1000 resultados para Representações sociais
Resumo:
Neste artigo desejamos entender como as secas peridicas e seu produto social, o retirante, tornaram-se a representao mais poderosa das paisagens e gentes do Nordeste brasileiro, principalmente quando observamos duas importantes fontes: a imprensa ilustrada do final do sculo XIX e os manuais escolares. Percebe-se nesses documentos que em ambos a imagem ratifica o discurso civilizatrio que fechava os olhos para os problemas sociais. Aps anlise documental, consideramos a cobertura da seca de 1877-1879 como um marco do nascimento do fotojornalismo no Brasil e do surgimento de uma imprensa que desejava denunciar a calamidade da seca.
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Dissertao de Mestrado em Sociologia
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O objetivo desse estudo foi compreender a representao social das purperas acerca do Alojamento Conjunto (AC). Participaram 23 purperas internadas no AC do HU-USP. A anlise dos dados, obtidos por entrevistas individuais e grupos focais, baseou-se nas Representao Sociais. Uma das representações sobre sua internao mostra sentimento de medo, submisso s rotinas institucionais e equipe de sade, um misto de acomodao e resistncia a maneira impessoal como so tratadas. A Hospitalizao: do abandono ao acolhimento, indica como a disponibilidade de interagir dos profissionais atua como elemento de re-significao das representações de abandono e indiferena sobre o atendimento mulher.
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A nossa sociedade est, visivelmente, em busca de padres ticos, de padres de melhoria social, de padres de melhoria econmica. Nesse sentido, a tica e a transparncia na gesto da coisa pblica constituem fundamentos indispensveis para o alcance dos objectivos governamentais com eficincia e efectividade e dentro dos preceitos legais da ordem democrtica. Mas o que se verifica em Cabo Verde a existncia de uma assimetria entre o governo, a oposio, e a sociedade no que diz respeito tica e transparncia na Administrao Pblica. Esta constatao mais directamente vinculada ao mbito da Administrao Central gerou questionamentos sobre as razes dessa ocorrncia, conduzindo a uma reflexo sobre as implicaes e os desafios concernentes ao alcance do bem comum no contexto referido. Nesse intuito, buscou-se desenvolver uma anlise criteriosa, considerando no s os aspectos da administrao, mas principalmente, os aspectos polticos e sociais envolvidos nessa dinmica. O estudo tambm se justifica pois denota-se que h maior eficincia governativa quando as instituies funcionam com regras, com transparncia, com tica, com comprometimento ao servio pblico, com profissionalismo e quando as referidas instituies esto sujeitas ao controlo social e a mecanismos de "check and balances". Assim, com o objetivo de verificar a percepo de dirigentes, polticos, funcionrios pblicos e utentes da Administrao Pblica, sobre esta problemtica, realizou-se, inicialmente, uma extensa pesquisa bibliogrfica acompanhada de anlise documental em busca de uma viso fundamentada e crtica sobre o tema em estudo. O levantamento de dados empricos ocorreu por meio da aplicao, pelo pesquisador, de um questionrio com perguntas abertas e fechadas, a um total de sessenta e quatro respondentes assim distribuidos: a) Representantes da Administrao Central: Secretaria de Estado da Administrao Pblica: 9; Ministrio da Sade: 5; Ministrio da Educao: 7; Ministrio das Finanas: 6; Gabinete do Ministro-Adjunto das Comunidades e Emigrao: 5; Ministrio da Agricultura: 4; b) Polticos (deputados): 8; c) Utentes da Administrao Pblica: de um total de 20 respondentes, foi conferida ateno especial aos servios da Sade (4 utentes), Educao (4), Finanas (4 utentes), Agricultura (4 utentes) e Secretaria de Estado da Administrao Pblica (4 utentes). A margem de erro, do ponto de vista da anlise estatstica dos dados, no ultrapassa os 4% e o coeficiente de confiana de 95%. Os resutados da anlise confirmam a importncia do estudo, revelando questes decisivas para o aprofundamento do processo democrtico e a conquista da cidadania em Cabo Verde. Dentre estas, h que destacar, por seu impacto na sociedade e no exerccio da democracia no contexto referido, os seguintes ndices: apenas 6% dos inquiridos consideram a tica e a transparncia como novidades no contexto da Reforma do Estado; 64 % aponta a existncia de corrupo na gesto da coisa pblica; e, por fim, 70,4% dos inquiridos definem como satisfatria a actuao dos funcionrios pblicos cabo-verdianos no que tange tica e transparncia na gesto da coisa pblica.
