999 resultados para Família matrimonializada
Resumo:
A presente dissertao teve como objetivo cartografar o campo de interveno do Programa Família Acolhedora (PFA) do Rio de Janeiro, com o intuito de perceber mquinas da gesto das menoridades operadas por polticas pblicas neste recorte, pelo PFA. Para tal, foram realizados grupos com as famílias de origem, famílias acolhedoras e crianas e adolescentes acolhidos, alm de entrevistas com duas famílias de origem e diversos encontros e discusses com uma equipe tcnica. A partir do referencial terico da Anlise Institucional francesa e do mtodo cartogrfico, a defesa da convivncia familiar preconizada nos discursos que sustentam programas de acolhimento familiar foi posta em anlise, evidenciando prticas-discursivas que naturalizam modelos de família e cuidado, operando certa gesto da infncia que, em ltima anlise, visa neutralizao de uma parcela da populao tida como potencialmente perigosa atravs da insero ou manuteno em unidades domsticas. A anlise das tenses postas nas negociaes travadas no cotidiano do Programa explicita o tensionamento da proteo que tutela, inerente interveno. A emergncia de dinmicas, como a gesto da solidariedade e da retrica da gratido, permitiu analisar um campo de relaes enunciativas e agenciamentos de posies que produzem os sujeitos em relao e agenciam possibilidades de negociao. Atravs da discusso do trabalho com grupos e da desmontagem de dois casos, discutimos experincias de famílias de origem e acolhedoras no Programa. Foi possvel perceber como as famílias e as equipes tcnicas se apropriam do Programa, apesar do carter impositivo como prtica disciplinar de governo, criando linhas de fuga e mantendo algum grau de autonomia, no se confirmando nem rebeldes, nem coitadas.
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A creche vem sendo afirmada como espao de educao para a infncia, complementar família. Devido idade das crianas que frequentam a creche, o dilogo entre educadores e famílias tm sido valorizado, pois as atribuies de cada um so bem prximas. O objetivo desta tese foi investigar o processo de construo da relao creche-família, em um perodo de trs anos (estudo longitudinal), atravs de oito aspectos desta relao. So eles: (1) expectativas e opinies das famílias sobre a creche e vice-versa; (2) os motivos para o dilogo, (3) estratgias utilizadas, (4) dificuldades no dilogo, (5) negociaes sobre o cuidado e educao criana, (6) a insero creche, (7) a opinio de famílias sobre o desenvolvimento da criana, e (8) a creche como parte de uma rede de apoio. Esses aspectos foram definidos com base no referencial terico sobre o tema e nos encontros da autora com educadores da creche onde a pesquisa foi realizada. Essa creche pblica municipal da Cidade do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram as famílias e os educadores de crianas que entraram em 2009 e permaneceram na instituio at 2011. O referecial terico foi norteado pela perspectiva sociohistorica do desenvolvimento, com estudos sobre família e sobre a relao desta com a creche. Os intrumentos utilizados foram: entrevistas, questionrios, dirio de bordo, videogravao e um bonequinho de pano artesanal. A anlise contemplou dados qualitativos e quantitativos que foram organizados em oito eixos, correspondentes a cada aspecto que pretendeu investigar. Os dados evidenciaram que famílias e educadores buscavam o dilogo, atravs da empatia gerada entre eles e de negociaes sobre a educao da criana. Por outro lado havia queixas de educadores quanto s expectativas de famílias por um trabalho individualizado ou a falta de valorizao profissional. O bonequinho atingiu a finalidade de promover o dilogo entre famílias e educadores, especialmente no perodo da insero das crianas. Os oito eixos de anlise constituiram aspectos a serem aprofundados em futuras investigaes sobre a relao creche-família. A pesquisa, ao acompanhar famílias e educadores durante trs anos, propiciou momentos de reflexo sobre suas crenas e prticas, promovendo experincias e oportunidades de desenvolvimento qualitativamente diferentes para ambos e para as crianas. Novos significados sobre a relao educadores e famílias foram produzidos para esses sujeitos, transformando a histria dessa relao.
