868 resultados para literatura brasileira: anos 70


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A autora discute a presença quase insignificante da poesia no ensino fundamental, mostrando também que são inúmeros os equívocos didáticos quando se recorre ao gênero nas salas de aula. Ela ainda analisa as razões do predomínio de livros didáticos e paradidáticos com sustentação filosófica e teórica ultrapassada e que apresentam textos literários infantis geralmente de natureza narrativa. Para a pesquisadora, trata-se de uma espécie de desperdício, pois a poesia infantil teria mais possibilidades de contribuir na difícil tarefa de despertar nos estudantes o gosto pela leitura. Ela cita Bamberger, para quem a poesia é o único gênero capaz de despertar leitores em qualquer faixa etária ou fase de leitura. A pesquisa foi realizada com professores de três escolas de nível básico e teve dimensões pedagógicas, já que a autora levantou a formação geral desses professores e os reflexos dessa formação na prática pedagógica, especificamente no que tange a conteúdos e formas de ensino de literatura infantil. A autora também apresenta uma metodologia de leitura, mais produtiva e critica do que a normalmente empregada nas escolas, a qual parte da constatação de que os estímulos do mundo poético integram a vida da criança desde muito cedo, mas ainda têm de ser inseridos na escola.

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O autor tenta mostrar que Ressurreição, romance publicado por Machado de Assis em 1872, não apenas diverge em parte do gosto literário vigente na época como instaura uma nova temática na tradição romanesca brasileira, que era, então, ainda bastante incipiente: a dúvida. Segundo o pesquisador, por meio de uma técnica que ao mesmo tempo explica os expedientes narrativos e conta a história do protagonista, o narrador consegue fazer confluir para o campo da incerteza tanto o ponto de vista quanto a perspectiva do herói. Há por isso, em Ressurreição, certa suspensão da realidade, que para o pesquisador afasta a obra das abordagens convencionais do romance urbano do romantismo brasileiro e a aproxima do romance mais moderno que se fazia na Europa. Ali, essa modalidade literária adquiriu status de gênero burguês por excelência, por expressar os valores, os costumes e os anseios dessa classe e ainda servir como vigoroso instrumento de análise da nova civilização do capital. Do mesmo modo, para o autor, o romance de Machado, ao redefinir seus próprios procedimentos estruturais e reelaborar sua temática, sofisticando a percepção da realidade, logra promover uma densa análise crítica dos indivíduos e de seus interesses subjacentes às interações sociais. É, neste sentido, um dos embriões dos grandes romances da fase madura do escritor carioca

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A autora defende a hipótese de que o conceito de ponto de vista em Semiótica diluiu-se no corpo da teoria, porém ressurgiu sob outra roupagem a partir das reflexões sobre a tensividade. Utilizando como objeto de análise a novela A hora da estrela, de Clarice Lispector, ela procura estabelecer as origens desse conceito e seguir seus traços de permanência, verificando ainda como a noção de ponto de vista substituída pela noção de campo de presença opera em uma narrativa concreta. A escolha de A hora da estrela de modo algum foi aleatória. Para a autora, a novela fornece informações relevantes para o enfoque da pesquisa, por apresentar, por exemplo, uma construção enunciativa complexa, atravessada por diferentes pontos de vista. A fundamentação teórica empregada na análise é aquela preconizada pela Semiótica francesa em seus desdobramentos mais atuais, desenvolvidos principalmente por Claude Zilberberg e Jacques Fontanille. Muito devido ao trabalho deles, se em um primeiro momento a Semiótica focou-se nos conteúdos inteligíveis do discurso, atualmente aborda os seus conteúdos sensíveis, abrindo novas perspectivas para a disciplina

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É sobre o processo tradutório empreendido por José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha (1810-1879) sobre os versos de Marcial, o grande epigramatista latino do século I d. C, que a autora foca, aqui, sua análise. O trabalho não só contribui para o debate sobre a constituição de uma História das Traduções, como oferece ao leitor interessado em poesia uma antologia, até então inédita, de versões oitocentistas em língua portuguesa para 49 epigramas latinos do poeta. Também apresenta a vida e obra de José Feliciano Castilho e pontua sua importância no contexto literário do século XIX. José Feliciano de Castilho ou Castilho José, como ficou conhecido, nasceu em Portugal e viveu no Rio de Janeiro a partir de 1847. Doutor e bacharel em Direito, Medicina e Filosofia, publicou no Brasil a Livraria clássica portuguesa e o periódico Íris, no qual figuravam textos de escritores como Joaquim Manuel de Macedo e Antônio Gonçalves Dias. Os debates que Castilho José manteve com José de Alencar, em defesa da Lei do Ventre Livre, o tornaram conhecido e, por conta desse episódio, ele aparece citado em obras clássicas sobre literatura brasileira. Neste livro, Joana Junqueira Borges busca resgatar, pelo menos parcialmente, sua obra literária, filológica e tradutória, que foi pouco explorada. Entre suas produções mais relevantes estão os comentários e anotações feitos por ele às traduções dos poemas de Ovídio, produzidas por seu irmão, o poeta Antônio Feliciano Castilho. Ali, José Feliciano Castilho atuou ele mesmo como tradutor de versos de outros poetas latinos, como Propércio, Tibulo, Lucano, Catulo e Marcial

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A autora toma como base romances de autores de língua portuguesa - O ano da morte de Ricardo Reis (1984), do português José Saramago, Nove noites (2002), do brasileiro Bernardo Carvalho, e O outro pé da sereia (2006), do moçambicano Mia Couto - para estudar as relações entre literatura e história na produção literária contemporânea. A obra investiga a intertextualidade presente nos romances, ou seja, a relação entre linguagens, uma vez que esses autores construíram as narrativas ficcionais de suas obras recorrendo a elementos de origem histórica, como textos literários, textos históricos, notícias jornalísticas, fotos, cartas e depoimentos atribuídos a figuras históricas. Da intertextualidade resultaria um plano discursivo mais amplo, que extrapola efetivamente o campo dos textos reaproveitados pelos romances. Apoiada em teorias literárias que discutem o modo intertextual, a autora foca sua análise em cada um dos romances. Na obra do escritor português, permeada de releituras de fatos da história de Portugal ocorridos em 1936 e da poesia de Ricardo Reis, heterônomio do poeta Fernando Pessoa, a obra revela os meios pelos quais Saramago coloca em discussão dois mitos lusitanos: Salazar e o próprio Pessoa. Em Nove noites, que remete à passagem do etnólogo norte-americano Buell Quain pelo Brasil e de sua morte na floresta amazônica em 1939, o livro detecta a discussão sobre o mito do bom selvagem que revestiu o índio brasileiro. Já na obra do moçambicano Mia Couto, cuja narrativa é entremeada de fragmentos de escritos históricos de 1560 e de ditados populares, entre outros textos, percebe-se a reflexão sobre a reapresentação da história da exploração do continente africano por colonizadores portugueses e também pelos próprios africanos

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This article proposes an analysis of the representation of the city in João Antônio's literature, having as main reference the book I, published in 1978. The city in João Antônio's writings seems to be composed by the particular language and focus of the narrator, who wants himself identified to the lower classes, emulating the talk of the excluded people by a linguistic treatment, with its syntactic, rhythmic and vocabulary implications, building a point of view apart from the representations of the upper classes. Thus, João Antônio tries to represent the city through the focus of those social classes, which results in the preference for unknown places, marginal from official images.

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR

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Pós-graduação em Educação - IBRC

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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Pós-graduação em Letras - FCLAS