844 resultados para feminism - irony
Resumo:
Este estudo é uma tentativa de promover uma partilha de perspectivas entre o neo-pragmatismo do filósofo Richard Rorty, mormente a partir das obras Filosofia e o espelho da natureza e Contingência, Ironia e Solidariedade e a Teologia da Libertação, em seu mais proeminente representante, Juan Luis Segundo, com o foco principal nas obras Libertação da teologia e O dogma que liberta. Desenvolve-se aqui uma aproximação de olhares para a verdade e a revelação, concebendo-as como processos pedagógicos. A verdade, como conceito não apenas religioso, do que se busca para dar sentido ao mundo e a vida humana e a revelação, como uma experiência marcada pela linguagem e expectativas religiosas de significado existencial são experiências similares e constituem-se não como o resultado de um processo de aprendizagem, mas como o processo em si mesmo, aberto e em constante renovação. A verdade, assim, não seria aonde se chega, mas os caminhos pelos quais se vai. Encontrar os pontos de contato e as possíveis mútuas contribuições do pensamento do filósofo Richard Rorty, e sua filosofia edificante, e do teólogo Juan Luis Segundo, e sua ideia de revelação como processo pedagógico, será meu esforço de aproximação entre suas proposições e a construção de uma proposta que não fuja à linguagem e condição humanas. O humano, que marcado pela liberdade, tem na contingência de suas construções um limite para as suas conquistas e um espaço para a sua libertação de qualquer processo desumanizador.
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A presente dissertação procura apresentar uma análise sobre a relação entre política e religião numa perspectiva de gênero, com o objetivo de evidenciar de que maneira a relação entre Igreja e Estado legitima as desigualdades sexuais presentes na sociedade brasileira. Essa análise procura demonstrar/ressaltar como as práticas políticas do país tem prejudicado a possibilidade de ampliação dos direitos reprodutivos devido à influência histórica da cosmovisão católica no que se refere à moral sexual. Essa influência religiosa, no que diz respeito à ampliação das políticas públicas para a reprodução, afeta negativamente a vida das mulheres, principalmente as mulheres pobres e fere o caráter laico do Estado brasileiro. Neste sentido, a dissertação, além de evidenciar esta situação, procura apresentar no trabalho da organização Católicas pelo Direito de Decidir, uma possibilidade de atuação política e teórica, que se posiciona contra o discurso radical sobre o aborto advindo da hierarquia da Igreja Católica e que é compartilhado por setores fundamentalistas de outras denominações cristãs. Católicas pelo Direito de Decidir têm como objetivo a construção de um discurso ético-teológico feminista de apoio a descriminalização do aborto e pelo direito das mulheres decidirem sobre a sua vida reprodutiva sem sofrerem nenhum tipo de impedimento ou discriminação por suas decisões.
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O cântico de Judite 16,1-12, síntese da parte em prosa do livro, faz memória da ação do Deus de Israel em favor dos oprimidos, libertando-os do poder dos impérios opressores. No centro do poema (v. 5), situa-se a ação do Todo-poderoso por mão de fêmea. A vitória de Judite é uma ironia não só à guerra, mas também às mulheres. Por um lado, as armas utilizadas pela mulher, para matar o comandante-em-chefe beleza do rosto, perfumes, veste festiva, sandália, diadema nos cabelos , são aparentemente insignificantes diante do poderio do exército inimigo, o que representa a vitória dos fracos sobre os fortes. Por outro, numa sociedade patriarcal e androcêntrica, beleza e sedução são consideradas como armas essencialmente femininas. Assim, enquanto a narrativa diverte a audiência, ela adverte aos homens que a mulher bela é perigosa, e, por sua causa, até o general mais poderoso pode perder a cabeça. Entre os séculos 4 a.C. e 2 d.C., há muitas narrativas judaicas que ressaltam o perigo de se olhar para uma mulher bela. No contexto dos movimentos sociais de resistência do período helenista, a literatura historiográfica acentua o protagonismo dos homens, enquanto a ação da mulher como protagonista só aparece no campo da ficção, e ainda para reforçar a atuação masculina. Ler Judite 16,1-12 a partir da ótica de gênero nos desafia a compreender os mecanismos que continuam expropriando o corpo e o desejo de mulheres e homens. É um convite para entoarmos novos cânticos, pautados por relações entre iguais, numa vivência solidária e de reciprocidade.(AU)
