992 resultados para Crianças abandonadas - Legislação
Resumo:
Trata-se de um estudo descritivo do tipo exploratrio que utilizou uma abordagem combinada quantitativa e qualitativa para caracterizar as famlias de crianças em situao de violncia intrafamiliar, atendidas pela Equipe de Proteo s Crianças Vtimas de Maus-tratos e Violncia Sexual, no Hospital de Clnicas de Porto Alegre (HCPA), no ano de 1999. A coleta de dados foi realizada por um roteiro estruturado elaborado pela pesquisadora, constitudo de quatro dimenses pr-estabelecidos scioeconmica, estrutura e funcionamento familiar, situao atual do abuso do contexto familiar e histria pregressa da famlia preenchido atravs dos pronturios e protocolos das crianças atendidas no HCPA. Os dados quantificveis foram analisados com auxlio da estatstica descritiva, e os qualitativos pelo mtodo de anlise de contedo, segundo Bardin (2000). Assim formaram sete categorias: organizao familiar, relacionamento familiar, percepo dos adultos sobre a criana vtima de violncia, justificativas de utilizao da violncia, aes maternas frente violncia, motivos da procura do servio de sade e a trajetria da famlia na instituio hospitalar. A maioria das famlias pesquisadas possuam precria insero scioeconmica com baixo nvel de escolaridade, desempregadas, inseridas no mercado formal e/ou informal. Eram predominantes da regio central de Porto Alegre, demonstrando uma diversidade de arranjos e fragilidade nas relaes familiares, com confuso de papis e disputa de autoridade. Algumas famlias registraram ausncia da figura paterna Caractersticas importantes constatadas entre os adultos: progenitores adolescentes, jovens, vivendo responsabilidade de adulto, o elevado padro do uso abusivo de drogas, presena de aleitamento materno e gravidez no desejada. Houve um predomnio de negligncia em relao a outras formas de violncia praticadas, sendo que o ato violento foi cometido de forma intencional, mas o agressor no apresentava justificativa para o fato. A me configurou-se como a maior agressora e, simultaneamente, a principal cuidadora da criana. Nesse estudo, a criana mais atingida foi a do sexo masculino, raa branca, evidenciando leso e apresentando longo perodo de convivncia com o agressor que sempre era algum muito prximo a ela. As famlias envolvidas procuraram atendimento de forma espontnea, mas a queixa de violncia estava implcita. A pesquisa permitiu contextualizar a violncia como social e histrica, presente em larga escala na sociedade brasileira uma sociedade desigual na qual se pratica violncia dentro da famlia contra a criana, legitimando uma forma de poder estruturante nas relaes sociais e na interao com fatores individuais econmicos e culturais. Assim, verificou-se a fundamental importncia da atuao do enfermeiro no enfrentamento da problemtica questo da violncia intrafamiliar contra a criana.
Resumo:
Introduo. Embora muitas crianças com cncer possam ser curadas, um nmero significativo tm resposta insatisfatria por ineficcia da teraputica tornando necessrio identificar agentes anticncer mais efetivos contra tumores refratrios ou recados. Estudos com Etoposide revelaram uma clara relao entre o tempo de exposio e os seus efeitos citotxicos, mostrando resultados superiores com o uso de doses fracionadas quando comparado ao uso de uma dose nica. Estudos de farmacocintica sugerem que as concentraes plasmticas ativas de Etoposide se situa entre 1 e 5 g/ml e que nveis acima de 5 g/ml determinam uma mielotoxicidade importante. O Etoposide apresenta um bom espectro antitumoral mesmo em pacientes que j foram tratados por via parenteral e uma adequada biodisponibilidade pela via oral, podendo ser administrado com segurana em regime ambulatorial. Portanto, torna-se atraente a busca de esquemas de administrao deste agente, os quais produzem nveis de concentrao plasmtica seguras pelo maior tempo possvel. Objetivos. Os objetivos deste estudo de fase I avaliar o perfil de toxicidade, a toxicidade dose-limitante, a dose mxima tolerada, a farmacocintica plasmtica e a dose segura do Etoposide oral recomendada para estudos de fase II em pacientes peditricos portadores de tumor slido refratrio. Materiais e Mtodos. Todos os pacientes eram portadores de tumor slido no responsivo aos tratamentos estabelecidos. A dose inicial do Etoposide foi de 20mg/m2/dose, a cada 8 horas durante 14 dias seguido de um intervalo de 7 dias antes de iniciar o prximo ciclo. A farmacocintica plasmtica do Etoposide foi estudada durante o primeiro dia de tratamento e os nveis de Etoposide determinados pelo mtodo de HPLC. Resultados. Dezessete pacientes foram includos no estudo, sendo que em 13 foram realizados o estudo