RECONHECENDO-SE SEM-RELIGIÃO NAS PERIFERIAS DA CIDADE: LIBERDADE COMPARTILHADA COMO RESISTÊNCIA

Reconhecendo, a partir da constatação empírica, a multiplicidade de escolhas de crenças no Mundo e em particular na periferia urbana paulistana, reconhecemos, também, a emergência criativa de novas possibilidades de crer e não crer. Tal amplitude não apenas aponta para o crer (segundo as ofertas de um sem número de religiões) e o não crer (ateu e agnóstico), mas para uma escolha que poderia vir a ser silenciada e esquecida, neste binômio arcaico e obsoleto, quando alguém se dá à liberdade crer sem ter religião. Reconhecer interessadamente os sem-religião nas periferias urbanas paulistanas é dar-se conta das violências a que estes indivíduos estão submetidos: violência econômica, violência da cidadania (vulnerabilidade) e proveniente da armas (grupos x Estado). Tanto quanto a violência do esquecimento e silenciamento. A concomitância espaço-temporal dos sem-religião nas periferias, levou-nos buscar referências em teorias de secularização e de laicidade, e, a partir destas, traçar uma história do poder violento, cuja pretensão é a inelutabilidade, enquanto suas fissuras são abertas em espaços de resistências. A história da legitimação do poder que se quer único, soberano, de caráter universal, enquanto fragmenta a sociedade em indivíduos atomizados, fragilizando vínculos horizontais, e a dos surgimentos de resistências não violentas questionadoras da totalidade trágica, ao reconhecer a liberdade de ser com autonomia, enquanto se volta para a produção de partilha de bens comuns. Propomos reconhecer a igual liberdade de ser (expressa na crença da filiação divina) e de partilhar o bem comum em reconhecimentos mútuos (expressa pela ação social), uma expressão de resistência não violenta ao poder que requer a igual abdicação da liberdade pela via da fragmentação individualizante e submissão inquestionável à ordem totalizante. Os sem-religião nas periferias urbanas, nossos contemporâneos, partilhariam uma tal resistência, ao longo da história, com as melissas gregas, os profetas messiânicos hebreus, os hereges cristãos e os ateus modernos, cuja pretensão não é o poder, mas a partilha igual da liberdade e dos bens comuns. Estes laicos, de fato, seriam agentes de resistências de reconhecimento mútuos, em espaços de multiplicidade crescente, ao poder violento real na história.

O EVANGELHO SEGUNDO DOSTOIÉVSKI UMA ABORDAGEM INTERTEXTUAL DA IMAGEM DE CRISTO NO ROMANCE O IDIOTA

No romance O Idiota, Dostoiévski cria, por meio do príncipe Míchkin, uma personagem com as características do Cristo. Sabe-se que a Bíblia, principalmente o Novo Testamento, acompanhou o escritor desde sua infância até o momento de sua morte. O primeiro capítulo, dedicado ao referencial teórico da pesquisa, lida com o universo da linguagem. Tanto o texto literário quanto a literatura bíblica procedem do mito. Neste sen-tido, religião e literatura se tocam e se aproximam. O segundo capítulo foi escrito na intenção de mostrar como o Cristo e os Evangelhos são temas, motivos e imagens recorrentes na obra de Dostoiévski. A literatura bíblica está presente, com mais ou menos intensidade, em diversas das principais obras do escritor russo e não somente em O Idiota. A hipótese de que Dostoiévski cria um Cristo e um Evangelho por meio de O Idiota é demonstrada na análise do romance, no terceiro capítulo. A tese proposta é: Dostoiévski desenvolve um evangelho literário, por meio de Míchkin, misto de um Cristo russo, ao mesmo tempo divino e humano, mas também idiota e quixotesco. Na dinâmica intertextual entre os Evangelhos bíblicos e O Idiota, entre Cristo e Míchkin, a literatura e o sagrado se revelam, como uma presença divina. Nas cenas e na estruturação do enredo que compõe o romance, Cristo se manifesta nas ações de Míchkin, na luz, na beleza, mas também na tragicidade de uma trajetória deslocada e antinômica. O amor e a compaixão ganham forma e vida na presen-ça do príncipe, vazio de si, servo de todos.

