930 resultados para Sexual Orientation Victimization
Resumo:
Este estudo objetivou compreender a vivência e a sexualidade dos adolescentes que (con)vivem com HIV e indicar possibilidades para as práticas de cuidado realizados pelos enfermeiros. Trata-se de um estudo de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, com aproximação na hermenêutica dialética. Foram estudados 20 adolescentes com HIV atendidos em um Hospital Universitário do Rio de Janeiro. Foi utilizada como técnica de coleta de dados entrevistas semi-estruturadas e dois instrumentos de coleta: um questionário de caracterização dos sujeitos e um roteiro temático que guiou as entrevistas. As entrevistas foram gravadas e os conteúdos transcritos e analisados conforme a técnica de análise de conteúdo temática. O resultado evidenciou que o significado da saúde para os sujeitos, numa análise geral, está associado à qualidade de vida e necessidade de manutenção de hábitos saudáveis. Sobre o HIV, destacou-se o desconhecimento sobre o vírus e os modos de transmissão. A vivência com o HIV é marcada predominantemente por sentimentos negativos como medo e sofrimento relacionados com preconceito, estigma e discriminação. Os adolescentes associam a sexualidade ao ato sexual ou orientação sexual. A sexualidade para os adolescentes que adquiriram o vírus através da transmissão sexual também está relacionada às dificuldades com a mesma após a descoberta. Já os adolescentes contaminados por transmissão vertical tiveram como elementos mais presentes a aceitação e conformação da doença. Observar-se a falta de percepção dos adolescentes em relação às práticas de cuidados realizadas pelos enfermeiros, direcionados para minimizar suas necessidades Conclui-se, então, as técnicas de análise utilizadas foram pertinentes, pois permitiram identificar as vivências e os sentidos da sexualidade dos adolescentes que (con)vivem com HIV e a importância das práticas de cuidados de enfermeiros. Este estudo servirá para reflexão crítica para profissionais de saúde, principalmente, enfermeiros, através da identificação e percepção das demandas dos adolescentes com HIV para desenvolver estratégias visando as peculiaridades e necessidades destes adolescentes.
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Nesta tese discuto até que ponto a educação literária de crianças e adolescentes pode ajudar a diminuir os diversos tipos de preconceito e discriminação em relação aos variados estigmas sociais, que marcam determinados indivíduos como diferentes. Faço um recorte específico na questão da orientação sexual, pois considero que a mesma é especialmente delicada, por uma série de especificidades. O sexo sempre foi um aspecto privilegiado na questão do controle social. A manutenção do sexo dentro do que a sociedade considera como normalidade (heterossexualidade) garante o status quo do qual a mesma não deseja abrir mão. Demonstro que, pelo motivo citado, a escola, que é responsável por uma parte importante da formação de crianças e jovens, prefere manter-se indiferente diante de tal questão, contribuindo, assim, para a manutenção de todos os preconceitos. Discuto ainda as infinitas possibilidades que o ensino da literatura apresenta para tal discussão, concluindo que tal ensino não apenas pode como deve ser aproveitado para ajudar no processo de formação de seres críticos, pensantes e, principalmente, solidários
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A partir da última década do século passado, muito embora alguns ordenamentos jurídicos tenham reconhecido os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, conferindo-lhes alguns efeitos jurídicos, até hoje o padrão de heteronormatividade impede que estes alcancem a plena equiparação com o paradigma heterossexual. Os organismos internacionais de proteção aos direitos humanos já reconhecem certos patamares inerentes ao direito de liberdade à orientação sexual, muito embora ainda não se tenha alcançado à etapa da consagração do direito à vida afetiva e familiar. No entanto, a crescente internacionalização da vida contemporânea aumentou a estraneidade jurídica dos relacionamentos homoafetivos, cujo reconhecimento fora do Estado da constituição é muitas vezes recusado por argumentos que podem ser superados pela ótica convergente do Direito Transnacional promovendo a legitimidade do pleno reconhecimento transfronteiriço de todos os casamentos e parcerias entre pessoas do mesmo sexo validamente realizadas, como forma de garantir o respeito à cidadania cosmopolita inerente à dignidade dos indivíduos pertencentes a estas famílias.