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A transmisso inter-geracional diz respeito passagem de um patrimnio familiar que se constitui de modo complexo,visto envolver elementos de distintas ordens, agregando valor material e simblico. Os bens materiais, compreendidos no espao domstico, prestam-se particularmente bem a expressar a forma como os integrantes do grupo familiar se relacionam, permitindo perceber seus sentimentos e interesses, conflitos e alianas. Todavia, as coisas de família tambm dizem respeito dimenso no material, relacionando valores e padres de ordenamento de mundo. Herda-se. No uma nica herana; no um nico e simultneo movimento de dar e receber. A herana a ser transmitida de uma gerao a outra diz respeito a conjunto de elementos que renem desde o patrimnio gentico at conhecimento nem sempre revelado, direta e explicitamente, constituindo a esfera do segredo e do indizvel. As fotografias de família esto aqui sendo trabalhadas no sentido de buscar formas de alcanar tal universo de elementos fragmentados, relacionando memria e identidade familiar.
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Apenas cinqenta metros separam os ricos dos pobres na comunidade do Badu, em Pendotiba, regio Ocenica do municpio de Niteri. Para ser mais precisa, h somente uma estrada que divide duas realidades to distintas: do lado direito uma comunidade pobre e do lado esquerdo vrios condomnios de classe mdia alta.Ou seja, de um lado, luz eltrica fornecida pela empresa de energia do municpio, gua limpa e abundante, esgoto tratado e coleta regular de lixo. E, do outro lado da linha imaginria (mas muito real) encontra-se uma populao usando ligaes clandestinas de energia, utilizando gua de origem duvidosa para tomar banho, cozinhar, lavar roupa e convivendo com o lixo prximo s suas casas.Tais diferenas fizeram com que surgisse o desejo de conhecer melhor este universo to peculiar em que dois mundos conviviam de maneira to alheia um ao outro. A perspectiva metodolgica do presente trabalho teve por objetivo buscar apreender e descrever como os beneficirios do Programa Bolsa Família entendem o benefcio e como se sentem como escolhidos do programa a partir de entrevistas realizadas com os mesmos. Partiu-se do pressuposto de que apesar de pesquisas revelarem uma evidente melhora nas condies gerais de vida dos beneficirios, alguns aspectos concernentes percepo dos beneficirios sobre o programa, sobre o impacto em suas vidas e a viso que tm de si mesmos no haviam sido contempladas por estas pesquisas a exceo do estudo do IBASE (2008) o qual o roteiro pauta o presente trabalho. Por isso, a necessidade de realizao de uma pesquisa em que o principal instrumento de anlise as falas dos entrevistados de fundamental importncia para esclarecer e trazer luz vrios aspectos ignorados por estudos de carter fortemente quantitativo.Nas entrevistas realizadas para a pesquisa de campo consegui traar as linhas que identificam o rosto das beneficirias do Programa Bolsa Família moradoras da comunidade do Badu. Elas so mulheres em sua maioria solteiras, com em mdia dois filhos, que so criados por elas sem a ajuda do pai. Esto desempregadas e vivem exclusivamente do recurso que recebem do programa. Este dinheiro usado para cobrir todas as despesas da casa, tais como: alimentao, vesturio, remdios e material escolar. Todas elas sonham em conseguir um emprego para deixarem de depender do benefcio do programa e sonham com um futuro melhor para seus filhos. Aps realizar a anlise da pesquisa de campo do presente estudo e de algumas pesquisas relacionadas ao impacto do Programa Bolsa Família na vida de seus beneficirios, pode-se afirmar que os programas sociais que tm sido implementados pelo Governo Federal ainda no do conta da heterogeneidade de necessidades e demandas de sua populao-alvo. Portanto, considero que este o momento que a pesquisa acadmica deve entrar em uma nova era no campo da avaliao de programas sociais, sobretudo o das Polticas de Transferncia Condicionada de Renda que, por conta da sua continuidade, alocam um volume de recursos cada vez maior e podem at mesmo eleger polticos que a utilizam como forma de barganha.
