997 resultados para Mulheres Condições sociais
Resumo:
Esta tese tem como objeto de estudo o processo de formao e desenvolvimento da rea de Estudos da Religio nas Cincias Sociais brasileiras. Visa formular uma interpretao sociolgica desse processo, a partir da abordagem terica configuracional proposta por N. Elias, sendo esta complementada pela utilizao de outras categorias de anlises, tais como Identidade Histrica, Identidade Social e Identidade Cognitiva (W. Lepenies), que permitem focalizar a dinmica deste e incorporar a sua dimenso histrica. Conforme essa orientao terica, o objeto de estudo reconstrudo, tendo como eixo de anlise a direo que este apresenta no decorrer do seu desenvolvimento. Essa direo, nesta tese, foi definida como uma tendncia que oscila entre diferenciao/integrao/diferenciao de grupos de pesquisadores envolvidos no processo. A partir desta tendncia, so identificados e caracterizados trs perodos, sendo eles: primeiro perodo (pr-1964): Pioneiros e precursores uma Identidade Histrica em construo; segundo perodo (ps-1964 at 1986): a construo de espaos institucionais (Identidade Social) e a redefinio da Identidade Cognitiva; terceiro perodo (1987 em diante): uma rea de Estudos da Religio nas Cincias Sociais diferenciada internamente. A formao da rea de Estudos da Religio analisada tambm levando-se em considerao as transformaes do campo religioso, das Cincias Sociais e das principais condições scio-polticas da sociedade brasileira contempornea. Nas Consideraes Finais, formula-se uma sntese comparativa dos trs perodos identificados na reconstruo do processo, que fornece uma viso de conjunto da evoluo do mesmo. Logo se examina, igualmente em perspectiva comparativa, a formao e o desenvolvimento da rea de Estudos da Religio nas Cincias Sociais brasileiras em relao trajetria desses estudos nos trs pases do Cone Sul aqui selecionados: Argentina, Chile e Uruguai. Por fim, salientam-se algumas consideraes sobre a abordagem terica adotada neste estudo. O material emprico utilizado provm de vinte entrevistas realizadas, neste estudo, com antroplogos e socilogos dedicados ao estudo da religio e inseridos no campo das Cincias Sociais, de uma extensa reviso bibliogrfica de livros, artigos publicados em revistas acadmicas, teses de Doutoramento e dissertaes de Mestrado, bem como de bancos de dados disponibilizados pela Internet.
Resumo:
O conceito de turismo sustentvel passou por uma srie de transformaes at chegar proposta atual em que se cr que todo tipo de empreendimento pode ter como objetivo a sustentabilidade. Os empreendimentos hoteleiros conhecidos como resorts vistos, tradicionalmente, como uma forma de hospedagem insustentvel do ponto de vista social - foram escolhidos como objeto desta pesquisa que tem como objetivo explorar como este segmento da indstria hoteleira vm respondendo nova proposta inclusiva do conceito de turismo sustentvel. Para tanto, foi realizada uma pesquisa em duas dimenses. A primeira buscou fornecer um panorama geral sobre o entendimento do conceito de turismo sustentvel e a forma como este conceito vm sendo operacionalizado pelos resorts de praia do Brasil. Explorou, ainda, as formas como este conceito vm sendo operacionalizado pelos resorts. A segunda dimenso da pesquisa buscou aprofundar essas questes num grupo de resorts localizados no litoral norte da Bahia Praia do Forte Ecoresort e Complexo Costa do Saupe bem como verificar os impactos percebidos pelas comunidades locais. Os resultados demonstram que os resorts tm uma boa noo do conceito de turismo sustentvel, mas apresentam dificuldades na operacionalizao do mesmo. Alm da falta de informao e apoio, os resorts no possuem instrumentos gerenciais que incentivem a busca da sustentabilidade, apesar desta questo estar presente nas diretrizes estratgicas de todos eles. Sendo assim, a pesquisa demonstrou uma grande distncia entre o discurso e a prtica na busca pelo turismo sustentvel. Percebe-se que os resorts, apesar de interessados em incluir as comunidades no empreendimento, praticam de maneira mais freqente aes pontuais e assistencialistas que resultam em pouca ou nenhuma mudana positiva nas condições de bem-estar das comunidades. Assim, como comum acontecer em outros setores, o envolvimento dos resorts com a sustentabilidade se d de forma separada dos negcios o que faz com que as iniciativas - a despeito da preocupao de muitos empreendimentos apresentem resultados marginais na dimenso social da sustentabilidade. Nos estudos de caso, identificou-se que o Praia do Forte Ecoresort apresenta resultados mais prximos daqueles desejados pelas comunidades que contam com o turismo para alcanar o desenvolvimento. Apesar de algumas iniciativas significativas do Complexo Costa do Saupe este, at o momento, no apresenta uma atuao que possa ser caracterizada como bem sucedida no que se refere dimenso social da sustentabilidade.
