979 resultados para Literatura brasileira - Séc. XX - História e crítica


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Partindo-se do pressuposto de que existe uma interligação, por meio da presença da literatura/cultura portuguesa, entre Portugal e a cidade de São Paulo – no período de 1900-1922, caracterizado ainda como pré-modernista brasileiro –, a proposta deste texto dirige-se ao comentário de alguns periódicos (O Estado de S. Paulo; A Vida Moderna; O Pirralho), visto que “[...] há uma história da literatura que se projeta na cidade de S. Paulo; e há uma história da cidade de S. Paulo que se projeta na literatura.” (CANDIDO, 1975). Assim, pretende-se verificar como a presença da literatura/cultura portuguesa (principalmente autores canônicos do século XIX) repercutiu na vida social e intelectual da cidade de São Paulo, para melhor compreensão das formas de sociabilidade, bem como a caracterização das diferentes etapas percorridas pela literatura brasileira em São Paulo.

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Uma leitura atenta da ficção de Graciliano Ramos pode revelar uma forma aguda de refletir o mundo através de uma reflexão anterior sobre a própria linguagem da literatura e da sociedade. É uma leitura desse teor que se pretende mostrar, apoiada na conhecida teoria das funções da linguagem de Jakobson. Num jogo constante entre as funções fática e metalingüística, Graciliano Ramos demonstra visível consciência dos problemas de linguagem, cujo tratamento moderno aponta uma postura bastante crítica (via linguagem) perante o homem e a vida. An attentive of Graciliano Ramos’ fiction reveals a deep form of reflection on the world thorough a previous reflection on the very language of literature and society. Such a reading is here attempted based on Jakobson’s well known theory of language functions. In a constante play between the fatic and the metalinguistic function, Graciliano Ramos demonstrates a clear awareness of the problems of language, whose modern treatment points at a very critical poise (via language) before man and life.

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Por meio de rica análise do trabalho do ficcionista mineiro Roberto Drummond, Maria Lúcia Outeiro Fernandes busca, neste livro, articular o trabalho do autor de Coca-Cola e guerrilha e O tecedor de vento com vários temas centrais da arte e da cultura contemporâneas. Explicitando os traços presentes na obra do escritor, Fernandes apresenta uma expressiva contribuição ao estudo dos procedimentos formais e posicionamentos ideológicos que permeiam grande parte da produção literária das últimas décadas do século XX, como o ecletismo de estilos, a metaficção historiográfica, o pastiche, a intertextualidade e o hiper-realismo. O deslocamento de fronteiras entre produção erudita e de massas também faz parte do foco da autora. Fernandes discute ainda as possíveis relações entre essas constantes e alguns problemas que emergiram na cultura ocidental principalmente a partir da década de 1960, como a morte da arte, o ocaso das vanguardas, o anti-humanismo, a sociedade do simulacro, a supervalorização da informação, o ceticismo em relação às utopias. São temas que, em Drummond, conduzem ao que a autora chama de perspectivas pós-modernas da ficção.

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Em Pelos olhos do menino de engenho, a socióloga Carla de Fátima Cordeiro busca identificar um pensamento social relativo à questão racial no Brasil na década de 1930, a partir da análise dos personagens negros presentes na obra de José Lins do Rego. Descendente de senhor de engenho, o escritor paraibano, ao lado de Gilberto Freyre, foi um dos mais destacados participantes do Movimento Regionalista Nordestino, que defendia os verdadeiros valores brasileiros, baseados na ordem social anterior: latifundiária, escravista e açucareira. Lins do Rego criou seus principais romances, considerados fortemente autobiográficos, entre 1934 e 1942, época em que as velhas estruturas econômicas e de relações sociais dos engenhos de cana-de-açúcar se encontravam em franco declínio. A autora traz à luz um processo fundamental da História do país, concluindo que o processo de decadência dos velhos modos de produção refletiu-se na narrativa dos romances, em que a violência, principalmente contra os subalternos negros, tornou-se cada vez mais presente. Dessa forma, ela demonstra como a ficção literária expressou o comportamento do poder patriarcal, que passou a sentir-se ameaçado pela inevitável introdução do trabalho livre.

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O autor tenta mostrar que Ressurreição, romance publicado por Machado de Assis em 1872, não apenas diverge em parte do gosto literário vigente na época como instaura uma nova temática na tradição romanesca brasileira, que era, então, ainda bastante incipiente: a dúvida. Segundo o pesquisador, por meio de uma técnica que ao mesmo tempo explica os expedientes narrativos e conta a história do protagonista, o narrador consegue fazer confluir para o campo da incerteza tanto o ponto de vista quanto a perspectiva do herói. Há por isso, em Ressurreição, certa suspensão da realidade, que para o pesquisador afasta a obra das abordagens convencionais do romance urbano do romantismo brasileiro e a aproxima do romance mais moderno que se fazia na Europa. Ali, essa modalidade literária adquiriu status de gênero burguês por excelência, por expressar os valores, os costumes e os anseios dessa classe e ainda servir como vigoroso instrumento de análise da nova civilização do capital. Do mesmo modo, para o autor, o romance de Machado, ao redefinir seus próprios procedimentos estruturais e reelaborar sua temática, sofisticando a percepção da realidade, logra promover uma densa análise crítica dos indivíduos e de seus interesses subjacentes às interações sociais. É, neste sentido, um dos embriões dos grandes romances da fase madura do escritor carioca

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A autora investiga o romance O selvagem da ópera, de Rubem Fonseca, publicado em 1994 e que se destaca por certa excepcionalidade dentro da obra do escritor, conhecido pelo uso da linguagem das ruas e pela ênfase nas situações de violência social - embora neste texto, publicado quatro anos após ter lançado Agosto, em que mesclava história e ficção para narrar os acontecimentos do mês em que Getúlio Vargas se suicidou, também volte a utilizar esses elementos. No livro, Fonseca debruça-se sobre a vida do compositor Carlos Gomes, famoso por sua ópera O Guarani, desde a sua partida de Campinas para o Rio de Janeiro de D. Pedro II, e depois para a Itália, onde encontraria a glória e o fracasso. O autor não se limita, porém, à simples narrativa histórica: investe também no hibridismo de gêneros, já que é contado para o leitor que o romance servirá de base para um filme de longa-metragem. Dessa forma, segundo a pesquisadora, Fonseca, empregando o recurso da metaficção, monta um jogo de simulacros e armadilhas, deixando o leitor indeciso se está diante de um material biográfico ou de um roteiro cinematográfico. Além da análise formal, o livro também discute as implicações trazidas pelo olhar inovador de Fonseca diante do cenário artístico e cultural da segunda metade do século 19

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Pós-graduação em História - FCHS

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

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Pós-graduação em Letras - IBILCE

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Pós-graduação em Estudos Literários - FCLAR

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Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa - FCLAR

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Pós-graduação em Letras - FCLAS

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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)