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A Constituio Federal de 1988 (CF/88) dotou os governos brasileiros de instrumentos refinados para sua atuao, associando oramentos anuais a planejamentos plurianuais, tendo como elemento central o programa de governo. Desde ento, a gesto por programas vem aprimorando-se, especialmente no perodo 2004-2007, com a considerao do programa como elemento organizativo central do Plano Plurianual (PPA), mediante processos estruturados de elaborao, monitoramento, avaliao e reviso. Nesse contexto, insere-se o Controle Interno do Poder Executivo Federal, na figura da Controladoria-Geral da Unio (CGU), rgo central de um sistema que sofreu mudanas a fim de atender a finalidade insculpida no Art. 74, I, da CF/88, de avaliar o cumprimento das metas do PPA, a execuo dos programas de governo e dos oramentos da Unio. Esta pesquisa teve como objetivo verificar a aderncia das aes de aprimoramento do Programa Bolsa-Família (PBF) s ressalvas decorrentes dos trabalhos de avaliao da execuo do PBF, provenientes de auditorias e fiscalizaes efetuadas pela CGU no perodo de 2004 a 2007. Para tanto, mediante a tcnica documental e bibliogrfica, a pesquisa efetuou uma anlise qualitativa dos dados coletados, que contemplaram os normativos editados e os relatrios dos gestores do programa, bem como os trabalhos de avaliao da CGU no perodo, na forma de 04 relatrios de auditorias de gesto na secretaria responsvel pelo PBF e uma parcela (32%) dos relatrios de fiscalizao em municpios, cujo resultado demonstra que houve uma convergncia entre o componente do PBF mais ressalvado pela CGU e a rea do programa com o maior nmero de medidas de aprimoramento por parte dos gestores no mbito do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (a gesto do Cadastro nico de programas sociais), dando a entender que a CGU atuou tempestivamente e produziu insumos valiosos sobre a execuo do programa, consolidando-se como uma importante fonte de subsdios para a tomada de deciso dos gestores federais, corroborando a reviso da literatura sobre o papel do controle interno na administrao pblica.
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A Estratgia de Sade da Família (ESF) foi criada como a principal iniciativa de reorientao do modelo assistencial no SUS, ao mesmo tempo em que a populao brasileira envelhecia. As equipes da SF esto lidando com a ateno sade deste contingente populacional sob a influncia de aspectos tcnicos, institucionais e culturais adversos como a sua frgil capacitao, a no interligao da rede, e o escasso valor social dado ao velho na sociedade. Este estudo foca a ateno ao idoso, no contexto da implementao da Estratgia e Sade da Família (ESF), no Estado do Rio de Janeiro, utilizando metodologia qualitativa. Seu objetivo geral conhecer a ateno ao idoso no contexto de trabalho da Estratgia de Sade da Família no Estado do Rio de Janeiro. Especificamente pretendeu-se conhecer a percepo dos profissionais de sade acerca do envelhecimento e suas consequncias sobre a ateno ao idoso na ESF; discutir o papel da ESF numa rede de ateno ao idoso, analisando a organizao da rede e analisar o processo de trabalho na ateno ao idoso. Utilizando mtodos descritivos e analticos, trs conjuntos de dados foram articulados: dados sobre o contexto do Programa de Sade da Família em cada municpio, dados relativos aos conhecimentos tcnicos das equipes sobre ateno ao idoso e dados relativos percepo dos profissionais sobre a ateno ao idoso na ESF. Como tcnicas de coleta de dados foram utilizadas a entrevista individual, o grupo focal e a anlise documental os dados. Foram realizados 54 entrevistas individuais e 6 grupos focais para a criao de Fluxogramas Descritores e Discusses de Casos. Participaram 6 equipes de 3 municpios do Estado do Rio de Janeiro. Da anlise dos dados emergiu o papel de ESF na rede de ateno ao idoso, o que permite a determinao de contedos, habilidades e atitudes que precisam ser desenvolvidos como um todo nos profissionais, e nos mdicos em particular. Tambm est clara a necessidade de articulao de uma rede de ateno ao idoso, integrada, composta por servios e nveis de ateno diferentes e intersetorial, que permita uma prtica de cuidado e a promoo de um envelhecimento saudvel. Chegamos a concluso que a formao e as prticas destes profissionais, em particular do mdico, precisam ser entendidas de um modo integrado e inseridas na graduao e ps-graduao. O treinamento das equipes, j instaladas, deveria ser trabalhado dentro das premissas da educao permanente e acompanhado de um trabalho de articulao de uma rede de ateno para o idoso, de forma a permitir seu resolutividade. Desenvolver as competncias para os profissionais de sade da ESF, sem desenvolver a competncia do sistema de sade no ter efeito significativo na qualidade da ateno prestada.