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo descrever o processo de implantao Organizaes Sociais de Sade na Secretaria de Estado da Sade de So Paulo enquanto caso especial de reforma do Estado no setor da sade, identificando os fatores motivadores e as justificativas referidas por parte do Estado e dos parceiros envolvidos, e descrever o processo de negociao e implantao das Organizaes Sociais de Sade caracterizando, a) regulamentao/legislao especfica; b) negociao e formalizao das parcerias; c) etapas de implantao; d) mecanismos de financiamento; e) fatores facilitadores e dificuldades; f) consideraes sobre os processo obtidos por parte dos envolvidos. A reviso bibliogrfica sobre o tema seguida de estudo de caso envolvendo a Secretaria de Estado da Sade e sete organizaes sem fins lucrativos com quem constituem parceria para gerenciar hospitais pblicos na Regio Metropolitana de So Paulo. As organizaes, com diferentes perfis assistenciais, constituem parceria mediante contrato de gesto. Identificam-se as diferenas entre este contrato e os propostos pela Reforma do Aparelho do Estado, as motivaes que orientaram os parceiros. os mecanismos de financiamento utilizados e o cuidadoso processo de negociao desenvolvido que permitiu dar estabilidade parceria. A percepo dos dirigentes das Organizaes Sociais de Sade, da Secretaria de Estado da Sade e dos diretores dos hospitais sobre o desenvolvimento da parceria, seus pontos fortes, os problemas identificados e as perspectivas de municipalizao so relatados e analisados. A parceria implicou em significativos ganhos institucionais para ambos os lados, bem como propiciou condições para o desenvolvimento de modalidades assistenciais diversificadas e outras parcerias com a comunidade envolvida. Entretanto, faz-se necessrio o contnuo aprimoramento do contrato de gesto e da articulao entre os gestores do sistema para permitir que as eventuais melhorias de desempenho alcanadas se reflitam no restante da rede e sejam sustentveis ao longo do tempo.
Resumo:
Este estudo busca investigar as lgicas da ao em cooperativas de produo e associaes de catadores de lixo no bojo de processos de reestruturao econmica que no somente precarizam as condições de emprego, mas tambm implicam em processos de desassalariamento da fora de trabalho. Tomando como perspectiva analtica a sociologia da experincia de Franois Dubet, decompomos as lgicas da ao de trabalhadores com insero social distinta, ou seja, um primeiro grupo caracterizado por uma cultura operria e sindical e um segundo grupo caracterizado por um processo de dissociao em relao ao mundo do trabalho formal. Neste sentido, procurou-se investigar: a) as formas de insero e integrao sociais configuradas pelas relaes de solidariedade, b) a dimenso da racionalidade estratgica de cada grupo traduzida nas lutas por reconhecimento, e, c) os processos de subjetivao expressos na afirmao identitria de cada coletivo de trabalhadores. Ou seja, quais as condições de possibilidade da ruptura com as hierarquias que organizam e estruturam o universo de coletivos de trabalhadores com origens sociais to diversas quando confrontados com o princpio meta-social da igualdade? Noutras palavras, quando compelidos com a necessidade de organizar uma cooperativa ou associao, enquanto alternativa palpvel de subsistncia, os trabalhadores se deparam com um contexto bem diverso da situao de