955 resultados para Kerouac, Jack, 1922-1969 - Crítica e interpretação


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Este estudo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como corpus letras de msicas produzidas no perodo de 1966 a 1985, de Chico Buarque de Holanda, cuja temtica a vadiagem. Sob o ttulo Um Olhar acerca da Vadiagem em Canes de Chico Buarque de Holanda, busca-se desvelar os conceitos presentes nos estudos de Michel Maffesoli referentes Vadiagem, Vagabundagem e ao Nomadismo em letras de msicas desse importante artista brasileiro, como: Vai trabalhar Vagabundo, de 1976; Homenagem ao Malandro e Hino de Duran, ambas de 1978; A volta do Malandro, de 1985; dentre outras. Alm da anlise de Michel Maffesoli (2001; 2004), outros tericos nortearam o vis reflexivo desse estudo, como Roberto da Matta (1997), Srgio Buarque de Holanda (1973), Antonio Candido (1993), Roberto Schwarz (1979) e Michel Foucault (1992).

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Ps-graduao em Educao - FFC

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Esta dissertao o produto de um estudo analtico do livro de poemas Batuque, de Bruno de Menezes, com foco nas narrativas de memria. Tomam-se como referncia as manifestaes culturais de origem africana representadas no livro, em consonncia com teorias pautadas sob uma tica direcionada conexo entre a subjetividade literria e a objetividade histrica, tendo como referncia os conceitos de Histria Social, propostos por Peter Burke, a ideia de cultura de Terry Eagleton e a identidade cultural, de Stuart Hall. Esses instrumentos possibilitam a observao da presena africana como elemento de composio de uma identidade cultural na Amaznia, sob trs aspectos: o primeiro, relacionado ao lirismo, demonstrado, sobretudo, nos poemas Me Preta e Pai Joo; o segundo, direcionado musicalidade, observada em poemas como Batuque e Alma e ritmo da raa; e o terceiro versa sobre a religiosidade, apresentada em poemas como Toi Verequte e Orao da Cabra Preta. Destes trs aspectos, o que mais despertou nossa ateno foi a religiosidade, em especial quanto relao entre sagrado e profano e viso de bem e mal, muito evidentes na obra. Os resultados obtidos do-nos a ideia de que, pela leitura das narrativas de memria do autor e de sua relao com o ambiente em que viveu, as influncias do meio na criao artstica do poeta e na produo de uma obra voltada para as manifestaes culturais contribuem, significativamente, para a melhor compreenso da presena negra na cultura brasileira.

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No ano de 1970 houve a publicao da obra pstuma Ave, palavra de Guimares Rosa (1908-1967) que rene alguns textos do autor, desta coletnea de textos se faz a escolha das crnicas O mau humor de Wotan, A velha e A senhora dos segredos, que giram em torno do contexto do Nazismo alemo e expem uma posio contraria ao Nacional Socialismo. Num primeiro momento o trabalho busca mostrar como Benedito Nunes (1929-2011) se guiou por uma tendncia interpretativa concebida por comentadores heideggerianos antes das obras completas [Gesamtausgabe] (2001), tal tendncia postula que no h na Filosofia de Martin Heidegger (1889-1976) um vnculo entre o pensamento poltico e o filosfico. O passo seguinte expe a noo heideggeriana em Ser e Verdade (2001) em que o filsofo alemo prope uma fundamentao ideolgica para o Nazismo, sendo favorvel a este com certas ressalvas. Assim, mostra-se como as obras completas expem argumentos que apontam uma limitao em relao aos comentadores que produziram antes de sua publicao sobre a Poltica e a Filosofia em Heidegger. No subcaptulo sobre O local da diferena (2005), trata-se do trauma e do testemunho como conceitos centrais que o autor coloca para teorizar as Literaturas do sculo XX nos contextos de guerra e de regimes autoritrios. Aps, faz-se uma leitura crítica com base na premissa do pensamento poltico filosfico em Heidegger nas crnicas rosianas, pois estas expem imagens do perodo da Alemanha nazista que o escritor mineiro esteve como diplomata. A segunda crítica das crnicas de guerra ser feita com base nos conceitos de trauma e de testemunho formulados por Seligmann-Silva (1964), pois, as obras rosianas tratadas demonstram o teor de autoritarismo do partido nazista. Por fim, ser feita uma definio do conceito de recepo de Hans Robert Jauss (1921-1997) para em seguida discutir os autores que fizeram a recepo críticas das crnicas rosianas.