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A proposta Sade da Família surge em 1994, como um modelo assistencial com equipes multiprofissionais, visando promoo, preveno e assistncia primria em Sade. Em 2001 lanado o PITS (Programa de Interiorizao do Trabalho em Sade), e mais recentemente o PROESF (Projeto de Expanso e Consolidao da Sade da Família), em vigncia at 2009, com verbas provenientes do governo federal e do BIRD, destinando-se ampliao da ateno bsica. A pesquisa objetiva trazer dados capazes de auxiliar a soluo do problema da fixao dos profissionais de sade no PSF. Elucidando dilemas, preenchendo a distncia existente entre a Poltica Oficial da Sade da Família e os recursos humanos, no caso, especificamente, o mdico. Buscando contribuir, de maneira efetiva, com informaes capazes de auxiliar o enfrentamento das questes do Sistema Pblico de Sade.
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O presente estudo analisa um processo educativo de servio de sade Curso Introdutrio para as equipes de Sade da Família CI, apoiado e recomendado pelo Ministrio da Sade, como forma de informar e divulgar a poltica de Sade da Família. Parte-se da premissa de que o Curso Introdutrio da Sade da Família uma estratgia inicial de organizao da implantao do trabalho das equipes. um estudo de caso, de natureza qualitativa, realizada com as equipes de Sade da Família do municpio de Juiz de Fora, que foram sensibilizadas pelo CI do Polo de Capacitao, Formao e Educao Permanente de Pessoal para a Sade da Família da Universidade Federal de Juiz de Fora MG. Foram realizadas entrevistas com os formuladores, implementadores e executores das polticas de sade do nvel federal, estadual e municipal; grupo focal e questionrios com as equipes de Sade da Família. Essa pesquisa revelo que foi consensual entre os sujeitos que o CI estimulou, incentivou e sensibilizou as equipes a desenvolverem a estratgia da SF, a partir de algumas diretrizes implantadas, que auxiliaram na operacionalizao e organizao do processo de trabalho. O CI o incio da educao permanente, porque apresenta caractersticas que o qualificam como tal, apesar de no ser percebido como incio e sim como fim, porque no houve continuidade do processo no municpio. So evidenciadas contradies entre o discurso e a prtica, de forma e intensidade diferentes, devido s subjetividades do processo de trabalho em cada uma das equipes. As mudanas sofrem interferncias diretas de tecnologia material e no material presente nos servios, encontrando na categoria apoio da gesto a maior fragilidade para o desenvolvimento da proposta. Mas, pode-se inferir que promoveu crescimento individual e coletivo visualizado atravs das atividades realizadas. No ensino, levou a discusso da SF para o interior dos cursos de graduao nas disciplinas de contedos afins. Os contedos agregados na prtica foram: sade, família, territrio. No discurso: trabalho em equipe, planejamento e diagnstico. A pesquisa que, em Juiz de Fora, pelo menos trs formas de desenvolvimento da SF, aps a sensibilizao do CI: equipe atuando de acordo com o modelo assistencial proposto, equipe em processo de retrocesso ao modelo assistencial tradicional e outra em que o modelo tradicional est fortemente sobreposto ao da SF. O estudo apontou ainda: a necessidade de fortalecimento da rea de recursos humanos, devolvendo ao municpio a autonomia de gesto dos seus projetos; a educao permanente de pessoal de sade como estratgia para rea de recursos humanos; o grupo focal como ferramenta de acompanhamento e avaliao dos processos educativos e a necessidade de se instituir um processo educativo inicial para as equipes de ateno primria, no qual o CI um produto a ser considerado.
