980 resultados para Ensino religioso Rio de Janeiro (Estado)
Resumo:
A presente tese engloba dois manuscritos que abordam o tema Consumo alimentar em mulheres, desenvolvidos atravs da anlise de duas pesquisas realizadas no Municpio do Rio de Janeiro, em 1995 e 2005. Trata-se do primeiro estudo brasileiro de base populacional que avalia a tendncia de consumo utilizando dados individuais de consumo alimentar. O grupo especfico analisado: mulheres com 35 anos ou mais de idade, apresenta as maiores prevalncias de obesidade. O primeiro manuscrito intitulado Ten-year increase in the prevalence of obesity among Brazilian women was associated to reduction of fat intake mainly among the less educated aborda a prevalncia da obesidade e consumo de energia e macronutrientes. Os resultados indicam importante aumento da prevalncia de obesidade (16% para 24%) acompanhada de aumento significativo do consumo calrico e reduo da ingesto de lipdios e colesterol. Na pesquisa mais recente a associao negativa entre educao e obesidade foi de maior magnitude e a renda deixou de associar-se a prevalncia de obesidade. O segundo manuscrito intitulado Mudanas no consumo de alimentos entre mulheres do Municpio do Rio de Janeiro, de 1995 a 2005 avaliou o consumo de alimentos, incluindo os de alta densidade energtica, e grupos de alimentos nos dois momentos, incluindo a avaliao das diferenas de consumo segundo escolaridade. A anlise do consumo mostrou aumento do consumo de alimentos calricos como doces, biscoitos e lingia e reduo de importantes grupos de alimentos como frutas, leite, feijo, razes e tubrculos e carnes no perodo de dez anos. As mulheres com maior escolaridade apresentaram maior reduo de consumo de carnes e frutas e no apresentaram reduo de peixes e derivados do leite. Adicionalmente, participei como co-autora em um artigo, tambm baseado na pesquisa mais recente, que avaliou a associao entre o uso de remdios/chs para emagrecer e a concentrao srica do hormnio estimulador da tireide (TSH), intitulado TSH levels associated with slimming pill use in a population based study of Brazilian women. Essa anlise mostrou alta prevalncia de uso dessas substncias e revelaram que os teores sricos de TSH foram significativamente menores entre as usurias de remdios/chs para emagrecer.
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Este trabalho objetivou traar um percurso analtico da base institucional e material da gesto da arborizao na cidade do Rio de Janeiro, visando a adoo de procedimentos para a quantificao do carbono armazenado nas rvores na malha urbana para possibilitar o conhecimento sobre o arboreto e o estabelecimento de objetivos quantificveis, reportveis e verificveis de reduo de emisses de gases de efeito estufa. Com a instituio da obrigatoriedade em nvel nacional da metas de reduo das emisses de gases de efeito estufa, atravs da Lei n 12.187/09, o municpio do Rio de Janeiro oficializou legalmente, com a Lei Muncipal n 5.248/11, o compromisso de adoo de medidas e programas de incentivo para reduzir as emisses de gases de efeito estufa na cidade. Entretanto, a nica ao de mitigao controlada pelo municpio, com procedimentos regulamentados, a compensao de emisses nas construes atravs do plantio de rvores. O acompanhamento da execuo dos plantios de rvores, exigidos no licenciamento das construes a atual forma de estabelecer objetivos quantificveis, reportveis e verificveis de reduo de emisses antrpicas de gases de efeito estufa no Municpio. De forma especfica, foi realizada uma anlise dos recursos institucionais e materiais disponveis e potenciais disposio do sistema de planejamento e gesto ambiental do municpio, com a proposio de criar um sistema de banco de dados (SGBD) da arborizao urbana. O banco de dados estruturado ao longo da pesquisa, foi utilizado em um sistema de informao geogrfico (SIG), onde foi possvel realizar um estudo exploratrio da estimativa de estoque de carbono em rvores em logradouros. A investigao desta pesquisa teve dupla expectativa: contribuir para a eficcia das aes de manejo e controle do arboreto urbano, com base no monitoramento contnuo dos servios ambientais das rvores; e consolidar critrios analticos habilitados para quantificar as alteraes de fitomassa do arboreto urbano, em uma proposta de um plano de arborizao para a cidade, at agora inexistente, que foi delineado ao final do trabalho, que seguramente ir garantir significativos benefcios ambientais, econmicos e sociais sociedade.
