943 resultados para memórias
Resumo:
Os conceitos que têm sustentado as políticas culturais em geral e as políticas da preservação do património têm vindo a mudar de acordo com as transformações das socie - dades. Por trás das preocupações da salva - guarda, manifesta-se o desejo de preservar as memórias colectivas das sociedades. Mas estas preocupações manifestam-se de diferentes formas: preservação onde a racionalidade se volta para o passado e preservação que se centra no entendimento do presente.
Resumo:
Este artigo propõe uma reflexão da museologia social como ferramenta na resolução de processos de conflitualidade nas comunidades através da ativação da memória social. A dor dos entes que partem choradas no embondeiro são também modos de olhar o futuro. Fazem parte dos rituais do ciclo da vida e do renascimento no corpo social, onde as partes do todo são sucessivamente reconstruídas no devir. São modos de expressão das partes de um todo sem autonomia ontológica. As memórias sociais enquanto representações dos processos ontológicos construídos nas comunidades transportam o conhecimento sobre as experiências sociais partilhadas e tornadas conscientes em cada presente como expressão duma vontade de futuros. A proposta da análise da sociomnese na comunidade parte da ativação da consciência da experiencia para construir ações socialmente partilhadas. Neste artigo vamos mostrar como a utilização da sociomnese se constitui como ferramenta de investigação-ação que integra a expressão das heranças das comunidades e dos territórios na construção dos seus processos sociais. Depois de ilustrar alguns processos de reconstrução de memórias a partir das partilhas das heranças comuns, vamos procurar demonstrar a validade da utilização da museologia social na resolução dos conflitos e na reconstrução dos processos socioculturais das comunidades.
Resumo:
O património é um conceito dinâmico com uma fenomenologia que cristaliza um espaço e um tempo. Como campo de objetivação associa memórias e valores, como campo de ação desenvolve práticas de conservação e de comunicação, e como campo de ideias relaciona memória e poder. Como tal a museolgia tem utilizado o conceito do património como um conceito operativo para a análise das tensões entre a tradição e a modernidade. A partir da análise desta tensão olhamos e construímos uma museologia e uma narrativa do património como espelhos das nossas sociedades de consumo, espaços de consumo incessante de recursos, de criação de modas, onde a necessidade de novidade é constante. A emergência dos efeitos da globalização do campo da museologia não só tornaram mais claras estas questões, como permite outras abordagens. Propomos neste artigo uma análise da museologia a partir do um campo de tensão entre a unidade e a totalidade. No âmbito desta análise, verificamos que os modelos nacionais (na base das quais se estabelecerem as políticas culturais publicas) deixaram de corresponder a espaços congruentes. A compactação do espaço e a fragmentação do tempo tem vindo a fazer emergir as diversidades e as mestiçagens. Partindo do conceito dos Direitos Humanos, como expressão da unidade do ser, iremos procurar propor a necessecidade duma museologia solidária, construída a partir das memórias sociais das comunidades. É nesse âmbito que emerge o papel do museólgo como mediador nos processos mnémónicos, de musealização e de patrimonialização nas comunidade e nos territórios
Resumo:
Do que falamos quando verbalizamos a experiencia do espaço e do tempo. Falamos do que somos ou falamos do que vemos. A experência do ser no espaço e no tempo delimita um objeto fenomenológico que se contem a sim mesmo. A poética da intersubjectividade é uma proposta da epistemologia crítica para resolução da velha questão do contexto e da circunstância . Nós somos o que somos pela expereiencia no mundo, ao mesmo tempo que o que fazemos e como o fazemos molda o que somos. Propomos uma epistemologia em que o sugeito participa na construção dos seu objeto. Uma formula em que o uno se concretiza no todo. Neste livro, que tem por cenário da Baixa de Lisboa, trabalhamos algumas questões conceituais relacionadas com a poética da intersubjectividade . Num primeiro momento trabalhamos a poética do tempo. O tempo como fenómeno social inscrito na mudança como construtor de vínculos entre as comunidades. Olhamos para as suas memórias, para as suas técnicas, para os seus rituais e para as diferentes narrativas que permitem criar escalas de observação da intensividade e da extensividade dos fenómenos. Escalas que são observadas nas continuidades e nas rupturas desses fenómenos, visíveis através das memórias e dos esquecimentos. As narrativas de legitimação. De seguida procuraremos na poética do espaço a relação entre as escalas de observação e os processos de polarização no espaço. As diferentes escalas do espaço permitem olhar para a sua estruturação como narrativa de legitimação cristalizadas nas dinâmicas de fluxos. De seguida trabalhamos a poética da viagem, uma metodologia que permite ao observador deslocar-se entre as escalas de observação, olhar para as qualidades do espaço e do tempo, para as sua quantidades e para o modos como os indivíduos se apropriam e se organizam criando estabilidades ou instabilidades reagindo a causas internas ou externa. Na poética da viagem construímos a nossa narrativa simbólica, procurando a forma, os valores e os ritmos da Baixa a duas mãos.
