povo habitante deste país. Jecupé tem a preocupação de defender heranças culturais de seu povo através da literatura, através da escrita. Assim, os grupos minoritários podem assumir e defender suas diferenças culturais.
Resumo:
This study investigates the motives and the modes of confluence between lyric prose and prose, in the novel, Húmus, of Raul Germano Brandão, portuguese writer from XX century. The higher the sensibility of the man, more he understands that the mystery of poetry is in the essence of what is said and not in certain shapes. In lyric predominates the feeling, the emotion, the subjectivity, the expression of ‘self’, because the lyric matter is, exactly, the subjective world. The modern man is an anguished being, once he watches the fragmentation of his integrity, namely, his identity is being misplaced. However such anguish cannot be expressed by common words, because they cannot translate all the intensity of human pain. The expression of deep restlessness that oppresses the being demands the presence of the lyric. Insofar makes poetry, the romance text unfold itself as space of experimentation, of varied configurations, of multiple resources, that substitutes the unity of enunciator by the plurality of enouncements and assimilates uncountable proper resources of the poetry making, such as metaphors, symbols, images and allegories, turning the frontiers between poetry and prose fluid. After all, truthfully, it is the language of poetry that makes the literature exists.
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RESUMO: A ideia da escrita desse texto surgiu como resposta a algumas inquietudes suscitadas ao longo dos estudos sobre Literatura Comparada na América Latina[1] e as posições defendidas por teóricos como Coutinho (1995-2004), Santiago (2000), Bernd (1998), entre outros. Entre elas está a necessidade imperiosa de tomar consciência das especificidades das diversas literaturas, assim como a de se estabelecer um diálogo em pé de igualdade entre as mesmas. Isso equivale a abordar especificamente a literatura dos distintos países latino-americanos como uma dialética entre o local e o universal porque é nessa pluralidade onde ela pode e deve ser entendida, já que as literaturas latino-americanas sempre receberam uma grande influência das europeias e assimilaram destas, como de outras, aspectos e características que, sem dúvida, no presente, são substancialmente modificadas no momento da apropriação. Por isso este artigo analisará a reconstrução da história de Adão e Eva desde uma perspectiva comparatista, isso é, remeterá o romance El infinito en la palma de la mano (2013), de Gioconda Belli não somente à sua individualidade, mas também ao jogo dialético/intertextual com a narração bíblica e alguns textos apócrifos – versões do Velho e Novo Testamentos que não foram incorporados ao cânone eclesiástico mas que Gioconda descobre de maneira acidental – com a finalidade de mostrar que não há nada mais original e intrínseco a um texto que alimentar-se de outros textos e que nesse ritual latino-americano de transgressão ao modelo está subjacente o descobrimento e a conquista do paraíso latino-americano.[1]El presente trabajoestá enmarcado dentro dela producción colaborativa propuesta a partir del curso “Actualización teórica y práctica en el campo de la Literatura Comparada en el ámbito latinoamericano”, ofrecido por la Secretaría de Posgrado de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad Nacional de Tucumán-UNT, en noviembre de 2013. Dicho curso fue dictado por el profesor invitado de la UNT Doctor Gilmei Francisco Fleck, profesor adjunto de la “Universidade Estadual do Oeste do Paraná- Cascavel-PR/Brasil.
Resumo:
O presente trabalho estabelece a relação entre questão nacional e autoritarismo na América Latina. Partindo-se do pressuposto de que a soberania nacional é condição fundamental para o estabelecimento da democracia, mas considerando também que as relações externas entre os países latino-americanos e os centros hegemônicos caracterizam-se como uma relação de dependência, consideramos que a democracia nestes países continua sendo uma meta a ser alcançada. Dentro deste contexto, a arte, mais especificamente a literatura, pode e deve desempenhar um papel de grande importância, desmascarando o discurso oficial e tornando visível uma nação que nossas elites insistem em não ver. Por trás do corpo visível destas nações existe um corpo invisível, apesar de não menos real, formado por uma diversidade de raças, línguas, culturas e religiões, que esconde uma profunda desigualdade social, política e econômica. Na literatura fantástica, este corpo surge como uma ameaça à ordem burguesa, subvertendo a aparente pureza e unidade que esta luta por preservar, zelando assim pela manutenção de uma nação específica, sua máscara e retrato, ou seja, branca e católica. A fim de ilustrá-lo, analisamos o conto Apocalipsis de Solentiname, de Julio Cortázar. Neste relato, o escritor argentino coloca em questão a relação entre vida e arte, destacando o quanto os seus limites são tênues, ainda que a cultura ocidental e cristã empenhe-se em relegar a segunda ao reino da fantasia e da ilusão. Uma questão que reveste-se de um interesse especial ao constatarmos que menos de dois anos depois de escrito, as imagens de violência, morte e tortura presentes neste conto aconteceriam de fato, quando então a guarda nacional do ditador Somoza invade a Ilha.