Mortalidade por asma no municpio do Rio de Janeiro no perodo de 2000 2009: anlise de causas mltiplas
Resumo:
O estudo das causas mltiplas de bitos permite conhecer a extenso real das estatsticas de mortalidade, minimizando a subestimao dos dados de mortalidade por asma. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a tendncia das taxas de mortalidade por asma informada em qualquer linha ou parte do atestado mdico da declarao de bito, no municpio do Rio de Janeiro, no perodo de 2000-2009. Os dados foram obtidos no Sistema de Informaes de Mortalidade (SIM), no perodo de 2000 a 2009, nas Declaraes de bitos (DO) registradas com CID-10 J45 e J46, de residentes do municpio do Rio de Janeiro, com um ano ou mais de idade. Foram calculadas taxas de mortalidade padronizadas por idade, nas seguintes faixas etrias: 1-4 anos, 5-34 anos, 35-59 anos, 60 e mais anos, considerando-se asma como causa bsica e como causas mltiplas, segundo gnero para cada ano do perodo. Para anlise de dados foi utilizado a tcnica de regresso linear. No perodo de 10 anos a asma foi causa bsica em 67,2% dos bitos que mencionaram asma. A subestimao da mortalidade por asma como causa bsica, foi igual a 48,7%. A taxa de mortalidade padronizada por asma como causa bsica declinou de 2000 a 2009 de 2,22 para 1,72/100.000 habitantes em 2009, (β= -0.06, p=0.017) e como causas mltiplas passou de 3,45 para 2,82/100.000 habitantes (β= -0.11, p=0.005). A anlise segundo gnero evidenciou um declnio mais acentuado entre os homens, cuja taxa de mortalidade por asma como causa bsica padronizada passou de 1,58/100.000 em 2000 para 0,59/100.000 em 2009 (β= -0.08, p=0.007); como causa mltipla a taxa diminuiu de 2,49/100.000 em 2000 para 1,11/100.000 em 2009 (β= -0.14, p<0.00001). Entre as mulheres a taxa de mortalidade passou de 2,79/100.000 em 2000 para 2,72/100.000 em 2009 como causa bsica e de 4,29/100.000 em 2000 para 4,32/100.000 em 2009. A regresso linear segmentada, realizada em dois perodos, de 2000 a 2004 e 2004 a 2009, no foi estatisticamente significativa (2000 a 2004: β= -0,16, p=0,131 e 2004 a 2009: β= 0,04, p=0,630). Do total de bitos nos quais a asma foi mencionada como causa mltipla 2,8% ocorreram na idade de 1 a 4 anos e 61% na faixa de 60 anos e mais. Quando a asma foi causa bsica, as causas associadas mais frequentes foram as doenas do aparelho respiratrio e nos bitos em que foi classificada como causa associada destacaram-se como causas bsicas as doenas do aparelho respiratrio e circulatrio. A magnitude das taxas de mortalidade por asma foi sempre maior nas mulheres comparado aos homens. A srie histrica mostrou tendncia ao declnio nas taxas de mortalidade, segundo causas bsicas e mltiplas, com declnio entre os homens e estabilidade entre as mulheres. A mortalidade por asma foi subestimada quando considerada apenas como causa bsica, o que poderia ser evitado com a utilizao da metodologia de causas mltiplas nas estatsticas de mortalidade da asma.