assalariamento. Com efeito, a experincia associativa ir implicar que a adeso cooperativa ou associao deve ser livre e voluntria e que a gesto e os processos de deliberao devem ser democrticos. A partir da pesquisa de campo verificou-se um processo de subjetivao marcado por estratgias distintas nas cooperativas e associaes: enquanto nas cooperativas a adeso dos trabalhadores era caracterizada por uma certa ambivalncia entre o compromisso com o projeto de construo da cooperativa e uma postura pautada por um certo pragmatismo tipificado por um campo de possveis restrito no tocante as alternativas de insero social, nas associaes de catadores de lixo verificou-se um processo de ruptura com os padres de sociabilidade primria acentuadamente hierarquizados a partir da participao das mulheres nas associaes, bem como um efetivo compromisso com o projeto associativo. Na esfera da ao coletiva, a constituio de cooperativas a partir de empresas em situao falimentar revelou uma nova estratgia sindical marcada por uma ao defensiva ante os processos de reestruturao econmica que eliminam postos de trabalho. J, na ao coletiva das associaes constatou-se um movimento de luta pelo reconhecimento de direitos e recuperao da cidadania. Tal movimento caracterizado por uma lgica do respeito possuindo uma dupla inflexo, ou seja, por um lado busca romper no mbito da esfera privada com a dominao masculina expressa num cdigo de honra, cuja conseqncia mais dramtica se traduz na violncia domstica, e por outro lado se constata um movimento em direo esfera pblica a partir da articulao de uma associao com um movimento social traduzindo desta maneira a reivindicao pelo reconhecimento da dignidade de indivduos sujeitos a todo tipo de reconhecimento recusado.
Resumo:
Introduo - A forma tradicional para se estudar a variao espacial de taxas feita considerando a contagem do nmero de pessoas em cada rea de um mapa em relao populao exposta, denominada taxa bruta. Entretanto, essa representao nem sempre a melhor, principalmente na presena de populao pequena. Objetivos - Utilizar mtodos de Epidemiologia Espacial para representar a taxa de fecundidade especfica em mulheres de 10 a 19 anos, utilizando como exemplo a cidade de Porto Alegre no ano de 2003 e investigar sua distribuio geogrfica por meio de tcnicas de Mapeamento de Eventos de Sade. Mtodos - Utilizando-se a base de dados do SINASC e o Censo do IBGE para o ano de 2000, considerando-se as divises de bairro da cidade de Porto Alegre, construiu-se a taxa de fecundidade especfica na adolescncia. Mtodos de suavizao para controlar as flutuaes aleatrias do risco foram usados, como o Estimador Bayesiano Emprico Local de Marshall e o Estimador Totalmente Bayesiano. Resultados - No ano de 2003 ocorreram 28 nascidos vivos por mil mulheres de 10 a 19 anos na cidade. Em alguns bairros, a representao bruta revelou valores quase trs vezes maiores. Com os mtodos de suavizao, apresenta-se uma distribuio espacial subjacente mais real e taxas com menor heterogeneidade espacial. Alguns bairros com maiores taxas de maternidade na adolescncia encontram-se em regies com piores condições scio-econmicas. Concluses - O mtodo Totalmente Bayesiano mostrou ser o melhor para estimar a variabilidade da taxa de fecundidade especfica em mulheres de 10 a 19 anos nos bairros de Porto Alegre, principalmente nos locais onde a populao exposta era muito pequena.
