1000 resultados para Portugal História Séc. XVIII
Resumo:
Esta dissertao sob o tema: História da Igreja do Nazareno: Uma Igreja Centenria em Cabo Verde (1901-2001) Uma Perspectiva Educacional foi projectada com o objectivo fundamental de focar a presena desta instituio religiosa e educativa que por mais de cem anos tem convivido com os cabo-verdianos de todas as ilhas e exercido uma influncia marcante no seio desta sociedade. Esforos foram envidados para que se pudesse de forma clara e concisa, atingir tal objectivo. Reconhecendo a pertinncia da abordagem do tema, encetou-se um percurso que durou dois anos (2008-2010) para a execuo e concretizao deste projecto que se encontra integrado no Curso de Mestrado em Estudos Africanos, ministrado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, atravs do ISE-CV, actualmente UNICV. De forma sucinta, apresenta-se este presente trabalho, estruturado em duas partes que se interligam e se completam: I. História da Igreja do Nazareno em Cabo Verde verso histrica. II. Influncias da Educao Crist Nazarena nos Cabo-verdianos verso sociolgica. NA PRIMEIRA PARTE, comea-se pelo Captulo de Enquadramento das Ilhas de Cabo Verde, uma anlise da sua situao social, econmica, poltica, religiosa e cultural, com destaque para o aspecto econmico e as suas implicaes, nomeadamente o fenmeno migratrio dos cabo-verdianos para a Amrica do Norte, nos séculos XVIII e XIX, em consequncia da pesca de cetceos nos mares de Cabo Verde por baleeiros americanos e de outros pases. Segue-se uma Contextualizao da Igreja do Nazareno Internacional, com referncia sua origem histrica, principais objectivos e base doutrinria, no intuito de melhor situar e conhecer as razes da Igreja do Nazareno de Cabo Verde. Notar-se- que esta denominao una e est presente em todos os continentes e em 155 pases do mundo. O 2 Captulo analisa a Evoluo Histrica da Igreja Cabo-verdiana, caracterizando-a em termos organizativos e administrativos; suas origens, desenvolvimento, programas de expanso e divulgao da mensagem do Evangelho de Jesus Cristo. Ao longo desta evoluo, apercebe-se da existncia de trs etapas distintas por ela vividos. Uma Primeira Etapa, marcada pelo Pioneirismo (1901-1936), levada a cabo pelo jovem emigrante, de 28 anos de idade, Joo Jos Dias, que deixando os E.U.A. para onde fora levado pelo pai contando apenas 16 anos na altura, regressa sua ilha natal com uma novidade que aos seus olhos era uma preciosidade O Evangelho de Cristo. 8 A história vivida pelo pregador pioneiro do Protestantismo em Cabo Verde revelar-se- cheia de surpresas e dificuldades, como se poder constatar atravs da leitura do trabalho. A Segunda Etapa, caracterizada pelo Movimento Missionrio (1936-1975) representado e desenvolvido pelos vrios casais missionrios americanos e britnicos, constituir uma fase marcada pela dependncia financeira e administrativa da Igreja Geral, com Sede nos E.U.A. Esses missionrios sero os elos de ligao entre a Igreja Cabo-verdiana e a Igreja Geral. Sem dvida, esta fase mostra-se de grande projeco, pois durante este perodo que as principais infra-estruturas so criadas: O Seminrio Nazareno, instituio de formao e educao teolgica; a Editora Nazarena, casa de publicao de literatura evanglica e outros servios grficos; a Hora Nazarena, programa radiofnico para divulgao da mensagem evanglica; aquisio de vrias propriedades para construes: templos, capelas, residncias pastorais, espaos de recreio e de actividades juvenis (como acampamentos), etc. Se, por um lado, nota-se grande crescimento e desenvolvimento, por outro, chegando a Igreja do Nazareno de Cabo Verde a este estgio, reconhece-se a necessidade de comear a andar pelos seus prprios ps, isto , atingir a sua prpria autonomia. Passando para a Terceira Etapa, como analisado no 3 Captulo, a Igreja em Cabo Verde experimentar uma nova fase com a transio da liderana missionria para a nacional (Abril de 1975). A responsabilidade dessa primeira liderana nacional recair sobre os ombros do Pastor cabo-verdiano Reverendo Francisco Xavier Ferreira, o mais antigo obreiro nazareno nessa altura. Seguir-se-o outros que com tenacidade, competncia e profunda espiritualidade sabero manter e dirigir a instituio at o presente. A SEGUNDA PARTE trar algo inovador, com o tratamento de uma amostra, embora pequena, de entrevistas realizadas a cerca de uma dzia de indivduos de ambos os sexos, designados Figuras Pblicas, que passaram pela Igreja do Nazareno. Este fenmeno evidencia a forte influncia da educao crist nazarena na vida pessoal e profissional deste grupo. Para alm do fenmeno social referido, foca-se tambm o religioso que naturalmente relevante, tomando em considerao um dos objectivos fundamentais propostos pela instituio A Educao na Formao Teolgica. Este fenmeno revelar-se- como um dos maiores investimentos da Igreja do Nazareno ao apostar-se na formao de cabo-verdianos como pastores e lderes nazarenos, conforme registado no Anexo 2 mais de uma centena de graduados pela Instituio Teolgica O Seminrio Nazareno de Cabo Verde, fundado em 1953 pelo missionrio americano Reverendo Earl Mosteller. Os Anexos em n de 20 sero complementos vlidos na compreenso e conhecimento do tema. Conclui-se o resumo deste trabalho esperando que tenha prestado algum contributo na rea da investigao cientfica.
Resumo:
Esta interveno tem como propsito retratar as elites que dirigiram os destinos da primeira capital das ilhas de Cabo Verde Ribeira Grande durante os séculos XVI, XVII e XVIII e que, consequentemente foram tambm as que dominaram o poder local na ilha de Santiago e em todo o arquiplago. A Ribeira Grande, pequena urbe, entalada entre montanhas, teve um papel primordial na História de Cabo Verde: foi o porto onde desembarcaram os primeiros colonos europeus e as primeiras levas de escravos. Foi a que se iniciaram as interpenetraes tnico-culturais das quais viria a emergir, mais tarde, o homem cabo-verdiano.
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Sujeito da história, as elites so uma fraco da populao onde se concentram poder, autoridade e influncia. Elas evoluem, tal como a classe camponesa ou a classe operria, segundo os ritmos da sociedade onde se inserem, mas deixam infalivelmente nela a sua marca e a sua ideologia. Independentemente da sua natureza (baseada no sangue, no dinheiro ou no saber) as elites, colhem a sua inspirao e a sua substncia do povo. E por isso todos os conflitos que atravessam a sociedade se repercutem nelas e as afectam.1 Utilizando este conceito de elite proponho-me neste artigo reflectir e descrever sucintamente as elites que dirigiram os destinos da Cidade Velha/Ribeira Grande durante os séculos XVI, XVII e XVIII e que, consequentemente foram tambm as que detiveram o poder local preponderante em Santiago e em todo o arquiplago.