Resumo:
A proposta desta tese consiste em um recorte de uma abordagem mais ampla da determinao dos acidentes de trabalho, e tem como objetivo geral investigar o perfil de acidentes de trabalho que acometem funcionrios tcnico-administrativos do quadro efetivo de uma universidade do Rio de Janeiro. Para o alcance do objetivo, esta tese est estruturada em dois artigos, e como tal pretende explorar o perfil scio-demogrfico e ocupacional de funcionrios pblicos na ocorrncia de acidentes de trabalho (Artigo 1); e investigar a associao entre os eventos de vida produtores de estresse (EVPE) e a ocorrncia de acidentes de trabalho (Artigo 2). Dados seccionais da fase 2 de um estudo de natureza prospectiva (Estudo Pr-Sade) foram coletados entre 3572 funcionrios. A histria de acidentes de trabalho foi captada por meio de perguntas dicotmicas (sim vs. no) para cada um dos seguintes tipos de acidentes: perfurao com agulha; perfurao com outro objeto; corte; queimadura; choque eltrico; contuso ou distenso muscular; fratura, entorse ou luxao; e envenenamento ou intoxicao. O perodo de referncia para aferio tanto dos EVPE quanto da ocorrncia de acidente de trabalho correspondeu aos 12 meses anteriores a aplicao de questionrio autopreenchvel. No artigo 1 utilizou-se a tcnica de anlise de correspondncia mltipla para delimitar agrupamentos de funcionrios quanto ao perfil scio-demogrfico e ocupacional associado ocorrncia de acidente de trabalho, de acordo com as seguintes Caracterstica : sexo, idade, escolaridade, renda per capita, ocupao, setor e local de trabalho. No artigo 2, a associao entre EVPE e acidentes de trabalho foi avaliada atravs de anlise multivariada por meio de modelo lineares generalizados (logpoisson), sendo os resultados expressos atravs de razes de prevalncia (RP) ajustadas e seus respectivos intervalos de 95% de confiana (IC95%). A prevalncia total de acidentes no perodo de 12 meses foi de 25,6%. Dos tipos de acidentes referidos, o mais frequente foi a contuso ou fratura, com cerca de (10,2%) de relatos. Em seguida, aparecem as perfuraes com agulha (6,5%). Os resultados da anlise de correspondncia revelam trs grupos, destacando-se aquele formado pelos que sofreram perfurao com agulha com um perfil que abrange os auxiliares de enfermagem, trabalham no Hospital Universitrio e setores adjacentes, especificamente em setores de terapia intensiva, emergncia, cirurgia geral, clinica geral e ambulatrio. Em relao associao com EVPE, ter sido testemunha de agresso foi o evento mais fortemente associado com acidentes de trabalho (RP= 1,98, IC95%= 1,67; 2,34). Este estudo trouxe informaes acerca da importncia das caractersticas scio-demogrficas e de aspectos psicossociais na ocorrncia dos acidentes de trabalho que podem ser teis na elaborao de medidas para a preveno desse importante problema de sade pblica.
Resumo:
Esta dissertao se volta para a anlise da participao e da representao da sociedade civil no controle da Poltica de Assistncia Social, no processo de implementao do Sistema nico de Assistncia Social (SUAS), tendo como base a experincia do Conselho Estadual de Assistncia Social do Rio de Janeiro (CEAS/RJ). Busca-se examinar se o contexto de construo do SUAS abre ou no novas possibilidades ao exerccio da participao da sociedade civil. Para isso, acompanhamos a experincia do CEAS/RJ, buscando compreender sua estruturao e funcionamento, no sentido de captar o desempenho institucional dos atores que ocupam assento em seu espao. Na tentativa de montar o quadro mais amplo possvel das condies e dos desafios com que se defronta o Conselho no exerccio de sua funo pblica, nos apoiamos em fontes diversificadas. Foi realizado o estudo de documentos de fonte primria que regulamentam e legitimam o CEAS/RJ como espao de controle no mbito da Poltica de Assistncia Social, como a sua Lei de Criao e seu Regimento Interno, foram examinadas as atas das reunies plenrias do Conselho do ano de 2008 e realizadas entrevistas junto aos conselheiros representantes da sociedade civil. De forma geral, os resultados da pesquisa apontam para a dificuldade de se efetivar a participao no CEAS/RJ. No processo de implementao do SUAS o Conselho em estudo se depara com os dilemas centrais que marcaram at ento os espaos institucionalizados de controle social.