Resumo:
A prolactina (PRL) um hormnio peptdico sintetizado e secretado, principalmente, pelas clulas lactotrficas da glndula hipfise anterior, tendo como principal funo a induo e manuteno da lactao. Existem trs formas moleculares de PRL na circulao: PRL monomrica (little prolactin) com massa molecular de cerca de 23KDa, PRL dimrica (big prolactin) com 45 a 50KDa, e macroprolactina (big big prolactin) maior do que 150KDa. Esta ltima est geralmente ligada a imunoglobulinas G. Em condições normais, ou em pacientes com hiperprolactinemia sintomtica, predomina em circulao a forma monomrica. A hiperprolactinemia uma das disfunes endcrinas hipotlamo-hipofisrias mais comuns em mulheres em idade reprodutiva. Ocorre mais freqentemente por adenomas hipofisrios (prolactinomas) e secundria ao uso de drogas com ao central. Na ausncia de causas conhecidas, a hiperprolactinemia considerada como idioptica. Finalmente, pode estar associada ao predomnio de macroprolactina no soro, sendo denominada macroprolactinemia. A suspeita de macroprolactinemia ocorre quando um paciente com hiperprolactinemia no apresenta os sintomas tpicos e/ou no tem evidncias radiogrficas de tumor na hipfise, embora a macroprolactinemia possa estar ocasionalmente associada a prolactinomas. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a freqncia de macroprolactinemia, atravs da precipitao com PEG, numa amostra de mulheres com hiperprolactinemia; descrever associaes da macroprolactinemia com variveis clnicas, hormonais e de imagem da hipfise; e caracterizar a evoluo clnica e dos nveis de prolactina durante o seguimento desta coorte. Realizou-se um estudo descritivo, onde foi estudada uma coorte de pacientes do sexo feminino (n = 32), consultando no HCPA de 1989 a 2005, com diagnstico de hiperprolactinemia (>26ng/mL) e seguimento com agonistas da dopamina. Aps um perodo de 3 meses sem tratamento (washout), as pacientes dosaram prolactina para investigao dos nveis sricos e presena de macroprolactina, e foram classificadas como aquelas que normalizaram os nveis sricos de prolactina durante estes anos de seguimento (Grupo Hprl prvia) e as que continuaram hiperprolactinmicas. Estas foram reclassificadas como grupo de hiperprolactinmicas cuja forma circulante predominante a prolactina monomrica (Grupo Hprl mono) e o grupo de hiperprolactinmicas com predominncia de macroprolactina (Grupo Hprl macro). O percentual de macroprolactina foi calculado atravs dos valores de PRL totais obtidos das amostras ntegras em comparao com os nveis de PRL encontrados nas amostras precipitadas com PEG. Recuperaes de prolactina monomrica > 50% classificaram a amostra como tendo predomnio de formas monomricas, o percentual de recuperao 40% foi considerado como predomnio de formas de alto peso molecular (macroprolactinemia), e recuperao entre 40 e 50% indicou indefinio da forma predominante de PRL. A freqncia de macroprolactina foi de 28,1% (n = 32). Pacientes hiperprolactinmicas com macroprolactinemia so significativamente mais jovens do que as hiperprolactinmicas com a forma monomrica. Como esperado, tanto as pacientes do grupo Hprl macro como Hprl mono apresentam nveis de prolactina significativamente mais elevados que as pacientes Hprl prvia. Atravs do mtodo de precipitao com PEG, identificou-se a forma predominante de prolactina na circulao em 71,8% dos casos (n = 32). Verificamos ainda que as pacientes com predominncia de macroprolactina no apresentam os sintomas da sndrome hiperprolactinmica, e na maioria dos casos, possuem exames de imagem por TC normal.
Resumo:
Esta dissertao foi desenvolvida da seguinte forma: No item I - Introduo, se mostra como foi constatado que os indivduos, em experimentos, no se comportavam como simples maximizadores de quantidades, e so citadas as primeiras teorias explicativas dos comportamentos encontrados. Nos itens 11 e I1I, se mostra a evoluo histrica da Teoria dos Jogos e da Economia Experimental, a partir da publicao de "Theory of Games and Economic Behavior". No item IV, so apresentados conceitos bsicos de Teoria dos Jogos, formas de jogos, solues e equilbrio. No item V so apresentados conceitos de barganha e discutido o equilbrio em barganha. So apresentados, tambm, os Jogos do Ultimato e do Ditador, os quais serviro de base para comparao das duas teorias citadas, posteriormente, no item VIII. No item VI so apresentados as condições necessrias e os procedimentos adequados para a realizao de experimentos em Economia. No item VII so relacionados alguns experimentos realizados, em condições distintas, com Jogos do Ultimato e Ditador e, seus resultados e concluses so analisados. No item VIII so apresentados os Modelos de Preferncias Sociais e, em especial, a Teoria da AversclO Iniquidade e o Equilbrio de Justia Recproca. No item IX descrito o experimento proposto e sua motivao - rplica a uma assertiva de Chamess e Rabin (2002) quanto possvel igualdade de resultados em jogos realizados sob formas simultnea e seqencial. No item X Concluso, se faz uma comparao entre a Teoria da AversZo Iniqidade e a Teoria de Equilbrio de Justia Recproca.