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A investigao Do Jardim-de-infncia ao Centro de Actividades de Tempos Livres: Representações das Crianas sobre o Brincar reconhece as crianas como actores sociais, sujeitos de direitos, entre eles, o direito participao em assuntos que lhes digam directamente respeito, a assuntos de seu interesse, nomeadamente o direito ao brincar. O brincar uma actividade ldica, assim como o jogar, importante no processo de crescimento e desenvolvimento da criana e, nos tempos que correm, a sociedade, de uma forma geral, e particularmente as famlias, preocupam-se muito com o trabalho e colocam as necessidades bsicas das crianas em segundo plano ao valorizarem acima de tudo o sucesso e o desempenho das mesmas. Assim, se participar significa tomar parte em, reconhece-se a necessidade de ouvir as crianas e o que elas tm a dizer sobre essa actividade ldica, sobre a forma como organizam o seu dia e o tempo que despendem para brincar e sobre a forma como gostariam de ver os seus dias ocupados. neste pressuposto, de que atravs da aco e da voz das crianas, que possvel a construo de um conhecimento terico e vlido que contribua para uma melhor interveno educativa com as crianas. Esta investigao, que decorreu numa instituio com vrias vertentes, entre elas a vertente da Animao Infantil, enquadra-se no paradigma qualitativo de natureza participativa, e procura interpretar os significados atribudos pelas crianas, que frequentam o Jardim-deinfncia da rede pblica e a mesma instituio, na condio de Componente de Apoio Famlia, ao brincar, s suas vivncias no que concerne gesto do seu quotidiano, quer no que refere ao tempo que passam no Jardim-de-infncia, quer no que passam no Prolongamento de Horrio/Actividades de Tempos Livres. Neste trabalho de investigao que decorreu numa instituio situada numa freguesia pertencente ao Distrito de Viana do Castelo e que disponibiliza os servios de ATL, participaram como protagonistas as crianas da faixa etria entre os trs e os seis anos de idade e que frequentam dois contextos: educacional e ldico. Este trabalho sustentado por um referencial terico que engloba o brincar na sociedade actual e a sua importncia, a educao pr-escolar e as suas funes, a natureza da componente de apoio famlia, a animao scio-educativa e os contextos de vida das crianas, que permitiram questionar a participao infantil em assuntos de seu interesse. Ainda que este estudo no permita generalizaes, reflecte-se sobre a realidade existente, d voz s crianas e indica aspectos que, de uma forma geral, precisam de mais ateno. Afinal o brincar na infncia um assunto srio
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O nosso objectivo consiste em analisar como, no perodo que vai do Ultimatum britnico de 1890 implantao de I Repblica em Portugal (1910), se representavam o arquiplago de Cabo Verde e a sua sociedade, partindo do princpio que quem representava eram sobretudo os colonos portugueses e, por outro lado, de como os prprios cabo-verdianos se auto-representavam. Para a representao tanto do espao como da sociedade em si, tivemos em linha de conta um conjunto de questes sociais, geogrficas e territoriais, que nos permitiu, de uma forma clara, caracterizar e descrever quer o espao, quer a sociedade cabo-verdiana no perodo estudado. Neste sentido e atendendo nossa finalidade, dividimos o trabalho em trs captulos; No primeiro, analismos a sociedade cabo-verdiana da poca e de maneira a perceber de que sociedade se est a falar, caracterizando-a do ponto de vista social, cultural e religiosa; No segundo, abordamos a questo da identidade cultural, o que nos permitiu descrever a sua representao e o sentimento de pertena da sociedade caboverdiana; Finalmente, no terceiro e ltimo captulo, caracterizmos o espao, falando da identidade geogrfica propriamente dita, concluindo como se representava Cabo Verde provncia/colnia ou frica.
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Este artigo analisa a emergncia e o desenvolvimento das polticas sociais de atendimento infanto-juvenil concomitante ao processo de desenvolvimento do sistema de proteo social nacional, focalizando algumas das principais representações atribudas infncia, de acordo com o perodo histrico e poltico de cada poca. Busca-se apresentar a noo de infncia instituda sob a constituio do aparato do Estado de Bem-Estar brasileiro, de forma a situ-la em um contexto mais amplo de transformaes histricas e polticas que envolveram a emergncia e consolidao das polticas sociais destinadas ao atendimento criana e ao adolescente no Brasil ao longo do sculo XX e incio do sculo XXI.
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O estudo pretende realizar o mapeamento de aspectos relevantes da esttica do corpo na televiso, observando sua representao nos programas jornalsticos, nos programas de entretenimento e nas inseres publicitrias de ambos. Pesquisa o discurso somtico tencionando, a partir dele, desvendar um contrato fiducirio no jornalismo, um contrato sedutor na publicidade e hedonista-erotizante no entretenimento, ou seja, o jornalismo buscando a representao do corpo-verdade ou corpo-real, a publicidade representando o corpo-produto e o entretenimento representando o corpo-hedonista. Alm de traar o percurso do corpo na Histria e estabelecer referenciais tericos norteadores, a investigao busca, no recorte e anlise de programaes televisivas, as principais formas de visualizao desse corpo ngulos, aes, tipos, apresentao, localizao, adjetivao, acrescentando na interpretao os seus possveis significados sociais.