de farmacocintica. O nmero total de cursos de quimioterapia foi de 64. Nove pacientes foram includos no Nvel de dose I, sendo que leucopenia grau 2-3 foi observada em 5. A dose foi ento escalonada para 25 mg/m2 (Nvel de dose II) e fornecida a 8 pacientes subsequentes o que determinou leucopenia grau 3-4 em 4 deles. Este Nvel de dose foi ento considerado como DMT (Dose Mxima Tolerada). A TDL foi neutropenia. As concentraes plasmticas mximas de Etoposide nos pacientes includos no Nvel de dose I e II foram de 2,97 e 8,59 g/ml, respectivamente, e os nveis da droga >1 g/ml foi mantido durante cerca de 6,3 horas aps a administrao da droga em ambos os nveis de dose. Resposta parcial foi observada em 1 paciente e 4 apresentaram doena estvel. Concluses. A administrao prolongada de Etoposide oral nas doses de 20 mg/m2 a cada 8 horas durante 14 dias consecutivos, seguidos de 7 dias de repouso, foi bem tolerada e determinou uma toxicidade manejvel em crianças e adolescentes portadores de doenas malignas refratrias. A dose de 20 mg/m2 aparentemente preencheu os requisitos farmacocinticos que objetivam melhorar o ndice teraputico do Etoposide, ou seja, a obteno de nveis plasmticos citotxicos sustentados e abaixo do limite de toxicidade clnica da droga.
Resumo:
Objetivos: Testar a hiptese de que a mucosa do intestino delgado proximal de crianças com diarria persistente apresenta alteraes morfomtricas e estereolgicas proporcionais ao estado nutricional. Mtodos: estudo transversal, incluindo 65 pacientes peditricos internados no perodo de maio de 1989 a novembro de 1991, com idade entre 4 meses e 5 anos , com diarria de mais de 14 dias de durao, que necessitaram realizar bipsia de intestino delgado como parte do protocolo de investigao. A avaliao nutricional foi realizada pelos mtodos de Gomez, Waterlow e pelos escores z para peso/ idade (P/I), peso/estatura (P/E) e estatura/idade (E/I), divididos em: eutrficos = z 2 DP e desnutridos z < -2dp; eutrficos = z 2 DP, risco nutricional = z < -1DP e desnutridos = z < -2DP; e de maneira contnua em ordem decrescente, utilizando-se as tabelas do NCHS. A captura e anlise das imagens por programa de computador foi efetuada com o auxlio do patologista. Nos fragmentos de mucosa do intestino delgado, foram medidas a altura dos vilos, a profundidade das criptas, a espessura da mucosa, a espessura total da mucosa e a relao vilo/cripta, com aumento de 100 vezes. Com aumento de 500 vezes, foram medidas a altura do entercito, a altura do ncleo e do bordo em escova. O programa computadorizado utilizado foi o Scion Image. A anlise estereolgica, foi feita com o uso de arcos ciclides. Resultados: Para os escores z P/I, P/E e E/I, divididos em duas categorias de estado nutricional, no houve diferena estatisticamente significante quanto s medidas da altura dos vilos, profundidade das criptas, espessura da mucosa, espessura total da mucosa e relao vilo/cripta. A altura do entercito foi a caracterstica que apresentou maior diferena entre os grupos eutrfico e desnutrido, para os ndices P/I e P/E, em 500 aumentos, sem atingir significncia estatstica. Quando os escores z foram divididos em 3 categorias de estado nutricional, a anlise morfomtrica digitalizada mostrou diferena estatisticamente significante para a relao vilo/cripta entre eutrficos e desnutridos leves e entre eutrficos e desnutridos moderados e graves (p=0,048). A relao vilo/cripta foi maior nos eutrficos. A avaliao nutricional pelos critrios de Waterlow e a anlise estereolgica no mostraram associao com o estado nutricional. Pelo mtodo de Gomez, houve diferena estatisticamente significante para a altura do entercito entre eutrficos e desnutridos de Grau III: quanto maior o grau de desnutrio, menor a altura do entercito (r= -.3330; p = 0,005). As variveis altura do entercito, altura do ncleo do entercito e do bordo em escova apresentaram uma clara associao com os ndices P/I (r=0,25;p=0,038), P/E (r=0,029;p=0,019) e com o critrio de avaliao nutricional de Gomez (r=-0,33;p=0,007), quando foram avaliadas pelo coeficiente de correlao de Pearson. A altura do ncleo mostrou associao com o ndice P/I (r=0,24;p=0,054). A altura do bordo em escova mostrou associao com o ndice P/I (r=0,26;p=0,032) e a avaliao nutricional de Gomez (r=-0,28;p=0,020). Concluses: As associaes encontradas entre o estado nutricional - avaliado de acordo com Gomez e os ndices P/I e P/E - e as variveis da mucosa do intestino delgado mostraram relao com o peso dos pacientes. Embora estas associaes tenham sido de magnitude fraca a moderada, h uma tendncia diminuio do tamanho do entercito, seu ncleo e seu bordo em escova medida que aumenta o grau de desnutrio.