Resumo:
o trabalho objetiva enquadrar o Programa Grande Carajs dentro dos planos de desenvolvimento da Amaznia ~ do qual ele um programa para a Amaznia Oriental. A base terica e a de delimitao de sistemas sociais de Guerreiro Ramos
Resumo:
Este trabalhe tem cerne objetivo investigar e universo psicossocial de um grupo de mulheres idosas de classe socioeconmica baixa. Inicialmente, so analisadas as problemticas da mulher e de idoso a partir de uma reviso crtica da literatura, compreendendo estudes tericos e pesquisas empricas realizadas no Brasil. Tambm so focalizados os conceitos de identidade e de marginalidade, cem frequncia referidos no percurso de trabalho. A seguir, relatada uma pesquisa de campo em que se utiliza e mtodo de histria de vida. Foram entrevistadas 20 mulheres cem idade acima de 60 anos, de baixa renda, residentes em uma cidade de mdio porte de Estado de Espirite Santo. Apresenta-se uma caracterizao prvia da populao e posteriormente uma anlise das entrevistas. Nesta anlise observam-se algumas convergncias bsicas nas condições objetivas de vida e nas representaes construdas pele grupo das entrevistadas acerca de suas vivncias, no que se refere especialmente s suas condições de trabalho, s suas inseres nos contextos familiar e pblico, s imagens das figuras masculina e feminina elaboradas e situao. vivencial de envelhecimento. Destacam-se entre essas convergncias: o exerccio de atividades laborais informais no-especializadas; a referncia frequente ao contexto familiar; a construo de uma auto imagem fragilizada ou ambgua que no se coaduna com as experincias de sustentculo familiar relatadas; e uma adequao/inadequao ao modelo vigente de velhice, denotando, frequentemente, uma defasagem entre a idade cronolgica e o sentimento subjetivo do envelhecimento. Finalmente, a concluso procura integrar os aspectos mais significativos observados nos relatos, delineando-se o perfil psicossocial do grupo estudado.
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi investigar a vida cotidiana de mulheres rotuladas como deficientes mentais, atravs de seus relatos biogrficos pessoais. As entrevistadas descreveram sua rotina em casa e na instituio, falaram sobre suas famlias, relacionamentos, dificuldades em integrao social, e sobre seus problemas fsicos e de aprendizagem. Ficou clara no discurso deste grupo a dicotomia entre o mundo de dentro", compreendendo os espaos protegidos da casa e da instituio, e o mundo ameaador e violento de fora", representado pela rua. Seus relacionamentos sociais restringem-se aos personagens do mundo de dentro": a famlia, os profissionais, e os colegas da instituio, e muitas entrevistadas disseram se sentir discriminadas pelas pessoas de fora". Embora vrias mulheres tenham exprimido o desejo de ser independentes (trabalhar fora, sair sozinhas, etc), na prtica mantm urna relao de extrema dependncia familiar. A pesar de dois teros das entrevistadas terem mais de 20 anos, elas no parecem ter nenhuma perspectiva concreta de morar sozinhas, casar, ou vir a formar sua prpria famlia. Um dos pressupostos deste estudo era de que o estigma da deficincia mental, seria o terna central nas histrias de vida. Entretanto, mais da metade dos sujeitos no abordou esta questo, e muito poucas se autodenominaram deficientes. Foi postulado que os efeitos do estigma talvez sejam minimizados neste grupo devido superproteo familiar e institucional por um lado, e a evitao do mundo "de fora" (onde esta condio seria denunciada mais abertamente) por outro. Assim sendo, em sua prtica diria, a maioria dessas mulheres tm poucas oportunidades de se confrontar com a situao de marginalizao. Deficincia mental foi analisada como um fenmeno socialmente construdo, e acredita-se que estas pessoas funcionem em um nvel mais dependente do que sua condio orgnica exigiria, por terem sido reforadas por representar o papel social de deficientes. Apesar das caractersticas comuns, cada histria de vida provou ser original e nica, mostrando o erro em se considerar as pessoas portadoras de deficincia mental como um grupo homogneo e bem definido. Alm disso, a no ser pela dependncia familiar, falta de participao autnoma e integrada na comunidade, e relacionamento amoroso e sexual restrito, a ideia dessas mulheres no qualitativamente diferente do resto da populao.
