1000 resultados para ortopedia veterinária
Resumo:
Realizou-se estudo epidemiológico em 60 unidades de terminação de suínos (UT), pertencentes a produtores integrados às principais agroindústrias dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esses produtores foram selecionados em função da ocorrência de linfadenite em lotes de suínos abatidos. O tamanho dos lotes acompanhados em cada UT variou de 22 a 960 suínos. Os animais foram considerados positivos ou negativos para linfadenite, pela avaliação de rotina do Serviço de Inspeção Federal (SIF) no abate. Para coleta dos dados nas UT, foi aplicado um questionário com 156 variáveis em uma única visita às granjas. Nos lotes das 60 UT estudadas, a percentagem de animais positivos para linfadenite foi de 10,37%. Do conjunto de variáveis analisadas foram identificados nove fatores de risco (variáveis explicativas) associados à ocorrência de linfadenite (variável objetiva), os quais são: a má higiene dos comedouros e bebedouros, a água não tratada, a má conservação das instalações, o transporte de ração e animais com o mesmo caminhão, a produção de ração na propriedade, o acesso de outros animais à fabrica de ração, a estocagem de ração pronta em caixas ou sacos e o manejo na produção de animais em sistema contínuo.
Resumo:
Para determinar a distribuição das lesões histológicas que ocorrem no sistema nervoso central (SNC) de bovinos naturalmente infectados por herpesvírus bovino-5 (BHV-5) foram estudados 12 bovinos provenientes de 10 surtos da enfermidade diagnosticados pelo Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD) da Faculdade de Veterinária da UFPel, entre 1986 e 2003. A epidemiologia, história clínica e evolução da enfermidade foram obtidas dos arquivos do LRD. Cortes do SNC foram realizados nos materiais conservados em formalina 10%, abrangendo as regiões frontal, parietal, temporal e occipital do córtex telencefálico, cápsula interna e núcleos da base, tálamo, colículo rostral, ponte, pedúnculos cerebelares, cerebelo, bulbo na altura do óbex e medula cervical. As secções foram processadas rotineiramente e coradas por hematoxilina e eosina. Foram avaliadas a distribuição e intensidade das lesões inflamatórias e de malacia, que foram relacionadas com os aspectos epidemiológicos e clínicos da doença. Surtos da enfermidade foram observados em todas as estações ano. Foram afetados bovinos de 2 a 24 meses, de diferentes raças e de ambos os sexos. Macroscopicamente, foram observadas áreas amareladas e deprimidas no córtex telencefálico de cinco bovinos necropsiados. Adicionalmente, essas lesões foram observadas no tálamo, núcleos da base e cápsula interna de dois bovinos. Congestão e hemorragias multifocais foram observadas na maioria dos casos. Em todos os bovinos estudados a lesão histológica caracterizou-se por meningoencefalite não-supurativa observada em todas os cortes, porém mais acentuada no córtex frontal. Áreas de malacia focal ou difusa com presença de células "Gitter" foram observadas em todas as regiões do córtex cerebral e nos núcleos da base, cápsula interna e tálamo. Em alguns casos, lesões discretas de malacia foram observadas no colículo rostral, ponte, bulbo, cerebelo e medula cervical. Corpúsculos de inclusão intranucleares foram encontrados em todos os casos estudados nas diferentes regiões do córtex cerebral, preferentemente em áreas que apresentavam lesões inflamatórias e de malacia discretas a moderadas. Em dois casos estes corpúsculos foram observados, também, nos núcleos da base e tálamo. Foi observado que a intensidade das lesões histológicas não é proporcional ao curso clínico da enfermidade. A presença de lesões de malacia em diferentes regiões do SNC, aspecto não mencionado na maioria dos trabalhos anteriores sobre a doença, pode ser devida a variações na patogenicidade das cepas virais envolvidas. Outra possibilidade é que a encefalite tenha ocorrido em conseqüência da reativação do BHV-5 em animais afetados por polioencefalomalacia. Essa seqüência de eventos já foi demonstrada previamente em experimentos realizados pelo grupo de pesquisa dos autores.
