605 resultados para Partilha
Resumo:
O Turismo é cada vez mais um dos maiores setores económicos do mundo e aliado às novas tecnologias, que neste princípio de século têm vindo a desenvolver-se, há cada vez mais formas interessantes de interagir com o espaço visitado. O storytelling tem sido cada vez mais utilizado nos últimos anos como uma ferramenta de marketing, e a banda desenhada (comics) tem vindo a ganhar terreno e a passar para outras plataformas (transmedia). Este projeto combina storytelling, banda desenhada (comics) e novas tecnologias aplicadas ao Turismo, tem como base uma aplicação móvel para a cidade de Lisboa (digital storybook), onde através de uma história em banda desenhada (comics) o turista tem a possibilidade conhecer a cidade de uma forma inovadora e ao mesmo tempo vive uma experiência incomparável e singular. O turista participa e faz parte de experiências únicas que surgem através das novas tecnologias, estas proporcionam diferentes formas do turista vivenciar a sua visita, alterando a sua perceção do destino e tornando-se ele próprio uma ferramenta de marketing. Pois hoje em dia vivemos num mundo de partilha, a criação de identidades é uma cocriação. Experienciar uma história causa um envolvimento. Os turistas sentem o local experienciando a história e assim sentem-se parte dela. Esta aplicação é revolucionária na forma como dá a conhecer a cidade ao turista, é única, diferenciadora, interessante e inteligente. Lisboa foi a cidade escolhida para esta “história” com o nome de Secret City app.
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O presente relatório evidencia os principais contributos do estágio, no âmbito do Curso do Mestrado em Enfermagem à Pessoa em Situação Critica, realizado num Serviço de Urgência, numa Unidade de Cuidados Intensivos e no Bloco Operatório, para o desenvolvimento de competências clínicas especializadas na assistência à pessoa em situação crítica a vivenciar processos de saúde/doença. Tem por objetivos documentar a aprendizagem efetuada durante os estágios, através da capacidade de síntese e análise crítico-reflexiva. Como metodologia, apresenta o método descritivo e reflexivo. Estruturalmente, é constituído por três partes. O primeiro capítulo consiste numa reflexão sobre a aquisição de competências, de seguida uma caraterização dos contextos da prática clínica e por fim, face aos vários domínios de competências a adquirir/desenvolver, são apresentadas as competências e descritas as atividades realizadas, através da reflexão das situações vivenciadas, fundamentada em referenciação bibliográfica. A segunda parte consiste numa revisão sistemática da literatura. Descreve o processo de ensino/aprendizagem como estratégia, não só para o desenvolvimento de competências, mas também como meio para a partilha de informação proveniente da experiência profissional. Relata as atividades direcionadas à pessoa adulta, idosa e família, de acordo com a ética e deontologia profissional. Evidencia as dificuldades encontradas como momentos de aprendizagem e de reflexão, no âmbito das estratégias de comunicação com a família, e na utilização dos sistemas de informação em enfermagem. Expõe a importância da prática baseada na evidência, através da realização de uma revisão sistemática da literatura, segundo a análise de protocolos, normas e procedimentos de forma a verificar a sua validação científica, promovendo cuidados de saúde de qualidade e práticas seguras. Conclui que o Estágio proporcionou a aquisição/desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para a tomada de decisão na prestação de cuidados globais e humanizados ao doente/família, no contexto da área de especialização, valorização pessoal e profissional, com vista à melhoria da qualidade dos cuidados prestados.
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Relatório de estágio apresentado à Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém para a obtenção do grau de mestre em Educação e Comunicação Multimédia
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O presente relatório foi realizado no âmbito do Mestrado em Intervenção e Animação Artísticas, compreendendo o estudo acerca dos contributos de um projeto de intervenção, no domínio da expressão dramática, junto de jovens detentores de comportamentos problemáticos frequentemente caraterizados como de indisciplina. Esta temática tem sido estudada ao longo dos anos por vários autores, considerando-se que afeta não só os alunos mas também os professores e a restante comunidade escolar. Assim, perante a necessidade de se conhecer quais as estratégias passíveis de surtirem efeitos no que se refere à (in)disciplina, com um grupo de alunos de um curso vocacional, que frequentam uma escola profissional do concelho de Alcobaça, surgiu a seguinte pergunta de partida: - Quais os contributos de um projeto de intervenção no domínio da expressão dramática na construção de relações consigo e com o outro? De forma a dar resposta a esta questão, delineou-se uma investigação-ação com a pretensão de simultaneamente investigar e agir sobre a temática anteriormente referida, organizando-se a intervenção através da técnica Playbuilding de Errol Bray (1997), em sessões que permitiram primeiramente uma experimentação de exercícios de expressão dramática e improvisações e, posteriormente, a edificação de um projeto de criação teatral, construído autonomamente pelos participantes. Durante o processo foi criado um ambiente de participação e envolvimento, tendo os participantes estabelecido uma relação de proximidade com a investigadora, exteriorizando sentimentos e emoções face ao seu quotidiano e à relação estabelecida com os professores, constituindo estes a base do projeto de criação teatral. iv Os resultados apresentados evidenciaram o papel da expressão dramática como forte indutor da expressão de sentimentos e emoções, permitindo olhar para si próprio e ao mesmo tempo colocar-se no lugar do outro, sendo potenciadora de uma reflexão acerca das próprias ações e da descoberta de si e do outro. Pode-se constatar que é uma estratégia que propicia a construção de um ambiente de partilha de emoções e resolução de conflitos, que permite a cooperação, a aceitação mútua e a melhoria das relações consigo e com o outro.