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O presente trabalho tem por objectivo contribuir para uma maior tomada de consciência de que as colecções de um museu devem ser tratadas com diversos cuidados, sem os quais rapidamente essas colecções, que na maior parte das vezes foram recolhidas com muito zelo, empenhamento e participação, correm o risco de se tornarem num conjunto de objectos, dispersos, sem memória (memórias) , deteriorando-se ao ritmo dos anos que passam. Esses cuidados têm a ver por um lado com a conservação, que é complexa devido a muitos factores, como sejam a diversidade dos materiais que compõem os objectos, a sua própria fragilidade, as condições de arrumação e de climatização tão difíceis de criar nos pequenos museus, pois envolvem conhecimentos e recursos difíceis de obter. Por outro lado a inventariação de uma colecção é uma tarefa que exige continuidade e uniformidade de critérios. Neste campo a informatização de uma colecção pode ser um meio de registar um conjunto de informações sobre os objectos de uma colecção de forma eficiente e fácil de manusear Acontece porem que os programas informáticos com os quais são criadas as bases de dados orientados para os museus e que existem á venda no mercado especializado, são pensadas para as grandes instituições museológicas, partindo do princípio que estas dispõem de recursos financeiros e humanos.
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O trabalho foca e analisa o Ginásio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, colégio criado na Arquidiocese de Aracaju/Se, escola confessional exclusiva na educação de homens no período de 1961 a 1966, criada pelo Padre José Carvalho de Souza, como um instrumento a serviço da Educação Católica na cidade de Aracaju. Os padres Diocesanos do Sagrado Coração de Jesus tinham como objeto a instrução de rapazes de todo o estado sergipano, a partir dos princípios da fé cristã. Como objeto principal, o trabalho discute a trajetória desta instituição de ensino a partir da cultura escolar católica masculina em seus primeiros anos de existência, mediante as memórias de ex-alunos, professores, membros da instituição, documentos institucionais, e do arquivo público do Estado de Sergipe, através dos periódicos consultados.
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Esta dissertação trata da problemática da Reabilitação de edifícios. Abordando deste modo os prós e contras da prática da conservação ou reabilitação. De um modo geral, para além da população de uma cidade, os edifícios constituem a imagem da cidade, bem como conferem a sua identidade. Deste modo, os edifícios antigos salvaguardam o património histórico, preservando toda a sua identidade cultural, bem como as memórias. Com a história dos edifícios, é possível revelar a nossa identidade, a qual faz parte da nossa herança cultural. Deste modo, o antigo palácio da Família Feu Guião, faz parte de um dos exemplos mais notáveis da arquitectura existente no Bairro da Fonte Nova, tratando-se de um edifício dos finais do século XVIII, possui uma grande História não só pelas várias gerações que por ali passaram, como também pelas várias épocas de construção. No entanto, encontra-se em mau estado de conservação, necessitando urgentemente de uma intervenção de modo a salvaguardar toda a herança cultural. Assim, segundo uma estratégia global das acções de reabilitação, é elaborada uma proposta de intervenção de modo não só a preservar o edifício, bem como melhorar o seu desempenho.
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Partindo do exemplo do massacre dos Valdenses ocorrido no Piemonte em 1655, o artigo interroga o processo de mediatização dos massacres na Época Moderna, visando analisar o papel que a exploração mediática destes acontecimentos desempenharam na fabricação das memórias colectivas.