Resumo:
Este estudo investigou a variao altitudinal da comunidade de anfbios anuros em uma montanha de floresta Atlntica da Ilha Grande, avaliando a ocorrncia, distribuio, organizao e riqueza de anuros nas diferentes altitudes. Estabelecemos seis faixas de altitude para realizao do estudo: 150, 300, 450, 600, 750 e 900 metros acima do nvel do mar. Utilizamos duas metodologias de amostragem: o mtodo de parcelas grandes (5 x 5 metros) e o mtodo de transeco, entre janeiro de 2008 e maro de 2009. Os dados indicaram que na regio de Mata Atlntica do Pico do Papagaio ocorre uma considervel riqueza de espcies de anuros, a qual varia dependendo da faixa de altitude ao longo do gradiente altitudinal do morro. Houve em geral uma tendncia a um decrscimo da riqueza com aumento da altitude, com exceo da altitude de 900 metros, onde a riqueza teve um aumento quando comparado faixa altitudinal imediatamente abaixo. Nossos dados mostram ainda que ao longo de todo o gradiente altitudinal do morro, as maiores riquezas de anuros em geral ocorrem nas faixas de altitudes de 150 e 300 metros. Nossos dados indicaram para a regio estudada uma considervel densidade de anuros, que alm de variar significativamente entre as estaes seca e chuvosa, foi influenciada negativamente pela altitude: na medida em que houve um aumento da altitude ocorreu uma correspondente diminuio na densidade geral de anuros da comunidade componente. A anurofauna da regio do Pico do Papagaio apresentou uma queda abrupta na abundncia a partir dos 450 metros de altitude, com grande dominncia, em termos numricos, de trs espcies com desenvolvimento direto. Nossos dados mostraram haver uma variao sazonal na abundncia e, nas densidades de anuros na regio do Pico do Papagaio. Conclumos que a regio de Mata Atlntica do Pico do Papagaio possui uma elevada riqueza de espcies de anuros, a qual varia ao longo do gradiente altitudinal com os maiores valores de riqueza e abundncias encontradas entre as faixas de 150 e 300 metros, o que pode ser favorecido pela menor inclinao do terreno, pela maior ocorrncia de cursos dgua e pela elevada pluviosidade que ocorre nestas faixas altitudinais na Ilha Grande. A considervel similaridade na comunidade componente de anuros entre as altitudes de 150 e 300 pode resultar da similaridade estrutural da vegetao entre estas faixas de altitudes. A regio em geral teve uma alta densidade de anuros, que alm de variar sazonalmente, foi negativamente influenciada pela altitude. A observada reduo na abundncia dos anuros a partir dos 450 metros de altitude pareceu favorecer espcies com desenvolvimento direto.