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De 2000 a 2003 oito casos de intoxicação por Crotalaria retusa L. foram observados em eqüinos em 8 fazendas na região semi-árida da Paraíba e do Ceará. C. retusa foi encontrada no pasto em todas as propriedades. Os principais sinais clínicos foram característicos de encefalopatia hepática, com apatia ou hiperexcitabilidade, pressão da cabeça, andar compulsivo ou em círculo e, ocasionalmente, galope descontrolado e violento. Decréscimo nos reflexos dos nervos craniais, ataxia e fraqueza foram também observados. Outros sinais clínicos foram anorexia, perda de peso, fotossensibilização e icterícia. O curso clínico variou de 4 a 40 dias, mas muitos cavalos tinham um histórico prévio de perda de peso. À necropsia os fígados eram duros, com superfície irregular e áreas brancas misturadas com áreas vermelho-escuras e com aumento no padrão lobular. Icterícia moderada, ascite, hidropericárdio e hidrotorax foram também observados. Edema e moderada congestão foram observadas nos pulmões. As lesões histológicas do fígado foram caracterizadas por fibrose, principalmente periportal, megalocitose e proliferação de células dos ductos biliares. Áreas multifocais de hemorragias centrolobulares ou mediozonais foram também observadas. Necrose hemorrágica centrolobular estava presente em dois eqüinos. Foram observados astrócitos Alzheimer tipo II, isolados ou em grupos principalmente no núcleo caudato e córtex em 4 eqüinos. A intoxicação foi produzida experimentalmente em 1 eqüino e 3 asininos. O eqüino adulto, recebeu diariamente, 100 g de sementes de C. retusa e morreu aos 52 dias após o início do experimento. C. retusa inteira, seca foi misturada com capim e dada a 3 asininos adultos em doses diárias de 10 g/kg, 5 g/kg e 2,5 g/kg respectivamente. O asinino tratado com 5 g/kg morreu aos 48 dias após o início do experimento e os outros dois foram sacrificados aos 120 dias. Os sinais clínicos e a patologia foram similares aos observados nos casos espontâneos, alguns astrócitos Alzheimer tipo II foram observados somente no asinino que morreu após 48 dias do inicio da ingestão. A concentração de monocrotalina na planta inteira administrada aos asininos foi 0,5%.
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O presente trabalho avaliou diferenças de patoge-nicidade entre 19 cepas de Brachyspira pilosicoli isoladas de casos de diarréia em suínos no Estado do Rio Grande do Sul, usando um modelo de infecção oral de pintos de um dia. Os animais foram inoculados com uma suspensão de bactérias vivas, 21 dias após foram sacrificados e os cecos examinados por histopatologia através da hematoxilina-eosina, coloração pela prata e a imuno-histoquímica usando um anticorpo policlonal anti-Brachyspira pilosicoli. Com o uso das técnicas da prata e da imuno-histoquímica, respectivamente, 21,59% e 70,96% dos pintos mostraram colonização do epitélio do ceco por B. pilosicoli. Houve diferenças no tipo de colonização, ocorrendo aderência contínua, focal ou presença de bactérias livres na luz intestinal. A imuno-histoquímica foi considerada superior para a avaliação da colonização intestinal, pois foi capaz de detectar 49,37% de animais colonizados a mais do que com o uso da coloração pela prata. Em três cepas foram observadas figuras alongadas dentro do citoplasma das células epiteliais cecais de aves inoculadas.
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Casos de demodicose bovina foram observados em um rebanho da raça Sindhi no período de dezembro 1989 a janeiro 1992. Ambas as formas, localizada e generalizada, foram diagnosticadas. Este é o primeiro relato da forma generalizada no Brasil. Nos dois primeiros anos, a demodicose foi diagnosticada somente em animais < 2 anos, enquanto que nos dois últimos anos, animais de todas as idades estavam positivos. A prevalência variou de 20,4% (11/54) a 53,1% (26/49) e 13,2% (12/91) a 14,8% (9/61) nos animais com menos e mais de 2 anos de idade, respectivamente. Os sinais clínicos variaram de pequenos nódulos a espessamento da pele com nódulos grandes e moles, nas formas localizada e generalizada, respectivamente. Os principais achados histopatológicos dos nódulos cutâneos na forma generalizada foram: acantose com hiperqueratose, adenite sebácea crônica, necrose muscular subcutânea e degeneração focal de células da camada basal da epiderme, além da presença de grande número de ácaros de localização intraluminal nos terços médio e inferior de folículos pilosos dilatados. Observou-se ainda perifoliculite crônica, caracterizada por infiltrado celular predominantemente linfoplasmocitário contendo ainda macrófagos e neutrófilos, que envolvia bulbos pilosos. O estado nutricional precário dos animais e o estresse provocado pela longa estiagem, provavelmente, contribuíram para aumentar a suscetibili-dade do rebanho à infestação pelos ácaros.