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Esta dissertao tem como objetivo geral investigar a recepo crítica americana de Grande serto: veredas (1956), logo aps a publicao desta, em 1963, e ler as opes tradutrias da primeira traduo de Harriet de Ons (1869-1968) e de James Taylor (1892-1982), e em seguida trechos da segunda traduo americana mais recente, Grand serto: veredas (2013), de Felipe W. Martinez. Como mtodo utilizado para analisar a recepo crítica americana, destacam-se os estudos hermenuticos literrios de Hans Robert Jauss (1921-1997). Dessa forma, prioriza-se uma discusso com a traduo americana de Grande serto: veredas, pois pontuam-se alguns trechos da traduo americana que serviro como objeto de anlise da traduo, tendo como critrio para as escolhas dos trechos relativos ao serto (backlands), e ao encontro de Riobaldo e Diadorim em O-de-janeiro. Os parmetros analisados na primeira traduo sero: a perda da poeticidade, os apagamentos, a alternncia de nomes e palavras e alguns neologismos. Aps a comparaes a partir dos parmetros entre Grande serto: veredas e The devil to pay in the backlands, visa-se constatar o distanciamento do projeto dos tradutores e do projeto potico de Joo Guimares Rosa. Com isso, embasamo-nos nos estudos de traduo de Antoine Berman (1942-1991), Lawrence Venuti (1953) e Andr Lefevere (1945-1996). Berman considera que a traduo uma relao, um dilogo e uma abertura para o estrangeiro. Alm dos parmetros que comprovam uma traduo americana etnocntrica, utilizam-se alguns recortes de peridicos cedidos pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de So Paulo (IEB) num total de 10 textos sobre Guimares Rosa. Esses recortes de jornais foram escritos em 1963. Por fim, nesta dissertao abordar sobre os posicionamentos dos jornalistas americanos diante da publicao da traduo rosiana de 1963 e a recepo crítica atual da traduo americana segundo Perrone (2000), Armstrong (2001), e Krause (2013).

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No presente trabalho interpreta-se a poesia de Max Martins, focando, principalmente, a abertura que ela oferece para o acontecer do silncio da linguagem. Pensa-se, aqui, no silncio como uma questo que fala e se confunde com a questo da essncia da linguagem e, por conseguinte, tambm com a da essncia do potico. Sendo assim, a dissertao desdobra-se em discusses potico-filosficas, articulando essas duas esferas criativas nas vrias dimenses em que a obra martiniana manifesta o silncio: na linguagem, no dilogo com o pensamento e a poesia orientais, no erotismo e na verbivocovisualidade. Busca-se a escuta da voz do silncio, como aparece no ttulo do trabalho. Nessa travessia, importante dizer, as reflexes implementadas pelo filsofo alemo Martin Heidegger acerca da linguagem, assim como suas ideias sobre hermenutica potica, so de grande valia. Certamente, alm de Heidegger, h outros pensadores cujos nomes ecoam pelo trabalho, mas o do alemo merece destaque, pois a compreenso da essncia da linguagem como fala silenciosa encontra abrigo tanto em sua filosofia como na obra potica de Max Martins. Realizando um dilogo entre poesia e filosofia no que elas tm em comum o pensamento de questes , aqui no se aplicou uma teoria prvia ao acontecer da arte. Procurou-se, ao contrrio, empreender ao longo desta jornada interpretativa a escuta da potica que os prprios textos martinianos pe em obra.