Resumo:
O estilo parental tem influncia no desenvolvimento humano e pode ser definido como um padro de comportamentos identificveis nos pais quando se relacionam com seus filhos. A literatura tem utilizado alguns parmetros para compreender os estilos parentais. Um deles se caracteriza pelo binmio: limites-afeto ou responsividade e exigncia, delimitando trs estilos parentais: Autoritrio, Permissivo e Autoritativo. O estilo autoritrio caracteriza-se por pais que do muitos limites e pouco afeto. Estes pais procuram manter a ordem e o controle da famlia, devendo a obedincia ser alcanada ainda que sob padres punitivos. O estilo permissivo caracteriza-se por pais que do pouco limite e muito afeto. Nesse caso, h uma crena naturalista segundo a qual a criana deve expressar livremente suas necessidades e aprender por si s. Estes pais no se vem como responsveis por ensinar ou modificar comportamentos infantis. O estilo autoritativo caracteriza-se por pais que do muito limite e muito afeto. O cuidador apresenta condutas intermedirias entre as permissivas e autoritrias, estimulando verbalizaes emocionais, permitindo que os filhos participem das decises, estimulando argumentaes, autonomia e disciplina. A empatia considerada uma habilidade essencial para a manuteno dos laos sociais, que propicia a percepo da necessidade do outro e ao mesmo tempo favorece a sensao de ser compreendido. A assertividade a habilidade de expressar e defender sua opinio com firmeza e segurana, sem, contudo desrespeitar o outro. Esta pesquisa tem como hiptese a idia de que pais autoritativos seriam mais empticos e assertivos do que pais autoritrios. O objetivo deste estudo foi correlacionar os Estilos Parentais s Habilidades Sociais: Assertividade e Empatia. Participaram da pesquisa 64 pais, 21 homens e 43 mulheres. Os instrumentos utilizados foram: o Inventrio de Habilidades Sociais (IHS-Del Prette), ao Inventario de Empatia (IE FALCONE) e ao Parental Autority Questionary (PAQ). A Anlise dos dados foi feita atravs do SPSS. Foram efetuadas correlaes r de Person entre os fatores do PAQ e os fatores do IHS e do IE. Os resultados apontaram para uma correlao positiva (r = 0,30 ; p < 0,05) entre o fator Enfrentamento e Auto-afirmao do IHS e o estilo Autoritativo. Uma relao negativa (r = -0,24 ; p < 0,05) foi observada entre este mesmo fator e o estilo Autoritrio. Em relao a empatia, os fatores Tomada de Perspectiva (r = 0,33 ; p < 0,01), Sensibilidade Afetiva (r = 0,25 ; p < 0,05) e Autruismo (r = 0,25 ; p < 0,05) correlacionaram-se positivamente ao estilos Autoritativo, Em relao ao fator Autoritrio, foi verificada uma correlao negativa ( r = -0,24 ; p < 0,05) com o fator Altrusmo do IE. A partir deste resultado, foram realizadas trs anlises de regresso linear mltipla (stepwise) considerando cada um dos fatores do PAQ como variveis dependentes dos fatores do IHS e do IE. Os Fatores Enfrentamento e Auto-afirmao do IHS e o fator Autrusmo do IE junto explicam 15% da varincia do Fator autoritativo. Os resultados apresentados so discutidos a luz da psicologia do desenvolvimento, psicologia social e neuropsicologia.
Resumo:
Este trabalho tem por objetivo analisar a experincia poltica dos Conselhos Governo-Comunidade durante o governo Saturnino Braga frente da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 1986 e 1988. Criados no interior das trinta Regies Administrativas espalhadas pelo territrio do municpio, os CGCs, como tambm ficaram conhecidos na poca, tinham a funo de fazer a interlocuo entre as reivindicaes e demandas das comunidades cariocas com o poder pblico municipal. O projeto dos CGCs procurou atender a uma antiga reivindicao do movimento comunitrio: o desejo de participar ativamente nos processos decisrios de interveno da prefeitura nos bairros e favelas cariocas. Constitudos por membros das associaes de moradores de bairros, associaes de favelas, associaes comerciais e de indstrias, alm de contar com a participao dos agentes pblicos da prefeitura, os CGCs, atravs da descentralizao poltica e administrativa, permitiram que as comunidades cariocas pudessem indicar e fiscalizar as obras que a prefeitura realizaria em suas localidades. Ao estabelecer a participao comunitria no processo de interveno nos bairros e favelas cariocas como base de sua poltica, o governo Saturnino Braga, por meio dos conselhos, objetivou o fortalecimento do poder local em detrimento das prticas clientelsticas na cidade do Rio de Janeiro, principalmente ao no permitir a troca de obras por votos para deputados e vereadores. Com crticas ao populismo, os CGCs foram uma aposta da prefeitura do Rio e do governo Saturnino Braga para uma nova forma de se fazer poltica na cidade.