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Esta dissertao consiste num estudo em forma de narrativa que permite percorrer o cotidiano das prticas dos profissionais de sade, tendo como pano de fundo o Programa de Sade da Família, do Ministrio da Sade. A opo pelo PSF se fundamenta no fato de que, desde sua institucionalizao, ele vem assumindo relevncia no discurso poltico, institucional e social, no mbito da poltica nacional de sade, o SUS concebido como uma estratgia importante para reorganizao do modelo assistencial em sade. Todo modelo inovador requer descobertas inevitveis, em que idas e vindas, sucessos e fracassos nos permitem traar um cenrio das situaes vivenciadas. O campo de estudo foi o Programa de Sade da Família em Jardim Cinco Marias, localizado no bairro de Guaratiba, Zona Oeste do municpio do Rio de Janeiro. O processo de implantao do PSF nessa comunidade trouxe algumas inquietaes a respeito das questes de demanda, trabalho e organizao da equipe de sade da família e do relacionamento e das expectativas da populao em relao ao PSF. A partir desse olhar, o presente trabalho pretende apontar problemas e discutir questes relacionadas a esses trs maiores temas, luz da bibliografia apresentada.
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Introduo: A preocupao em torno do uso irracional de psicofrmacos tem sido observada em diversos pases, constituindo-se uma questo importante para a sade pblica mundial. No Brasil, a promoo do uso racional de psicofrmacos um desafio para a ateno primria, sendo importante caracterizar sua dimenso psicossocial. Objetivos. O artigo 1, com caractersticas descritivas, tem como objetivo caracterizar o uso de psicofrmacos em unidades de sade da família segundo a presena de transtornos mentais comuns (TMC) e segundo as principais caractersticas socioeconmicas e demogrficas. O artigo 2, com um carter analtico, tem como objetivo avaliar o papel da rede social no uso de cada um destes psicofrmacos segundo a presena de TMC. Mtodos O estudo utiliza um delineamento seccional e abarca a primeira fase de coleta de dados de dois estudos em sade mental na ateno primria. Esta se deu em 2006/2007 para o estudo 1 (Petrpolis, n= 2.104) e em 2009/2010 para o estudo2 (So Paulo, n =410, Rio de Janeiro, n= 703, Fortaleza , n=149 e Porto Alegre, n= 163 participantes). Ambos os estudos possuem o mesmo formato no que se refere coleta de dados, seu processamento e reviso, resultando em uma amostra de 3.293 mulheres atendidas em unidades de sade da família de cinco diferentes cidades do pas. Um questionrio objetivo com perguntas fechadas foi utilizado para a coleta de informaes socioeconmicas e demogrficas. O uso de psicofrmacos foi avaliado atravs de uma pergunta aberta baseada no auto-relato do uso de medicamentos. A presena de TMC foi investigada atravs do General Health Questionnaire, em sua verso reduzida (GHQ-12). O nvel de integrao social foi aferido atravs do ndice de rede social (IRS), calculado a partir de perguntas sobre rede social acrescentado ao questionrio geral. No estudo descritivo (artigo 1), a frequncia do uso de antidepressivos e o uso de benzodiazepnicos na populao de estudo foram calculadas para cada cidade, tal como a frequncia do uso destes psicofrmacos entre as pacientes com transtornos mentais comuns. A distribuio do uso de cada um destes psicofrmacos segundo as principais caractersticas socioeconmicas, demogrficas e segundo transtornos mentais comuns foi avaliada atravs do teste de qui-quadrado de Pearson. No estudo analtico (artigo 2), a associao entre o nvel de integrao social e o uso exclusivo de cada um dos psicofrmacos foi analisada atravs da regresso logstica multivariada, com estratificao segundo a presena de TMC. Resultados: A frequncia do uso de psicofrmacos foi bastante heterognea entre as cidades, destacando-se, porm, a importncia do uso de benzodiazepnicos frente ao uso de antidepressivos em sua maioria. A proporo do uso de psicofrmacos, sobretudo antidepressivos, foi predominantemente baixa entre as pacientes com TMC. Entre elas, o uso de antidepressivos mostrou-se positivamente associado ao isolamento social, enquanto o uso de benzodiazepnicos associou-se negativamente a este. Concluso: Os resultados colaboram para a caracterizao do uso de psicofrmacos em unidades de sade da família e para a discusso acerca de sua racionalidade. Destaca-se a importncia de avaliar a dimenso psicossocial que envolve o uso destas substncias com vistas ao desenvolvimento de estratgias de cuidado mais efetivas