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A presente pesquisa busca analisar os conflitos de valores em uma política pública para a diversidade na escola. Para tanto, inicialmente é feita uma discussão teórica que problematiza a questão dos valores nas políticas públicas. A partir dessa discussão e também da reflexão sobre as questões de gênero e sexualidade nas sociedades modernas, o curso piloto Gênero e Diversidade na Escola, realizado em 2006, é analisado. O curso se destinou à atualização de 1.200 professores do 3 e do 4 ciclo (antigas 5 a 8 séries) do Ensino Fundamental da rede pública do país nas temáticas de gênero, sexualidade e orientação sexual e relações étnico-raciais, tendo sido elaborado numa parceria entre a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, o Ministério da Educação, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o Conselho Britânico e o Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos. O curso, por ter sido oferecido a distância e ambientado em uma plataforma virtual de aprendizagem, gerou diversos materiais. Para essa pesquisa foram utilizados principalmente os relatos dos cursistas e dos professores on-line nos fóruns de discussão de caso. A partir desses relatos observou-se que a discussão do assunto sexualidade apresentou alguns conflitos entre os valores promovidos pelo curso e os valores apresentados pelos cursistas. Essa conflito se tornou ainda mais evidente ao se comparar as discussões sobre sexualidade com as discussões dos temas ligados ao gênero e à questão racial, que fluíram com uma menor número de entraves. A concepção de sexualidade que o curso promoveu se pautou nas ciências sociais, enquanto a concepção dos cursistas esteve mais de acordo com uma concepção de moral e ciência mais tradicional e fechada.
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A partir de nove entrevistas semi-estruturadas, conduzidas entre os meses de abril e outubro de 2008 com homens homossexuais entre vinte e seis e quarenta e dois anos de idade, oriundos de camadas médias e médias baixas do Rio de Janeiro e adjacências, o presente trabalho tem por objetivo compreender as maneiras pelas quais estes indivíduos se descobrem atraídos por pessoas do mesmo sexo e buscam meios de lidar com esse desejo. Ao mesmo tempo, procura entender como essa diferença se desloca do plano subjetivo e fala de si, o que é conhecido como sair do armário ou fazer o coming out, processo que parece ocorrer de modo descontínuo e incompleto, na medida em que estratégias de manipulação e ocultamento da orientação sexual frequentemente se mostram necessárias perante os diversos círculos de sociabilidade nos quais se transita regularmente, dentre os quais a família, o ambiente de trabalho e os amigos. A análise do discurso dos informantes, aliada a uma fundamentação teórica de cunho majoritariamente sócio-antropológico, permitiu depreender que há um anseio por reconhecimento, aceitação e respeito. Observou-se também a existência de certos mapeamentos, que abrangem preocupações com a aparência, controle de gestos e manifestações de afeto e a evitação de lugares tidos como hostis ou pouco tolerantes, visando a uma redução dos riscos de discriminação e violência.
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Este trabalho tem o objetivo de explorar e investigar o papel desempenhado pelo gênero e pela sexualidade (mais especificamente a orientação sexual e sua aptidão para gerar arranjos íntimos, conjugais e familiares), na formulação de demandas a serem enfrentadas pelo sistema jurídico por meio de novas configurações ou de interpretações dos direitos humanos e fundamentais, possibilitando uma penetração do espaço público por elementos próprios da esfera da intimidade. Isto ocorre por meio de interferências recíprocas balizadas pela gramática constitucional dos direitos humanos e fundamentais, pelas quais se redimensiona a sua formulação e aplicação pelos atores sociais, ao mesmo tempo em que estes invocam sua linguagem inclusiva e igualitária na busca de reconhecimento, inclusão e participação, objetivos que realizam a ideia de reciprocidade contida no Estado de Direito formal, a igualdade de gênero e de orientação sexual torna-se mais do que um ideal regulatório, indo além para tornar-se uma concepção de justiça ela própria, informada também por uma dimensão substantiva de Estado de Direito relacionada ao paradigma democrático, ainda que os direitos que realizam tal ideal de justiça devam ser concretizados judicialmente em diferentes graus, a partir das funções dos direitos e com vistas a compatibilizar universalidade e singularidade e permitindo os canais de comunicação para a veiculação das pretensões da minoria à luz do diálogo com a maioria.