Vascular MADs: Two novel MAD-related genes selectively inducible by flow in human vascular endothelium

Vascular endothelium is an important transducer and integrator of both humoral and biomechanical stimuli within the cardiovascular system. Utilizing a differential display approach, we have identified two genes, Smad6 and Smad7, encoding members of the MAD-related family of molecules, selectively induced in cultured human vascular endothelial cells by steady laminar shear stress, a physiologic fluid mechanical stimulus. MAD-related proteins are a recently identified family of intracellular proteins that are thought to be essential components in the signaling pathways of the serine/threonine kinase receptors of the transforming growth factor β superfamily. Smad6 and Smad7 possess unique structural features (compared with previously described MADs), and they can physically interact with each other, and, in the case of Smad6, with other known human MAD species, in endothelial cells. Transient expression of Smad6 or Smad7 in vascular endothelial cells inhibits the activation of a transfected reporter gene in response to both TGF-β and fluid mechanical stimulation. Both Smad6 and Smad7 exhibit a selective pattern of expression in human vascular endothelium in vivo as detected by immunohistochemistry and in situ hybridization. Thus, Smad6 and Smad7 constitute a novel class of MAD-related proteins, termed vascular MADs, that are induced by fluid mechanical forces and can modulate gene expression in response to both humoral and biomechanical stimulation in vascular endothelium.

Long-term but not short-term plasticity at mossy fiber synapses is impaired in neural cell adhesion molecule-deficient mice

Cell adhesion molecules (CAMs) are known to be involved in a variety of developmental processes that play key roles in the establishment of synaptic connectivity during embryonic development, but recent evidence implicates the same molecules in synaptic plasticity of the adult. In the present study, we have used neural CAM (NCAM)-deficient mice, which have learning and behavioral deficits, to evaluate NCAM function in the hippocampal mossy fiber system. Morphological studies demonstrated that fasciculation and laminar growth of mossy fibers were strongly affected, leading to innervation of CA3 pyramidal cells at ectopic sites, whereas individual mossy fiber boutons appeared normal. Electrophysiological recordings performed in hippocampal slice preparations revealed that both basal synaptic transmission and two forms of short-term plasticity, i.e., paired-pulse facilitation and frequency facilitation, were normal in mice lacking all forms of NCAM. However, long-term potentiation of glutamatergic excitatory synapses after brief trains of repetitive stimulation was abolished. Taken together, these results strongly suggest that in the hippocampal mossy fiber system, NCAM is essential both for correct axonal growth and synaptogenesis and for long-term changes in synaptic strength.

The influence of the flow of the reacting gas on the conditions for a thermal explosion

The classical problem of thermal explosion is modified so that the chemically active gas is not at rest but is flowing in a long cylindrical pipe. Up to a certain section the heat-conducting walls of the pipe are held at low temperature so that the reaction rate is small and there is no heat release; at that section the ambient temperature is increased and an exothermic reaction begins. The question is whether a slow reaction regime will be established or a thermal explosion will occur. The mathematical formulation of the problem is presented. It is shown that when the pipe radius is larger than a critical value, the solution of the new problem exists only up to a certain distance along the axis. The critical radius is determined by conditions in a problem with a uniform axial temperature. The loss of existence is interpreted as a thermal explosion; the critical distance is the safe reactor’s length. Both laminar and developed turbulent flow regimes are considered. In a computational experiment the loss of the existence appears as a divergence of a numerical procedure; numerical calculations reveal asymptotic scaling laws with simple powers for the critical distance.

Synergistic contributions of cyclin-dependant kinase 5/p35 and Reelin/Dab1 to the positioning of cortical neurons in the developing mouse brain

Cyclin-dependent kinase (Cdk) 5 is a unique member of the Cdk family, because Cdk5 kinase activity is detected only in the nervous tissue. Two neuron-specific activating subunits of Cdk5, p35 and p39, have been identified. Overlapping expression pattern of these isoforms in the embryonic mouse brain and the significant residual Cdk5 kinase activity in brain homogenate of the p35−/− mice indicate the redundant functions of the Cdk5 activators in vivo. Severe neuronal migration defects in p35−/−Cdk5 +/− mice further support the idea that the redundant expression of the Cdk5 activators may cause a milder phenotype in p35−/− mice compared with Cdk5−/− mice. Mutant mice lacking either Cdk5 or p35 exhibit certain similarities with Reelin/Dab1-mutant mice in the disorganization of cortical laminar structure in the brain. To elucidate the relationship between Cdk5/p35 and Reelin/Dab1 signaling, we generated mouse lines that have combined defects of these genes. The addition of heterozygosity of either Dab1 or Reelin mutation to p35−/− causes the extensive migration defects of cortical neurons in the cerebellum. In the double-null mice of p35 and either Dab1 or Reelin, additional migration defects occur in the Purkinje cells in the cerebellum and in the pyramidal neurons in the hippocampus. These additional defects in neuronal migration in mice lacking both Cdk5/p35 and Reelin/Dab1 indicate that Cdk5/p35 may contribute synergistically to the positioning of the cortical neurons in the developing mouse brain.