Resumo:
No prximo ano, completam-se 40 anos desde a primeira tentativa de transplante heptico (TxH) em seres humanos. H quase 20 anos, o transplante (Tx) tornou-se uma opo teraputica real para os pacientes portadores de doena heptica terminal. Atualmente, o TxH o tratamento de escolha para diversas enfermidades hepticas, agudas ou crnicas. Dos transplantes realizados na Europa ou nos EUA, em torno de 12% dos pacientes so crianças e adolescentes. No Brasil, 20,9% dos pacientes transplantados de fgado em 2001 tinham at 18 anos de idade e, destes, 60,7% tinham 5 anos ou menos. O objetivo do TxH a manuteno da vida dos pacientes com doena heptica irreversvel, e a principal forma de avaliao de sucesso a sobrevida aps o Tx. A primeira semana que se segue ao TxH, apesar dos excelentes progressos dos ltimos anos, continua sendo o perodo mais crtico. A maioria dos bitos ou das perdas do enxerto ocorrem nas primeiras semanas, em particular, nos primeiros 7 dias de TxH. Diversos fatores de risco para o resultado do TxH podem ser identificados na literatura, porm h poucos estudos especficos do Tx peditrico. As crianças pequenas apresentam caractersticas particulares que os diferenciam do Tx nos adultos e nas crianças maiores. Com o objetivo de identificar fatores de risco para o bito nos 7 primeiros dias aps os transplantes hepticos eletivos realizados em 45 crianças e adolescentes no Hospital de Clnicas de Porto Alegre entre maro de 1995 e agosto de 2001, foi realizado um estudo de caso-controle. Entre os 6 casos (13,3%) e os 39 controles foram comparadas caractersticas relacionadas ao receptor, ao doador e ao procedimento cirrgico e modelos prognsticos. Das variveis relacionadas ao receptor, o gnero, o escore Z do peso e da estatura para a idade, a atresia de vias biliares, a cirurgia abdominal prvia, a cirurgia de Kasai, a histria de ascite, de peritonite bacteriana espontnea, de hemorragia digestiva e de sndrome hepatopulmonar, a albuminemia, o INR, o tempo de tromboplastina parcial ativada e o fator V no foram associados com o bito na primeira semana. A mortalidade inicial foi maior nas crianças com menor idade (p=0,0035), peso (p=0,0062) e estatura (p<0,0001), bilirrubinemia total (BT) (p=0,0083) e bilirrubinemia no conjugada (BNC) (p=0,0024) elevadas, e colesterolemia reduzida (p=0,0385). Os receptores menores de 3 anos tiveram um risco 25,5 vezes maior de bito que as crianças maiores (IC 95%: 1,3487,7). A chance de bito aps o Tx dos pacientes com BT superior a 20 mg/dL e BNC maior que 6 mg/dL foi 7,8 (IC95%: 1,250,1) e 12,7 (IC95%: 1,3121,7) vezes maior que daqueles com nveis inferiores, respectivamente. Das caractersticas relacionadas ao doador e ao Tx, as variveis gnero, doador de gnero e grupo sangneo ABO no idnticos ao do receptor, razo peso do doador/receptor, causa do bito do doador, enxerto reduzido, tempo em lista de espera e experincia do Programa no foram associados com o bito nos primeiros 7 dias. Transplantes com enxertos de doadores de idade at 3 anos, ou de peso at 12 Kg representaram risco para o bito dos receptores 6,8 (IC95%: 1,143,5) e 19,3 (IC95%: 1,3281,6) vezes maior, respectivamente. O tempo de isquemia total foi em mdia de 2 horas maior nos transplantes dos receptores no sobreviventes (p=0,0316). Os modelos prognsticos Child-Pugh, Rodeck e UNOS no foram preditivos do bito. Os pacientes classificados como alto risco no modelo de Malatack apresentaram razo de chances para o bito 18,0 (IC95%: 1,2262,7) vezes maior que aqueles com baixo risco. A mortalidade na primeira semana foi associada a valores elevados do escore PELD. O risco de bito foi de 11,3 (IC95%: 1,2107,0) nas crianças com valor do PELD maior que 10. As crianças pequenas e com maior disfuno heptica apresentaram maior risco de bito precoce. Doador de pequeno porte e prolongamento do tempo de isquemia tambm foram associados mortalidade. Somente os modelos de Malatack e PELD foram preditivos da sobrevida.
