998 resultados para Mulheres Aspectos sociais
Resumo:
Essa dissertao versa sobre a construo da favela Paraispolis (So Paulo- SP) como destino turstico. Estevo, Berbela e Antenor, moradores da favela, realizam trabalhos artsticos que compem o elemento principal da atratividade turstica de Paraispolis. A partir do trabalho de campo, do tipo observao participante, descrevo os posicionamentos divergentes dos artistas, guias de turismo e a Unio de Moradores de Paraispolis. Aponto que esses posicionamentos geram disputas simblicas e relaes de poder entre os diversos atores envolvidos no processo de transformao de Paraispolis em um destino turstico. A inteno principal entender como esse processo perpassado por conflitos, tanto de ordem econmica quanto de ordem poltica e ideolgica. A perspectiva de anlise tem como enfoque central as vises em disputa sobre o turismo e as prticas que as tomam por base. Assim, procuro entender como os valores e prticas locais se articulam com aes e discursos exgenos voltados para o desenvolvimento do turismo.
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H muitos anos vimos desenvolvendo um labor de carter social, de promoo humana, junto a famlias de baixo padro scio econmico-cultural, residindo em diferentes bairros perifricos da cidade de So Paulo. Foi dentro desse clima acadmico-analtico, apoiados na evidncia emprica diria, que o estudo terico de Mercadologia surgiu para ns como uma pedra-de-toque, como o cinzel nas mos do artista, suscitando e reforando uma inquietao intelectual que veio culminar no presente trabalho e quem sabe?-que poder servir de base para futuras especulaes.
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A Feira do Livro de Porto Alegre um ritual de compra e venda de livros realizado, ininterruptamente h 51 anos, na Praa da Alfndega. Este trabalho objetivou desvendar a cultura organizacional do evento atentando para os fatos administrativos levado a efeito na Praa. Para tanto, os seguintes objetivos especficos foram traados: a) verificar os aspectos culturais compartilhados ou no entre os membros da Comisso Executiva da Feira do Livro; b) identificar os palcos, os atores, os autores e os homenageados presentes na cultura organizacional da Feira do Livro; e, c) identificar e analisar os significados atribudos pelos diferentes atores da Feira (organizadores/ proprietrios de livrarias/ vendedores/ compradores/ escritores) ao livro. O mtodo que permitiu a realizao dessa pesquisa foi o etnogrfico, tendo como tcnicas de pesquisa a observao participante, as entrevistas semi-estruturadas e consulta a materiais documentais. O Referencial que deu suporte as anlises foram provenientes da Antropologia e da Administrao, constituindo, um trabalho interdisciplinar. Tanto os conceitos de rituais (TURNER, 1974; VAN GENNEP, 1978; DAMATTA, 1978-97; PEIRANO, 2001-03 e TEIXEIRA, 1988) quanto o de cultura organizacional (CAVEDON, 2001) permitiram considerar que a cultura organizacional da Feria do Livro de Porto Alegre apresenta aspectos que a homogenezam como aspectos que a heterogenezam, sendo que ambos influenciam sobremaneira nos fatos administrativos levados a efeito na Praa. Alm disso, desvendar os aspectos divergentes dessa cultura permitiu expor as lutas simblicas existentes no grupo de participantes deste evento, de modo que, atentar para a heterogeneidade cultural propicia elucidar a distribuio do poder dentro da organizao. No que tange aos aspectos homogeneizantes perceptvel que os mesmos colaboram para a manuteno do status quo social. No caso especifico do objeto de estudo, por sua intrnseca relao entra a organizao e a sociedade, emerge de forma evidente que tanto a identidade do porto-alegrense influencia na cultura organizacional do rito quanto organizao do ritual auxilia na construo da identidade desses citadinos, uma vez que a identidade se d pela via relacional.
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O objetivo desta pesquisa analisar a experincia de gesto e operacionalizao do Projeto Rio 2016, direcionando as observaes comparao entre a elaborao e planejamento da Poltica Pblica e a sua real operacionalizao. Foram observados documentos que organizam conceitualmente o Projeto, o que favoreceu o entendimento sobre a forma como seus gestores percebem e orientam tal Poltica Pblica. A partir da extrao de argumentos de fundamentao da Poltica de tais documentos, foram analisadas as distores entre o discurso terico apresentado e sua efetivao no campo prtico. As estratgias de operacionalizao e gesto apresentadas, somadas a observao do cotidiano de desenvolvimento do Projeto permitiram identificar as principais dificuldades de implementao da poltica encontradas pela equipe de coordenao e as falhas oriundas do processo como um todo, o que deu base produo de sugestes para adequao e potencializao da Poltica em anlise.
