952 resultados para Brazilian National Health System (SUS)
Resumo:
No Brasil, o sistema de saúde é composto por duas estruturas: pública, representada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e privada suplementar, composta por 1.268 operadoras de planos de saúde, supervisionadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS). No entanto, as operadoras têm sido consideradas ineficientes tanto na geração de resultados financeiros quanto na prestação de serviços aos beneficiários, destacando-se a necessidade e relevância para a saúde pública ao se buscar avaliar o seu desempenho sob essas perspectivas. O objetivo do trabalho foi, para um mesmo nível de eficiência na prestação de serviços, identificar as práticas administrativas que diferenciam as operadoras de planos de saúde (OPS) financeiramente sustentáveis. Para tanto, inicialmente foi aplicada a técnica da Análise Envoltória de Dados (DEA) no intuito de identificar operadoras eficientes em transformar inputs em outputs e, a partir dos escores obtidos, selecionar duas OPS de nível de serviços semelhantes e desempenho financeiro opostos para que fossem comparadas por meio de um estudo de múltiplos casos. A análise quantitativa indicou que as OPS de medicina de grupo apresentaram maior eficiência do que as demais modalidades. Já o estudo de múltiplos casos identificou que a gestão de políticas de crédito, de captação e aplicação de recursos, o planejamento tributário, a adoção de políticas de promoção e prevenção à saúde, as formas de remuneração dos médicos e a estratégia de composição de receitas diferenciaram a OPS de melhor desempenho.
Resumo:
A residência multiprofissional em saúde é uma modalidade de ensino de pós graduação lato sensu, voltada para a educação em serviço. Emerge no contexto brasileiro como uma proposta complementar a fim de se atingir as metas e os princípios preconizados pelo sistema único de saúde (SUS), principalmente quanto à integralidade. Além de trazer implicações e lançar desafios ao exercício profissional do psicólogo, inserindo-o no entrelaçamento de campos densos e complexos (saúde, educação e políticas públicas), a modalidade propõe que profissionais com formações diferentes atuem num mesmo campo, com discussões e intervenções conjuntas. A questão que move a pesquisa é a posição-sujeito no programa de residência multiprofissional face ao modelo de educação-saúde vinculado. Assevera-se que a posição-sujeito é objeto discursivo deslizante (de tessitura simbólica) que toma em consideração o sujeito constituído no claudicar da linguagem e interpelado pelo inconsciente e que se manifesta como efeito de significantes em direção ao grande Outro. Para tal, vale-se da interface dos aportes teóricos da análise de discurso pêchetiana e da psicanálise lacaniana. A análise de discurso sustenta o discurso como efeito de sentidos mediados pela ideologia e ocupa-se, especialmente, da incursão da alteridade do discurso-outro sobre o mesmo. A psicanálise lacaniana, por sua vez, reitera a primazia do inconsciente estruturado como linguagem diante de um eu imaginário e versa para o sujeito marcado como falta que, dividido, faz do discurso o estatuto do significado. Assim, é proeminente na análise do objeto a metodologia indiciária dada ao caráter simbólico e cambiante da posição-sujeito no discurso. A análise se realizou mediante o dispositivo da interpretação como gesto analítico, que acompanha as elações próprias do objeto. O corpora é constituído por uma materialidade escrita e por uma oral. A escrita compõe-se de recortes de leis, portarias e resoluções que fundam a modalidade de residência multiprofissional e reforçam os ideias do sistema único de saúde; a materialidade oral compõe-se de recortes e fragmentos discursivos advindos da transcrição de supervisões realizadas mediante a prática clínica do psicólogo-residente na cena hospitalar. Da análise, conclui-se que a materialidade escrita se posta como campo-Outro que ordena a estrutura política da residência multiprofissional e direciona a manutenção da ordem e reprodução das relações hierárquicas mediante ideologia assujeitante. Essa materialidade, por sua vez, age como intradiscurso e reverbera-se na memória discursiva e na prática clínica. A posição-sujeito, no plano da articulação significante, faz deslizar e produzir sentidos que denotam ora a manutenção e reprodução de uma posição fusionada ao discurso médico, científico-positivista; ora a posição-sujeito é marcada pelo saber condicionado ao fetiche da mercadoria, deflagrando a ordem do capital nas insígnias da multiprofissionalidade e da educação permanente. O trabalho propiciou, enfim, acompanhar as transmutações da posição-sujeito, independentemente do indivíduo ou da naturalização de sentidos provenientes da função que exerce. O objeto posição-sujeito reiterou a construção da realidade a partir da condição faltante. É essa condição faltante e incompleta que outorga ao desejo o modo de o sujeito se posicionar desta e outra maneira - na formação, no trabalho, na vida.