Resumo:
A colestase crnica na infncia e na adolescncia interfere diretamente no cres-cimento e no desenvolvimento do indivduo e produz conseqncias clnicas relacionadas com a m absoro das vitaminas lipossolveis da dieta. A vitamina E exerce um importante papel na estrutura e na funo dos sistemas nervoso e musculoesqueltico. A vitamina D tem reconhecida influncia sobre a fisiopatologia da osteopenia colesttica que se manifesta como osteoporose, raquitismo ou osteomalcia. A realizao de dosagens plasmticas dessas vitami-nas essencial para detectar precocemente suas deficincias, bem como para monitorizar uma adequada suplementao. Essas dosagens no so realizadas de rotina no nosso meio. Os objetivos do presente estudo foram verificar os nveis plasmticos de vitami-nas D e E em uma amostra de crianças e adolescentes com colestase crnica; verificar o esta-do nutricional e a ingesto de macro e micronutrientes desses pacientes; verificar o uso de su-plemento de vitaminas, o tempo de colestase; e realizar avaliao neurolgica para estabelecer eventual relao com os nveis plasmticos de vitamina E. A amostra constou de 22 crianças e adolescentes com colestase crnica que con-sultavam no ambulatrio ou estiveram internadas na Unidade de Gastroenterologia Peditrica do Hospital de Clnicas de Porto Alegre no perodo de dezembro de 2000 a abril de 2002. Como controles, participaram 17 crianças eutrficas e normais do ponto de vista gastroentero-lgico com faixa etria correspondente. Foram realizadas avaliao nutricional e avaliao neurolgica. Foi pesquisado o tempo de colestase e o uso de suplemento de vitaminas lipossolveis. A tcnica utilizada para as dosagens da vitamina E foi a cromatografia lquida de alta preciso (HPLC) e as dosagens plasmticas de vitamina D pela tcnica de radioimunoensaio. A prevalncia de desnutrio variou entre 23,8% a 63,0% considerando as diferentes medidas e padres utilizados. O inqurito alimentar realizado demonstrou uma ingesto calrica mdia de 89,33 27,4% em relao ao recomendado para idade com uma distribui-o dos macronutrientes em relao s calorias ingeridas dentro dos valores de referncia para o grupo em questo, havendo, porm, uma pobre ingesto de micronutrientes como ferro e zinco. O exame neurolgico foi alterado em 43% dos pacientes colestticos, em que foram constatadas vinte alteraes neurolgicas em nove pacientes. No obtivemos resultados con-fiveis para os nveis plasmticos de vitamina E, apesar de realizar 3 etapas para validao. O valor mdio de vitamina D entre os pacientes foi de 13,7 8,39 ng/ml, enquanto que no grupo controle foi de 25,58 16,73 ng/ml (P = 0,007), havendo uma prevalncia de hipovitaminose D entre esses pacientes de 36%. No foi observada relao entre estado nutricional, tempo de colestase ou uso de suplemento oral de vitaminas lipossolveis e os nveis plasmticos refe-ridos. Conclumos que a mdia de nveis plasmticos de vitamina D nas crianças e nos adolescentes colestticos do estudo foi significativamente menor do que nos controles nor-mais sem relao significativa com estado nutricional, tempo de colestase ou uso de suple-mento de vitaminas. As alteraes neurolgicas foram freqentes e a prevalncia de desnutri-o nos pacientes foi semelhante encontrada na literatura. A ingesta calrica foi deficiente havendo porm, um equilbrio dos macronutrientes e ingesto insuficiente de ferro e zinco.