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As discussões matemáticas podem ser uma atividade importante para promover a aprendizagem dos alunos, criando oportunidades para a partilha, justificação e argumentação de ideias matemáticas resultantes do seu trabalho com tarefas. No entanto, a sua realização constitui um desafio exigente para o professor, tanto na sua preparação como na sua condução tendo em vista a aprendizagem dos alunos. Nesta comunicação, procuramos compreender as práticas de discussão de Ana, professora do 3.º ciclo do Ensino Básico (EB), na preparação da discussão coletiva no trabalho com a Álgebra, em articulação com o seu conhecimento didático. Os resultados mostram que a professora, apoiada no seu conhecimento da Matemática, da prática letiva e dos alunos e da aprendizagem, identifica (antes e durante a aula) as ideias matemáticas que pretende que os alunos discutam a partir do seu trabalho com tarefas selecionadas para o efeito. Antecipa, também, possíveis estratégias de resolução e pensa como pode levar os alunos atingir os objetivos definidos. Na aula, e perante o trabalho dos alunos, reconhece as ideias mais importantes para discutir e estabelece uma ordem de apresentação tendo em vista promover a generalização dessas ideias.
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Este projeto tem como objetivo explorar e refletir sobre os benefícios do recurso a ferramentas Livres e Open gratuitas. Pretendemos também evidenciar a importância do acesso à cultura de forma Livre, focada no poder da partilha. De modo a demonstrar a viabilidade destas ferramentas enquanto plataforma para a criação de produtos multimédia, e promover as áreas criativas em estudo, desenvolvemos um protótipo de um Videojogo. Simultaneamente, pretendemos partilhar a nossa experiência e resultados obtidos, de forma Livre, com o intuito de contribuir para processos de aprendizagem e de criação nesta área.
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O presente relatório explana a intervenção da prática pedagógica realizada no contexto de Educação Pré- Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico, tendo como principal objectivo a partilha e a reflexão desta intervenção, nomeadamente numa sala de Pré- Escolar no Infantário «O Carrocel» e numa turma de 1º Ciclo da Escola EB1/PE do Galeão. Este apresenta as opções metodológicas e teóricas, que constituem a fundamentação da consequente intervenção educativa, ou seja, a simbiose entre a componente prática e a teórica, como forma de aquisição de aprendizagens significativas, atendendo ao ciclo sucessivo da observação, planificação, ação e reflexão. Ao longo do relatório menciono os contextos educacionais, em que decorreram a minha intervenção pedagógica, apresentando algumas das atividades desenvolvidas com os grupos de crianças e que se transformaram em espaços de reflexão sobre a minha ação educativa. A questão metodológica adotada neste relatório incide sobre a Investigação- Ação e tem como objetivo refletir sobre as mesmas, implementando estratégias conducentes à solução da problemática encontrada. Este método é apontado como suscetível de provocar uma melhoria significativa ao nível das práticas, na medida em que o mesmo decorre dum trabalho de investigação e de reflexão. Consequentemente, através da observação e da interação com os educandos surgiu a necessidade de investigar e pesquisar estratégias que contribuíssem para a resolução da problemática elencada e que se corporizou na forma como as crianças desenvolvem e adquirem competências sociais, a par e passo com o trabalho colaborativo desenvolvido no contexto escolar. Para finalizar este relatório apresento as considerações finais de toda a minha intervenção educativa nestas instituições, evidenciando os aspetos fulcrais que contribuíram para o alicerçar da minha futura profissionalidade docente.
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No desenvolvimento das suas atividades de ensino e investigação, o Departamento de Pedagogia e Educação da Universidade de Évora tem promovido a realização de diferentes cursos de mestrado, dando origem a múltiplas dissertações que são testemunho do trabalho levado a cabo no e pelo Departamento para o desenvolvimento do conhecimento científico na área da educação cujos resultados importa difundir. A realização das 1as Jornadas de Investigação em Educação permitiu ao Departamento de Pedagogia e Educação encontrar um momento de revisitação, partilha e divulgação de investigações que consubstanciaram dissertações produzidas nos últimos anos no âmbito dos Mestrados em Administração Educacional, em Avaliação, em Educação para a Saúde, em Questões de Género e Educação para a Cidadania e em Supervisão Pedagógica. Estas Jornadas não pretenderam ser uma mostra exaustiva dos trabalhos realizados, mas uma ilustração do esforço e dedicação com que muitas dezenas de estudantes analisaram múltiplos aspetos da realidade educativa, produzindo sobre ela discursos críticos empiricamente sustentados. E porque estes/as estudantes são também de múltiplas procedências será possível encontrar testemunhos de estudos realizados em Portugal, em Angola e no Brasil, contribuindo desta forma para ampliar o conhecimento sobre diferentes sistemas educativos. Não será demais explicitar o sentido que tem para nós a publicação/produção desta ‘obra’ coletiva. Convocamos o sentido atribuído por Bruner ao processo de externalização da aprendizagem ou do saber científico presente na produção de obras culturais. Este processo de externalização “salva a atividade cognitiva do implícito, tornando-a mais pública, negociável e solidária” (Bruner, 1996:46). É neste sentido que a publicação destes trabalhos académicos já apresentados e defendidos publicamente vem permitir agora expandir o seu alcance público, a sua possibilidade de ser permutável (agora entre quem escreve e quem lê), expandindo ainda o exercício solidário da partilha do conhecimento construído. Neste momento de comunicação e divulgação, o esforço da explicitação ganhou já uma nova consistência permitida pela distância crítica que os autores e as autoras ganharam com o tempo, agora livres da tensão avaliativa das provas que por vezes pode ser inibidora do pensamento e sobretudo da reflexão conjunta. A sua disponibilidade para o diálogo e a intersubjetividade criada com o público que participou nas jornadas foi evidente. Agora, na escrita dos trabalhos apresentados, este exercício de explicitação adquire nova forma, ganhando reflexividade e autonomia. Este processo de formação substanciado nos mestrados atrás referidos percorreu diversas fases (componente curricular, produção da tese, apresentação da tese) e, não estando nunca