Formação pela experiência: Revelando novas faces e rompendo os disfarces da odontologia \'in vitro\'
Resumo:
Os cursos de graduação em odontologia vêm privilegiando uma formação fundamentada na técnica, com práticas curativistas e individualizadas, tornando-se incapazes de formar a força de trabalho necessária à resolução dos problemas de saúde bucal da população. Com a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em odontologia, uma série de mudanças curriculares vêm sendo executadas no sentido de favorecer a formação adequada. Acredita-se que a educação pela experiência configure-se como um conjunto de ferramentas viável e eficaz para garantir a formação adequada e coerente com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Cita-se, como uma dessas possibilidades, os Estágios Curriculares Supervisionados (ECS), previstos nas DCN para serem desenvolvidos de forma articulada e com complexidade crescente ao longo do processo de formação. O estudo destina-se a compreender a articulação ensino-trabalho-cidadania por diferentes olhares e, aliado a experiências vivenciais dessa articulação, construir um modelo de Estágio Curricular Supervisionado (ECS) em serviço público de saúde, no âmbito da Atenção Primária em Saúde (APS), para cursos de graduação em odontologia. Trata-se de um estudo qualitativo dividido em duas fases. Na primeira, foi experienciado um modelo de estágio vinculado à um projeto de pesquisa que se propõe à inovar as práticas de saúde bucal no SUS, utilizando-se de uma proposta de clínica ampliada. Nessa etapa, participaram a pesquisadora, estagiários e preceptores que foram entrevistados e/ou escreveram diários de campo. Na segunda fase, alunos de odontologia, profissionais e gestores de serviços de saúde do município de São Paulo manifestaram suas percepções por meio de grupos focais e entrevistas individuais, respectivamente. O material coletado foi analisado por intermédio da hermenêutica dialética e da triangulação de dados. Os dados descortinam a intimidade das clínicas de uma Faculdade de odontologia, revelando o que se denominou de ensino da odontologia \'in vitro\', distante da realidade e limitado no sentido de solucionar os problemas de saúde bucal do público atendido. Em contrapartida, foi evidente os benefícios que as vivências no mundo real, nos mais variados espaços, podem trazer para esses estudantes. Para os estagiários do modelo experienciado, a prática em clínica ampliada permite extrapolar a odontologia \'in vitro\' e se aproximar da realidade. Preceptores e gestores manifestam opiniões convergentes e explicitam, ainda, o poder transformador que a presença de estudantes denota para os serviços além de induzir à educação permanente dos profissionais que atuam como preceptores. Com bases nessas colocações, foi elaborado um modelo de ECS para cursos de odontologia, de modo a permitir que os estudantes experienciem a realidade de saúde e trabalhem na dimensão da clínica do corpo vivo, subjetivado e complexo. Deseja-se oferecer ao estudante a possibilidade de refletir e experienciar os espaços onde as ações em saúde são produzidas, em um processo de ensino-aprendizagem centrado metodologias ativas, com a mediação pedagógica desenvolvida por preceptores e docentes. Acredita-se que suas características, pensadas em função da triangulação dos diferentes olhares que compuseram o estudo, revertem-se de força suficiente para inquietar o instituído e metamorfosear a formação disfarçada da odontologia.
Resumo:
A formação dos profissionais de saúde ainda está distante dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). As propostas publicadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de odontologia, em 2002, visam preencher essa lacuna por meio da articulação entre as Instituições de Educação Superior (IES) e o SUS. Trata-se de estudo qualitativo, descritivo e exploratório sobre o sentido das atividades realizadas nos cenários de prática do SUS, sob o ponto de vista dos alunos do curso de odontologia de uma IES privada localizada no interior de São Paulo, à luz das DCN e do projeto político pedagógico (PPP) do referido curso. A pesquisa ocorreu no site da rede social do Facebook, em grupos secretos de discussão com 10 discentes, utilizando questões abertas relacionadas à odontologia, ao SUS e à graduação, entre novembro de 2014 e julho de 2015. Durante o processo, descobriu-se que 8 alunos trabalhavam no SUS como auxiliares e técnicos de saúde bucal e uma auxiliar de enfermagem, fato que influenciou na construção e condução das perguntas. As opiniões dos alunos, o PPP da IES estudada e o documento das DCN foram analisados por meio dos Mapas Conceituais (concebidos por Novak e Cañas), e em seguida, validados, respectivamente, pelos discentes, pelo coordenador do curso de odontologia estudado, e pela representante da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO). Para aprofundar a análise das distintas vivências e pontos de vistas, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática de Bardin. A discussão dos resultados evidenciou que além de ser possível ocorrer práticas pedagógicas nos cenários de prática do SUS, também é provável o aprendizado de competências e habilidades descritas pelas DCN. O potencial transformador desses cenários de prática possibilitou, nessa pesquisa, a proposição de estratégias para a realização de atividades no SUS alinhadas às DCN.