Regulation of eye development by frizzled signaling in Xenopus

Eye development in both invertebrates and vertebrates is regulated by a network of highly conserved transcription factors. However, it is not known what controls the expression of these factors to regulate early eye formation and whether transmembrane signaling events are involved. Here we establish a role for signaling via a member of the frizzled family of receptors in regulating early eye development. We show that overexpression of Xenopus frizzled 3 (Xfz3), a receptor expressed during normal eye development, functions cell autonomously to promote ectopic eye formation and can perturb endogenous eye development. Ectopic eyes obtained with Xfz3 overexpression have a laminar organization similar to that of endogenous eyes and contain differentiated retinal cell types. Ectopic eye formation is preceded by ectopic expression of transcription factors involved in early eye development, including Pax6, Rx, and Otx2. Conversely, targeted overexpression of a dominant-negative form of Xfz3 (Nxfz3), consisting of the soluble extracellular domain of the receptor, results in suppression of endogenous Pax6, Rx, and Otx2 expression and suppression of endogenous eye development. This effect can be rescued by coexpression of Xfz3. Finally, overexpression of Kermit, a protein that interacts with the C-terminal intracellular domain of Xfz3, also blocks endogenous eye development, suggesting that signaling through Xfz3 or a related receptor is required for normal eye development. In summary, we show that frizzled signaling is both necessary and sufficient to regulate eye development in Xenopus.

Formation of temporal-feature maps by axonal propagation of synaptic learning

Computational maps are of central importance to a neuronal representation of the outside world. In a map, neighboring neurons respond to similar sensory features. A well studied example is the computational map of interaural time differences (ITDs), which is essential to sound localization in a variety of species and allows resolution of ITDs of the order of 10 μs. Nevertheless, it is unclear how such an orderly representation of temporal features arises. We address this problem by modeling the ontogenetic development of an ITD map in the laminar nucleus of the barn owl. We show how the owl's ITD map can emerge from a combined action of homosynaptic spike-based Hebbian learning and its propagation along the presynaptic axon. In spike-based Hebbian learning, synaptic strengths are modified according to the timing of pre- and postsynaptic action potentials. In unspecific axonal learning, a synapse's modification gives rise to a factor that propagates along the presynaptic axon and affects the properties of synapses at neighboring neurons. Our results indicate that both Hebbian learning and its presynaptic propagation are necessary for map formation in the laminar nucleus, but the latter can be orders of magnitude weaker than the former. We argue that the algorithm is important for the formation of computational maps, when, in particular, time plays a key role.

Biomechanical activation of vascular endothelium as a determinant of its functional phenotype

One of the striking features of vascular endothelium, the single-cell-thick lining of the cardiovascular system, is its phenotypic plasticity. Various pathophysiologic factors, such as cytokines, growth factors, hormones, and metabolic products, can modulate its functional phenotype in health and disease. In addition to these humoral stimuli, endothelial cells respond to their biomechanical environment, although the functional implications of this biomechanical paradigm of activation have not been fully explored. Here we describe a high-throughput genomic analysis of modulation of gene expression observed in cultured human endothelial cells exposed to two well defined biomechanical stimuli—a steady laminar shear stress and a turbulent shear stress of equivalent spatial and temporal average intensity. Comparison of the transcriptional activity of 11,397 unique genes revealed distinctive patterns of up- and down-regulation associated with each type of stimulus. Cluster analyses of transcriptional profiling data were coupled with other molecular and cell biological techniques to examine whether these global patterns of biomechanical activation are translated into distinct functional phenotypes. Confocal immunofluorescence microscopy of structural and contractile proteins revealed the formation of a complex apical cytoskeleton in response to laminar shear stress. Cell cycle analysis documented different effects of laminar and turbulent shear stresses on cell proliferation. Thus, endothelial cells have the capacity to discriminate among specific biomechanical forces and to translate these input stimuli into distinctive phenotypes. The demonstration that hemodynamically derived stimuli can be strong modulators of endothelial gene expression has important implications for our understanding of the mechanisms of vascular homeostasis and atherogenesis.