completo, vem agora lançar a necessária ponte para uma nova fase, permitindo uma mudança na participação e na identidade dos/das seus/suas autores e autoras que se assumem como investigadores e investigadoras de pleno direito, participando na comunidade científica alargada tendo a possibilidade de ver o seu trabalho discutido num processo de validação pública. Do ponto de vista da organização desta publicação optou-se por uma estrutura simples consubstanciada na criação de temas agregadores em torno dos quais se centram os estudos que agora se apresentam. As Jornadas puderam contar com a participação do Prof. Danilo Melo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que proferiu a conferência inaugural, cujo texto abre também esta obra. Refletindo a já mencionada diversidade de percursos e temas em estudo, apresentam-se em seguida os textos sobre as seguintes temáticas: Administração, Avaliação, Igualdade de Oportunidades e Questões de Género, Desenvolvimento da aprendizagem, Biologia, Física e Química, Matemática e Literatura. Retomando Bruner e o sentido que ele dá à produção de obras, importa também realçar a possibilidade que esta oferece à comunidade onde é gerada de festejar e celebrar com orgulho o produto de trabalho conjunto, conferindo-lhe reconhecimento, identidade e um sentido de continuidade. Esta celebração foi já vivida durante as Jornadas onde estudantes e professores/as se reencontraram e reconheceram, agora já como pares, no oficio da produção científica. O livro agora publicado virá por certo reacender o orgulho naqueles e naquelas que aceitaram o desafio de participar nas Jornadas. Porque a obra agora é visível para um público mais alargado ela irá por certo incentivar novos diálogos e convidar novas gerações de investigadores e investigadoras a publicar os seus trabalhos e assim cumprirem o compromisso ético da partilha de conhecimento
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Agradecimentos O compromisso da enfermagem para com os cuidados de saúde primários encontra-se incorporado no Código Deontológico do ICN para Enfermeiros adotado pela primeira vez em 1953 e revisto regularmente - que afirma que "os enfermeiros têm quatro responsabilidades fundamentais: promover a saúde, prevenir a doença, restabelecer a saúde e aliviar o sofrimento. Alterações recentes na moldura da oferta de cuidados de saúde em Portugal indiciam, uma compreensão de uma nova realidade. A reformulação da rede hospitalar, a reorganização dos cuidados de saúde primários e a criação de uma rede de cuidados integrados constituem sinais significativos de uma nova abordagem do sistema de saúde português. " As medidas adotadas pelos sucessivos Governos, desde a década de oitenta, no sentido de conterem o aumento dos gastos públicos com saúde podem ser classificadas de diferentes formas, distinguindo entre as que se dirigem à oferta de serviços de saúde ou à sua procura. Em termos de contenção de custos do lado da oferta, tipicamente estas medidas limitam investimentos, preços, admissões de pessoal, massa salarial, ou visam o aumento da eficiência através da melhoria da oferta de cuidados em ambulatório em substituição dos hospitaois Do lado da procura, procuram desenvolver mecanismos de partilha de custos ou mesmo o estabelecimento de prioridades (ou até o racionamento) no acesso a cuidados, a par com um maior enfoque nas estratégias de prevenção de saúde e com a promoção dos cuidados primários enquanto "porta de entrada" no sistema Em consequência deste cenário é evidente a necessidade de soluções, entre elas a priorização e a chamada New Public Management ou Nova Administração Pública. Admitindo a existência de um direito à prestação de cuidados de saúde, coloca-se a questão de aplicar os recursos com eficiência, dada a necessidade imperiosa de se efetuarem escolhas e de se estabelecerem prioridades. Este facto resulta do desfasamento existente entre os recursos necessários e os recursos disponíveis para a prestação de cuidados de saúde, nomeadamente no que respeita à utilização de tecnologia sofisticada. O estabelecimento de prioridades e a necessidade de realizar opções surgem como tarefas primordiais, bem como a regulamentação da utilização dos recursos de um modo justo e eficiente. O princípio da equidade na política de afetação de recursos para a prestação de cuidados de saúde permite reafirmar a necessidade de um envolvimento ativo multidisciplinar. Nos dias de hoje,a utilização de critérios de natureza económica parece ser relevante para a tomada de decisões de investimento em cuidados de saúde bem como para o estabelecimento de prioridades. O crescimento dos custos com a Saúde tem obrigado os governos à adoção de medidas de contenção e racionalização das despesas com o recurso a modelos de gestão do tipo empresarial, a introdução de técnicas de avaliação de resultados, o planeamento dos serviços de saúde, o reforço da aposta nos cuidados primários, o aumento dos co-pagamentos no momento da utilização dos serviços Um dos maiores marcos na história dos cuidados de saúde primários foi a declaração de Alma-Ata (1971). Este documento indica algumas diretrizes para que os cuidados de saúde prestados sejam de melhor qualidade, Os cuidados de saúde primários constituem a chave para que essa meta seja atingida, através do desenvolvimento e do espírito da justiça social. Os cuidados de saúde primários são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocados ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade, mediante a sua plena participação, e a um custo que a comunidade e o país possam manter As principais características das unidades de cuidados de saúde primários são: constituir a porta de entrada dos serviços e a continuidade, globalidade e coordenação dos cuidados. Os enfermeiros são o principal grupo de profissionais de saúde a prestar CSP. Promovem e mantêm ligações entre os indivíduos, famílias, comunidades e o resto do sistema de cuidados de saúde, trabalhando tanto em autonomia como em colaboração para a prevenção da doença e da incapacidade, bem como para promover, melhorar, manter e restaurar a saúde. O seu trabalho abrange a saúde da população, a promoção da saúde, a prevenção da doença, os cuidados de bem-estar, o primeiro ponto de contacto para os cuidados e a gestão da doença ao longo de todo o ciclo de Num futuro próximo, é decisivo que os enfermeiros - enquanto figuras centrais na prestação de cuidados de saúde primários - se envolvam, liderem e coordenem os cuidados, e que os seus papéis na determinação de políticas e de prestação sejam encarados como legítimos e essenciais em todas as áreas. Ter os enfermeiros no centro de decisão dos cuidados de saúde primários, ignifica: - Acesso melhorado aos cuidados. - Melhor prevenção de doenças crónicas. A prevenção da doença e a promoção da saúde são exemplos perfeitos dos papéis e da influência crescente dos enfermeiros, no desenvolvimento de projetos promotores de saúde. Os enfermeiros promovem que um estilo de vida saudável é essencial para a manutenção, recuperação e melhoria da saúde de modo a viverem vidas mais longas e saudáveis. 