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Neste estudo sobre a toxidez das lantanas para bovinos e ovinos, verificou-se situação semelhante à que ocorre na Austrália, que nem todas as espécies de Lantana e nem todos os taxa de Lantana camara que ocorrem no Brasil, são tóxicos. Verificou-se, que foram tóxicas as amostras de lantanas procedentes de Boa Vista (RO), Castanhal (PA), Cáceres (MT), Serra Talhada (PE), Cabo Frio e Quatis (RJ) e Canoinhas (SC). Outras amostras procedentes de Cruzeiro do Sul (Acre), Castanhal (PA), Chapada dos Guimarães e Lambari d´Oeste (MT), Jaguaribe (CE), Vitória da Conquista e Wanderley (BA), Vitória (ES), Vassouras, Parati e Itaguaí (RJ) não revelaram toxidez nas doses administradas (40 g/kg). A dose letal das amostras submetidas à experimentação no Brasil foi bastante constante (40 g/kg), com duas exceções: as folhas frescas da lantana procedente de Canoinha (SC) foram muito mais tóxicas (10 g/kg) e as folhas frescas e as dessecadas da lantana de Serra Talhada (PE) foram muito menos tóxicas, pois somente causaram intoxicação não-letal com a dose de 40g/kg/dia administradas durante 30 dias. Históricos sobre a observação de fotossensibilização em bovinos, ligados à ingestão de lantanas foram obtidos em Serra Talhada (PE), Cáceres (MT), Cabo Frio (RJ), Quatis (RJ) e Canoinhas (SC). Verificou-se que não é possível estabelecer uma correlação entre a cor das inflorescências das lantanas e sua toxidez, confirmando a constatação feita na Austrália, que o potencial de intoxicar não está necessariamente relacionada com a cor das flores.
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O desempenho ponderal e os gastos com a suplementação mineral foram quantificados para bovinos de corte, criados a campo, frente a dois tipos de suplementos minerais por um período de 112 a 183 dias, na estação chuvosa. Enquanto um grupo recebeu uma mistura mineral comercial, outro teve acesso a uma mistura mineral (sal seletivo) formulada apenas com cloreto de sódio, superfosfato simples ou fosfato bicálcico, sulfato de cobre e sulfato de cobalto. Em três propriedades, o ganho de peso diário foi maior para os grupos de animais que receberam o suplemento mineral seletivo. Em apenas uma fazenda, o ganho de peso foi numericamente maior para o lote que recebeu o suplemento mineral comercial. O maior consumo diário dos suplementos minerais comerciais, em todas as propriedades, provavelmente deveu-se ao seu menor teor de cloreto de sódio (sal comum). A reduzida ingestão associada ao menor custo do sal seletivo, representou uma economia de 3 até 7 vezes na suplementação mineral dos bovinos. Os animais não apresentaram quaisquer sinais clínicos diretos ou indiretos de deficiência mineral durante o período experimental. Uma vez que, via de regra, os problemas decorrentes de deficiências minerais tornam-se evidentes dentro de algumas semanas ou poucos meses, os autores descartam a possibilidade de que os animais que ingeriram o sal seletivo viessem a apresentar distúrbios tardios oriundos de deficiência(s) mineral(is). Os resultados desse estudo comprovam que a suplementação seletiva, corretamente implementada e acompanhada, é uma estratégia nutricional que implica em expressiva redução nos custos com a suplementação mineral de bovinos de corte.