Resumo:
Introduo: O conhecimento da distribuio da perfuso pulmonar pela cintilografia na bronquiolite viral aguda, pode auxiliar no entendimento das alteraes no equilbrio da ventilao - perfuso, peculiares a essa doena do lactente jovem. Objetivo: Avaliar o padro de distribuio da perfuso pulmonar em pacientes hospitalizados com bronquiolite viral aguda por meio de cintilografia pulmonar perfusional quantitativa com macroagregado de albumina com tecncio (99mTc-MAA), estabelecendo associao com as avaliaes clnica e radiolgica, bem como determinando o seu padro evolutivo at a condio de normalidade. Tipo de estudo: Dois estudos prospectivos com enfoque diagnstico: um transversal, comparativo, e um longitudinal, evolutivo, controlado. Pacientes e mtodos: A amostra da pesquisa foi constituda por pacientes hospitalizados no Hospital de Clnicas de Porto Alegre com diagnstico de bronquiolite viral aguda, no perodo de abril de 1998 a setembro de 2000, baseada em critrios clnicos de incluso: idade entre 01 e 24 meses, com quadro respiratrio obstrutivo de vias areas inferiores (primeiro episdio de sibilncia expiratria de incio sbito, com sinais de coriza, tosse irritativa, hipertermia, taquipnia, tiragem, batimentos de asa de nariz, esforo expiratrio), com gravidade suficiente para determinar a hospitalizao e cujos pais aceitaram participar do estudo. Todos os pacientes da pesquisa foram submetidos avaliao clnica, radiolgica e da perfuso pulmonar com o radiofrmaco. A cintilografia foi realizada na condio de crise (primeiras 24 horas da admisso) e na convalescncia (depois de 7 dias da alta hospitalar). A quantificao do fluxo sangneo pulmonar, representada em valores percentuais, foi realizada em trs reas de interesse, nas projees anterior e posterior, de ambos os pulmes. As comparaes foram feitas entre ambos os pulmes e entre as condies de crise e controle, considerando as reas de interesse e os gradientes entre elas e entre as projees anterior e posterior das mesmas. Para anlise comparativa das mdias foi utilizado o teste t de Student para amostras pareadas, considerando o nvel de significncia de 0,05. Resultados: Iniciaram o estudo transversal 38 pacientes e permaneceram no estudo longitudinal 19 pacientes; da amostra total, 22 eram do sexo masculino. A idade variou de 1 a 8 meses (mdia 2,8 meses). A distribuio do fluxo sangneo pulmonar regional foi maior na regio superior do pulmo esquerdo (PE) em relao ao pulmo direito (PD), na crise (P < 0,001), e maior na regio mdia do PD, no controle. Os gradientes de distribuio do fluxo sangneo pulmonar entre as regies superior e mdia e superior e inferior foi maior no PE, na crise e no controle (P < 0,05). O gradiente de distribuio do fluxo sangneo pulmonar entre as regies mdia e inferior foi maior no PD, na crise e no controle. O gradiente de distribuio do fluxo sangneo pulmonar no eixo ntero-posterior na regio superior foi > 1,0 em ambos os pulmes, na crise, e apenas no PE, no controle; na regio mdia, foi > 1,0 em ambos os pulmes, na crise e no controle; na regio inferior, foi > 1,0 apenas no PD, na crise e no controle (P < 0,05). A distribuio do fluxo sangneo pulmonar, comparada entre crise e controle, no mostrou diferena em quaisquer das regies ou dos gradientes avaliados. No houve associao entre o padro de distribuio do fluxo sangneo pulmonar regional na crise com a avaliao clnica ou com a avaliao radiolgica dos pacientes. Concluso: no se evidenciou uma distribuio do fluxo sangneo pulmonar com caraterstica de expressar o padro da relao ventilao-perfuso em lactentes jovens hospitalizados com bronquiolite viral aguda. Ocorreu apenas uma tendncia de redirecionamento da distribuio do fluxo sangneo pulmonar para as regies superiores.