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Os relatos Histricos so, geralmente, povoados por figuras masculinas, isto porque foram os homens que dirigiram os destinos da humanidade, pelo menos desde que existe a escritura e, principalmente, porque foram eles que escreveram ou impuseram as fontes escritas que hoje utilizamos para narrarmos o passado. Por isso, o historiador encontra, raramente na documentao, dados ou relatos sobre o papel das mulheres no avanar da História. Apenas so conhecidos os destinos e as aces das grandes Rainhas ou das mulheres cujas vidas estiveram, intimamente, ligadas s de homens de poder. Geralmente a história da mulher tem sido baseada na história da famlia, a que pertenceu, devido a discriminao de gnero de que sempre foi objecto. O historiador cabo-verdiano encontra-se perante o mesmo dilema, mas com a agravante da nossa História estar despovoada, igualmente, de figuras masculinas. necessrio prover a nossa História de personagens representativas de cada poca, para que possamos apreender melhor o nosso passado. 1 Entre a história que, segundo
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No seu admirvel romance, Ilhu da Contenda, Teixeira de Sousa, relata o pensamento de Chiquinho, um jovem mestio foguense que enquanto matuta sobre a sua posio social, como filho ilegtimo de um branco da terra, expe-nos sucintamente os seus pensamentos sobre a história da sua famlia e da sua ilha: ...De que lhe valia ser filho de branco se no usava o nome do pai? /.../ Preferia no receber coisa alguma do pai se em troca apenas lhe desse o seu apelido. No queria nada mais de Nh Eusbio. Francisco Medina da Veiga seria nome mais bonito do que s Francisco de Pina. Francisco de Pina. Nome de negro. Ao passo que os Medinas e os Veigas foram sempre gentes gradas desde o povoamento da ilha. O primeiro Veiga foi capito-mor do Fogo, e to rico que os descendentes se mantiveram abastados at os que ainda viviam. Ouvia contar a Nha Caela que esse Afonso Sanches Veiga capito-mor da ilha, foi o tronco da famlia do marido. Pois Nho Pedro Simplcio da Veiga descendia de uma linha directa desse grande homem que se celebrizou pela sua riqueza e tambm pela sua crueldade. Os escravos no brincavam com ele. Quando pisavam o risco, mandava-os amarrar a calabaceira de Ilhu de 2 Contenda e ele prprio os ia castigar com varas de marmeleiro entranadas em trs. Depois mandava botar sal e vinagre nos lanhos sangrentos. Era violento como tudo, esse Sanches da Veiga, tetrav de Pedro Simplcio (pp.61-62)
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A caminhada da cidadania na Europa dos estados modernos revela-a primeiramente como um estatuto de direitos cvicos e polticos que, da sua posse exclusiva pelas classes dominantes, passa sua lenta democratizao, pela abertura s classes trabalhadoras ao longo do século XIX (Gamble, 1981)qui menos como resultado inequvoco da fora da luta operria do que como estratgia de continuidade do prprio capitalismo atravs da sua domesticao (Santos, 1993).1 Mas o que importa aqui sublinhar o facto de, tanto no contexto das lutas das classes dominantes como no contexto das lutas dos trabalhadores e de outros grupos, a conquista dos direitos polticos aparecer como imprescindvel, j que do acesso esfera mais importante da vida colectiva, a esfera poltica, dependeria posteriormente a conquista e salvaguarda de outros direitos fundamentais, como os econmicos e os sociais. Paralelamente, a história do estado moderno europeu mostra-nos que, no processo de edificao e consolidao do seu poder, a inveno do critrio da nacionalidade como critrio mximo no acesso cidadaniaapresentada comoumaespcie de recurso precioso, raro e por isso de acesso limitadosurge como a estratgia responsvel pela maquinao de uma sinonmia artificial entre cidadania e nacionalidade.
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O estudo sistemtico da cultura material extra-ocidental existente em museus portugueses, bem como, a caracterizao e avaliao dos contextos de recolha que originaram esses acervos, enquadram duas componentes fundamentais da história da antropologia no nosso pas. Tais estudos permitem reformular algumas teorias sobre as nossas alteridades espao-temporais, a cultura material acumulada, os objectos aculturados e as mudanas culturais. Num momento em que se pretende reavaliar qual o papel dos museus com acervos coloniais, chama-se ateno para a importncia deste patrimnio na reflexo que os cidados podem e devem fazer sobre o seu passado, a sua contemporaneidade e as mudanas em curso.
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La cantata da camera italiana va tenir el seu mxim esplendor durant el segle XVII i principis del XVIII. A partir de lanlisi dobres de quatre compositors (Albinoni, Scarlatti, Caldara i Vivaldi) sestudia levoluci daquesta forma, els seus orgens i la seva interpretaci, fent especial atenci al text i a lornamentaci.