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Esta dissertao tem como objetivo analisar o romance Cinzas do Norte (2005), de Milton Hatoum, verificando quais so as relaes das categorias estticas de melancolia e resistncia com o contexto histrico da Ditadura Militar, de 1964, no Brasil. Partindo da ideia de que a teoria com a qual estamos lidando marcada pela melancolia segundo Walter Benjamin. Nesse sentido, examinamos como a arte, que parte de composio da narrativa e, tambm as referncias memorialsticas, utilizadas como estratgias ficcionais de resistncia ao regime de represso, em particular, ao autoritarismo, servem de base para problematizar os regimes de imposio instaurados naquele perodo. Com base em algumas abordagens tericas, relacionadas resistncia, melancolia e memria. Mediante essas abordagens verificamos quais consequncias esto ligadas ao perodo ditatorial, e como elas fazem parte da compreenso do sujeito melanclico. Para dar conta da teoria relacionada melancolia utilizamos os textos de autores como: Sigmund Freud (1976), Maria Rita Kehl (2009), Julia Kristeva (1989), Walter Benjamin (1985), Susan Sontag (1976), Suzana Lages (2007). Para os estudos relacionados resistncia e a memria, utilizaremos os textos de Alfredo Bosi (2002), Jacques Le Goff (2003), Paul Ricoeur (2007) e Aleida Assmann (2011), serviro de base para nossas reflexes.

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O presente trabalho tem como objetivo geral analisar como ocorre a intertextualidade dos escritores T. S. Eliot, James Joyce, Robert Stock, Emily Dickinson, Walt Whitman e Ezra Pound, na obra de Mrio Faustino. De acordo com autores como Bosi (1994) e Benedito Nunes (1985), a poesia de Faustino resulta da soma de poetas que ele leu, em diferentes momentos, tais como: Mallarm, Yeats, Rilke, cummings, Joyce e Pound, deste ltimo se utilizou do lema repetir para aprender, criar para renovar. O lema de Pound remete direta ou indiretamente presena de outros autores em alguns poemas de Faustino. Mas este fato sempre foi tratado com poucas comprovaes prticas. Assim, estabelecemos alguns parmetros para escolher quais autores seriam analisados: utilizaremos somente autores anglfonos e, dentre eles, apenas autores que Faustino traduziu em suplementos literrios e em uma revista. Partindo desse princpio, os autores foram distribudos em dois momentos que definimos como ciclos: o ciclo-norte, o qual abrangeu o suplemento Arte-Literatura e a revista Norte; e o ciclo-sudeste, o qual abrangeu o suplemento Poesia-Experincia. Em ambos os ciclos, procuramos meios que nos permitissem mostrar que determinados autores esto presentes na obra de Faustino, seja por meio da criao de novos poemas com base em um poema de um autor anglfono ou por meio da incorporao de elementos caractersticos de determinado escritor tambm anglfono. Para esta pesquisa utilizamos alguns autores como: Chaves (1986) Kristeva (1974) e Bakhtin (2003; 2006), Santiago (1978), Nunes (1985; 1986; 1997; 2009) e Campos (1977; 1992). Percebemos, de acordo com Compagnon (2007), como ocorre o trabalho de reconstruo da escrita, neste caso na anlise entre as tradues realizadas por Mrio Faustino e os poemas dele, no qual cada etapa um liame de uma imensa trama que liga este texto a outros lidos e recortados, que manipulado por um indivduo, ao mesmo tempo, autor e leitor (Faustino). Assim, o autor/leitor, possuiu como prtica a tarefa de citar, ou seja, redizer o que j havia sido dito por outros.

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As dcadas de 1940 e 1950 so significativas quanto ao processo de difuso cultural nos jornais brasileiros, com destaque para atuaes de escritores, poetas e literatos nos diversos peridicos dessa poca, o que fez do jornal um ambiente moderno e criativo em prol da cultura e da literatura. Em Belm, nesse perodo, h dois jornais que contribuem para o movimento cultural na cidade paraense, por meio dos respectivos suplementos literrios: Arte Literatura, da Folha do Norte e Arte e Literatura, de A Provncia do Par. Nesse ambiente, Mrio Faustino inicia a vida literria publicando crnicas em jornais e, sobretudo, atua como tradutor de poesia. Com apenas 16 anos, Faustino comea a traduzir um grande rol de escritores da literatura internacional, do espanhol, francs e ingls. Este trabalho de anlise pretende mapear o percurso de formao de Mrio Faustino enquanto tradutor, a partir de seus primeiros poemas traduzidos. Para tanto, abordaremos a noo de traduo vinculada como processo de formao e desdobramento crtico.