Resumo:
O objetivo deste trabalho o de compreender a interferncia do meio na representao grfica da criana da Escola Itinerante do MST (Movimento do Trabalhador Rural Sem Terra), ou seja, como e com que intensidade os elementos simblicos (sigla, bandeira, ...) presentes em seu meio aparecem em seus desenhos. A representao grfica das crianças uma forma de comunicao e expresso do seu mundo, pela conexo entre os elementos simblicos que compem o meio externo com os mecanismos que fazem parte da sua estrutura interna, subjetiva. na interao do sujeito com o meio que o conhecimento se constri e nesse momento que o processo de conscientizao pode possibilitar uma internalizao mais intensa dos elementos simblicos que vo estar presentes no meio scio-cultural em que a criana vive. A criana desenha o que real para ela e um meio social carregado de valores e de um universo simblico vivido diariamente por ela pode interferir significativamente no seu desenho. Esse universo simblico est presente nas atividades realizadas, no s na escola como tambm nas aes do acampamento em geral e isso possibilita criana uma compreenso mais consciente e crtica da realidade que a cerca e da sua prpria histria de vida. Tericos como Piaget e Freire contribuem significativamente para a fundamentao terica dessa pesquisa, atravs dos seus posicionamentos com relao educao no seu movimento teoria e prtica; tomada de conscincia e conscientizao, como tambm ao processo de construo simblica na criana, pela qual ela se constitui como um ser simblico e social. Luquet, Marjorie e Brendt Wilson, com seus estudos sobre o desenho da criana trazem contribuies na rea do grafismo infantil e uma viso iconoclasta, fundamentais para compreendermos melhor as representaes das crianças e podermos estabelecer um dilogo com seus desenhos. A coleta de dados para anlise se deu no prprio Acampamento junto as crianças, com atividades variadas e tendo como forma de registro o desenho. As falas das crianças referentes ao desenho tambm so importantes pois ajudam na interpretao do mesmo. Atravs da anlise dos desenhos das crianças pudemos constatar a intensidade com que o contexto vivido por elas interfere na sua representao grfica, referida aqui como desenho, justamente pela constante presena dos elementos simblicos que fazem parte do MST, em seus desenhos. Conclui-se, desafiando os educadores a repensarem suas prticas educativas no sentido de buscar o significado dos conceitos a serem trabalhados com as crianças no seu prprio contexto a fim de tornar o conhecimento vivo e em movimento, explorando o universo simblico que compe esse meio social no qual a criana interage.
Resumo:
A ausncia de estudos de acompanhamento do desenvolvimento neurolgico de crianças nascidas prematuras, em nosso meio, motivou a realizao desta pesquisa. Com o intuito de estabelecer marcos desse desenvolvimento e de verificar as respostas apendiculares ao movimento do tronco e a uniformidade entre as funes motoras, perceptivas e de linguagem, foram avaliados prematuros aos 3, 6, 9 e 12 meses de idade corrigida, em um estudo de coorte no controlado, com enfoque prognstico. As respostas apendiculares ao movimento do tronco foram estudadas por meio das reaes de paraquedismo e de apoio lateral. A amostra foi constituda de 40 recm-nascidos (RN) prematuros, nascidos no Hospital de Clnicas de Porto Alegre, que foram acompanhados no ambulatrio do hospital aos 3, 6, 9 e 12 meses de idade corrigida. Foram includos no estudo RN com idade gestacional at 36 semanas e 6 dias, com 2.000g ou menos de peso no nascimento. Foram excludos os RN com ndices de Apgar <7 no 5o minuto, hemorragia cerebral, crises convulsivas, alteraes no estado de conscincia, infeco do sistema nervoso central (SNC), infeces congnitas, sndromes genticas e intoxicaes pr-natais. Tambm foram excludos os RN que apresentaram intercorrncias capazes de interferir no desenvolvimento neurolgico e os que apresentaram exame neurolgico alterado. As reaes de paraquedismo e de apoio lateral estavam ambas presentes em 8,1% das crianças aos 6 meses de idade corrigida. Aos 9 meses de idade corrigida, a reao de paraquedismo estava presente em 87% das crianças e a reao de apoio lateral, em 90%. Aos 12 meses de idade corrigida, 100% dos casos apresentaram as reaes posturais. Estes resultados no foram semelhantes aos encontrados em RN de termo de 6 e 9 meses de idade. O desenvolvimento do RN prematuro foi uniforme em relao s funes perceptivas e de linguagem para as idades corrigidas de 3, 6, 9 e 12 meses de idade corrigida. O desenvolvimento do equilbrio esttico foi o aspecto motor em desacordo com o esperado para cada idade corrigida. A evoluo dos reflexos primitivos coincidiu com o esperado para cada idade corrigida; e o reflexo cutneo-plantar se tornou flexor simultaneamente ao desaparecimento da preenso plantar.