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O presente trabalho trata do movimento de bairros no municpio do Rio de Janeiro e a sua relao com a escola pblica. Partindo de categorias formuladas por Antonio Gramsci, como hegemonia e aparelho de hegemonia, aborda-se inicialmente a dinmica dos novos movimentos sociais urbanos no Brasil, a conjuntura que propiciou a sua emergncia, o seu potencial de gestores de uma contra-hegemonia e o papel que pode assumir a escola na construo desta. A seguir, procura-se resgatar a histria do movimento de bairros no Rio, inserida no contexto da problemtica urbana no pas. Posteriormente e reconstituda a histria das lutas por educao no movimento, enfocando-se como os militantes das associaes de moradores filiadas Federao das Associaes de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (FAMERJ) colocam a questo da educao pblica escolar entre as suas reivindicaes e que tipo de aao desenvolvem no sentido de agir sobre ela. Ainda nesta perspectiva, analisa-se criticamente o significado poltico das representações que os militantes elaboram acerca da educao e da escola pblica. Conclui-se apontando as conquistas e os limites do movimento, discutindo-se tambm como as associaes de moradores podem exercer, no processo geral de democratizao, o papel de mediadores entre a escola e a sociedade.
Resumo:
Esta dissertao evidencia que existe uma importante parcela dos setores populares na Regio Serrana do Estado do Rio de Janeiro, cuja ao no se limitou a aceitar passivamente as decises e aes do Estado. Mas, nas tentativas de se tornarem protagonistas ativos de seu processo histrico esbarraram em vrias dificuldades das quais, talvez a maior, tenha sido o "esvaziamento " das formas organizativas de seus movimentos. Por outro lado, objetivamos identificar nesta regio e, principalmente no seu meio rural, a dimenso histrica da educao, no sentido desta no apenas ser modificada no curso do prprio processo histrico mas, tambm, da possibilidade real de ser um dos agentes modificadores. Alm disso, este estudo se desenvolveu apontando para a necessidade de se analisar as "relaes de fora", em momentos ou graus, que na dinmica do movimento histrico da sociedade, combinam-se, alternam-se e entrelaam-se. Assim, procuramos desvendar o inventrio da regio partindo desde os seus primrdios, passando pelos primeiros imigrantes europeus e a sua absoro pelas fraoes de classe na dinmica histrica que se desenvolveu, contextualizando a problemtica nacional e internacional. Analisamos, tambm, as tentativas de organizao dos movimentos sociais tomando como referencial a "Comuna de Paris" e as anlises de Marx a seu respeito, bem como os conceitos de qualidade e pobreza poltica. No relato e estudo dos diversos casos fomos levados discusso do papel do Estado e de suas variadas formas de interveno, onde afloram o c1ientelismo e o assistencialismo. Ao analisar as relaes e representações da escola com a sociedade civil, deparamo-nos com o movimento reivindicatrio dos professores por melhores salrios, melhoria da educao e outras propostas. Na nsia de obter recursos mnimos para o seu funcionamento, a escola apelou para a comunidade que a cerca, porm, determinando o padro de participao comunitria resultando da, um rompimento. Assim, na Regio Serrana do Estado do Rio de Janeiro, como no resto do Brasil, a escola e as instituies em geral. vm cumprindo seu papel de reforo e reproduo da estrutura de classes da sociedade. Durante a pesquisa e na construo desta dissertao adquirimos uma convico que no diz respeito somente regio estudada: a formao da cidadania passa pela educao. Mas ela no ensinada na escola. Ela surge da luta construda objetiva e obstinadamente nas reais possibilidades do dia a dia, no universo do qual a escola faz parte. A luta por uma escola melhor e parte da luta por uma sociedade melhor.