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Este trabalho tem por objetivo estudar, tendo como objeto a Comisso de Melhoramentos da Cidade do Rio de Janeiro, a construo do discurso da higiene e urbanizao que se delineou no Rio de Janeiro a partir da epidemia de 1849 e construiu ao longo do sculo XIX um discurso de cidade civilizada e moderna a partir de planos de melhoramentos urbanos e sanitrios, em um movimento liderado por engenheiros e sanitaristas, em sua maioria, ligados ao poder pblico, discurso este que ir se materializar, efetivamente, no incio do sculo XX com o Prefeito Francisco Pereira Passos.
Resumo:
Diante do crescente envelhecimento populacional, a operacionalizao das polticas de ateno pessoa idosa torna-se um desafio. H que se propor estratgias que possam melhor nortear as aes e servios. Neste sentido, este trabalho props-se a avaliar algumas iniciativas em andamento no municpio do Rio de Janeiro, considerando o Projeto Longevidade e o Programa de Ateno Bsica Sade do Idoso (PSI), desenvolvidos pela Secretaria Extraordinria de Qualidade de Vida (SEQV) e pela Gerncia de Programas de Sade do Idoso (GPI), respectivamente. Como parmetros estruturantes da pesquisa foram considerados os pressupostos da anlise de interveno e, de modo a oferecer respaldo terico para a avaliao proposta, as concepes de velhice e promoo de sade defendidas pelos projetos foram ressaltadas sob a tica da Gerontologia. O material emprico consistiu na anlise do contedo de entrevistas semiestruturadas com os representantes dos projetos, objetivando configurar o direcionamento dado s aes desenvolvidas. O relato dos gestores pareceu denotar certa fragilidade estrutural, dificultadora da efetivao da assistncia. Constatou-se, a partir da contextualizao dos projetos, que mediante maior articulao interinstitucional e construo de espaos de discusso onde a velhice seja prioridade, o estabelecimento de estratgias em consonncia com os princpios legais institudos poder tornar-se uma realidade.
A experincia de planejamento em sade mental na Cidade do Rio de Janeiro: um planejamento sem mtodos?
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O movimento de Reforma Psiquitrica possibilitou que uma poltica de sade mental, substitutiva ao hospital psiquitrico e de base comunitria pudesse ser, de fato, implementada no pas. Tal movimento, junto a uma srie de acontecimentos e construes argumentativas, permitiu uma mudana de paradigma e a efetiva construo de uma rede territorial de cuidados em sade mental. Este estudo dedica-se a analisar o uso do planejamento na trajetria de implementao da poltica de sade mental na cidade do Rio de Janeiro. Para tal, foram entrevistados atores que participaram da construo da gesto municipal no perodo entre 1993 e 2008. Foi possvel, a partir destas entrevistas, reconhecer alguns momentos nos quais os atores realizaram clculos que precederam e presidiram as suas aes. Analisamos a coerncia destes clculos com os propsitos de transformao da assistncia psiquitrica, com os mtodos escolhidos para tal e com as instituies, usando algumas contribuies tericas de Carlos Matus e Mario Testa. Observou-se uma experincia planejadora densa, com um pensamento de natureza estratgica e com clculos complexos, mas que no foram realizados a partir de mtodos definidos a priori.