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Coming out midlife is a profound and life‐changing experience—it is an experience of self‐shattering that entails the destabilisation of identity, and of family relationships. Entailing a displacement from social insider to outsider, it is a difficult, but also exhilarating, journey of self, and sexual, discovery. This thesis is an examination of the experiences of nine women who undertook that journey. This dissertation is very much a search for understanding—for understanding how one can be lesbian, and how one can not have known, following a lifetime of heterosexual identification—as well as a search for why those questions arise in the first place. I argue that the experience of coming out midlife exposes the fundamental ambiguity of sexuality; and has a significance that ranges beyond the particularity of the participants’ experiences and speaks to the limitations of the hegemonic sexual paradigm itself. Using the theoretical lens of three diverse conceptual approaches—the dynamic systems theory of sexual fluidity; liminality; and narrative identity—to illuminate their transition, I argue that the event of coming out midlife should be viewed not merely as an atypical experience, but rather we should ask what such events can tell us about women’s sexuality in particular, and the sexual paradigm more generally. I argue that women who come out midlife challenge those dominant discourses of sexuality that would entail that women who come out midlife were either in denial of their “true” sexuality throughout their adult lives; or that they are not really lesbian now. The experiences of the women I interviewed demonstrate the inadequacy of the sexual paradigm as a framework within which to understand and research the complexity of human sexuality; they also challenge hegemonic understandings of sexuality as innate and immutable. In this thesis, I explore that challenge.
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Much research on acculturation around global experiences has focused on the “type” of overseas experience—e.g. expatriate, repatriate, inpatriate, flexpatriate. The experiences of people in those categories and across various demographics (single/married/divorced; gender; sexual orientation) can differ dramatically. In addition, given the explosion of people working in global business, some global business citizens could well fit into several of those various types of experiences over the course of their careers. In this paper, we propose to push in a somewhat different direction and explore something that for us would be quite new. Rather than focusing on the various categories and their resulting experiences, we take a step back to consider what attributes and ways of thinking a global citizen may need to become better as a global business citizen, regardless of type of experience. The question is less one of “Who am I” than “How can I become better?”. Essentially, we would like to explore what might be required in moving the global citizen from thinking about “global mindset” to “global mindsponge.” When we hear the term mindset, we think of a certain way of thinking that stays rather fixed. So part of the challenge of the paper will be to define and examine what mindsponge might mean in the global context—what does it take to unlearn or squeeze out certain ways of thinking or behaving before absorbing and reshaping new ways of thinking and behaving? Moreover, how might that become part of a natural and regular way of operating, especially in a rapidly changing developing country like Vietnam, in particular? At this early stage, we think of mind sponge as a mechanism that encourages flexibility and receptiveness through a process of using multiple filters and more focus on creativity, or doing things differently to improve an organization or individual performance. Our goal is to develop a basic conceptual framework for “mindsponge,” drawing upon a broad literature review as well as several unstructured interviews, to assess whether the idea of mindsponge helps people perceive that they are more culturally versatile and culturally mobile, regardless of whether they work in or outside of their “home environment.” We hope this would enhance their ability to shape an emerging set of cultural values that erases the divide between “foreign” and “local” cultural differences that so often dominates in emerging economies.
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Heteronormativity is the presumption of heterosexuality as the default sexual orientation and can result in discrimination against the lesbian, gay, and bisexual (LGB) population. This study serves as one of the first experimental studies to examine heteronormative perceptions in communication and their effects on practitioner-patient relationships. LGB participants were randomly assigned to read either heteronormative or non-heteronormative vignettes of a doctor-patient interaction. They then indicated how much health-relevant information they would disclose to the doctor in the vignette and their level of trust in the doctor. In the heteronormative condition, participants were less likely to disclose health-relevant information to the doctor in the vignette and were less trustful of the doctor as compared to those in the non-heteronormative condition. These results have important health implications, as lack of disclosure and trust may prevent people from getting needed care and prevent doctors from giving the best health advice possible. The results of this study provide further evidence that there is a need for more education for all health care professionals to feel comfortable while respectfully communicating with and treating patients who do not identify as heterosexual in order to ensure the best health care experience.