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O modo como o ser humano v, pensa e imagina a natureza muito varivel no tempo e no espao. O meio ambiente um campo que toca profundamente o imaginrio, as representações e o sistema de valores sociais, obrigando o homem a repensar as relaes entre sociedade, tcnica e natureza e, portanto, tudo o que rege essas relaes na organizao social. Escolheu-se analisar, neste estudo, o grupo de agricultores que pertencem primeira associao de agricultores ecolgicos criada no estado. A AECIA Associao dos Agricultores Ecologistas de Ip e Antnio Prado, foi criada em 1989, por um grupo de jovens que assumiu o desafio da agricultura ecolgica e do associativismo. Esses municpios localizam-se na Serra do Rio Grande do Sul, regio de forte presena da imigrao italiana. Atravs de suas histrias de vida e de alguns indicadores ambientais, analisa-se a percepo que esses agricultores possuem a respeito dos recursos naturais locais (gua, solo, biodiversidade), sua relao com o destino final dos resduos slidos, e suas concepes e expectativas a respeito da certificao e comercializao de produtos orgnicos. Igualmente, dentro de uma perspectiva antropolgica, pretendeu-se trabalhar com o estudo do contexto cultural, em que esses agricultores esto inseridos, analisando-se a questo dos sentidos que so construdos nas relaes sociais e como eles so negociados, a dimenso simblica dos discursos, a valorizao do cotidiano como campo fundamental das relaes sociais, suas relaes de parentesco, processos de mediao, ritos, smbolos religiosos, a forma como as polticas pblicas afetam a vida desses agricultores, sua relao com as diferentes instituies, as ligaes e associaes que eles mantm com os animais e plantas de seu ambiente e o quanto o conhecimento emprico que esses agricultores adquiriram ao longo de sua histria pode estar relacionado aos princpios bsicos da ecologia. Por meio dos diferentes aspectos analisados, podem-se conhecer quais fatores foram fundamentais para a mudana de modelo agrcola experimentada por esses agricultores. Atravs dos relatos, pode-se observar, tambm, quais instituies tiveram papel essencial nessa transformao. Suas vises sobre qualidade de vida, expectativas futuras, o grau de confiana nas instituies e como eles se vem em relao situao das pessoas que vivem melhor e pior no Brasil tambm esto contemplados neste estudo. A relao desses produtores com os recursos naturais da regio e os conceitos e expectativas que eles apresentam frente aos processos de certificao e comercializao de seus produtos so, igualmente, discutidos ao longo do texto.
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Apesar de ainda ser pequeno o grupo de mulheres que conseguiu romper o teto de vidro e ascender a cargos executivos, a participao feminina em cargos de chefia, nos ltimos anos, vem crescendo significativamente no Brasil. Como um fenmeno relativamente recente, no campo acadmico tal reflexo ainda no expressivo e a ausncia de uma maior produo sobre o tema dificulta uma compreenso mais ampla sobre as peculiaridades presentes na trajetria dessas mulheres. Diante deste contexto, esta tese tem como principal objetivo refletir sobre as representações que circulam a respeito dessa nova mulher trabalhadora e os elementos que compem a construo de identidades para este grupo. A partir da anlise de 52 nmeros da revista Vida Executiva/Mulher Executiva e de 10 entrevistas, baseadas na metodologia de histria oral, com mulheres que atuam no mercado de trabalho brasileiro em cargos executivos, busca-se investigar as dificuldades existentes e as estratgias estabelecidas para romper esse teto de vidro e construir uma carreira considerada bem sucedida. Para atender a tal propsito, investiga-se a construo de um ethos que facilitou essa ascenso, as formas encontradas de conciliao de uma carreira executiva com a vida pessoal e a famlia e, as concepes que circulam sobre sucesso, trabalho, carreira, maternidade e arranjos familiares para essas mulheres.
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A tese aborda o processo de identificao das favelas e sua apropriao pelos movimentos de trabalhadores favelados. Em A Inveno das Favelas (2005), Valladares discutiu as favelas como uma representao e inveno social do sculo XX. Partindo desse marco analtico compartilhado e discutido por outros autores, construmos uma escala de comparao entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Na primeira parte da tese, compreendemos essa representao como o resultado de um processo identificao. Como observou Noriel, em LIdentification (2006), o Estado moderno foi um dos maiores produtores de tecnologias de identificao, dispositivos de poder que visam conhecer, classificar e governar as populaes num dado territrio. Investigamos como as prticas estatais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte constituram representações das favelas, delineando um discurso e um dispositivo de poder sobre os territrios da pobreza atravs de legislaes, censos e comisses de estudo. As analogias, particularidades e trocas institudas no processo de identificao so analisadas, observando a formao de uma retrica da marginalidade social no mbito do Estado, reproduzindo estigmas sociais, mas tambm gerando oportunidades para reivindicao de direitos. Nesse sentido, na segunda parte da tese, analisamos os movimentos dos trabalhadores favelados, organizados pela Unio dos Trabalhadores Favelados (UTF) no Rio de Janeiro e Federao dos Trabalhadores Favelados de Belo Horizonte (FTFBH). Compreendemos a forma como esses movimentos sociais organizaram repertrios de ao, apropriando-se da identificao das favelas para reivindicar direitos, mobilizaram-se eleitoralmente, vinculando-se a grupos de esquerda, e propuseram projetos de reforma urbana.