36 resultados para Ateísmo
Resumo:
O propósito deste trabalho é mostrar alguns aspectos que caracterizam a leitura que os filósofos analíticos dos anos 60/70, do século passado, fizeram do argumento do Proslogion de Santo Anselmo trazendo, deste modo, uma nova luz a esta problemática. Tiveram também o mérito de inscrever a questão da existência de Deus no âmago da filosofia analítica até aí dominada pelo ateísmo. Na Introdução salientamos as objecções analíticas mais frequentes feitas ao argumento – (i) a existência não é um predicado (ii) o conceito de Deus é incoerente (iii) a existência não é perfeição. Anscombe – uma excepção no contexto analítico – defendeu e demonstrou a tese de que o argumento não é ontológico. Malcom descobriu dois argumentos no Proslogion: um no Capítulo II que considerou inválido, outro no capítulo III que considerou válido e interpretou como modal. Plantinga foi um dos primeiros críticos desta prova modal porque o autor confundia entre necessidade de dicto e necessidade de re. Plantinga pensou que os dois argumentos se implicavam e\ou complementavam e desenvolveu uma teoria do realismo modal através da qual explica a natureza e a necessidade divinas em termos de mundos possíveis. Baseado neste conceito reelaborou uma nova prova modal que considerou “victoriosa” mas que veio mais tarde a ser refutada por Mackie, Tooley e David (entre outros) e acusada de circularidade. Plantinga não aceitou que a sua prova fosse reconhecida como falaciosa e Oppy também não aceitou a mesma reclamação expressa por Fergie. Contudo, Plantinga refez a sua prova e condensou-a numa única premissa: “a máxima grandeza é possivelmente instanciada”. Mais do que uma prova da existência de Deus trata-se de uma defesa da aceitação do teísmo, uma justificação da racionalidade da fé. E a possibilidade de existência de um ser metafisicamente necessário impõe-nos uma reflexão profunda donde se podem extrair todas as potencialidades cognoscitivas do labor do filósofo.
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No início de sua produção filosófica, Habermas observa um desmoronamento da consciência religiosa, que leva ao ateísmo de massa. Com a passagem ao pensamento moderno, as interpretações religiosas de mundo foram desvalorizadas no seu sistema categorial, e seu caráter de selo unificador sobre a totalidade da integração social foi minado gradativamente e substituído pela razão. Nos textos de fins da década de 1980, percebe-se um novo rumo relativo ao tratamento filosófico dado ao tema da religião, com o registro de sua legitimidade, insubstituibilidade e reconhecimento de seu direito a coexistir com o pensamento pós-metafísico. Em textos deste século, Habermas admite que a raiz de seu pensamento alimenta-se da herança cristã, e que o cristianismo não é apenas uma figura precursora para a autocompreensão normativa da modernidade, pois o universalismo igualitário do qual surgiram as ideias de convivência solidária, de conduta de vida autônoma e de emancipação, dos direitos humanos e da democracia, é uma herança imediata da ética judaica e da ética cristã do amor. Neste texto, primeiramente é exposta a estruturação gradativa desse pensamento, posteriormente perscruta-se, diante do diagnóstico habermasiano mais recente, o que o fez mudar. Estaria havendo uma teologização no interior do pensamento de Habermas?
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A obra literária de José Saramago, ao desconstruir a ideia de Deus, pode demonstrar um Deus não-institucionalizado, com características mais autênticas, profundas e produtoras de sentido. A hipótese desta pesquisa está em torno da possibilidade de apontar, na obra do escritor português, aspectos de uma riqueza teológica não encontrada tão facilmente em obras teológicas de caráter dogmático ou sistemático, cujo propósito seja explicitamente revelar Deus. Desta forma, o escritor seria um profeta, no sentido de ser aquele que vai contra o pensamento predominante na sociedade. Portanto, a literatura de Saramago pode ser reconhecida como uma voz profética no mundo contemporâneo. O objetivo da pesquisa é estabelecer relação entre teologia e literatura na obra de José Saramago, especificamente nos romances O Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim, com o intuito de demonstrar, tendo como referência a teologia da cultura de Paul Tillich, que as obras de Saramago, ao afirmarem seu ateísmo, contribuem para afirmar uma fé autêntica e reflexiva.
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Es muy defendible afirmar que el volumen dedicado a Spinoza de la obra Historia de la filosofía moderna de Kuno Fischer es la mediación más importante –si bien no la única– para comprender la relación Spinoza-Nietzsche. A partir de la lectura de esta obra en 1881, Nietzsche reconoce a Spinoza como precursor e identifica una tendencia en común entre ambos: «hacer del conocimiento el afecto más potente». Los principales objetivos de este trabajo son destacar la exposición que Fischer lleva a cabo de algunos de los contenidos de la filosofía spinociana para poder valorar mejor su influencia en Nietzsche y resaltar la importancia que tiene tulo 22 de la edición de 1865, titulado «La voluntad humana», donde se interpreta la voluntad como deseo consciente, lo que tendrá sus consecuencias en la recepción de Nietzsche de la filosofía spinociana, además de permitir una discusión respecto del rol no siempre atendido de la voluntad en Spinoza.
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La existencia de un hilo conductor entre distintas corrientes del feminismo histórico español, desde los presupuestos del laicismo, ha sido ya puesta de manifiesto. En este artículo se intenta analizar dicho proceso desde la educación femenina, lo que permite incorporar nuevas protagonistas al universo femenino laico. El debate sobre religión-laicismo, moral y emancipación de las mujeres subyace al interés por la instrucción femenina. Las estrategias educativas emprendidas en las escuelas neutras y laicas, frente al modelo de la Iglesia católica, se plasman en la implantación de una educación mixta o en la coeducación. Se subraya asimismo la pluralidad de formas de entender el racionalismo y el laicismo, desde la religiosidad de espiritistas y masonas del siglo XIX al ateísmo de las anarquistas del siglo XX.