Resumo:
As cmaras municipais constituram-se em um dos mais notveis mecanismos de manuteno do vasto imprio ultramarino portugus. Originavam-se dos antigos conselhos medievais, aglutinavam os interesses das elites coloniais ao serem compostas pelos homens bons da colnia, detinham considervel poder sobre a sociedade local alm de terem a liberdade de representar ao rei de Portugal seus anseios ou dificuldades. Paralelo, ao poder do senado da cmara municipal, encontravam-se as autoridades nomeadas pelo rei de Portugal: governadores coloniais. Este compartilhamento do poder na colnia gerava, muitas vezes, conflitos entre a cmara municipal e os funcionrios rgios. No Rio de Janeiro, setecentista, vrios fatores internos e externos colnia deterioraram as relaes entre os governadores coloniais e os membros do senado.Tal situao agrava-se com as incurses corsrias francesas de 1710 e 1711 que demonstraram a fragilidade do imprio portugus que h muito deixara de ter um poder naval significativo, perdendo espaos para potncias como a Frana, Inglaterra e Holanda. Incapaz de conter os inimigos no vasto oceano, desprovido de meios navais capazes de patrulhar os litorais de suas colnias na frica, sia e Amrica, em especial o do Brasil, o imprio portugus dependia cada vez mais dos recursos humanos de suas colnias para a manuteno do seu territrio ultramarino. A corte portuguesa sofreu duro impacto com a conquista da cidade do Rio de Janeiro por Duguay-Trouin e, ao longo dos prximos anos, procurou fortalecer o sistema defensivo de sua colnia com o envio de tropas e navios alm da construo de novas fortalezas e o reaparelhamento do sistema defensivo j existente.Todo este esforo para a guerra era bancado, em sua maior parte, com recursos da prpria colnia do Rio de Janeiro. Obviamente este nus no agradava a incipiente elite mercantil que florescia na colnia resultando no fato de que a poltica de enclausurar o Rio de Janeiro entre muralhas e fortificaes, s custas da economia colonial, colocou em campos opostos os funcionrios do rei e os membros do senado por vrias vezes nas primeiras dcadas do sculo XVIII. Surgiram inevitveis conflitos pelo uso e posse do territrio urbano do Rio de Janeiro cada vez mais pontilhado por fortalezas, sulcado por extensas valas e trincheiras a impedir-lhe o crescimento urbano. Alm do conflito territorial, em funo da expanso da atividade mercantil desenvolvida pelos colonos, as disputas comerciais envolveram as elites locais, vidas por lucros e impulsionadas ao comrcio devido descoberta do ouro na regio das Minas, e as autoridades e comerciantes lusos, uns querendo controlar a atividade comercial que crescia em acelerado ritmo, outros querendo lucrar e disputar espaos com as elites coloniais locais. No meio destes embates encontrava-se a Cmara Municipal do Rio de Janeiro, objetivo maior desta pesquisa, a defender os interesses das elites da colnia, pois delas era representante. Era uma disputa em que, muitas vezes, seus membros pagaram com a perda da liberdade e dos seus bens frente a governadores coloniais mais intolerantes
Resumo:
Estudos demonstram a associao de alteraes da apolipoprotena E (ApoE) e do receptor do LDL (RLDL) com a ocorrncia de doenas cardiovasculares e dislipidemia. O objetivo principal deste trabalho foi investigar a associao entre gentipos diferenciais da ApoE e do RLDL com a persistncia de alteraes de variveis lipdicas em indivduos jovens acompanhados h 28 anos no Estudo do Rio de Janeiro (ERJ). Atravs de um estudo longitudinal, tipo coorte, investigou-se 56 indivduos (35M) em trs avaliaes. Em A1 (13.301.53 anos), A2 (22.091.91 anos) e A3 (31.231.99). Nas trs ocasies foi realizada avaliao clnica. Em A2 e A3 foram dosados colesterol total, HDL, LDL e triglicerdeos. Em A3 acrescentou-se o estudo dos polimorfismos genticos da ApoE e do RLDL. Os fragmentos de interesse neste estudo foram amplificados por PCR (polymerase chain