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Na tese, que agora se apresenta, ocupamo-nos da formao e desenvolvimento da elite, que, desde o século XV at ao século XVII, evoluiu num processo em que se evidencia uma vincada mudana social. Durante o primeiro século da História do arquiplago, os homens brancos honrados de Santiago ocuparam a cimeira da sociedade da ilha. Estes homens, - brancos/reinis, muitas vezes nobres, armadores, comerciantes e funcionrios da administrao central - formaram a primeira elite do arquiplago que estruturou a sociedade cabo-verdiana conforme os seus interesses econmicos, as suas prticas culturais, polticas e ideolgicas. Acontece que esta elite se organiza, se fortalece, e desaparece, no propriamente porque desalojada numa ruptura abrupta, mas porque substituda num processo pacfico. este processo que consideramos especfico da sociedade cabo-verdiana e procurmos esclarecer na tese apresentada. Os filhos ilegtimos mulatos dos homens brancos honrados sero devedores de seus progenitores e viriam a ocupar o lugar cimeiro na economia e no poder local santiaguense como membros da elite endgena cabo-verdiana, mas sem as facilidades que o comrcio lucrativo com a Costa da Guin propiciava. essa herana que leva a que os homens dessa elite sejam conhecidos por brancos da terra e, no sendo nobres reinis, faam parte do grupo restrito da nobreza da terra. esta elite que vai evoluir at Independncia de Cabo Verde, sem grandes rupturas que a transforme de forma semelhante ao que sucedeu no perodo de que nos ocupamos. Da a importncia desta tese para o conhecimento da sociedade cabo-verdiana ao longo dos tempos.
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Este relatrio, elaborado no mbito da unidade curricular de Prtica de Ensino Supervisionada II, pretende ser uma sntese das atividades pedaggicas e uma reflexo sobre os mtodos e instrumentos utilizados neste domnio. um relatrio direcionado para a disciplina de História e Geografia de Portugal, uma vez que o tema relaciona as visitas de estudo com os contedos programticos previstos no currculo do 2. ciclo do Ensino Bsico desta rea didtico-pedaggica. As visitas de estudo tm sido consideradas atividades relevantes no processo de ensino-aprendizagem, na medida em que possuem caractersticas que se revelam facilitadoras de uma resposta positiva por parte dos alunos. Como estratgia de ensino-aprendizagem, considerada enriquecedora, por exigir do aluno uma atitude ativa, contribuindo assim para uma aprendizagem mais efetiva e centrada em padres de responsabilidade de todos os intervenientes. Estas atividades tendem a potenciar o processo de ensino e a motivar para as aprendizagens em contextos mais prticos, dando tambm espao para a pedagogia das atitudes, dos valores e da preservao das memrias e dos patrimnios tangveis. Podemos registar uma variedade interminvel de locais a visitar, desde museus, teatros, stios com vestgios arqueolgicos, monumentos, bibliotecas, arquivos, entre outros. Com esta investigao pretendemos averiguar quais as concees de professores e alunos acerca da importncia das visitas de estudo. Para tal, foram realizadas entrevistas, com o intuito de reunirmos dados que pudessem sustentar e validar as nossas concluses. A entrevista foi aplicada aps a preparao e concretizao de uma visita de estudo. A investigao, de natureza qualitativa / interpretativa, decorreu numa escola do concelho e distrito de Viana do Castelo, sendo a amostra constituda por um questionrio aplicado a trs turmas do 6. ano de escolaridade, e por entrevistas a trs professores, com formao cientfica na rea da História, e a trs alunos do 6. ano. Os resultados mostram que as visitas de estudo tm relevncia no processo de ensino-aprendizagem, constituindo uma mais-valia para a lecionao dos contedos em contexto de sala de aula. Na perspetiva dos professores inquiridos, XIII estas atividades devem ser cuidadosamente planificadas e estruturadas, para se conseguir uma interligao dos saberes da comunidade e da escola. As vantagens so inmeras, podendo destacar as seguintes: contacto com as fontes; motivao para os contedos programticos; envolvimento com a componente ldica; contacto com novas situaes de aprendizagem; promoo da interligao entre a teoria e a prtica; e desenvolvimento do esprito crtico, de pesquisa, observao, organizao do trabalho, elaborao de relatrios. No entanto, os docentes registaram como desvantagem o afastamento dos grandes centros urbanos, locais privilegiados de promoo e de difuso cultural, tornando as visitas desgastantes, por exigirem deslocaes e obrigarem a tratamentos burocrticos. Relativamente s concees dos alunos, de destacar que estes consideram que aprendem de uma forma mais efetiva quando tm oportunidade de visualizar, vivenciar, tocar, sentir, no fundo, viver aquele momento como sendo uma aprendizagem num espao livre e diferente.