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A pesquisa Pardia e carnavalizao no cancioneiro Chico Buarque de Hollanda investiga os aspectos pardicos e carnavalescos presentes no repertrio de Chico Buarque, enfatizando a carnavalizao, inicialmente, como uma prtica cultural medieval, baseada nas teorias de Mikhail Bakhtin, a cerca do carnaval medieval e renascentista analisado na obra do francs Franois Rabelais, proposies desenvolvidas no livro A cultura popular: na Idade Mdia e no. Desta anlise, o presente estudo destaca os principais elementos constituintes dos ritos carnavalescos: 1) o dialogismo entre o discurso popular e o discurso potico, uma vez que toda comunicao uma ao recproca; 2) a ambivalncia da linguagem carnavalesca que primava por estabelecer a ligao entre os plos positivos e negativos referentes ao ciclo nascimento-morte; 3) o riso e as suas complexidades de significaes e realizaes que oscilam entre a ingenuidade e a stira; e por fim 4) a pardia que incorpora todos os elementos citados anteriormente para sua realizao. Partindo da apreenso destes conceitos, ser traado tambm um breve panorama histrico para compreender as mltiplas facetas artsticas de Chico Buarque e a sua relao com a vida social, a fim de perceb-lo por meio de sua produo como poeta lrico social. Para comprovar a importncia do carnaval na cultura universal, dando nfase cultura brasileira, as canes Tem mais samba (1964), Sonho de um carnaval (1965), Amanh, ningum sabe (1966), Noite dos mascarados (1966), Roda-viva (1967), Ela desatinou (1968), Apesar de voc (1970), Quando o carnaval chegar (1972) e Vai passar (1984) sero analisadas num estabelecimento comparativo entre o carnaval contemporneo e o carnaval medieval, observando as confluncias e dissonncias, que ainda fazem parte desta festa popular. Desta apreciao, o presente estudo assinala a importncia da obra de Chico Buarque pelo valor potico e cultural presente em todas as suas atividades artsticas. Os critrios de anlise sero pautados num estudo bibliogrfico entre as teorias carnavalescas de Bakhtin e as msicas de Chico Buarque, que aqui sero compreendidas como poemas-canes, destacando dessas a temtica do carnaval.

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Trabalho pela pluralidade do texto de Dalcdio Jurandir, Chove nos campos de Cachoeira (1941). O trabalho uma prtica semiolgica, principalmente com R. B. par lui-mme (1975) de Roland Barthes, a sua teoria do texto plural. Assim, persigo a teoria do texto de Dalcdio Jurandir, a que a sua prpria, a que nasce da sua prpria prtica significante, Dalcdio Jurandir por Dalcdio Jurandir. Nesse passo, Dalcdio Jurandir com Augusto e Haroldo de Campos, com Roman Jakobson, Dalcdio Jurandir um poeta na prosa; com Maurice Blanchot, com a tradio de inveno, Dalcdio Jurandir produtor de metalinguagem; com a antropologia e a geopotica, Dalcdio Jurandir das paisagens do arquiplago do Maraj. Tudo em funo da abertura dos sentidos do seu texto. O texto de Dalcdio Jurandir contradiz todo empreendimento ledor que o submete determinao referencial e ao fechamento dos seus sentidos. O texto de Dalcdio Jurandir est sempre para ganhar novos campos de experincia. O texto de Dalcdio Jurandir solicita que se continue a escrev-lo.