60 a 80 por cento dos cuidados primários, tradicionalmente prestados pelos por outros profissionais, podem e devem ser efetuados pelos enfermeiros a um custo mais baixo e com resultados similares Para além das estratégias delineadas pelos peritos em gestão da saúde, como é o caso da priorização e da Nova Gestão Pública, existe uma terceira maneira que funcionando como complemento das descritas anteriormente poderia originar ganhos em saúde, quer em qualidade quer em termos monetários. Este plano de contenção de custos pelo aumento da dotação de enfermeiros nos cuidados de saúde primários, nas diferentes unidades funcionais. O dinheiro gasto no tratamento de doenças, que com recurso a uma intervenção inicial poderiam ser tratadas a baixo custo, é abismal. 1 euro gasto em promoção da saúde, representam 14 euros de poupanças no tratamento da doença A prescrição de um regime alimentar saudável, significa muitos ganhos, em relação com aqueles que serão gastos no tratamento da obesidade, com necessidade de colocação de banda gástrica e todas as complicações cardiovasculares que resultam do excesso de peso. O consumo de medicamentos, decorrentes do tratamento curativo e não preventivo das doenças é também ele alarmante. Atuando ao nível da prevenção, com investimento nos enfermeiros diminuiria o dinheiro gasto em medicamentos. O papel das associações nacionais de enfermeiros (ANE), sendo uma voz nacional da enfermagem, representa uma força fundamental para ser chamada neste processo de mudança. Assim podem: • Facilitar a colaboração com outras associações profissionais de saúde, ministério da saúde e outros sectores e partes interessadas pertinentes. • Trabalhar com ministérios da saúde e outros de modo a influenciar uma política nacional de saúde que suporte os papéis da enfermagem e reforce a capacidade de investigação da enfermagem. • Trabalhar com instituições de ensino para incorporar os CSP nos currículos. • Colaborar com centros de ensino e investigação de enfermagem • Divulgar resultados de investigação junto dos enfermeiros, decisores políticos e outros. • Oferecer formação contínua nos cuidados de saúde primários. • Salientar o trabalho dos enfermeiros nos CSP (em publicações, sítios web, conferências, etc.). • Exercer pressão no sentido de legislação que melhore os CSP • Disponibilizar um fórum para o diálogo e a compreensão adequada das questões e diferenças entre os CSP e os cuidados médicos primários. • Promover os CSP como uma opção de carreira. • Estimular o interesse na enfermagem e na investigação acerca dos CSP Nos cuidados de saúde primários e em todo o sector de cuidados de saúde, a realidade é que as pessoas querem ter escolha e acesso à informação, de modo a poderem efetuar essas escolhas. Esta tendência irá continuar no futuro, e cada vez mais as pessoas irão necessitar do apoio prestado pelos enfermeiros no acesso à informação e na realização de boas escolhas. À medida que a tónica e a prestação de serviços se deslocam cada vez mais rapidamente do hospital para casa, do curativo para o preventivo, das instituições para as comunidades, os enfermeiros estarão cada vez mais no centro dos cuidados de saúde Os enfermeiros e as associações nacionais de enfermeiros podem liderar o caminho da melhor saúde para todos. Os enfermeiros possuem os conhecimentos, aptidões. O público e os decisores políticos vêem os enfermeiros como tendo uma conduta ética, solícita, competente e efetiva em termos de custos. Cabenos a nós fazer avançar a agenda da enfermagem para os próximos anos e criar um futuro preferencial para a profissão e para as nossas sociedades; um futuro que comece com serviços de CSP de qualidade para todas as comunidades.
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Introdução A enfermagem, enquanto profissão, tem como essência o conceito de Cuidar, devendo estar presente em todas as fases do ciclo de vida, incluindo o fim de vida. A dignidade da Pessoa é uma referência conceptual do enfermeiro que, na procura da excelência do cuidar deve desenvolver competências relacionais que lhe permitam assistir o doente/família numa fase terminal. Compreender o modo como o Enfermeiro, enquanto ser Humano se envolve profissionalmente na perspetiva da Morte da Pessoa de quem cuida é o principal motivo de interesse desta dissertação. A morte encarada como algo irracional, ilógico e incompreensível é difícil de assimilar e todos nós temos dificuldade em aceitar a ideia de morrer e de vivenciar a morte do Outro. Neste contexto Frias (2001) refere que os profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros, sentem-se desarmados perante a angústia das pessoas em fim de vida, com os quais têm dificuldade em estabelecer uma relação de ajuda. Menciona ainda, que os enfermeiros parecem estar pouco preparados para assistir, entender e ajudar as pessoas no seu processo de doença. A família, por sua vez precisa de ajuda para aliviar o sofrimento, a dor, ou a angústia do seu familiar em fim de vida. Sabemos que a problemática da morte não se encontra suficientemente estudada e que consiste numa área de interesse crescente na investigação em Enfermagem, que é também por nós partilhada. Twycross, (2003) referencia a importância da investigação para quem deseja aperfeiçoar os cuidados aos doentes que se aproximam da morte. Objetivo(s) Compreender como os enfermeiros vivenciam o processo de morte dos doentes e família em fim de vida. Metodologia Partindo da questão de investigação: Como é que os enfermeiros gerem a sua presença junto da Pessoa/Família em fim de vida?, desenvolvemos um estudo de Natureza qualitativa, abordagem fenomenológica segundo Colaizzi(1978), cujo desenvolvimento procedimental é baseado nos seguintes passos: Descrever o fenómeno de interesse, Colher as descrições dos participantes, Ler todas as descrições do fenómeno feitas pelos participantes, Retornar às transcrições originais e extrair as declarações significativas, Tentar soletrar o significado de cada declaração significante, Organizar os significados agregados formalizados em grupos de temas, Escrever uma descrição exaustiva, Regressar aos participantes para validar a descrição, Se novos dados forem revelados incorporá-los na descrição exaustiva. Assim começamos por expor uma representação esquemática do fenómeno em estudo, que tal como nos refere Loureiro (2006, p.29), consiste na "organização estrutural dos elementos essenciais do fenómeno de modo a facilitar a sua compreensão. Os participantes foram 8 enfermeiros que trabalham há mais de 5 anos, com mais de 30 anos de idade, que se disponibilizarem para partilharem as suas vivências enquanto cuidam da pessoa em fim de vida, e aceitaram a gravação áudio da entrevista. Foi obtido o parecer favorável da Comissão de Ética para a Saúde da instituição onde foi realizado o estudo. Resultados Neste estudo emergiram seis temas que se dividiram em vários subtemas, revelando-se muito importantes para a compreensão desta problemática. Quadro - Síntese estrutural empírica do fenómeno em estudo Fim de vida. Perceção e Vivência de quem cuida Temas Subtemas Reconhecimento humano de fim de vida -Experiência profissional -Diminuição/falência das funções orgânicas -Expressão facial/Verbalização -Diagnóstico/informação clínica Sentimentos marcantes intrínsecos ao profissional -Dificuldade na aceitação da morte na idade jovem -O momento da morte e a despedida da família -Medo/angústia/dificuldade em aceitar a morte Sentimentos no cuidar extrínsecos ao profissional -Falta de apoio psicológico -Falta de condições físicas -Falta de disponibilidade de tempo Estratégias para minimizar o sofrimento e promover o bem-estar -Interação enfermeiro/família: diminui a ansiedade e promove a confiança -Consciência da utilização, importância da relação de ajuda Melhorar a humanização dos cuidados ao doente e família -Formação (cuidados Paliativos) -Melhorar as condições físicas -Articulação do trabalho em equipa multidisciplinar -Melhorar a organização dos recursos humanos Valorização dos cuidados -Gestão terapêutica/alívio da dor -Apoio afetivo e relacionamento humano -Conforto e bem-estar -Apoio familiar Discussão e Conclusões As principais conclusões centram-se nos fatos de os enfermeiros, identificarem os doentes em fim de vida com base no diagnóstico, na informação clínica, na sua experiência, na comunicação não-verbal e na falência das funções orgânicas, valorizando a importância do apoio afetivo e relacionamento humano na prestação de cuidados. Adotando estratégias para minimizar o sofrimento e promover o bem-estar, realçando, a gestão terapêutica no alívio da dor, a importância da relação de ajuda e a interação enfermeiro/família. Bem como identificam alguns constrangimentos inerentes à prestação de cuidados aos doentes/família em fim de vida e que são: estrutura física pouco humanizada, falta de apoio psicológico, falta de disponibilidade de tempo. Numa outra perspetiva onde os sentimentos intrínsecos encontram-se presentes e são consubstanciados na dificuldade em aceitar a morte, sobretudo a morte prematura bem como, o momento da morte e o presenciar a despedida da família. Neste estudo ainda podemos concluir que os enfermeiros tem consciência de que os cuidados ao doente/família poderiam ser melhorados se houvesse maior preocupação na sua formação em cuidados paliativos, se a estrutura física dos serviços proporcionasse um ambiente mais humanizado para as necessidades do doente/família, se a dotação de recursos humanos se adequasse mais ao tempo necessário para o apoio presencial que o doente família requer para a preparação e aceitação da morte e se a equipa de enfermagem e a equipa multidisciplinar se organizasse melhor em termos da necessidades dos doentes. O estudo possibilitou compreender, a partir dos dados empíricos que, para aliviar o sofrimento dos doentes em fase final de vida, os enfermeiros desenvolvem um processo de acompanhamento específico, integral, dinâmico, sistemático e interativo, que engloba duas fases distintas, mas simultâneas - uma fase em que identificam e avaliam o sofrimento do doente e outra fase, na qual, o ajudam a viver com o menor sofrimento e o maior bem-estar possíveis os últimos dias de vida, bem como o ajudam a morrer, de forma serena e digna. Ao longo destas duas fases os enfermeiros desenvolvem atividades de avaliação, de relação, de suporte, de informação e de execução. Neste processo de acompanhamento, a presença do enfermeiro e a relação profunda estabelecida entre ambos emergem como os principais instrumentos para o alívio do sofrimento. Momentos esses que muitas das vezes não se tornam possíveis segundo declarações significativas, por falta de disponibilidade em tempo e recursos humanos. Partindo do princípio que este acompanhamento exige do enfermeiro competências científicas, técnicas, humanas e relacionais, a experiência de muitos anos e o contacto diário com o sofrimento e a morte de doentes em final de vida parecem contribuir fortemente para o desenvolvimento dessas competências. Os participantes verbalizaram neste estudo a necessidade de formação pessoal e em equipa, e de recursos humanos em número suficiente para fomentar a humanização de cuidados, falta de disponibilidade em tempo originada segundo os mesmos por "excesso" de registos, e ainda a não existência de um psicólogo na equipa multidisciplinar. Dentro dos recursos institucionais, os enfermeiros participantes consideram relevante para o "cuidar" a existência de características específicas, no que diz respeito à estrutura física do serviço. A falta de quartos individuais e a falta de um espaço privado e humanizado para apoio psicológico foram as principais deficiências referidas. Ao longo das entrevistas/colheita de informação podemo-nos perceber da importância de propiciar aos enfermeiros um espaço para entrar em contacto com os sentimentos evocados pelo quotidiano de dor, perdas, morte e separações. Prevaleceu a impressão de que, para vários profissionais entrevistados, a entrevista pôde ser um momento único no sentido de possibilitar o contacto com questões e sentimentos antes não verbalizados. Cuidar de doentes/família em fim de vida sabemos nós que não é, nem nunca será tarefa fácil, mas sim, dolorosa, angustiante, fazendo emergir questões existenciais do ser humano, justifica-se a necessidade de um trabalho de equipa mais coeso e dinâmico que proporcione aos seus elementos um suporte efetivo no trabalho e uma aprendizagem constante, fundamentada e sólida, o que foi confirmado pelos participantes. Um estudo desta natureza, deve contribuir para uma caracterização do problema no contexto da prática de enfermagem, podendo servir de ponto de partida para futuros trabalhos neste âmbito. Colocam-se também algumas expectativas nos resultados deste estudo, no sentido que ele possa contribuir para uma reflexão dos profissionais com a possibilidade de partilha harmoniosa e natural das experiências e conhecimentos que os enfermeiros possuem, para que os beneficiados sejam a profissão e os destinatários dos cuidados prestados pelos seus profissionais.