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We describe an outbreak of hepatitis A which evolved in Northern Ireland between October 2008 and July 2009, against a background of large concurrent hepatitis A outbreaks in various parts of Europe. Thirty-eight cases were defined as outbreak cases using a stratified case definition; 36 were males with a median age of 29 years and of the 28 males whose sexual orientation was known, 26 were men who have sex with men (MSM). Detailed descriptive epidemiology data collected through standardised questionnaires, together with sequencing of a 289 bp fragment of the VP1/2PA region of the virus, significantly aided the understanding of the spread of the outbreak when non-MSM cases occurred. The sequence of the outbreak strain, genotype IA, was indistinguishable from that involved in a large outbreak in the Czech Republic. Although seeded in a generally susceptible Northern Ireland population, the outbreak remained mostly contained in MSM, showing this sub-population to be the most vulnerable despite ongoing hepatitis A vaccination programmes in genito-urinary medicine clinics.
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Men and women differ statistically in the relative lengths of their index and ring fingers; and the ratio of these lengths has been used as a biomarker for prenatal testosterone. The ratio has been correlated with a wide range of traits and conditions including prostate cancer, obesity, autism, ADHD, and sexual orientation. In a genome-wide association study of 979 healthy adults, we find that digit ratio is strongly associated with variation upstream of SMOC1 (rs4902759: P = 1.41 × 10(-8)) and a meta-analysis of this and an independent study shows a probability of P = 1.5 × 10(-11). The protein encoded by SMOC1 has recently been shown to play a critical role in limb development; its expression in prostate tissue is dependent on sex hormones, and it has been implicated in the sexually dimorphic development of the gonads. We put forward the hypothesis that SMOC1 provides a link between prenatal hormone exposure and digit ratio.
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The Northern Ireland Life andTimes (NILT) Survey has asked questions on lesbian, gay, bisexual and transgender (LGBT) issues since 1998. To date survey data have focused primarily on issues relating to prejudice, discrimination and tolerance. In 2012 a range of questions focussing more specifically on LGBT1 issues was included. This collected information on knowledge and perceptions of the LGBT population; personal prejudice; attitudes on equality issues; the visibility of LGBT people and family-related issues.
This update provides an overview of some of the information emerging from this data. It discusses attitudes towards same-sex relations and notable changes over time. Given recent political debate the primary focus of this paper is on attitudes relating to ‘queer’ marriage, family and parenting. We use the term ‘queer’ here to refer to ‘the diverse family structures formed by those with non-normative gender behaviours or sexual orientations’ (Bernstein and Reimann, 2001: 3). As previous updates have noted, there have been significant legislative and policy changes in this area (Jarman, 2010) and this continues with ongoing discussions regarding the development of a Sexual Orientation Strategy for Northern Ireland (Gray et al, 2013).
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In June and November 2000, the European Parliament and the Council adopted two Directives referring to ‘the principle of equal treatment irrespective of’ in their title, one relating to racial and ethnic origin, the other to disability, age, religion and belief or sexual orientation. A thorough reform of Directive 76/207/EEC on the principle of equal treatment for women and men in employment matters is pending between the European Parliament's second reading and adoption while this is written. Community secondary legislation on equal treatment of persons has thus expanded in scope and number of reasons which must not serve as starting points for differentiation. Does this signify progress in legal protection against personal discrimination? While not providing a ready answer, this article proposes an analytical framework to answer this question, concentrating on conceptions of equality in general and in particular on the problems multi-dimensional discrimination might pose for the law.
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EU non-discrimination law has seen a proliferation of discrimination grounds from 2000. Dis-crimination on grounds of gender (in the field of equal pay) and on grounds of nationality (generally within the scope of application of EU law) were the only prohibited forms of discrimination in EU law, until the Treaty of Amsterdam empowered the Community to legislate in order to combat discrimination on grounds of sex, racial or ethnic origin, religion or belief, disability, age or sexual orientation (Article 13 EC). Proliferation of non-discrimination grounds is also characteristic for international and national non-discrimination law. As such, proliferation of grounds results in an increase in potential cases of “multiple discrimination” and the danger of diluting the demands of equality law by ever more multiplication of grounds. The hierarchy of equality, which has been so widely criticised in EU law, is a signifier of the latter danger.
This chapter proposes to structure the confusing field of non-discrimination grounds by organising them around nodes of discrimination fields. It will first reflect different ways of establishing hierarchies between grounds. This will be followed by a recount of different (narrow and wide) reading of grounds. A comprehensive reading of the grounds gender, ‘race’ and disability as establishing overlapping fields of discrimination grounds will be mapped out, with some examples for practical uses.