Resumo:
Resumo no disponvel.
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo comparar dois grupos de crianças, vtimas e no vtimas de violncia domstica, no que se refere aos problemas enfrentados e relatados com os professores e os colegas, as estratgias de coping adotadas e a manifestao da agressividade no ambiente escolar. A amostra foi composta por 87 crianças de ambos os sexos, 49 vtimas de violncia domstica e 38 no vtimas, com idades entre sete e doze anos. As crianças vtimas de violncia domstica apontaram com maior freqncia as agresses verbais por parte da professora como problema e utilizam agresses fsicas como estratgia de coping mais do que as outras crianças. As crianças no vtimas citam com maior freqncia a busca de apoio de outras pessoas como estratgia para lidar com seus problemas junto aos colegas. Os resultados da Escala de Percepo de Professores dos Comportamentos Agressivos de Crianças na Escola mostram que as crianças vtimas de violncia so percebidas como mais agressivas que as outras e que os meninos so percebidos como mais agressivos que as meninas. Estes dados foram discutidos segundo a Abordagem Ecolgica do Desenvolvimento Humano. Concluiu-se que o aprofundamento de estudos sobre a conceitualizao das estratgias de coping, enfatizando, especialmente, os aspectos do contexto e das relaes hierrquicas, e manifestao da agressividade em crianças vtimas de violncia domstica pode trazer maiores esclarecimentos e subsdios para programas de interveno que promovam a resilincia e adaptao sadia dessas crianças na escola.
Resumo:
Resumo no disponvel.
Resumo:
Este estudo identifica a relao entre controle percebido e desempenho acadmico de crianças em situao de risco social e pessoal na cidade de Porto Alegre. Foram examinadas 61 crianças, sendo 30 meninos e 31 meninas com idades de 7 a 8 anos, que freqentavam a primeira srie de duas escolas estaduais da periferia de Porto Alegre. Os dados foram obtidos atravs da aplicao de uma escala de controle percebido, o CAMI ( Control, agency, Interview), que verifica os componentes de crenas como locus de controle, atribuio de causalidade, auto-eficcia e desamparo aprendido, bem como foram utilizados o Teste de Desempenho Escolar e o desempenho atribudos a cada criana com base nas provas finais do ano letivo, resultando em aprovado e reprovado. Quarenta e trs crianças tiveram como resultado a aprovao e dezoito foram reprovadas. Os resultados deste estudo foram obtidos atravs de regresso mltipla e logstica, mdias e anlise de varincia (ANOVA). Os resultados encontrados neste estudo confirmam que existe relao entre controle percebido e desempenho acadmico, como tambm que as crenas de controle, crenas de capacidade e crenas de estratgia variam de acordo com a idade e o gnero.
Resumo:
Este estudo objetivou um quadro descritivo sobre as atividades cotidianas de crianças em situao de rua, alm de investigar suas opinies sobre o brincar, as companhias de brinquedo, os espaos de brincadeira e os de trabalho. Considerando os limites do estudo em ambiente natural e, principalmente, a dinmica do espao da rua, foram utilizados trs instrumentos, complementares entre si: observao com registro cursivo, entrevista estruturada e jogo de sentenas incompletas. A amostra foi composta por vinte (20) crianças em situao de rua, do Centro de Porto Alegre, com idades entre seis de doze anos. Os dados demogrficos mostraram que estas crianças, em sua maioria, tm contato dirio com a famlia, e j tiveram alguma experincia escolar e com o trabalho. Os dados de observao mostram que estas crianças, no espao de rua, encontram-se em constante movimentao, brincando, interagindo com diversos pares (adultos, adolescentes e crianças) e trabalhando. O seu prprio corpo e os objetos deste espao so seus brinquedos mais freqentes, e a conversa o sentido mais freqente de suas interaes. O jogo de sentenas trouxe dados que mostram que estas crianças, geralmente, conceitualizam o brincar pelo processo de realizao da atividade, e pelos brinquedos que utilizam. Suas companhias mais freqentes so outras crianças, amigos ou familiares. O trabalho uma atividade relacionada prpria situao de vida das crianças. Ele necessrio, promove a subsistncia e caracteriza o desenvolvimento destas crianças, onde coexistem aspectos evolutivos da infncia e da idade adulta. Os resultados deste estudo mostram a importncia de: a) investigar o desenvolvimentos destas crianças de forma contextual, estando-se atento para suas caractersticas pessoais e para interao bidirecional pessoa- ambiente; b) compreender e significar o brinquedo no espao da rua, instrumentalizando profissionais que trabalham com estas crianças, e elas prprias, para valorizar aspectos saudveis do desenvolvimento; c) aprofundar estudos sobre a conceitualizao e significado do trabalho no espao da rua, avaliando os resultados dentro de uma viso ecolgica do desenvolvimento.