Resumo:
Antecedentes/Objetivos: As mudanças ao nível das estruturas e relações familiares, contribuem para o envelhecimento populacional e a velhice, enquanto problema social e de saúde, surgindo fenómenos como a discriminação social e o abuso e negligência. Pretendeuse avaliar a associação entre as variáveis sociodemográficas e a discriminação social, o abuso e negligência nas pessoas idosas residentes num concelho do interior de Portugal Métodos: Estudo transversal, realizado por entrevista a 333 idosos, em centros de saúde, hospital e centros de dia. Utilizouse um questionário estruturado, composto por caracterização demográfica e socioeconómica. Incluiuse a escala de Discriminação Social Contra as Pessoas Idosas (Palmore, 2001, adap. por FerreiraAlves & Ferreira Novo, 2006) e o Questions to Elicit Elder Abuse (Carney, Kahan & Paris, 2003, adap. por FerreiraAlves & Sousa, 2005). Os dados foram analisados ao nível de significância de 5% (p <0,05). Resultados: Amostra constituída maioritariamente por mulheres (59,5%); mínimo e máximo de 65 e 96 anos, média 76,13±7,02 anos. A principal fonte de rendimentos era a pensão ou reforma (96,7%) e 26,1% auferiam 250 a 300 euros mensais; 87,4%, afirmou que visitava ou recebia visitas de familiares ou amigos. Verificouse a existência de diferenças estatisticamente significativas para o sexo do idoso ao nível do abuso físico (p = 0.044) e financeiro (p = 0.010); estado civil em termos do abuso emocional (p = 0.000) e abuso na sua totalidade (p = 0.001); coabitação para o abuso emocional (p = 0.000), negligência (p = 0.049), abuso financeiro (p = 0.000) e abuso total (p = 0.000); partilha ou não do quarto com abuso emocional (p = 0.000) e abuso total (p = 0.000); visitar ou receber visitas de familiares ou amigos com abuso físico (p = 0.039), negligência (p = 0.049) e abuso total (p = 0.027) e necessidade de apoio de outras pessoas e/ou instituições com abuso físico (p = 0.034), abuso emocional (p = 0.002) e de abuso total (p = 0.028). Só se verificaram diferenças significativas em termos de discriminação social para a situação do idoso visitar ou receber visitas de familiares ou amigos. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as variáveis discriminação social e abuso ou negligência e a idade, escolaridade, zona residência, local onde vive e rendimento mensal. Conclusões / Recomendações: Estes resultados podem contribuir para os profissionais de saúde desenvolverem medidas de intervenção que visem a prevenção e resolução do fenómeno da discriminação social, do abuso e negligência nas pessoas idosas na população estudada. Estas medidas devem ser apoiadas por políticas sociais e de saúde.
Resumo:
Antecedentes/Objetivos: As mudanças ao nível das estruturas e relações familiares, contribuem para o envelhecimento populacional e a velhice, enquanto problema social e de saúde, surgindo fenómenos como a discriminação social e o abuso e negligência. Pretendeuse avaliar a associação entre as variáveis sociodemográficas e a discriminação social, o abuso e negligência nas pessoas idosas residentes num concelho do interior de Portugal Métodos: Estudo transversal, realizado por entrevista a 333 idosos, em centros de saúde, hospital e centros de dia. Utilizouse um questionário estruturado, composto por caracterização demográfica e socioeconómica. Incluiuse a escala de Discriminação Social Contra as Pessoas Idosas (Palmore, 2001, adap. por FerreiraAlves & Ferreira Novo, 2006) e o Questions to Elicit Elder Abuse (Carney, Kahan & Paris, 2003, adap. por FerreiraAlves & Sousa, 2005). Os dados foram analisados ao nível de significância de 5% (p <0,05). Resultados: Amostra constituída maioritariamente por mulheres (59,5%); mínimo e máximo de 65 e 96 anos, média 76,13±7,02 anos. A principal fonte de rendimentos era a pensão ou reforma (96,7%) e 26,1% auferiam 250 a 300 euros mensais; 87,4%, afirmou que visitava ou recebia visitas de familiares ou amigos. Verificouse a existência de diferenças estatisticamente significativas para o sexo do idoso ao nível do abuso físico (p = 0.044) e financeiro (p = 0.010); estado civil em termos do abuso emocional (p = 0.000) e abuso na sua totalidade (p = 0.001); coabitação para o abuso emocional (p = 0.000), negligência (p = 0.049), abuso financeiro (p = 0.000) e abuso total (p = 0.000); partilha ou não do quarto com abuso emocional (p = 0.000) e abuso total (p = 0.000); visitar ou receber visitas de familiares ou amigos com abuso físico (p = 0.039), negligência (p = 0.049) e abuso total (p = 0.027) e necessidade de apoio de outras pessoas e/ou instituições com abuso físico (p = 0.034), abuso emocional (p = 0.002) e de abuso total (p = 0.028). Só se verificaram diferenças significativas em termos de discriminação social para a situação do idoso visitar ou receber visitas de familiares ou amigos. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre as variáveis discriminação social e abuso ou negligência e a idade, escolaridade, zona residência, local onde vive e rendimento mensal. Conclusões / Recomendações: Estes resultados podem contribuir para os profissionais de saúde desenvolverem medidas de intervenção que visem a prevenção e resolução do fenómeno da discriminação social, do abuso e negligência nas pessoas idosas na população estudada. Estas medidas devem ser apoiadas por políticas sociais e de saúde.