Resumo:
O presente trabalho utilizou conceitos da Psicologia Social de George H. Mead relativos interiorizao da real idade social. Utilizou tambm a teoria da construo social do indivduo de Berger e Luckmann, que considera a construo do sujeito a partir da socializao primria e secundria. Finalmente, utilizou a teoria do papel, de Goffman. A pesquisa procurou verificar a presena de maior antagonismo frente ao exerccio da dupla jornada de trabalho, em mulheres que trabalham fora na faixa de 20-30 anos em relao a mulheres na faixa de 41-60 anos. Para tanto, utilizou-se um questionrio constitudo de duas partes: a primeira, apresentou itens que levantaram reas de conflito frente ao exerccio dos papis domsticos do trabalho fora de casa. A segunda, detectou os esteretipos que as mulheres possuem sobre a mulher domstica e a mulher que trabalha fora. o grupo experimental constituiu-se de 144 mulheres da cidade do Rio de Janeiro, pertencente classe mdia, divididas em quatro grupos de 36 mulheres cada, distribudos assim: dois grupos de 20-30 anos, um trabalhando fora e outro no; dois grupos de 41-60 'anos, um trabalhando fora e outro no. Os resultados obtidos mostraram que o exerccio da dupla jornada de trabalho e vivenciado de forma mais conflitiva por parte das mulheres de 41-60 anos, do que pelas mulheres de 20-30 anos.
Resumo:
As teorias psicolgicas reconhecem a importncia da relao me X filho, observando-a como primordial para o desenvolvimento da criana. Esta relao implica, na maioria das propostas tericas, na permanncia da me junto seu filho e de como os sentimentos maternos podem influir ou mesmo determinar as reaes infantis. No entanto, pesquisadores tm ressaltado o momento de transformao pelo qual a famlia passa, j que tanto o homem quanto a mulher buscam novos valores e papis sociais. Nos tempos modernos a creche surgiu como a grande soluo para aquelas mulheres que necessitam trabalhar, na busca de novos papis na sociedade. Contudo, tal soluo parece gerar mais sentimentos de culpa e inadequao medida que a mulher, na maioria das vezes, se sente pressionada e cobrada no que diz respeito ao seu papel de me, cabendo ela a exclusividade dos cuidados infantis, conforme abordagens tericas acima citadas. Desta forma, h a influncia da atitude da me frente creche na adaptao de seu filho instituio? Esta correlao foi constada no estudo que aqui se apresenta, porm verificou-se a possvel participao de outros fatores no processo adaptativo da criana creche como: a estrutura da personalidade materna; a dinmica familiar da me e da criana; a estrutura da instituio (creche); as condições de desenvolvimento da criana e as condições inerentes prpria criana. Conclui-se, portanto, que os tempos atuais urgem por uma redefinio e reestruturao da famlia, implicando numa nova leitura das teorias psicolgicas infantis, quem sabe luz da teoria sistmica, levando-se em conta o novo papel social feminino. A reflexo crtica sobre o desenvolvimento da criana papel de todos.