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Este trabalho descreve os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos da intoxicação natural pelos frutos de Erythroxylum deciduum ("cocão") em ovinos, que ocorreu de janeiro a março de 2004, no município de Lagoa Vermelha, RS. A doença foi reproduzida pela administração dos frutos de E. deciduum por via oral a 5 ovinos. Destes, três adoeceram e morreram. Os frutos de E. deciduum foram tóxicos em dose única de 60g/kg ou quando fracionado em pelo menos 4 doses de 17 g/kg a cada 12 horas. Os principais sinais clínicos nos animais intoxicados natural e experimentalmente, foram neurológicos e caracterizados por ataxia, hiperexcitabilidade e tremores musculares que se pronunciavam durante o manejo. Próximo à morte, os ovinos apresentavam dispnéia com respiração abdominal e cianose. Na necropsia as alterações mais importantes, em 6 casos de intoxicação espontânea e os 3 ovinos experimentalmente intoxicados, foram edema e congestão pulmonar acentuada e a presença de frutos ou sementes de E. deciduum no conteúdo ruminal. Histologicamente, exceto edema e congestão pulmonar, não foram encontradas outras alterações significativas.
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Meningoencefalite granulomatosa foi observada em 7 de 8 vacas leiteiras adultas afetadas por doença granulomatosa sistêmica associada ao consumo de ervilhaca, embora nenhum dos bovinos afetados apresentasse sinais de distúrbios nervosos. Os infiltrados inflamatórios localizavam-se nas leptomeninges e como manguitos perivasculares no interior do encéfalo; consistiam de macrófagos epitelióides, linfócitos, plasmócitos e eosinófilos. Essas alterações inflamatórias variavam de leves a acentuadas de animal para animal e entre diferentes regiões do encéfalo de um mesmo animal. Geralmente, os manguitos perivasculares eram mais acentuados que os infiltrados nas leptomeninges. As regiões do encéfalo afetadas, em ordem decrescente de intensidade, diencéfalo através da massa intermedia; mesencéfalo na altura dos colículos rostrais; ponte e pedúnculos cerebelares, bulbo na altura do óbex, lobo frontal na altura do joelho do corpo caloso e cerebelo. O tipo e a distribuição das alterações inflamatórias são enfatizados em relação ao diagnóstico diferencial de outras doenças e lesões do sistema nervoso central de bovinos no contexto do programa brasileiro de vigilância para a encefalopatia espongiforme bovina.
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O presente trabalho teve como objetivos avaliar a eficiência do processo de desinfecção de teteiras por imersão em solução desinfetante utilizando duas fontes de cloro, hipoclorito de sódio e cloro orgânico, a dinâmica de cloro residual nesses dois tipos de soluções, ao longo do processo de ordenha, e a eficiência de três métodos de desinfecção: imersão, spray e esponja na remoção de microrganismos dos tetos de vacas em lactação, utilizando o cloro como desinfetante. Foram determinados os números de coliformes totais, coliformes fecais, Staphylococcus sp e microrganismos mesófilos nas amostras colhidas das teteiras, dos tetos e da solução desinfetante. Os resultados obtidos demonstraram que a prática da desinfecção de teteiras entre vacas, utilizando-se hipoclorito de sódio ou dicloroisocianurato de sódio como fontes de cloro, na concentração em torno de 150ppm não foi eficiente na redução dos microrganismos presentes nas teteiras. A solução desinfetante a base de dicloroisocianurato de sódio apresentou maior estabilidade. Os métodos de desinfecção dos tetos proporcionaram redução nos números de microrganismos pesquisados, em todos os tratamentos utilizados, mostrando ser uma ferramenta simples para minimizar o risco de transmissão de patógenos durante a ordenha e aumentar a qualidade microbiológica do leite produzido.
