38 resultados para Releituras


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A sexualidade de Lea e Raquel, o útero, as mandrágoras e o corpo de Jacó são fatores que definem o alicerce do nosso texto como espaços de diálogo, mediação e estrutura do cenário. O destaque principal está sob o capítulo 30.14-16 que retrata a memória das mandrágoras. Como plantas místicas elas dominam o campo religioso e como plantas medicinais elas são utilizadas para solucionar problemas biológicos. As instituições e sociedades detentoras de uma ideologia e de leis que regulamentam uma existência apresentam na narrativa, duas irmãs, mas também esposas de um mesmo homem que, manipuladas por essa instituição que minimiza e oprime a mulher, principalmente a estéril, confina-as como simples objeto de sexualidade e mantenedoras da descendência por meio da maternidade. A memória das mandrágoras é sinal de que a prática existente circundava uma religião não monoteísta. Ela existia sociologicamente por meio de sincretismos, força e poderes sócio-culturais e religiosos. Era constituída das memórias de mulheres que manipulavam e dominavam o poder sagrado para controle de suas necessidades. O discurso dessas mulheres, em nossa unidade, prova que o discurso dessa narrativa não se encontra somente no plano individual, mas também se estende a nível comunitário, espaço que as define e lhes concede importância por meio do casamento e dádivas da maternidade como continuidade da descendência. São mulheres que dominaram um espaço na história com suas lutas e vitórias, com atos de amor e de sofrimento, de crenças e poderes numa experiência religiosa dominada pelo masculino que vai além do nosso conhecimento atual. As lutas firmadas na fé e na ideologia dessas mulheres definiram e acentuaram seu papel de protagonistas nas narrativas 9 bíblicas que estudamos no Gênesis. A conservação dessas narrativas, e do espaço teológico da época, definiu espaços, vidas, gerações e tribos que determinaram as gerações prometidas e fecharam um ciclo: o da promessa de Iahweh quanto à descendência desde Abraão. Os mitos e as crenças foram extintos para dar espaço a uma fé monoteísta, mas a experiência religiosa

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O que caracteriza uma pesquisa acadêmica num curso de doutorado é a apresentação de dois quesitos fundamentais. O primeiro é o elemento de inovação, capaz de enriquecer a pesquisa sobre o tema proposto. O segundo é o dos apontamentos como possibilidades de promoverem novos caminhos de releituras. Nesse sentido, nos convencemos de que a presente tese atende a expectativa, pois, o elemento inovador desta pesquisa é a desconstrução do conceito de saga da criação proposto por Karl Barth. É novo porque não encontramos, como suspeitávamos, nenhum autor, ou mesmo obra ou pesquisa que tenha proposto esta mesma tarefa. Ao contrário, há até alguns autores que enaltecem a pesquisa realizada por Karl Barth, como é o caso de Coats e Brueggemann. Apesar de reagirem a alguns pontos da teologia de Barth, porém, não o fizeram, especificamente, ao conceito de saga. O segundo quesito, estruturalmente ligado ao primeiro, é o que promove as possibilidades de releituras. A partir do pensamento de Paul Ricoeur propomos uma nova hermenêutica bíblica, fundamentada a partir daquilo que Ricoeur chamou de via longa, que utiliza-se de vários métodos, inclusive o histórico crítico, para se buscar uma interpretação do mundo do texto que gere sentido ao mundo frente ao texto. Acreditamos que esta proposta é capaz de superar a leitura puramente dogmática do mundo do texto. De acordo com Ricoeur, acreditamos que os elementos fundantes que pautaram a hermenêutica em torno do Dasein, ou mesmo, em torno da relação sujeito/objeto podem contribuir para uma nova hermenêutica, desde que não façam as mesmas concessões ao sujeito conhecente. Assim, a possibilidade de uma nova releitura se revela a partir daquilo que Ricoeur definiu, na relação dialética entre mundo do texto e mundo frente ao texto, como representância (réprésentance) revelante e transformante. E é nesse ponto que as Sagradas Escrituras ocupam o posto de fonte de revelação e inspiração.