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A presente pesquisa se prope a analisar a relao entre a escola e a família na experincia de trabalho do Programa Interdisciplinar de Apoio s Escolas Proinape no municpio do Rio de Janeiro. A partir de uma abordagem terica sobre as duas instituies entendidas como fundamentais no processo de socializao dos sujeitos e de como que as relaes entre o Estado e a sociedade civil se materializam na esfera da reproduo social na atualidade, este estudo objetiva apresentar as estratgias da nova pedagogia da hegemonia na obteno do consenso social. Apresenta a educao sob o contexto da hegemonia do capital financeiro e a funo educativa do Estado e o papel dos intelectuais na difuso da nova pedagogia da hegemonia vinculada aos interesses da burguesia internacional, sob a gerncia direta dos organismos multilaterais. Analisa as formas de interveno do Estado sobre a família pobre da classe trabalhadora, as dimenses histricas dessa relao, os novos arranjos familiares, a relao entre o Estado e a família na constituio do Pluralismo de bem-estar e do familismo e a diminuio da capacidade protetora das famílias em tempos de reestruturao produtiva. D destaque as particularidades da poltica de educao no Brasil frente s novas exigncias do capital monopolista e os reflexos dos programas de ao federais e da gesto privada da poltica educacional no municpio do Rio de Janeiro na gesto do prefeito Eduardo Paes. Atravs do levantamento de dados, da anlise documental e dos relatrios de avaliao final das equipes do Proinape da 4 Coordenadoria Regional de Educao expe as bases legais e os programas sociais que sustentam a ao do Estado junto s famílias pobres da classe trabalhadora na rea de educao, assim como as aes da Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro junto s famílias com a nfase no disciplinamento para a elevao dos indicadores educacionais.
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O estudo em questo teve como objetivo analisar a atuao do enfermeiro nas prticas educativas na Estratgia de Sade da Família considerando os princpios da Educao Popular e Sade. um estudo descritivo com abordagem qualitativa e anlise temtico-categorial proposta por Bardin. O cenrio foi o municpio do Rio de janeiro, em duas clnicas da família situadas na AP 3.1. Os sujeitos foram 17 enfermeiros. A coleta de dados foi realizada no ms de Agosto de 2012. As entrevistas foram gravadas e realizadas com ICD formulado previamente. Este foi dividido em: caracterizao dos sujeitos com 5 questes fechadas e 3 abertas e um roteiro de entrevistas que foi composto por trs tpicos e um total de 8 questes abertas. O projeto foi encaminhado ao Comit de tica e pesquisa da Secretaria Municipal de Sade do Rio de Janeiro, respeitando os preceitos ticos de pesquisas com seres humanos. Aps a anlise dos dados foi possvel a construo de quatro categorias. A primeira trata das aes desenvolvidas pelos enfermeiros na ESF; foi possvel verificar nesta categoria que o grande quantitativo de funes desempenhado pelo enfermeiro faz com que as prticas educativas sejam colocadas, em alguns casos, em segundo plano. A segunda aborda a dinmica de realizao da prtica educativa; esta compreende duas subcategorias: o planejamento da prtica educativa e as caractersticas destas prticas pelo enfermeiro. Com a mesma percebeu-se que as prticas so planejadas mensalmente em uma reunio de equipe com a presena de todos os profissionais onde eles opinam e decidem qual grupo ser realizado e que temtica ser abordada. Na segunda subcategoria, verificou-se que diante das caractersticas extradas das falas, as prticas educativas realizadas so focadas nos modelos tradicionais de transmisso de informaes. A terceira categoria analisou alguns princpios da EPS, que emergiram das falas dos enfermeiros como escuta ativa e valorizao do saber popular. Por fim, a quarta categoria, subdividida em duas subcategorias que compreendem as facilidades e dificuldades atribudas pelo enfermeiro para o desenvolvimento de prticas educativas. Nela, surgiram aspectos como o desinteresse da populao na atividade e a grande quantidade de falta nos grupos educativos. Dentre as facilidades, est a satisfao do usurio, a divulgao que os indivduos fazem na comunidade e a participao do ACS durante o desenvolvimento da prtica. Portanto, percebe-se que h uma priorizao das atividades educativas focada no processo sade-doena, no qual o foco principal a patologia e mudana de hbito. Desta forma, faz-se necessrio que os profissionais se coloquem disponveis para ouvir a populao na construo de uma relao que considere o ser humano como um todo, a fim de respeitar sua cultura e sua crena, e saibam fazer deste espao um campo para o desenvolvimento de prticas educativas que se aproximem do que apresentado na EPS.