reaction) e os gentipos foram identificados atravs de reaes de restrio. As frequncias genotpicas de ApoE foram ε3/ε3 (62,5%), ε3/ε4 (25%), ε2/ε3 (5,4%) ,ε2/ε4 (5,4%) e ε4/ε4 (1,8%) e para os gentipos de RLDL foram AA (85,7%), AT (12,5%) e TT (1,8%). O gentipo ε2/ε2 no foi observado. A anlise da distribuio dos gentipos de ApoE segundo a permanncia de dislipidemia mostrou que todos os indivduos com gentipo de ApoE dos tipos ε2/ε4 e ε4/ε4 mantiveram pelo menos um lpide alterado em A2 e A3 entretanto, todos os indivduos com gentipo de ApoE do tipo ε2/ε3 no apresentaram lpides alterados em A2 e A3. Para o gentipo do RLDL no houve diferena significativa. Quando analisadas isoladamente, no foi identificado nenhum resultado significativo em A2 e/ou A3 associado a estes gentipos. O polimorfismo do gene da ApoE esteve associado permanncia de dislipidemia em indivduos jovens acompanhados em estudo de seguimento longitudinal
Resumo:
No mbito da organizao do espao, os cemitrios efetivam-se como artefatos de grande relevncia e suscetveis a diversas anlises e interpretaes. Na realidade, os cemitrios presentes nas cidades apresentam vvidas e vibrantes geografias. Marcas impressas pelo homem, refletem a estrutura social, cultural, religiosa, identitria da comunidade que os criaram, sendo impregnados de valores e significados, compondo, desta maneira, um rico e denso quadro cultural e de experincias. Mais do que isso, os campos santos apresentam particularidades e singularidades, uma vez que contemplam morfologias, estilos arquitetnicos e significados diferentes. Em outras palavras, compem pontos singulares no espao das cidades e, ao mesmo tempo, seus domnios internos compem singulares cidades com seus traados, monumentos e tmulos. Nestes termos, a dissertao tem como objetivo explorar/traduzir o Cemitrio So Joo Batista, localizado no municpio do Rio de Janeiro. Pretende-se abordar e analisar os usos que ocorrem no espao interno da necrpole em questo, compreendendo que, atravs destes, sero revelados os contedos das prticas sociais, espaciais e simblicas. Diante do exposto, a pesquisa torna-se relevante por abarcar os afamados campos dos mortos do Rio de Janeiro, priorizando um tema negligenciado pelas anlises geogrficas no Brasil. De tal sorte, a dissertao transforma-se em um veio para que outros pesquisadores ousem na mesma linha, isto , enveredando por um assunto to rico no qual a geografia, com suas vertentes, permite de forma extraordinria a sua compreenso.
Resumo:
Esta tese trata da questo dos municpios metropolitanos, na perspectiva da poltica nacional e regional de sade conduzida pelo SUS. O trabalho enfatiza as dificuldades para soluo metropolitana de regulao do sistema pblico de sade, no contexto de crescente autonomia dos governos municipais e do enfraquecimento do poder dos governos estaduais. A poltica de regionalizao e conformao de redes implementada pelo Ministrio da Sade desconhece as especificidades das diversas regies metropolitanas do pas. A tese explora, portanto, as contradies na poltica de descentralizao face Regio Metropolitana, estudando duas questes centrais, a partir da anlise da rede hospitalar na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro. Por um lado, busca verificar se a descentralizao efetivamente propiciou o atendimento bsico hospitalar dos pacientes em seus locais de residncia, cabendo referenciar para outras localidades apenas os casos de alta complexidade, no caso para a capital, cidade do Rio de Janeiro, que apresenta rede hospitalar mais complexa. Por outro, levanta a questo das relaes entre o contexto metropolitano e a necessidade de formao de uma rede integrada de servios de sade, abordando aspectos favorveis e os obstculos a esta necessria institucionalizao. Este estudo uma contribuio para o entendimento da questo metropolitana na rea da sade, de forma a permitir ultrapassar os obstculos que impedem aes coletivas.