Resumo:
Introdução Nas últimas décadas tem-se assistido a uma vertiginosa evolução tecnológica, particularmente na área da saúde, proporcionando ganhos em saúde e aumentando as expectativas dos utilizadores dos cuidados de saúde. Na complexa interação Homem e tecnologia que ocorre durante a prestação de cuidados existe o risco associado, que poderá levar à ocorrência de erros em saúde e, neste caso, os cuidados de saúde não só não trarão os esperados benefícios para o doente como poderão provocar o dano Fragata e Martins (2004). Assim, o tema da segurança dos doentes, principalmente o erro em saúde, ganha importância dentro do sector da saúde. O erro relacionado com a medicação, é considerado uma das principais causas de morte e incapacidade, falecendo mais pessoas devido a erros de medicação do que a acidentes de trabalho (Khon, Corrigan e Donaldson, 2000). Embora a gestão da medicação envolva múltiplos profissionais, os enfermeiros assumem, neste contexto, um papel central na promoção da segurança dos doentes, quer na deteção de falhas ocorridas anteriormente com o doente, quer na prevenção de falhas durante as fases do processo em que intervêm diretamente (Catela, 2008). No sentido de reduzir os eventos adversos relacionados com a medicação é essencial adotar uma postura de compreensão do erro, dos fatores precipitantes e circunstanciais do mesmo. Esta postura será o primeiro passo para sua prevenção. Porém, reconhece-se que existe subnotificação dos eventos adversos, nomeadamente os relacionados com a medicação, o que tem dificultado o conhecimento desta realidade. Objetivos O estudo propõe-se concretizar os seguintes objetivos gerais: compreender as circunstâncias associadas ao erro de medicação e sensibilizar a equipa de enfermagem para a importância do relato do erro de medicação. Dos objetivos gerais emergiram os seguintes objetivos específicos: identificar os diferentes tipos de erro de medicação; identificar o impacto do erro no doente, na organização e no profissional; identificar o contexto da sua ocorrência (profissionais envolvidos e momento do dia); identificar as fases do processo em que ocorrem os erros de medicação; compreender as causas precipitantes do erro de medicação (falhas humanas ou falhas sistémicas); identificar as medidas de mitigação de dano realizadas pelos profissionais; identificar as medidas preventivas propostas pelos profissionais; verificar se ocorreu a notificação do erro e analisar os fatores que dificultam ou facilitam a decisão de notificar o erro Metodologia O presente estudo procura dar resposta à questão de investigação "Quais as circunstâncias que envolvem a ocorrência dos erros de medicação, vivenciados pelos enfermeiros, num serviço de internamento de um hospital central?" Nesse sentido desenhou-se um estudo transversal, descritivo, exploratório, numa abordagem qualitativa, que permita a compreensão do fenómeno. Foram convidados a participar no estudo os enfermeiros que trabalham num serviço de internamento do Hospital Central. Cumpridos os critérios de inclusão, aceitaram participar onze informantes. Optou-se pela técnica de entrevista semi-estruturada. O participante foi convidado a relatar uma situação de erro de medicação vivenciado ou observado. A fim de facilitar o relato dos participantes, o guião de entrevista seguiu omodelo Patient Safety Event Taxonomy (PSET) da Join Commission Accreditation Health Organization (JCAHO), adaptado por Castilho e Parreira (2012) para o estudo de eventos relacionados com a prática de enfermagem, permitindo organizar a informação em torno de cinco eixos temáticos: tipo de evento, impacto, domínio, causa, mitigação e prevenção do dano e notificação. Resultados/Discussão Os enfermeiros relatam essencialmente situações incidentes com a medicação vivenciados por si e reconhecem situações near miss como precursor de um possível evento adverso. Os eventos adversos ocorrem principalmente na fase de administração e envolvem principalmente situações de troca de doentes. No que concerne ao impacto que estes eventos adversos podem provocar no doente verifica-se que existe uma tendência geral para a sua desvalorização, considerando os profissionais que não houve impacto negativo ou este foi mínimo. Associam este resultado ao predomínio de medicação oral. Relativamente ao impacto para o Organização, identificamos uma tendência de não valorização, no entanto alguns enfermeiros identificam os gastos materiais, em recursos humanos (novas preparações e aumento da vigilância) e na imagem, quer junto do doente quer da família. Nas consequências para o enfermeiro valorizam sobretudo o impacto negativo (culpa, vergonha, ansiedade), identificando também a oportunidade de aprendizagem. A análise das causas permite evidenciar que os erros acontecem em resultado do entrelaçar de vários fatores humanos e sistémicos que contribuem para a sua ocorrência. As pessoas falham: violam métodos de trabalho preconizados e regras de segurança que conhecem, esquecem-se, enganam-se e confundem-se. As situações de erro são justificadas pelos enfermeiros pela existência de um ambiente que é propiciador da ocorrência destas situações, que favorece a distração, a desconcentração e promove a violação do método individual de trabalho, numa tentativa de contornar o elevado volume de trabalho a fim de dar resposta em tempo útil às necessidades dos doentes. Os enfermeiros, quando referiram como causa uma distração, na sua maioria souberam atribuir a causa dessa mesma distração e não a aceitaram apenas por si só. Foram identificados como fatores que dificultam o trabalho dos enfermeiros e potenciam a ocorrência do erro, o elevado volume de trabalho, as múltiplas interrupções a que são sujeitos aquando da preparação e administração de fármacos, a confusão, a agitação e elevado número de pessoas (utentes e visitas) a circular no serviço e na zona de preparação de fármacos aquando da preparação, a ausência de material atualizado e ajustado a uma preparação e administração segura e condições arquitetónicas da zona de preparação pouco adequadas, Foram ainda, referidas a inadequação do aplicativo informático, o sistema de registo de medicação não dispõe de mecanismos seguros para evitar os erros e o facto de nem todos