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Representados aualmente por apenas duas espcies: Latimeria chalumnae e L. menadoensis, os celacantos (Infraordem Actinistia) j foi muito mais numeroso, prolfico desde os tempos de seu surgimento no Devoniano Inferior. Dentro de Actinistia a família Mawsoniidae se destaca por abranger as maiores espcies do grupo, algumas atingindo at trs metros de comprimento. A entrada de Mawsoniidae no continente Gondwana se deu durante o Jurssico superior, perodo o qual atribudo a espcie Parnaibaia maranhoensis da bacia do Parnaba (Maranho). No cretceo a família se ramificou em dois outros gneros Mawsonia (com conhecidas ocorrncias brasileiras e africanas) e Axelrodichthys (gnero brasileiro com alguns indcios de presena na frica). Este trabalho teve por objetivo realizar uma redescrio e comparao de seis espcies do ramo gondwnico da família Mawsoniidae: Parnaibaia maranhoensis, Axelrodichthys araripensis, Mawsonia gigas, M. minor, M. lavocati e M. brasiliensis. Os espcimes esto depositados em oito instituies: trs nacionais e cinco internacionais. Aps uma criteriosa descrio anatmica dos exemplares caracteres foram selecionados para a realizao de uma anlise filogentica restrita ao grupo. Os resultados das observaes anatmicas revelaram diversas estruturas ainda no descritas na literatura, incluindo o primeiro elemento medial do esqueleto apendicular de Mawsoniidae a ser observado, alm de diversas diferenas e afinidades entre as seis espcies. P. maranhoensis apresentou um conjunto de caracteres plesiomrfico que foram interpretados como sendo o resultado de um evento de neotenia, algo indito na literatura de celacantos. Todas as espcies do gnero Mawsonia apresentaram caractersticas diagnsticas que validam sua separao em espcies distintas. A anlise filogentica resultou em duas rvores igualmente parcimoniosas. Ambas concordam com a posio de Parnaibaia na base do grupo. Mas diferem com relao posio de A. araripensis e as espcies do gnero Mawsonia. Conclui-se que Parnaibaia o gnero mais plesiomrfico do grupo, estando na base do ramo gondwnico da família. Axelrodichthys representa a ligao deste com as demais espcies do gnero.