Fluid shear stress inhibits TNF-α activation of JNK but not ERK1/2 or p38 in human umbilical vein endothelial cells: Inhibitory crosstalk among MAPK family members

Atherosclerosis preferentially occurs in areas of turbulent flow and low fluid shear stress, whereas laminar flow and high shear stress are atheroprotective. Inflammatory cytokines, such as tumor necrosis factor-α (TNF-α) and IL-1 stimulate expression of endothelial cell (EC) genes that may promote atherosclerosis. TNF-α and IL-1 regulate gene expression in ECs, in part, by stimulating mitogen-activated protein kinases (MAPK), which phosphorylate transcription factors. We hypothesized that steady laminar flow inhibits cytokine-mediated activation of MAPK in EC. To test this hypothesis, we determined the effects of flow (shear stress = 12 dynes/cm2) on TNF-α and IL-1-stimulated activity of three MAPK in human umbilical vein ECs (HUVEC): extracellular signal-regulated kinase (ERK1/2), p38, and c-Jun N-terminal kinase (JNK). Flow alone stimulated ERK1/2 and p38 activity but decreased JNK activity compared with static controls. TNF-α or IL-1 alone activated ERK1/2, p38, and JNK maximally at 15 min in HUVEC. Preexposing HUVEC for 10 min to flow inhibited TNF-α and IL-1 activation of JNK by 46% and 49%, respectively, but had no significant effect on ERK1/2 or p38 activation. Incubation of HUVEC with PD98059, which inhibits flow-mediated ERK1/2 activation, prevented flow from inhibiting cytokine activation of JNK. Phorbol 12-myristate 13-acetate, which strongly activates ERK1/2, also inhibited TNF-α activation of JNK. These findings indicate that fluid shear stress inhibits TNF-α-mediated signaling events in HUVEC via the activation of the ERK1/2 signaling pathway. Inhibition of TNF-α signal transduction represents a mechanism by which steady laminar flow may exert atheroprotective effects on the endothelium.

Targeted disruption of the cyclin-dependent kinase 5 gene results in abnormal corticogenesis, neuronal pathology and perinatal death.

Although cyclin-dependent kinase 5 (Cdk5) is closely related to other cyclin-dependent kinases, its kinase activity is detected only in the postmitotic neurons. Cdk5 expression and kinase activity are correlated with the extent of differentiation of neuronal cells in developing brain. Cdk5 purified from nervous tissue phosphorylates neuronal cytoskeletal proteins including neurofilament proteins and microtubule-associated protein tau in vitro. These findings indicate that Cdk5 may have unique functions in neuronal cells, especially in the regulation of phosphorylation of cytoskeletal molecules. We report here generation of Cdk5(-/-) mice through gene targeting and their phenotypic analysis. Cdk5(-/-) mice exhibit unique lesions in the central nervous system associated with perinatal mortality. The brains of Cdk5(-/-) mice lack cortical laminar structure and cerebellar foliation. In addition, the large neurons in the brain stem and in the spinal cord show chromatolytic changes with accumulation of neurofilament immunoreactivity. These findings indicate that Cdk5 is an important molecule for brain development and neuronal differentiation and also suggest that Cdk5 may play critical roles in neuronal cytoskeleton structure and organization.

Radial and tangential dispersion patterns in the mouse retina are cell-class specific.

The retina is derived from a pseudostratified germinal zone in which the relative position of a progenitor cell is believed to determine the position of the progeny aligned in the radial axis. Such a developmental mechanism would ensure that radial arrays of cells which comprise functional units in the mature central nervous system are also clonally related. The present study has tested this hypothesis by using X chromosome-inactivation transgenic mosaic mice. We report that the retina shows a conspicuous distinction for clonally related neuroblasts of different laminar and functional fates: the rod photoreceptor, Müller, and bipolar cells are aligned in the radial axis, whereas the cone photoreceptor, horizontal, amacrine, and ganglion cells are tangentially displaced with respect to them. These results indicate that the dispersion of cell classes across the retinal surface is differentially constrained. Some classes of retinal neuroblast exhibit a significant tangential, as well as radial, component in their dispersion from the germinal zone, whereas others disperse only in the radial dimension. Consequently, the majority of radial columns within the mature retina must be derived from multiple progenitors. Because the cone photoreceptor, horizontal, amacrine, and ganglion cells establish nonrandom matrices in their cellular distributions within the respective retinal layers, tangential dispersion may be the means by which these matrices are constructed.

Áreas limpas: estudo de correlação entre partículas viáveis e não viáveis

Este trabalho consiste em um estudo sobre monitoramento ambiental de áreas limpas. Os parâmetros comparados foram partículas não viáveis de 0,5 e 5,0 µm, contaminação do ambiente (UFC do ar) e de superfícies (Rodac®). Procedeu-se ao estudo em áreas de manipulação crítica (Classe A). Nestas áreas, a amostragem foi feita em situações de repouso e dinâmica, antes e após sanitização, e em etapas de certificação e rotina. Os dados de literatura indicam que os parâmetros não são particularmente dependentes do lay out ou classificação das áreas, mas sim do seu uso e do comportamento dos operadores. As conclusões foram positivas quanto a correlação entre diferentes locais de amostragem, para partículas não viáveis de 0,5 e 5,0 µm, e ausência deste tipo de correlação em posições em fluxo laminar. Também, os valores de correlação foram quase sempre decrescentes com a maior limpeza do ambiente. Os microrganismos mais frequentemente isolados, nas áreas A2., A3 e A4 foram Bacillus sp, Staphylococcus sp e Corynebacterium sp.