Resumo:
A Estratégia Saúde da Família (ESF) nem sempre contempla a integralidade, apesar deste ser um princípio estruturante do Sistema Único de Saúde (SUS), nas definições da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da legislação brasileira que ampliam o conceito de saúde, atribuindo ao processo saúde/doença as influências das determinações sociais. As profissões da saúde ainda funcionam com abordagem reducionista. Infelizmente, conceitos, definições e legislação não são suficientes para conscientizar e tão pouco transformar as práticas de saúde. Esse trabalho propõe a elaboração de um questionário anamnetico ampliado focada em pacientes poliqueixosos, baseada na teoria de Fernando González Rey o que significa trabalhar com o enfoque histórico-cultural e subjetividade, portanto mais humanizado, a fim de experimentar outros modos de intervir no processo saúde/doença e romper sua abordagem fragmentada positivista visando contribuir para uma melhora na relação profissional/usuário na ESF. Para testar a efetividade do questionário, foi realizado um piloto que indicou ser importante para se alcançar os objetivos esperados, a necessidade da capacitação da equipe e a alteração nos processos de trabalho encontrados atualmente na ESF.
Resumo:
Objectives: To evaluate the situation regarding gender sensitivity in national health plans in Latin America and the European Union for the decade 2000–2010. Methods: A systematic search and content analysis of national health plans were carried out within 37 countries. Gender sensitivity, defined as the extent to which a health plan considers gender as a central category and develops measures to reduce any gender-related inequalities, was analysed through an ad hoc checklist. Results: The description of health problems by sex was more frequent than intervention proposals aimed at reducing gender health disparities. The greatest number of specific intervention proposals targeted at overcoming gender-based health inequalities were associated with sexual and/or reproductive health, gender based violence, the working environment and human resources training. Compared to the European Union member states, Latin American health plans were found to be generally more gender sensitive. Conclusions: National health plans are still generally lacking in gender sensitivity. Disparities exist in health policy formulation in favour of men, whilst women's health continues to be identified mainly with reproductive health. If gender sensitivity is not taken into account, efforts to improve the quality of clinical care will be insufficient as gender inequalities will persist.
Resumo:
Background: The Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) is a tool to measure the risk for mental disorders in children. The aim of this study is to describe the diagnostic efficiency and internal structure of the SDQ in the sample of children studied in the Spanish National Health Survey 2006. Methods: A representative sample of 6,773 children aged 4 to 15 years was studied. The data were obtained using the Minors Questionnaire in the Spanish National Health Survey 2006. The ROC curve was constructed and calculations made of the area under the curve, sensitivity, specificity and the Youden J indices. The factorial structure was studied using models of exploratory factorial analysis (EFA) and confirmatory factorial analysis (CFA). Results: The prevalence of behavioural disorders varied between 0.47% and 1.18% according to the requisites of the diagnostic definition. The area under the ROC curve varied from 0.84 to 0.91 according to the diagnosis. Factor models were cross-validated by means of two different random subsamples for EFA and CFA. An EFA suggested a three correlated factor model. CFA confirmed this model. A five-factor model according to EFA and the theoretical five-factor model described in the bibliography were also confirmed. The reliabilities of the factors of the different models were acceptable (>0.70, except for one factor with reliability 0.62). Conclusions: The diagnostic behaviour of the SDQ in the Spanish population is within the working limits described in other countries. According to the results obtained in this study, the diagnostic efficiency of the questionnaire is adequate to identify probable cases of psychiatric disorders in low prevalence populations. Regarding the factorial structure we found that both the five and the three factor models fit the data with acceptable goodness of fit indexes, the latter including an externalization and internalization dimension and perhaps a meaningful positive social dimension. Accordingly, we recommend studying whether these differences depend on sociocultural factors or are, in fact, due to methodological questions.