Resumo:
O presente trabalho de investigação, realizado no âmbito do Mestrado de Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, pretendeu analisar a importância da conservação de objectos e memórias no seio de processos museológicos, tendo tido como base de estudo o caso do Museu da Indústria da Chapelaria de S. João da Madeira. Partindo do princípio chave de que os objectos museológicos são mudos, no sentido em que por si não exprimem mais do que a dimensão da sua materialidade, procurou-se entender qual o papel da conservação de objectos e de memórias (individuais e colectivas) e como se articulam museologicamente a materialidade de uns e a imaterialidade de outros, na construção da(s) Identidade(s) de uma comunidade e o valor dessa identidade no contexto da afirmação cultural e social local, analisando-se desta forma o valor e papel do acto de conservação de objectos e da conservação de memórias individuais, inerentes à criação de um museu e, mais especificamente, do Museu da Indústria da Chapelaria. Para tanto este trabalho estrutura-se em dois momentos fundamentais. O primeiro momento, de carácter teórico, explora quatro conceitos fundamentais, o de conservação, o de memória, o de identidade e o de desenvolvimento local e a sua interligação no processo museológico. O segundo momento, o estudo de caso propriamente dito, analisa estas condicionantes à luz de um caso prático, o da criação de um museu no seio de uma localidade altamente industrializada que teve na produção de chapéus uma das suas maiores fontes de riqueza e afirmação sócio-económica. O objectivo da investigação passa assim por entender qual o papel das memórias individuais, no caso concreto, das memórias individuais de ex-operários da indústria da chapelaria, e a sua articulação com uma significativa colecção material, quer no âmbito restrito da criação do museu quer, de forma mais ampla e abrangente, da construção da identidade colectiva da comunidade, e em que medida o património industrial assim tratado é um meio facilitador para a compreensão dessa mesma identidade.
Resumo:
Estudo de caso sobre a construção de memórias e identidades sociais no Bairro da Maré, a partir do acervo fotográfico do Arquivo Documental Orosina Vieira - ADOV, criado por um grupo de indivíduos que militam na organização não-governamental denominada Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM). Constituem os objetivos desta pesquisa a análise dos processos de criação do ADOV, uma reflexão sobre o acervo resultante destas políticas de aquisição e uma abordagem sobre a exposição fotográfica “Memórias da Maré”, encaradas enquanto estratégias de construção da memória e identidades do Bairro Maré. Este estudo utilizou o método antropológico da observação participante e a pesquisa documental. (Dissertação de Mestrado em Museologia (Mestrado Memória Social - UNIRIO)
Resumo:
Este artigo faz um balanço da investigação do nosso projecto de doutoramento: A construção dum processo museológico na cidade de Moçambique. É constituído por 3pontos: As expedições no Cenário Museal, A condição Humana e o Lugar do Outro e O Compromisso museológico. O primeiro faz uma leitura crítica à proposta metodológica de Cristina Bruno. O segundo ponto, relata o nosso confronto com o objecto de investigação. É um confronto com o espaço, com as gentes que o habitam e com as suas memórias. No terceiro ponto apresentamos a chave metodológica que nos permitiu desconstruir as leituras mnemónicas e avançar para uma proposta preliminar de construção dum processo de museológico.
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A região de Estremoz, Borba, Vila Viçosa (o Anticlinal de Estremoz) é uma das mais antigas e mais produtivas superfícies de extracção de mármores do nosso país. A importância sócio-económica desta actividade é bem conhecida. As memórias pessoais e sociais que ela gerou ao longo dos tempos serão hoje impossíveis de reconstituir. Mas estamos ainda a tempo de resgatar as vivências das últimas gerações que trabalharam nas pedreiras – empresários, técnicos e operários. Será igualmente possível reconstituir os saberes técnicos e científicos que a extracção dos mármores foi gerando ao longo dos séculos de actividade.O trabalho humano transformou o mármore em bens patrimoniais históricos e artísticos, esses sim, visíveis não apenas na região, e em grande abundância, mas um pouco por todo o país e nos quatro cantos do mundo.Este conjunto de bens patrimoniais (materiais e imateriais) é um recurso inestimável que temos à nossa disposição para o desenvolvimento económico e social da região e para o desenvolvimento cultural de todos os que intencionadamente dele quiserem usufruir.