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A identificao de dois recipientes colocados ritualmente em posio invertida, conotveis com a derradeira fase de ocupao do povoado calcoltico do Outeiro Redondo (Sesimbra), e deste modo com uma cerimnia de abandono do prprio stio arqueolgico, conduziu procura de exemplos comparveis. Tal procura estendeuse, depois, s evidncias de utilizao ritual, em contextos habitacionais, de recipientes cermicos, desde a poca a que pertencem os exemplares em causa, at ao Perodo Romano. Tevese ainda em considerao o contributo da Etnografia e da Arqueologia africana, atravs da experincia do signatrio, relacionada com interveno arqueolgica que dirigiu em unidade domstica do século XVII/XVIII da ilha de So Vicente (Repblica de Cabo Verde). Sem se pretender assumir a continuidade desta prtica ritual no actual territrio portugus, desde o Calcoltico at pelo menos poca Romana, por poder tratarse de uma simples convergncia, recorrentemente verificada ao longo da Idade do Bronze e do Ferro. Como se dever interpretar o achado do Outeiro Redondo? As evidncias assinaladas atravs do uso ritual de recipientes cermicos em contextos habitacionais podem ter um significado ligado ao prprio quotidiano, como no povoado de Fraga da Pena (Fornos de Algodres). Aquelas afiguramse, contudo, mais abundantes e expressivas no que se refere quer s prticas de natureza fundacional, quer s relacionadas com o abandono; por vezes, dada a presena de aves sacrificadas, tais rituais poderiam tambm revestir uma funo propiciatria, que no incompatvel com as duas funes mencionadas, tambm elas no incompatveis entre si.
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A identificao de dois recipientes colocados ritualmente em posio invertida, conotveis com a derradeira fase de ocupao do povoado calcoltico do Outeiro Redondo (Sesimbra), e deste modo com uma cerimnia de abandono do prprio stio arqueolgico, conduziu procura de exemplos comparveis. Tal procura estendeuse, depois, s evidncias de utilizao ritual, em contextos habitacionais, de recipientes cermicos, desde a poca a que pertencem os exemplares em causa, at ao Perodo Romano. Tevese ainda em considerao o contributo da Etnografia e da Arqueologia africana, atravs da experincia do signatrio, relacionada com interveno arqueolgica que dirigiu em unidade domstica do século XVII/XVIII da ilha de So Vicente (Repblica de Cabo Verde). Sem se pretender assumir a continuidade desta prtica ritual no actual territrio portugus, desde o Calcoltico at pelo menos poca Romana, por poder tratarse de uma simples convergncia, recorrentemente verificada ao longo da Idade do Bronze e do Ferro. Como se dever interpretar o achado do Outeiro Redondo? As evidncias assinaladas atravs do uso ritual de recipientes cermicos em contextos habitacionais podem ter um significado ligado ao prprio quotidiano, como no povoado de Fraga da Pena (Fornos de Algodres). Aquelas afiguramse, contudo, mais abundantes e expressivas no que se refere quer s prticas de natureza fundacional, quer s relacionadas com o abandono; por vezes, dada a presena de aves sacrificadas, tais rituais poderiam tambm revestir uma funo propiciatria, que no incompatvel com as duas funes mencionadas, tambm elas no incompatveis entre si.