Resumo:
Background: For a comprehensive health sector response to intimate partner violence (IPV), interventions should target individual and health facility levels, along with the broader health systems level which includes issues of governance, financing, planning, service delivery, monitoring and evaluation, and demand generation. This study aims to map and explore the integration of IPV response in the Spanish national health system. Methods: Information was collected on five key areas based on WHO recommendations: policy environment, protocols, training, monitoring and prevention. A systematic review of public documents was conducted to assess 39 indicators in each of Spain’s 17 regional health systems. In addition, we performed qualitative content analysis of 26 individual interviews with key informants responsible for coordinating the health sector response to IPV in Spain. Results: In 88% of the 17 autonomous regions, the laws concerning IPV included the health sector response, but the integration of IPV in regional health plans was just 41%. Despite the existence of a supportive national structure, responding to IPV still relies strongly on the will of health professionals. All seventeen regions had published comprehensive protocols to guide the health sector response to IPV, but participants recognized that responding to IPV was more complex than merely following the steps of a protocol. Published training plans existed in 43% of the regional health systems, but none had institutionalized IPV training in medical and nursing schools. Only 12% of regional health systems collected information on the quality of the IPV response, and there are many limitations to collecting information on IPV within health services, for example underreporting, fears about confidentiality, and underuse of data for monitoring purposes. Finally, preventive activities that were considered essential were not institutionalized anywhere. Conclusions: Within the Spanish health system, differences exist in terms of achievements both between regions and between the areas assessed. Progress towards integration of IPV has been notable at the level of policy, less outstanding regarding health service delivery, and very limited in terms of preventive actions.
Resumo:
Aim: To analyze changes in access to health care and its determinants in the immigrant and native-born populations in Spain, before and during the economic crisis. Methods: Comparative analysis of two iterations of the Spanish National Health Survey (2006 and 2012). Outcome variables were: unmet need and use of different healthcare levels; explanatory variables: need, predisposing and enabling factors. Multivariate models were performed (1) to compare outcome variables in each group between years, (2) to compare outcome variables between both groups within each year, and (3) to determine the factors associated with health service use for each group and year. Results: unmet healthcare needs decreased in 2012 compared to 2006; the use of health services remained constant, with some changes worth highlighting, such as the decline in general practitioner visits among autochthons and a narrowed gap in specialist visits between the two populations. The factors associated with health service use in 2006 remained constant in 2012. Conclusion: Access to healthcare did not worsen, possibly due to the fact that, until 2012, the national health system may have cushioned the deterioration of social determinants as a consequence of the financial crisis. Further studies are necessary to evaluate the effects of health policy responses to the crisis after 2012.
Resumo:
Objective. To synthesise the scientific evidence concerning barriers to health care access faced by migrants. We sought to critically analyse this evidence with a view to guiding policies. Design. A systematic review methodology was used to identify systematic and scoping reviews which quantitatively or qualitatively analysed data from primary studies. The main variables analysed were structural and contextual barriers (health system organisation) as well as individual (patients and providers). The quality of evidence from the systematic reviews was critically appraised. From 2674 reviews, 79 were retained for further scrutiny, and finally 9 met the inclusion criteria. Results. The structural barriers identified were the lack of health insurance and the high cost of drugs (non-universal health system) and organisational aspects of health system (social insurance system and national health system). The individual barriers were linguistic and cultural. None of the reviews provided a quality appraisal of the studies. Conclusions. Barriers to health care for migrants range from entitlement in non-universal health systems to accessibility in universal ones, and determinants of access to the respective health services should be analysed within the corresponding national context. Generate social and institutional changes that eliminate barriers to access to health services is essential to ensure health for all.
Resumo:
This study aims to analyze how middle-level health systems’ managers understand the integration of a health care response to intimate partner violence (IPV) within the Spanish health system. Data were obtained through 26 individual interviews with professionals in charge of coordinating the health care response to IPV within the 17 regional health systems in Spain. The transcripts were analyzed following grounded theory in accordance with the constructivist approach described by Charmaz. Three categories emerged, showing the efforts and challenges to integrate a health care response to IPV within the Spanish health system: “IPV is a complex issue that generates activism and/or resistance,” “The mandate to integrate a health sector response to IPV: a priority not always prioritized,” and “The Spanish health system: respectful with professionals’ autonomy and firmly biomedical.” The core category, “Developing diverse responses to IPV integration,” crosscut the three categories and encompassed the range of different responses that emerge when a strong mandate to integrate a health care response to IPV is enacted. Such responses ranged from refraining to deal with the issue to offering a women-centered response. Attempting to integrate a response to nonbiomedical health problems as IPV into health systems that remain strongly biomedicalized is challenging and strongly dependent both on the motivation of professionals and on organizational factors. Implementing and sustaining changes in the structure and culture of the health care system are needed if a health care response to IPV that fulfills the World Health Organization guidelines is to be ensured.
Resumo:
Mode of access: Internet.