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Em diversas ocasiões, os líderes da Igreja Presbiteriana do Brasil revelaram o desejo de uma eqüidistância teológica dos extremos liberais e fundamentalistas. Entretanto, os dis-cursos e as práticas dessa instituição eclesiástica contrastam com esse posicionamento ofici-al. Além disso, essa pretensa posição de eqüidistância dos extremos liberais e fundamenta-listas não denota fronteiras rígidas, mas é um instrumento eficaz de legitimação do poder nos momentos de reconfiguração do campo religioso, principalmente em situações de crises internas. Outrossim, após a redemocratização do Brasil e o conseqüente aumento de plura-lismo religioso, houve a transformação do campo social brasileiro, provocando dificuldades em setores mais conservadores dessa instituição. Atualmente, procura-se revitalizar a pró-pria tradição religiosa diante das ameaças de sua dissolução impostas pelos processos e-mancipatórios modernos e pela influência das concepções seculares e supostamente atéias da vida (como o feminismo, a luta em defesa dos direitos reprodutivos, a união civil entre pessoas do mesmo sexo, o chamado ―movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros‖ etc.). No campo religioso, os resultados imediatos dessa postura de reação em face das transformações sociais impostas pela modernidade são: (1) misoginia; (2) aquela manifestação de ativismo político-religioso de caráter conservador os protestantes de pen-dor fundamentalista, cuja expansão no Brasil se vem processando há muitas décadas, em ritmo sabidamente veloz, com base em um modelo de proselitismo muito bem-sucedido entre as camadas mais pobres da população brasileira, por todo território nacional.(AU)
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O presente trabalho analisou as relações e os conflitos de gênero e poder observados durante o debate sobre as origens do trabalho batista no Brasil, debate esse entre o Pastor José dos Reis Pereira, líder oficial da Convenção Batista Brasileira durante os anos 1960-1980 e a pesquisadora batista Betty Antunes de Oliveira. A análise do conflito foi realizada principalmente com a mediação de gênero como instrumento hermenêutico, conforme os pressupostos de Joan Wallach Scott. Desse modo, a pesquisa teve como propósito principal, a partir da análise do debate, dar visibilidade ao conflito de gênero nos lugares de poder da Convenção Batista Brasileira dos anos 1960-1980, conflito dissimulado pelos discursos batistas sobre direitos de liberdade e igualdade sociais. Esta pesquisa trabalhou basicamente com as seguintes hipóteses: a dinâmica do debate foi fortalecida pelo contexto sociopolítico daqueles anos, que favoreceu a emergência dos movimentos de mulheres e feminista no Brasil, cujas influências foram também sentidas em outras tradições de fé cristã; e o resultado final do debate dependeu mais das questões de gênero e poder do que das discussões técnicas e acadêmicas sobre o acerto histórico do marco inicial do trabalho batista no Brasil. O ineditismo desta pesquisa está em oferecer uma nova perspectiva do debate sobre as origens do trabalho batista no Brasil, a partir do uso da categoria de gênero como instrumento de análise, o que complementará, desse modo, a pesquisa acadêmica já publicada sobre o tema.
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O trabalho aborda a Revista Veja, publicação da editora Abril, com o objetivo de identificar qual o discurso utilizado nas matérias que abordam o funk carioca como tema. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com perfil descritivo, na qual as teorias da Análise de Discurso da linha francesa foram utilizadas como subsídio para análise. O corpus é composto por um recorte baseado em sete reportagens da publicação. Verificou-se que o funk carioca é relacionado com sexualidade e consumismo e a revista utiliza um discurso autoritário para impor as diferenças de classes sociais dos participantes do gênero e dos leitores da publicação, além da busca por denegrir a imagem do funk carioca, opinando e utilizando a ironia.(AU)
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This article focuses on Sisters’ Shelter Somaya in Sweden, an organization unique in its claim to be a women’s shelter by and for Muslim women, and in its combining of Islamic and secular feminisms. Examining the organization’s self-presentations, the author argues that there is, however, an ongoing shift from an emphasis on its Muslim profile to a dissolution of the very same. Looking into potential loss in the process (for clients, activists, allies, and feminism at large), the analysis draws on current research on anti-Muslim intolerance and normative secularism. The concept of the “Muslim woman” is employed to illustrate the stereotyping that continuously associates Muslim women with “victims” inhabiting shelters rather than capable “managers”. Intersectionality is pointed at as an emic strategy adopted by Somaya to overcome division, but also critically analysed as a consensus-creating signifier that hinders diversity. Thus,the article raises the increasingly important issue of the relationship between religion, gender, and feminism in the post-secular turn, and the author calls for critical self-reflection and creative affirmation in the interaction with heterogeneous others.