Resumo:
O presente estudo visou identificar a relao estabelecida entre os adolescentes em situao de rua e as instituies de atendimento a eles destinadas. Foram comparados os significados que os adolescentes em situao de rua atribuem s instituies de atendimento com os objetivos destes locais presentes nos documentos ali produzidos e segundo os seus dirigentes e/ou coordenadores. Foram realizados trs estudos interdependentes, sendo o primeiro feito com os adolescentes em situao de rua no centro da cidade de Porto Alegre. O segundo estudo foi realizado com as instituies mais citadas pelos participantes do estudo anterior e o terceiro estudo teve como participantes os dirigentes e/ou coordenadores destas instituies. Os resultados demonstram haver, de uma maneira geral, uma coerncia entre os objetivos institucionais presentes nos documentos analisados, na fala dos adolescentes e dos dirigentes destes servios. Isto ocorre, principalmente, em relao ao objetivo do suprimento das necessidades bsicas das crianças e adolescentes atendidas pelas instituies, havendo algumas incoerncias em relao ao objetivo de reinsero social. Esta apontada como uma das principais dificuldades enfrentadas pelas instituies de atendimento, sendo discutidas as principais implicaes desta dificuldade. A partir da realizao dos estudos, foi possvel constatar, ainda, a existncia de uma trajetria de vinculaao institucional que demonstra a forma como os jovens em situao de rua se relacionam com a rua, as instituies de atendimento e a famlia. Por fim, importante ressaltar o papel da insero ecolgica da equipe de pesquisa nos diferentes contextos investigados, garantindo a validade ecolgica dos dados e apontando uma srie de aspectos que contriburam para melhor compreender a relao estabelecida entre os jovens em situao de rua e as instituies de atendimento a eles destinadas.
Resumo:
O presente estudo investigou os sentimentos de mes de crianças com e sem doena crnica com relao sua experincia de maternidade e examinou a interao das dades nesses dois grupos. Participaram do estudo dezesseis dades me-criana, sendo oito com crianças portadoras de doena crnica fsica h pelo menos um ano, e oito cujas crianças no apresentavam problemas crnicos de sade. As crianças eram de ambos os sexos e tinham entre 24 e 25 meses de idade. As mes responderam a uma entrevista sobre o desenvolvimento infantil e a experincia da maternidade, e as mes do grupo com doena crnica tambm foram solicitadas a responder a uma entrevista sobre as impresses e sentimentos sobre a doena crnica da criana. Alm disso, foi realizada uma observao da interao das dades durante uma sesso de interao livre. A anlise de contedo das entrevistas mostrou que a experincia da maternidade foi afetada pela presena de doena crnica na criana. Isto apareceu especialmente no sofrimento vivido por essas mes que despertam sentimentos ambivalentes em relao s crianças, culpa, ansiedade, superproteo, ansiedade de separao e sentimentos de pouca ajuda de outras pessoas. Contudo, os resultados da anlise da interao da dade revelou apenas uma tendncia a diferenas, indicando que as mes de crianças com doena crnica foram menos responsivas quando comparadas ao outro grupo. Dessa forma, as particularidades existentes na experincia da maternidade entre os grupos no tenham aparecido de forma significativa na interao da dade devido grande variabilidade de comportamentos no grupo com doena crnica, ou por aspectos relacionados ao nmero de participantes e ao protocolo utilizado.