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The aims of this thesis were to better characterize HIV-1 diversity in Portugal, Angola, Mozambique and Cape Verde and to investigate the origin and epidemiological history of HIV-1 in these countries. The impact of these issues in diagnosis, disease progression and susceptibility to ARV therapy was also investigated. Finally, the nature, dynamics and prevalence of transmitted drug resistance (TDR) was determined in untreated HIV-1 infected patients. In Angola, practically all HIV-1 genetic forms were found, including almost all subtypes, untypable (U) strains, CRFs and URFs. Recombinants (first and second generation) were present in 47.1% of the patients. HIV/AIDS epidemic in Angola probably started in 1961, the major cause being the independence war, subsequently spreading to Portugal. In Maputo, 81% of the patients were infected with subtype C viruses. Subtype G, U and recombinants such as CRF37_cpx, were also present. The results suggest that HIV-1 epidemic in Mozambique is evolving rapidly in genetic complexity. In Cape Verde, where HIV-1 and HIV-2 co-circulate, subtype G is the prevailed subtype. Subtypes B, C, F1, U, CRF02_AG and other recombinant strains were also found. HIV-2 isolates belonged to group A, some being closely related to the original ROD isolate. In all three countries numerous new polymorphisms were identified in the RT and PR of HIV-1 viruses. Mutations conferring resistance to the NRTIs or NNRTIs were found in isolates from 2 (2%) patients from Angola, 4 (6%) from Mozambique and 3 (12%) from Cape Verde. None of the isolates containing TDR mutations would be fully sensitive to the standard first-line therapeutic regimens used in these countries. Close surveillance in treated and untreated populations will be crucial to prevent further transmission of drug resistant strains and maximize the efficacy of ARV therapy. In Portugal, investigation of a seronegative case infection with rapid progression to AIDS and death revealed that the patient was infected with a CRF14_BG-like R5-tropic strain selectively transmitted by his seropositive sexual partner. The results suggest a massive infection with a highly aggressive CRF14_BG like strain and/or the presence of an unidentified immunological problem that prevented the formation of HIV-1-specific antibodies. Near full-length genomic sequences obtained from three unrelated patients enabled the first molecular and phylogenomic characterization of CRF14_BG from Portugal; all sequences were strongly related with CRF14_BG Spanish isolates. The mean date of origin of CRF14_BG was estimated to be 1992. We propose that CRF14_BG emerged in Portugal in the early 1990s, spread to Spain in late 1990s as a consequence of IDUs migration and then to the rest of Europe. Most CRF14_BG strains were predicted to use CXCR4 and were associated with rapid CD4 depletion and disease progression. Finally, we provide evidence suggesting that the X4 tropism of CRF14_BG may have resulted from convergent evolution of the V3 loop possibly driven by an effective escape from neutralizing antibody response.
Resumo:
O realismo apresenta em Cabo Verde particularidades prprias. Se em Portugal e noutros pases foi um movimento literrio e idiolgico-poltico empenhado em solues transformadoras da sociedade pela via da funo social da arte, pela desmistificao da conscincia e pela oposio ao capitalista e ao burgus, em Cabo Verde, por razes naturais, geogrficas e sociais contextualiza-se assumindo outras preocupaes. Manuel Lopes, com o tempo, sem esquecer o plano subjectivo, envereda por uma escrita potica com implicaes objectivistas tematizando os problemas crioulos mais prementes: seca, isolamento, fome, emigrao. A objectividade e a subjectividade so, por isso, duas caractersticas do realismo cabo-verdiano. Os paradigmas, So Vicente-Mar (urbanidade) e Santo Anto-terra (ruralidade) e ainda a dinmica de oposio entre o partir/ficar informam decisivamente a sua poesia.
Resumo:
Este estudo analisa as dinmicas da imprensa e do jornalismo nos territrios da frica Portuguesa (Cabo Verde, Angola, Moambique, So Tom e Prncipe e Guin) ao longo do perodo colonial, entre 1842-1974. Os papis desempenhados pelo jornalismo e as caractersticas do sistema de imprensa so observados, discutidos e analisados no contexto sociopoltico do imprio colonial portugus nos séculos XIX e XX. No estudo das relaes entre a imprensa e o imprio adopta-se uma perspectiva multidisciplinar, na qual dialogam a história, a sociologia e a cincia poltica, permitindo uma compreenso aprofundada das interaces e interdependncias entre a imprensa, o imprio colonial e os regimes polticos. O estudo de caso da frica Portuguesa demonstra que a imprensa e o jornalismo nos cinco territrios apresentaram dinmicas e caractersticas similares no perodo colonial. A imprensa foi decisiva na afirmao do colonialismo portugus, mas o jornalismo tambm contestou e ops-se e ao projecto imperial. Foi ao longo do colonialismo que a imprensa emergiu, desenvolveu-se e consolidou-se como uma instituio de perfil poltico e como plataforma dos conflitos sociais.