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At the beginning of the 80s new approaches to translation were emerging in such a way that, in the global context of postmodernism and poststructuralism, they provoked a reassessment of Translation Studies (TS), acknowledging ideologies as a relevant concept to TS and considering the political and visible role of the translator. This introduction aims to establish a basic theoretical framework in which we can develop an analysis of the ‘alterations’ that, consciously or unconsciously, translators have imposed on Le deuxième sexe (1949, Gallimard) by Simone de Beauvoir for the last fifty years. Furthermore, it is essential to examine the divergences of the censoring attitude adopted by the first male translators (Parshley, Palant and Milliet) who considered this text to be a sex manual, and the one adopted by more recent female translators (Martorell and Simons) who considered it to be a philosophical book on feminism. Nevertheless, despite this tendency to consider that translators are the only professionals responsible for the translation process, it is necessary to bear in mind the work carried out by the paratranslator, who is the real censor and ‘decider’ of the way a work is presented to the translation community. Paratranslators work with paratexts (also known as ‘analysis-spaces’), and this makes it possible to study the ideological adaptation that a cultural object undergoes when it is incorporated into a new culture and society (covers, volumes, tables of contents, titles, iconic or visual elements and so forth). In short, the analysis of the texts and paratexts of Le deuxième sexe, along with its subsequent translations and rewritings into Spanish, Portuguese and English, will help reveal the function of the censoring apparatus and demonstrate the essential role that –without exception– ideologies play in the professional work of translation and paratranslation, since they have a decisive influence on the reception of the cultural (and ideological) object, in both the society in which it is created and that in which it is received.
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Feminist Translation Studies: Local and Transnational Perspectives situates feminist translation as political activism. Chapters highlight the multiple agendas and visions of feminist translation and the different political voices and cultural heritages through which it speaks across times and places, addressing the question of how both literary and nonliterary discourses migrate and contribute to local and transnational processes of feminist knowledge building and political activism. This collection does not pursue a narrow, fixed definition of feminism that is based solely on (Eurocentric or West-centric) gender politics—rather, Feminist Translation Studies: Local and Transnational Perspectives seeks to expand our understanding of feminist action not only to include feminist translation as resistance against multiple forms of domination, but also to rethink feminist translation through feminist theories and practices developed in different geohistorical and disciplinary contexts. In so doing, the collection expands the geopolitical, sociocultural and historical scope of the field from different disciplinary perspectives, pointing towards a more transnational, interdisciplinary and overtly political conceptualization of translation studies.
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In this article we describe and evaluate the process of conducting online survey research about the legal recognition of same-sex relationships (key findings from which we have reported elsewhere, see Harding and Peel, 2006). Our aim in so doing is to contribute to the growing generic literature on internet-based research methods (Nosek et al., 2002; Rhodes et al., 2003; Stern, 2003; Strickland et al., 2003; Thomas et al., 2000) to the research methods literature within lesbian, gay, bisexual, trans and queer (LGBTQ) psychologies (Fish, 2000; Morris and Rothblum, 1999; Meezan and Martin, 2003; Mustanski, 2001) and also to extend the germinal literature focusing on internet research with non-heterosexual groups (Elford et al., 2004; Ellis et al., 2003; Ross et al., 2000). We begin by discussing the process of developing the online survey tool, before outlining the experience of the survey ‘going live’ and providing details of who completed the survey. We conclude by exploring some of the positives and pitfalls of this type of research methodology.
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The commentators in this reappraisal describe The Social Construction of Lesbianism (1987) as ‘classic’ (Coyle1), ‘exciting’ (Tiefer), ‘important’, (MacBride-Stewart), ‘fascinating’ (Snelling), a ‘remarkable achievement’ (Snelling), and an ‘engagingly written, political tour de force’ (Coyle). Like some of the commentators (Coyle, Snelling), one of us (VC) owns a well-read copy of The Social Construction of Lesbianism, highlighted in all the colours of the rainbow and covered in (now) rather cryptic notes. This was the copy that passed back and forth between us as we completed our PhDs in lesbian and gay psychology, both of which were supervised by Celia Kitzinger. As young lesbian feminists, we were drawn to Celia’s radicalism and uncompromising political commitment. She was an inspiring, challenging, passionate and energetic PhD supervisor, and we are honoured and privileged to edit this reappraisal of The Social Construction of Lesbianism, a book based on her PhD.
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In this article about ‘For Better or Worse? Lesbian and Gay Marriage’ (Feminism & Psychology, 14[1]) we focus on the contributions to the special feature, the commentaries provided by Ellen Lewin (2004), Sheila Jeffreys (2004) and Sue Wise and Liz Stanley (2004), and on wider debates about lesbian and gay marriage and partnership recognition. We agree that ‘there is a lot of confusion/assumptions made about what “it” (i.e. “marriage”) is’ (Wise and Stanley, 2004: 333). Thus, when talking about same-sex partnership recognition we are concerned with civil marriage (or civil union, or civil partnership), and not religious marriage. Our emphasis is on the public not on the private sphere; we are less interested with the personal aspects of relationships (such as intimacy or commitment) than with their public function in, for instance, obtaining ‘rights and responsibilities’.