as camas disporem de rampas de oxigénio. Ainda que os enfermeiros tenham identificado falhas humanas e sistémicas na ocorrência do erro, defenderam que na sua maioria são propiciadas por um sistema frágil e propiciador dessas mesmas falhas. Os enfermeiros vivenciam o erro com responsabilidade, adotando de imediato estratégias de redução do dano, nomeadamente aumentando a vigilância, a certificação de ausência de alergia e aumento da pesquisa sobre ao fármaco A oportunidade de refletir sobre as circunstâncias que envolveram o erro de medicação deu origem a várias sugestões de melhoria no serviço, nomeadamente o aumento da dotação de profissionais, a existência de um armário com sistema de unidose, o cumprimento do método individual de trabalho em especial no que concerne à gestão do medicamento, a otimização do aplicativo informático de gestão do medicamento, a otimização na identificação do doente em cada unidade, maior concentração aquando da preparação e administração dos medicamentos, a existência de um espaço físico exclusivo para a preparação da medicação, a existência de rampas de oxigénio em todas as unidades e a criação de momentos de partilha em equipa a fim de estimular a aprendizagem com erro. Os profissionais reconhecem importância da notificação e da aprendizagem com o erro, sobretudo nos casos graves. Identificam como fatores que e contribuem para a não notificação, o medo de penalização, assim como, o desconhecimento da forma como proceder para notificar o evento adverso. Perante tais achados sugere-se, tal como preconiza Chiang, Hui-Ying e Pepper (2006), que será importante trabalhar juntamente com estes enfermeiros no sentido de os formar e informar sobre onde e como notificar, reforçar a extrema importância de notificar desmitificando o receio da punição individual, estimulando a cultura de aprendizagem com o erro em detrimento de uma culpabilização individual. Conclusão A segurança do doente apresenta-se como uma questão incontornável da qualidade em saúde, reconhecendo-se, que apesar dos avanços tecnológicos e científicos, continuam a ocorrer erros nas práticas profissionais, nomeadamente erros de medicação, suscetíveis de causar dano ao doente. Os profissionais reconhecem que este são frequentemente evitáveis, identificam diferentes fatores humanos e sistémicos que intervêm na sua ocorrência. Os enfermeiros apresentaram como medidas preventivas de erros o aumento da dotação de profissionais, a existência de um armário com sistema de unidose, o cumprimento do método individual de trabalho, em especial no que concerne à gestão do medicamento, a otimização do aplicativo informático de gestão do medicamento, a otimização na identificação do doente em cada unidade, maior concentração aquando da preparação e administração dos medicamentos, a existência de um espaço físico exclusivo para a preparação da medicação, a existência de rampas de oxigénio em todas as unidades e a criação de momentos de partilha em equipa a fim de estimular a aprendizagem com erro. Os resultados desta investigação foram apresentados e discutidos em equipa sendo assim criado um espaço de reflexão. Espera-se com este trabalho estimular a reflexão em equipa sobre esta temática, contribuir para a redução do erro de medicação e fomentar uma cultura de notificação de eventos adversos. É fundamental incutir nos profissionais e nas organizações uma verdadeira cultura de segurança, que proceda à gestão do risco clínico.. Tal como Fragata (2010), consideramos que a segurança dos doentes será tanto mais eficaz quanto mais robusto for o sistema.
Resumo:
"Terna Aventura - preparação para o parto e para a parentalidade" é um projeto de extensão à comunidade da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) em que participam estudantes, enfermeiros e professores especialistas em Saúde Materna e Obstétrica Objetivos: Dar resposta às necessidades da grávida/casal preparando-os para o nascimento e exercício da parentalidade; contribuir na formação de Enfermeiros e Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica e promover a investigação na área da educação pré-natal. Experiência: Centra-se na intervenção junto das grávidas/casais dando resposta às suas necessidades. Está operacionalizado em três áreas: intervenção, formação e investigação. Intervenção - Preparação para o Parto e Parentalidade/método Psicoprofilático Lamaze, 10 casais, início 28/32 semanas gestacionais e Acompanhamento Haptonómico Pré e Pós-Natal início 16/28 semanas gestacionais, sessões individuais: casal. Efetuadas sessões educacionais teóricas e práticas, partilha de dúvidas e treino de habilidades com recém-nascido. Formação - envolve estudantes do Curso de Especialização de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia e do Curso de Licenciatura em Enfermagem. Investigação - monitorização e avaliação das intervenções e seu impacto ao longo das intervenções. Conclusão: A inovação nos métodos de educação pré-natal, os recursos humanos e o acesso aos laboratórios de prática simulada da ESEnfC tornaram o projeto num sucesso e um recurso na comunidade ao dispor da grávida/casal e da família.
Resumo:
This article assesses how the last-visit features and the socio-demographic profile of tourists moderate repeat-visit patterns to Portugal, a mature destination where the persistence of loyal visitors has made its mark on tourism development. The methodology used is a survival analysis to assess the tourists’ repeat patterns. To test the model, a database of 4612 observations was employed, which was obtained from a survey of international tourists. Only repeat visitors with more than two visits over the years were considered for the purpose of the research. The study finds that a combination of socio-demographic characteristics, expectation/satisfaction, trip purpose, pull motivations and regional destination has a positive effect on repeat patterns, confirming that tourists’ willingness to repeat visits to Portugal is far from ceasing. Based on those tourists to Portugal who declared when they started to visit the country, and the number of years of their repeat visits, the article contributes to the literature by introducing new methods of assessing tourists’ repeat patterns for destinations.