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Para o comum das pessoas a HISTÓRIA LOCAL foi durante muito tempo uma recolecção de memórias e de factos centrada num microcosmos que tomava corpo naquilo a que se chamou a MONOGRAFIA.A verdade é que para muitos a HISTÓRIA LOCAL continua, ainda hoje, quase exclusivamente associada à produção das MONOGRAFIAS LOCAIS.A elaboração e a existência dessas obras, que em si mesmas não constituem nenhum mal (e eu, por exemplo, devo confessar que sou um grande consumidor delas - já por necessidade, já também por gosto) mas há que reconhecê-lo que atraíram há umas décadas atrás sobre a História Local o descrédito.Com efeito, tratava-se na generalidade dos casos, daquilo que o mundo académico veio a designar depreciativamente por micro-história no que diz respeito ao âmbito e ao alcance de tais obras.Mas, porventura, mais grave ainda do que isso, ocorre em grande parte dessas monografias que elas não revelam qualquer indício do domínio duma perspectiva epistemológica no que respeita à historiografia; nem remetem para o uso das normas mais elementares da metodologia com que se há de reconstituir e escrever a HISTÓRIA dos Homens.
Resumo:
Eugénio de Andrade viveu cinquenta e cinco anos na cidade do Porto e, como ser social, deambulou nos lugares exteriores desta cidade, descobrindo e fazendo descobrir, através dos seus escritos em prosa, a beleza irrecusável de uma cidade pitoresca e inscrita no tempo desde Fernão Lopes até aos escritores mais recentes. A partir desses lugares exteriores, e alimentado por uma experiência de vida e por uma visão artística, ele metamorfoseou os lugares exteriores em lugares íntimos a partir da magia que lhe outorga a palavra poética. Servindo-se da experiência do ser social, o ser criador desce, deste modo, às profundezas da alma e cria um espaço poético cheio de emoções anódinas que purgam as obsessões e as carências do ser social. Assim, e graças à criação poética, os nomes dos lugares do Porto deixam de ser topónimos para serem catalizadores de memórias e de referências. Os espaços geográficos do Porto passam a ser lugares de uma geografia imaginária que as impressões do ser criador suscitam. Depois de sublimar vários espaços da cidade, Eugénio acabou por criar o seu espaço poético no Passeio Alegre onde deixou a sua herança à única herdeira que é a cidade do Porto
Resumo:
A presente dissertação tem como principal objectivo a análise morfológica do centro histórico de Torres Vedras. Após um rigoroso estudo do seu plano estratégico de reabilitação urbana, verifica-se a ausência de um documento complementar que permita conhecer sua identidade. A informação existente é bastante planimétrica, pouco esclarecedora da qualidade espacial do Lugar. Devido à escassa cartografia existente, julgou-se essencial desenvolver a reconstituição urbanística da cidade, permitindo dissipar algumas memórias artificiais, fomentadas pelo ‘neo-romantismo’ do Estado Novo, mas que ainda hoje se fazem sentir na memória colectiva dos torrienses. O estudo da génese fundacional do Lugar e do seu enquadramento histórico é fundamental para o entendimento do valor patrimonial enquanto conceito subjacente às políticas de reabilitação dos centros históricos. O estudo da evolução urbana de Torrres Vedras desde a vila medieval, até à cidade do séc. XXI, dando a conhecer os pólos de atracção do crescimento periurbano, e a sua relação com o centro histórico, permitiu um conhecimento mais aprofundado sobre os elementos essenciais que caracterizam a sua Identidade. Verifica-se que a matriz urbana fundacional, ainda hoje perceptível, provém da ocupação romana, materializada pelos dois principais eixos reguladores: cardus e decumanus. A leitura do passado, alicerçada sobre a historiografia e arqueologia, pretende apenas mostrar que os núcleos urbanos antigos foram sempre elementos dinâmicos, capazes de se adaptarem às circunstâncias de cada época, garantindo a sua permanência e importância até ao início do séc. XX. A abordagem feita ao centro histórico pretende demonstrar a sua potencialidade para se tornar num elemento activo da cidade de Torres Vedras, capaz de se adaptar às necessidades da sociedade do séc. XXI, sem perder a sua identidade.