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Folhas de Ateleia glazioviana Baill., dessecadas em estufa a 100ºC por 16 a 20 horas, foram administradas a sete vacas sem raça definida. Duas vacas receberam 9 g/kg da planta seca aos 4 meses de gestação em dose única. Três vacas no 8º mês de gestação, receberam doses diárias de 1 a 2 g/kg da planta seca, perfazendo totais de 10, 21 e 28 g/kg. Duas outras, também no 8º mês de gestação, receberam a planta seca em dose única 15,5 e 18 g/kg. Duas vacas, no 4º mês de gestação, receberam 35 g/kg da planta verde, em dose única. A vaca que recebeu 21 g/kg da planta seca foi a única a apresentar sinais clínicos de intoxicação e o bezerro nasceu morto. As demais vacas não apresentaram sinais clínicos. Os bezerros das vacas que receberam a planta seca nas doses de 9, 15,5 e 28 g/kg, apresentaram sinais clínicos de debilidade, dificuldade de manter-se em pé e mamar e foram sacrificados. Macroscopicamente, no bezerro que nasceu morto, foram observados áreas esbranquiçadas e espessamento da parede do ventrículo cardíaco direito. Os demais bezerros que nasceram fracos foram sacrificados e não apresentaram lesões macroscópicas, com exceção do bezerro da vaca que recebeu a planta seca, na dose total de 28g/kg, que apresentou, também, espessamento da parede do ventrículo direito. As alterações histológicas do bezerro que nasceu morto e dos que foram sacrificados por apresentarem sinais clínicos de debilidade caracterizaram-se por tumefação e vacuolização de feixes de fibras musculares e proliferação de tecido fibroso entre os cardiomiócitos. Essas lesões são semelhantes às observadas em casos espontâneos da intoxicação. Os cardiomiócitos mostraram reação PAS positiva no sarcoplasma, mais acentuada do que no animal controle. No bezerro que nasceu morto foi observado, também, espongiose discreta na substância branca do cerebelo, colículos rostrais e tálamo. O estudo ultra-estrutural do coração revelou fibras cardíacas com acúmulos de gliocogênio, situados entre feixes de miofibrilas, os quais mostravam perda de miofilamentos e desaparecimento de sarcômeros inteiros. No animal controle a presença de glicogênio foi substancialmente menor do que nos animais intoxicados.
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O presente estudo foi realizado para avaliar a presença de Salmonella sp e o número de Staphylococcus aureus na superfície de carcaças suínas e caracterizar os perigos microbiológicos em diferentes etapas do abate e pontos críticos de controle (PCCs), através da quantificação de riscos (odds ratio). Um total de 120 esfregaços superficiais de carcaça suína foi coletado em um matadouro-frigorífico, após o escaldamento/depilação (ponto A), antes da evisceração (B), após evisceração e serragem da carcaça (C) e após 24 horas de refrigeração (D). Salmonella sp foi encontrada com uma freqüência média de 11,7% (14) nas carcaças, enquanto o número de S. aureus variou entre 1,2 e 1,5 log UFC/cm² em 11,7% das carcaças amostradas, sem evidenciar diferença estatística entre os pontos A, B, C e D. Pode-se concluir que os riscos de contaminação por Salmonella sp e S. aureus foram os mesmos nas etapas do abate de suínos consideradas neste estudo.
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Seneciose é a principal intoxicação por planta no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Neste trabalho apresentam-se os dados de 24 surtos de seneciose em bovinos e de um em eqüinos, diagnosticados pelo Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD) da Universidade Federal de Pelotas, no período de 1998 a 2000. Adicionalmente são avaliados os dados epidemiológicos de 54 surtos ocorridos no período 1978-1997. Os dados epidemiológicos e clínicos do período 1998-2000 foram coletados em visitas às propriedades onde estavam ocorrendo os surtos. Em 11 (45,83%) surtos os animais tinham até 3 anos de idade e, em 13 (54,16%), 3 anos ou mais. Quanto ao sexo, 9 (37,5%) surtos atingiram fêmeas e 15 (62,5%) afetaram machos. Em relação à época de ocorrência, 10 (41,66%) surtos ocorreram na primavera, 4 (16,66%) no verão, 5 (20,83%) no outono, e 5 (20,83%) no inverno. A morbidade foi estimada em 4,92% e a letalidade em 95,59%. As espécies de Senecio que predominaram nas propriedades visitadas foram S. brasiliensis em 12 (57,14%), S. selloi em 10 (47,61%), S. oxyphyllus em 6 (28,57%), S. heterotrichius em 3 (14,28%), e S. leptolobus em 1 (4,76%) propriedade. Os sinais clínicos mais freqüentes foram