Polimerização em emulsão de estireno em microrreator.

A polimerização em emulsão de estireno em um microrreator Syrris de 250 µL com misturador estático junção \"T\" foi estudada em duas etapas. Primeiro somente a fluidodinâmica deste dispositivo não convencional foi avaliada, depois, foi desenvolvida a reação de polimerização de forma a observar como este fator influencia no sistema. Os experimentos foram realizados procurando se atingir maiores conversões, mas mantendo a estabilidade da emulsão. Foi um trabalho exploratório, portanto se assemelha mais a um processo de evolução (evolutionary process). Foram verificados a partir de qual relação das vazões dos dois fluidos ocorre a formação de gotas, e que com o aumento da vazão da fase contínua, aquosa (Qc), mantendo constante a vazão da fase dispersa (Qd), foi verificado uma diminuição do diâmetro das gotas e um regime de fluxo laminar. Posteriormente, realizou-se a polimerização em emulsão do estireno no microrreator, porém com restrições para altas vazões. Os parâmetros de processo testados foram a proporção Qc e Qd, a temperatura e a concentração do iniciador para então verificar o efeito que a variação destas ocasionam na conversão de monômero, no diâmetro e número de partículas e nas massas moleculares médias. A polimerização foi feita para soma das vazões Qc e Qd da ordem de 100 µ L/min, com 15% de monômero na formulação e com o maior tempo de residência possível de 2,5 minutos. Para maiores concentrações de monômero, acima de 15% foi verificado entupimento do canal do microrreator. A taxa de conversão de monômero aumentou com o aumento da temperatura e com o aumento da concentração do iniciador, mas o maior valor atingido foi de apenas 37% devido ao baixo tempo de residência. Nos casos de maiores taxas de conversão, as massas moleculares obtidas foram as menores conforme o esperado pela teoria. Finalmente, os índices de polidispersão (PDI), obtidos foram da ordem de 2,5 a 3,5.

Desenvolvimento da modelagem de turbulência e interação fluido-estrutura para as vibrações induzidas por vórtices de cilindro rígido.

Esta tese apresenta o desenvolvimento e aplicação de modelos de turbulência, transição laminar-turbulenta e de interações fluido-estrutura ao escoamento externo em cilindro rígido estacionário e em vibrações induzidas por vórtices. Tais desenvolvimentos foram realizados no código ReFRESCO, baseado em técnicas de dinâmica de fluidos computacional (CFD). Realizou-se um estudo quanto ao desempenho do modelo k- SST em extensa faixa de números de Reynolds, segundo o qual se identificaram as deficiências de modelagem para este escoamento. A modelagem adaptativa das escalas (SAS) e o modelo de transição por correlações locais (LCTM), ambos combinados ao SST, melhoraram a aderência aos resultados experimentais para este escoamento, em uma contribuição original deste trabalho. A aplicação de técnicas de verificação e validação possibilitou a estimação de incertezas e erros para os modelos e números de Reynolds e também de identificada como outra contribuição deste trabalho. A combinação da modelagem em SST, SAS e LCTM com movimentos impostos de realizada para números de Reynolds moderados, diferentes frequências e amplitudes de vibração, algo que poucas publicações abordam em detalhes. Com relação aos movimentos livres, este trabalho traz contribuições com a aplicação dos modelos SST e SAS ao estudo de vibrações induzidas por vórtices em dois graus de liberdade, baixa razão de massa e números de Reynolds moderados, mais altos do que normalmente observados na literatura. Por fim, a investigação da importância relativa de efeitos da turbulência aos casos de movimentos livres e impostos, com relação ao caso de cilindro estacionário, comprovou a conjetura formulada na parte inicial deste trabalho, no que tange à escolha do modelo de turbulência em determinadas aplicações. Tal escolha mostrou-se menos decisiva no caso do cilindro em movimento imposto e ainda menos nos movimentos livres, em comparação ao caso estacionário, uma vez que a resposta em movimentos do corpo filtra grande parte dos efeitos turbulentos de ordem superior. Esta observação mostra-se relevante, uma vez que pode permitir simplificações na modelagem e aplicação de ferramentas de CFD em uma classe importante de projetos de engenharia.