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A obra compósita conhecida como I Enoque, formada por cinco livros, logrou muita importância para os Judaísmos do segundo templo, como também para os Cristianismos dos primeiros quatro séculos. Por isso, a intenção dessa pesquisa foi testar a contribuição do Mito dos Vigilantes (I Enoque 6-11) para o imaginário do demoníaco nos sinóticos, em especial enquanto espírito imundo. Para esse intento, primeiramente apresentamos as influencias do Mito dos Vigilantes na tradição enoquita e judaica em geral, para depois analisarmos suas contribuições para o imaginário do demoníaco. Depois, mostramos a presença de temas e idéias desse mito em alguns textos neotestamentários. Comprovada a presença do mito nas comunidades cristãs, analisamos as características e expressões simbólicas que pintam o quadro demonológico nos sinóticos, perguntando pela possível relação com os demônios das tradições judaicas. Com o acúmulo de imagens dos seres malignos dessas tradições no período do segundo templo, e a sua próxima relação com o Mito dos Vigilantes, concluímos ser possível a hipótese de que o demoníaco ao ser chamado de espírito impuro trás indícios e ecos do desenvolvimento, nas tradições de Enoque e na apocalíptica, do Mito dos Vigilantes. Possivelmente, podemos afirmar que as imagens e idéias geradas pelas releituras desse mito permeavam o imaginário das comunidades cristãs que geraram os sinóticos, em especial na concepção dos demônios. Assim, a influência do Mito dos Vigilantes não se resume a utilização literária, mas está no âmbito do imaginário, apropriado de maneira muito mais sutil e dinâmica.

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The research proposes a reflection on tutorial videos from Youtube, seen as a form of gift in modern society. Our reflection parts form a perspective of mutual exchange, which avoids the patterns of trade with current economic purposes. We present these video producers as craftsmen of cyberculture due to the skill and competence which they transmit their knowledge. The research is consisted by the observation of video tutorials on YouTube over the Linux operating system and its distributions. Analyzing the interactions between video producers, users and the website. The analysis is based on the classic Mauss (2003) and his reinterpretations of Caille (1998, 2001, 2002, 2006), Godbout (1992, 1998) assisted by Aime Cossetta (2010) and Sennett (2009) to help understand the idea of the craftsmen. The Internet as an open territory in expansion ables us to understand that the relationship in this medium also constitutes the reciprocal links pointed out by Mauss in the early twentieth century. The circulation of intangible property, in this case the knowledge beyond the establishment of social links, promotes a collaborative extent to produce the common in cyberspace.