emagrecimento progressivo, incoordenação, diarréia, tenesmo, prolapso retal e agressividade. O curso clínico da intoxicação, levando em consideração somente os animais necropsiados ou os observados durante as visitas às fazendas, foi de 24 a 96 horas em 4 (16,66%) surtos, de 4 a 7 dias em 7 (29,16%), de 1 a 2 semanas em 4 (16,66%), de 2 a 3 semanas em 2 (8,33%), de 1 a 2 meses em 2 (8,33%), e de 2 a 3 meses em 1 (4,16%) surto. Em quatro (16,66%) surtos o período de manifestação clínica não foi observado. Nos surtos em que o curso clínico foi mais prolongado, alguns animais apresentaram fotossensibilização. Os achados de necropsia mais comuns foram fígado aumentado de tamanho e endurecido, vesícula biliar aumentada, edema no mesentério e abomaso e líquido nas cavidades. No fígado, a histopatologia revelou fibroplasia, megalocitose e proliferação de células dos ductos biliares e, no cérebro, degeneração da substância branca. Em amostras das diferentes espécies de Senecio, coletadas em diferentes épocas do ano, foi determinada a concentração de alcalóides pirrolizidínicos (APs) e seus N-óxidos através de cromatografia de camada delgada e espectrofotometria. Retrorsina foi encontrada em Senecio brasiliensis, S. heterotrichius, S. selloi e S. oxyphyllus. Além deste, S. brasiliensis e S. heterotrichius registraram mais um e dois alcalóides não identificados, respectivamente. A maior concentração de AP reduzido (AP livre + N-óxido) foi encontrada em S. brasiliensis no inverno (0,25%). Nessa mesma época quantidades decrescentes de AP reduzidos foram encontradas em S. heterotrichius (0,19%), S. oxyphyllus (0,03%) e S. selloi (0,03%). Em S. leptolobus não foram detectados alcalóides. Esses dados demonstraram que S. brasiliensis é a espécie mais importante como causa de seneciose no sul do Rio Grande do Sul. Adicionalmente, foram analisados dados de arquivo do LRD sobre 54 surtos de intoxicação por AP no período 1978-1997. Nesse período, 7 (12,96%) surtos afetaram bovinos menores de 3 anos, 39 (72,22%) afetaram bovinos de 3 anos ou mais, 3 (5,55%) afetaram bovinos de várias idades e, em 5 (9,25%) surtos a idade não foi informada. Trinta e nove (72,22%) surtos afetaram fêmeas, 7 (12,96%) afetaram machos, 3 (5,55%) afetaram ambos os sexos e, em 5 (9,25%), o sexo não foi informado. Vinte e três (42,59%) surtos ocorreram na primavera, 9 (16,66%) no verão, 9 (16,66%) no outono, e 13 (24,07%) no inverno. O maior número de surtos da intoxicação no período 1998-2000 (24 surtos em 3 anos) em relação ao período 1978-1997 (54 surtos em 20 anos) pode estar relacionado à diminuição em mais de 50% da população ovina no Estado.
Resumo:
The study determined the sensitivity and specificity of the indirect fluorescent antibody test (IFAT) and modified agglutination test (MAT) for anti-Toxoplasma gondii antibody detection by analyzing sera from 46 experimentally infected pigs. Values for sensitivity were 95.7% (confidence interval 95%: 84.0-99.2%) and for specificity 97.8% (confidence interval 95%: 87.0-99.9%) in both tests. There was an optimum agreement of results between IFAT and MAT evidenced by a Kappa test of 0.86. These results validate these tests for the detection of T. gondii infection in pigs. IFAT and MAT despite methodologies with different characteristics and readings have similar accuracy in pig serum samples.
Resumo:
Borreliose de Lyme é uma zoonose cosmopolita causada pelo espiroquetídeo Borrelia burgdorferi e tem como vetores carrapatos ixodídeos. Esta espiroqueta acomete diversas espécies de animais domésticos e silvestres, sendo o cão um importante reservatório no ambiente domiciliar. O quadro clínico da doença envolve as articulações, além de causar alterações em vários sistemas do organismo. Foram analisados 143 soros de cães provenientes dos municípios de Seropédica, Itaguaí e do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, quanto à ocorrência de anticorpos contra B. burgdorferi latu sensu, através de teste de ELISA indireto. Foram encontrados 48,25% de animais soropositivos, sendo 41,9% em Seropédica, 4,9% em Itaguaí e 1,4% no Rio de Janeiro. Os títulos variaram de 1:400 a 1:6400. Cães com menos de um ano apresentaram menor índice de títulos positivos, sendo a diferença significativa. Entre machos e fêmeas, não houve diferença significativa entre os títulos positivos. O resultado encontrado deve servir como alerta para ocorrência de Borrelia sp nas regiões estudadas, considerando a importância da borreliose de Lyme como zoonose emergente.