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A pesquisa busca uma abertura para compreender o sentido da obra literria imbricada no mistrio da criao artstica a partir das suas figuraes em Avalovara (1973), de Osman Lins. Em meio interpretação do romance, pretende-se percorrer questes fundamentais que subjazem no revestimento conceitual instaurado ao longo da modernidade literria. Em Avalovara, o leitor encaminhado a um pensamento originrio que resgata a instncia potica da narrativa, projetando o fazer artstico em uma dimenso mtica que Linguagem acontecendo em seu silncio. Isso s possvel pela elaborao de uma narrativa que j no representa, mas encena questes, realizando-as na tessitura de seus elementos. O romance se pe procura de sentido para realidade, questionando a tradio mimtica corolrio de uma metafsica essencialista e subjetivista , e, em seu procurar desvela-se o seu sentido de ser, o seu ser-obra de arte. Neste sentido, reaviva-se a referncia essencial entre arte e verdade, em que esta, a prpria dinmica de re-velao do real retraindo sua realidade em tudo o que se manifesta. A obra de arte corresponde a essa dinmica de ser das coisas. Nelas e por elas a procura se d, passo a passo, revelando-se aos poucos em cada palavra, obra e verdade. Procurando pela verdade, o homem, coisas entre coisas, pode se reintegrar com a realidade de ser; Abel, o humano, o artista, o escritor pode reingressar no paraso pelo exerccio do amor pleno que h no cuidado para com as coisas em seu silncio, silncio da Linguagem que acolhe no s o poder criativo da literatura, mas tambm da prpria existncia humana.

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Este estudo tem por finalidade apresentar as imagens de leituras praticadas por personagens-leitores, no livro Chove nos campos de Cachoeira (1941), de Dalcdio Jurandir (1909-1979). O intuito da pesquisa trazer um novo olhar sobre a produo ficcional do escritor, a partir das leituras de personagens e conhecer, por meio da fico, o complexo cultural existente na regio marajoara. A obra que abre o ciclo do Extremo Norte apresenta vrios personagens que representam diferentes tipos de leitores: desde o leitor de obras eruditas ao leitor intensivo de folhetins. Dessa forma, o escritor paraense, ao lado da denncia social, prpria desse romance e de todo o ciclo, figura no complexo processo de aquisio da cultura letrada na regio. Assim, a pesquisa foi dividida em cinco captulos: o primeiro captulo compreende a parte introdutria da pesquisa; o segundo, aborda A fico dalcidiana no espao amaznico, composto pelos tpicos Dalcdio: o leitor da Amaznia e O espao amaznico redimensionado, que tratam da leitura do escritor e da projeo do cenrio marajoara de maneira real e imaginria, apontando os problemas sociais, comuns ao Brasil e ao resto do mundo. No terceiro, ser focalizada a teoria sobre leitura, leitor e personagem, apontando os principais tericos utilizados na pesquisa. O quarto captulo tratar dos leitores da famlia do Major Alberto, com os tpicos O gabinete de leitura do Major Alberto, Eutanzio: a falncia do ser e a eternizao da palavra e Alfredo: um menino leitor. O quinto e ltimo captulo abordar as diferenas paradoxais entre leituras e leitores, mostrando um leitor comum ao lado de um erudito, nos tpicos Os contrassensos do Dr. Campos e Salu, leitor e contador de histrias.

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Esta dissertao analisa a presena da moralidade no conto "Cinco Mulheres", de Machado de Assis, publicado no Jornal das Famlias em agosto e setembro de 1865, para tanto considera a perspiccia do narrador na composio da personagem feminina e na construo do enredo. Objetivou-se ressaltar como Marcelina, Antnia, Carolina, Carlota e Hortncia, mesmo delineadas para figurar em um jornal moralizante, revelam muito sutilmente a ruptura com a submisso que se esperava da mulher da poca. Para isso, foram observados, no peridico, as sees, os expedientes, os editorias, as ilustraes, a fim de perceber cintilaes da representao de subordinao alegrica da mulher do sculo XIX. A escassez de textos crticos sobre os primeiros escritos do autor revela o desinteresse com que essas obras tm sido tratadas e a leitura do conto em tela uma maneira de resistir compreenso de que somente os textos depois da dcada de 80 merecem complexidade, o que tambm objetivo deste estudo. Com isso, o levantamento da fortuna crítica dos textos iniciais de Machado, em especial os direcionados aos seus contos, oportuniza discutir sobre a composio da figura feminina e como ela era apresentada leitora do jornal casamenteiro. Ao invs de apresentar o casamento como sustentculo da sociedade, o "Bruxo do Cosme Velho" apresenta as incongruncias possveis de ocorrer nos matrimnios: enlaces sem amor, infelicidade do casal, traio do marido e da esposa, o que possibilita leitora da poca refletir sobre sua condio subalterna diante da sociedade patriarcal e do cerceamento vivido.