Resumo:
Nesta dissertao, o objetivo identificar e analisar as representaes sociais acerca das masculinidades referidas por homens executivos, gestores do mundo de negcios. Onde o foco maior conseguir evidncias para os seguintes questionamentos: o que ser homem no mundo dos negcios? Quais as representaes sociais da masculinidade? Quais as formas privilegiadas, ou hegemnicas dessa masculinidade? Este trabalho est baseado no projeto de pesquisa do Dr. Alexandre de Pdua Carrieri sobre Masculinidades Contemporneas: Representaes da Masculinidade na tica de Homens e Mulheres Executivos. Como contribuio terica para os estudos organizacionais, esta pesquisa possibilita um olhar sobre a masculinidade contempornea no ambiente empresarial, e no apenas a dominao do masculino sobre o feminino. Como o mundo dos negcios um termo abrangente a pesquisa no se concentrou em setores especficos da sociedade, ou mesmo desse mundo de negcios, se buscou alcanar uma concepo analtica que atingisse a representao social sobre esse mundo. O objeto alvo deste estudo so os executivos, diretores, gerentes, assessores e coordenadores, pois esses sujeitos dentro da dinmica do capitalismo contemporneo so mveis dentro dos controles das organizaes. Trata-se de uma pesquisa exploratria, onde foi realizada entrevistas a fim de se obter dados qualitativos sobre objeto de estudo e que tem como suporte metodolgico a Teoria das Representaes Sociais e a anlise do discurso. As entrevistas foram realizadas com 10 homens de negcio, tais quais coordenadores de Instituio de Ensino Superior; coordenador de investimento e operaes industriais; diretores executivos; gestor de unidades e assessor jurdico, todos da cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, foi possvel analisar as representaes sociais da masculinidade no que diz respeito ao homem de negcios. Os avanos dos estudos sobre a masculinidade tornar possvel desconstruo da masculinidade hegemnica exercida sobre todos ns, homens e mulheres. Tal anlise possibilita um aumento do conhecimento sobre as organizaes, assim como, ajuda entender as influncias do comportamento dos funcionrios na empresa. Atravs das entrevistas foi possvel conhecer o ambiente de trabalho do executivo homem, suas responsabilidades, o contexto social em que est inserido e as representaes sociais que o conduzem na sociedade. Como a sociedade brasileira, em sua maioria, diz-se capitalista e crist a dominao e o poder exercido pelos mais fortes continuaram a existir. Porm, com a pesquisa possvel verificar quais as representaes sociais da masculinidade marcantes nos homens de negcio, as quais direcionam todo o contexto organizacional, independente do sexo. Dessa forma se fez possvel entender um pouco melhor esse capitalismo selvagem corporativo em qual a sociedade optou viver.
Resumo:
A anlise limita-se a medir os custos e benefcios sociais decorrentes da minerao no vale do rio Jacu, um dos pontos de concentrao de jazidas carbonferas do Rio Grande do Sul, embora ao sul do Estado, no municpio de Bag, exista outro grande deposito, explorado atravs da mina de Candiota. Como, no entanto, nesta localidade o carvo encontrado quase a cu aberto, no apresenta os mesmos problemas da minerao de subsolo, como ocorre em. Jacu, razo pela qual foi excluda do trabalho. Embora no vale do Jacu existam 4 minas em funcionamento vamos nos deter no exame de apenas uma, Charqueadas, a qual nos parece ser a mais representativa da atividade mineira na regio. O trabalho encontra-se dividido em trs partes. Na primeira delas fazemos uma apreciao dos acontecimentos histricos que antecederam a atual situao da indstria carbonfera, assim como apresentamos algumas caractersticas econmicas da minerao no vale do Jacu, as quais constituem apenas um ligeiro resumo das consideraes feitas em um trabalho executado pelo Instituto Brasileiro de Economia (TERE), intitulado "Estudo Econmico da Extrao do Carvo no Rio Grande do Sul". Na segunda parte, analisamos os principais aspectos econmicos e sociais que integram o problema carbonfero, quais sejam: o papel da gerao tcnica dentro do sistema gerador de energia eltrica do estado, o aproveitamente do carvo do vale do Jacu na siderurgia e as condições da mo de obra mineira e do mercado de trabalho na regio. At ento o trabalho ter pretendido dar uma viso global de toda a problemtica da indstria carbonfera do Rio Grande do Sul, nos seus diferentes aspectos. Na terceira parte, cuidamos da anlise dos custos e benefcios sociais. Primeiramente, apresentamos o escopo desta teoria, mostrando as diferenas entre a avaliao privada e a avaliao social, como medir os custos sociais do capital e da mo de obra, para, em seguida, aplicar estes conceitos indstria do carvo, e achar a relao benefcio/custo decorrente da sustentao daquela indstria. Por fim, na parte IV, apresentamos as concluses e comentrios.
Resumo:
A investigao desenvolve-se em dois nveis um a reviso bibliogrfica geral e especfica, como estudo do contexto scio-poltico e econmico que d origem urbanizao por expanso das periferias' e das prticas de mobilizao da maioria pobre da populao urbana em seus locais de moradia contra o agravamento de suas condições de vida; o outro nvel constitudo pelo estudo de caso da Zona Sul de So Paulo nos anos 70, que a partir da coleta de dados e da reconstruo histrica dos movimentos locais no perodo considerado, pretende obter respostas s questes detectadas no primeiro nvel e rebat-las ao plano tcnico.