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A presente investigação se insere na linha de pesquisa Educação, Linguagens e Utopias do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande – PPGEDU\FURG e teve como problemática central compreender quais são os processos formadores que se entrelaçam nas histórias escolares das mulheres pescadoras artesanais da Ilha dos Marinheiros, situada às margens da Lagoa dos Patos, na cidade do Rio Grande (RS). A pesquisa justificou-se em virtude da desvalorização do trabalho desenvolvido pelas mulheres pescadoras artesanais dentro do ciclo produtivo pesqueiro artesanal, as quais buscaram a escola novamente em suas vidas por meio de um Projeto de Educação formal destinado a jovens e adultos moradores de uma comunidade tradicional de pesca artesanal. A investigação construída se enquadra na metodologia qualitativa de pesquisa. A produção dos dados constituiu-se de quatro encontros junto a três mulheres pescadoras artesanais e foram utilizados diferentes instrumentos investigativos para produção dos dados: entrevistas semiestruturadas e observações registradas em Diário de Campo. Para a interpretação dos fenômenos investigados, utilizou-se a Análise Textual Discursiva (ATD), composta primeiramente pela unitarização dos dados, seguido da categorização dos mesmos, captação do novo emergente e a reconstrução textual. Compreende-se a metodologia de pesquisa como parte integrante da construção contínua de todo o processo investigativo. O estudo fundamentou-se nas contribuições teóricas de autores como Maria Cristina Maneschy, Paulo Freire, Caroline Terra de Oliveira, Antônio Diegues, entre outros. Neste estudo foram três as categorias que emergiram: A escola do hoje e a escola do ontem: as experiências escolares das mulheres pescadoras artesanais; A volta à escola para mulheres pescadoras artesanais: construção de sentimentos de emancipação; O que dizem as mulheres pescadoras artesanais sobre a profissão. Nesta última categoria as participantes da pesquisa falaram sobre o que é ser pescadora artesanal e se apresentaram enquanto profissionais da pesca artesanal, assim como reconheceram a atuação das famílias em prol das comunidades tradicionais. Na primeira categoria, os diálogos com as participantes da pesquisa, aliados as interlocuções teóricas possibilitaram a compreensão sobre o que pensam e dizem as mulheres pescadoras artesanais sobre suas experiências escolares, apresentado suas vivências escolares em escolas distintas, porém ambas as experiências compuseram seus processos de escolarização. Contudo, enfatiza-se na segunda categoria que voltar à escola possibilitou novas releituras de mundo para as pescadoras artesanais, fortalecendo a autonomia das mulheres em prol da luta pela valorização da categoria em meio à crise socioambiental enfrentada pelas comunidades pesqueiras tradicionais.

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A questão agrária brasileira vem passando por transformações neste início de século XXI com a introdução de políticas públicas de incentivo aos agrocombustíveis. Diante disto nos propomos a estudar os impactos socioterritoriais destas políticas públicas no município de Capela, lócus da economia açucareira da zona Cotinguiba, analisando a (des)(re)territorialização do campesinato e as estratégias do agronegócio em controlar o desenvolvimento do território camponês no Projeto de Assentamento de Reforma Agrária José Emídio dos Santos. Nossos objetivos nesta pesquisa foram: identificar as transformações recentes na questão agrária sergipana, provocadas pelo Plano Nacional de Agroenergia (2006 – 2011); Analisar o processo de (des)(re)territorialização do campesinato e do agronegócio sucroalcooleiro. Debater os conceitos de agrocombustíveis, segurança alimentar, biocombustíveis, soberania alimentar. Para atingirmos tais objetivos fizemos levantamento bibliográfico, com suas respectivas leituras, releituras, desconstruções, resumos, fichamentos, resenhas e colóquios. Fizemos pesquisa de campo no assentamento José Emídio dos Santos para obtermos as respectivas análises através de entrevistas semi-estruturadas. Este artigo fecha um ciclo de estudos sobre o panorama dos agrocombustíveis em Sergipe e abre diversos caminhos para novas análises.

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A Nova Era, movimento globalizado que ocorre em centros urbanos, permitiu diversas releituras de religiões instituicionais, bem como a reinvenção do paganismo. Num mundo conectado em tempo real, tudo é palco de vivências e ressignificações, possibilitando o acesso e a prática de qualquer uma delas. Esse trabalho teve como objetivo verificar como um segmento da Nova Era - os druidas contemporâneos - filiados à BDO/Druidnetwork vivenciavam o seu cotidiano e espacializavam, nas cidades brasileiras, uma religiosidade pautada no imaginário e nas divindades dos antigos celtas. A pesquisa mostrou que a procura por essa religiosidade estava ligada essencialmente as necessidades espirituais que harmonizasse o ser humano com a natureza e mantivesse distância das religiões tradicionais. Para essa reconexão, os druidas contemporâneos sacralizavam a paisagem geográfica, adapatavam-se ao ethos local e rompiam as fronteiras físicas dos territórios adequando-as às suas necessidades imediatas. Por meio dessa articulação espacial manifestavam sua preocupação com o nosso planeta. Todos os atos, incluindo a mudança de hábito era em prol de uma Terra melhor. Em espaços físicos, mentais ou virtuais trocavam a dúvida pela certeza na mudança de consciência da humanidade.