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O estudo prope refletir e repensar acerca da adoo de postura profissional apoiada na tica e biotica para o cuidar do ser humano e, em especial, a criana e sua família no contexto ambulatorial. Nesta perspectiva, o cuidado de enfermagem peditrica deve ter como alicerce um agir que considera as limitaes reconhecendo as etapas do desenvolvimento e crescimento da criana, bem como o respeito dignidade humana, sem infringir os princpios ticos e bioticos. Nesse sentido, o objeto de estudo a tica e a biotica no cuidar do enfermeiro a uma criana e sua família no contexto ambulatorial. Os objetivos so: Descrever como o enfermeiro relaciona os aspectos ticos e bioticos ao cuidar da criana e sua família no contexto ambulatorial e discutir o cuidado do enfermeiro criana e sua família no contexto ambulatorial luz dos aspectos ticos e bioticos. Trata-se se de um estudo descritivo, exploratrio com abordagem qualitativa. O cenrio para sua realizao foi o ambulatrio de um hospital peditrico da rede municipal de sade e um ambulatrio de um hospital universitrio, ambos situados na cidade do Rio de Janeiro, com a participao de 13 enfermeiros. Para a interpretao do material emprico foi utilizada a anlise de contedo de Bardin na modalidade temtica e interpretada luz dos aspectos ticos e bioticos. Como resultados emergiram duas categorias: Aspectos ticos e Bioticos que norteiam o cuidado criana e sua família e A insero dos aspectos ticos e bioticos na prtica assistencial do enfermeiro. No que se refere aos aspectos ticos e bioticos, os enfermeiros, ao cuidarem da criana e sua família no contexto ambulatorial, procuram respeitar a individualidade, a privacidade, o sigilo e as decises da família no tratamento da criana. Pautam-se nas legislaes vigentes como o cdigo de tica, o qual tem como princpios fundamentais: os direitos, as responsabilidades, os deveres e proibies pertinentes conduta tica dos profissionais de enfermagem. Quanto insero dos aspectos ticos e bioticos, os enfermeiros avaliam, identificam e reconhecem as diferentes situaes das crianas no momento em que chegam ao ambulatrio, priorizando o atendimento com classificao de risco. Nesse sentido, ao acolher a criana e sua família, utilizam como estratgia a comunicao verbal e no verbal, alm da importncia de ouvir/escutar a criana durante o cuidado. O estudo aponta para a importncia da atuao do enfermeiro no cuidado criana e sua família no contexto ambulatorial pautada no apenas na legislao vigente, que respalda a conduta tica profissional, mas, sobretudo, na valorizao e no reconhecimento da insero dos princpios bioticos como: a autonomia, a beneficncia, a no maleficncia e a justia na perspectiva da incluso do ser humano como um cidado de direitos. Desse modo, a assistncia integral e individualizada, centrada na criana e sua família sero realizadas visando garantia de seus direitos como cidados que devem ser contemplados em todo o processo de cuidar.
Resumo:
Em todo o mundo alta a prevalncia dos transtornos depressivos e ansiosos, em especial no nvel primrio. Uma das estratgias teraputicas o atendimento em grupo que propicia bons resultados e cuidado adequado, incluindo melhor aproveitamento do tempo e maior abrangncia no atendimento segundo experincias relatadas em diversos pases.O objeto deste estudo o discurso de mulheres com transtornos depressivos e ansiosos atendidas em grupo na ateno primria. O objetivo conhecer representaes e questes sobre o processo de adoecimento de mulheres atendidas na Estratgia de Sade da Família (ESF) diagnosticadas com transtornos depressivos e ansiosos. Os grupos teraputicos ocorreram em Postos de Sade da Família, no municpio de Petrpolis, Rio de Janeiro, realizados pelos profissionais da ESF (mdicos e enfermeiros) e supervisionados por especialistas em sade mental. A pesquisa se deu com base anlise de material de observao de dois grupo em comunidades distintas. Foi utilizado o mtodo qualitativo, com analise das falas que foram organizadas em categorias segundo o mtodo anlise de contedo. Resultados: Transtornos depressivos e ansiosos so retratados no discurso das mulheres nos grupos como um processo solitrio, sem apoio, compreenso e ajuda de terceiros. So agravantes: dificuldades financeiras, falta de lazer, sobrecarga de obrigaes e cobranas.O lcool retratado como apaziguador do sofrimento e da solido. Relatam relacionamentos insatisfatrios e ocupam posies de submisso, sentindo-se desempoderadas, sem ver sada para sua situao, perpetuando pensamentos e aes, retroalimentando o sofrimento emocional. Valorizam o grupo enquanto espao terapeutico. A possibilidade de verem retratado nas colegas situaes similares encoraja a ajuda mtua. Estes so aspectos que auxiliam na autopercepo e no empoderamento. A interveno se mostrou aplicvel na ateno primria, sendo factvel a no especialistas de sade mental.