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Esta tese composta por trs ensaios, um na linha de desenvolvimento econmico e dois na linha de crescimento. O primeiro deles trata de uma investigao sobre o papel do acesso energia eltrica a nvel domiciliar na alocao do tempo das crianas e adolescentes do Brasil rural entre frequentar a escola e participar do mercado de trabalho. Para o estabelecimento da relao causal entre energia eltrica e a alocao de tempo se utilizam os critrios de prioridade de obras do programa Luz Para Todos como fonte de variao exgena no acesso energia eltrica dos domiclios localizados na zona rural do Brasil. Aplicam-se os mtodos de Regresso Descontnua e Diferenas em Diferenas com Variveis Instrumentais. Os resultados obtidos da segunda metodologia apontam que a presena de energia eltrica aumenta a probabilidade das crianas e adolescentes estarem matriculadas na escola, no estarem atrasadas em relao srie que deveriam estar dada sua idade, serem alfabetizadas e no estarem trabalhando. Entre os possveis canais capazes de explicar estes resultados est a maior participao das mes no mercado de trabalho. Entretanto, no se pode descartar a hiptese de que os resultados observados sejam justificados pelo aumento do aceso energia eltrica a nvel escolar, o que pode tornar as escolas melhores e mais atrativas, ou consequncia do aumento do recebimento do programa Bolsa Famlia que exige frequncia escolar das crianas e adolescentes. J o segundo ensaio objetiva colaborar literatura de instituies e crescimento econmico atravs da investigao do impacto da mudana institucional ocorrida em Cuba aps a revoluo socialista de 1959 sobre a trajetria da renda per capita do pas. Para tanto, aplica-se o mtodo de controle sinttico para a obteno do contrafactual da trajetria da renda per capita na ausncia da revoluo. Os resultados apontam que a trajetria do PIB per capita anual de Cuba entre 1959 a 1980 foi inferior ao que teria sido caso no tivesse sido implantado o regime socialista. Este resultado robusto aos diferentes testes de placebo implantados e ao uso de distintas sries do PIB per capita de Cuba. Hipteses alternativas mudana institucional, mas tambm capazes de explicar a trajetria inferior do PIB per capita, so discutidas com base na literatura e na descrio de dados. A discusso sugere que foi de fato a mudana institucional a causa do efeito negativo observado sobre a economia cubana durante o perodo de anlise. Por fim, o terceiro estudo investiga o custo econmico de um desastre natural ocorrido no Brasil em 2008, a saber, o excesso de chuvas em Santa Catarina entre os meses de novembro e dezembro daquele ano. Este artigo colabora com mais uma evidncia para a recente literatura de desastres naturais. No Brasil no h nenhum trabalho, sob nosso conhecimento, medindo empiricamente o impacto que um desastre natural tenha acarretado a uma regio atingida. Este estudo est estruturado em duas partes. Na primeira se utiliza o controle sinttico para medir o impacto das chuvas na produo industrial de Santa Catarina. Prope-se uma pequena acomodao do mtodo para tratar o possvel transbordamento dos efeitos das chuvas nos demais estados. J na segunda parte, utiliza-se o mtodo de diferenas em diferenas para medir o impacto das chuvas no PIB per capita das cidades mais atingidas. Os resultados apontam que para um perodo de dois anos aps o final de 2008, o desastre causou uma produo industrial mensal 2.0% menor do que seria caso as chuvas no tivessem ocorrido. Por municpios, o efeito estimado do desastre sobre o PIB per capita se situou ao redor de -7,0% em 2008 e -5,0% em 2009. Em 2010 no h evidncias de efeito.
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A dissertao aborda o assunto central "Alimentao das Classes Baixas no Brasil" enfoca o problema social e a oportunidade de mercado para as indstrias alimentcias. Definidos os objetivos, passarei agora analise do problema que visa caracterizar a subnutrio, e levantar medidas efetivas e potenciais para a sua soluo.
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De uma acurada anlise das transformaes societais contemporneas, includas no que Nancy Fraser denomina de uma era ps-socialista, surge das mos da autora a chamada perspectival dualism que logra para si a incumbncia de se tornar uma possibilidade de interpretao alternativa para os emergentes conflitos culturais, seus decrescentes interesses materiais e os possveis remdios adotados para contorn-los. Este modelo comea a tomar forma a partir da publicao, em meados da dcada de 1990, de um de seus textos mais influentes e discutidos: Da redistribuio ao reconhecimento? Dilemas da justia na era pssocialista. Partindo do referencial terico desenvolvido pela autora desde ento, o presente trabalho pretende discuti-lo tomando a experincia de organizao dos catadores de materiais reciclveis no estado do Rio Grande do Sul como sua base emprica. A anlise se centra na formao de dois grupos diversos que resultaram desse processo, cuja ao social por eles empreendida foi vista aqui como fruto de diferentes reivindicaes de reconhecimento social, expressas na nfase dada s dimenses econmica e poltica. Ao procurar alargar o escopo da categoria do reconhecimento possibilidade de integrar novas dimenses que a constituam intrinsecamente status econmico (reciclador e co-gestor) e status poltico (militante) , esta pesquisa coaduna o intuito de revelar aspectos que sirvam para evidenciar a dinmica de construo do reconhecimento por ambos os grupos, bem como os padres culturais que a possam constranger e/ou favorecer, e de propor desdobramentos conceituais que advieram, em grande parte, do dilogo que se estabeleceu entre os dados empricos e as premissas conceituais que embasam a teorizao da autora.
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Este estudo busca analisar o processo de distino e estigmatizao existentes entre os moradores da Vila Urlndia, uma localidade situada na periferia da cidade de Santa Maria identificada socialmente como sendo uma rea violenta da cidade. A partir da imagem pblica negativa da localidade, um grupo de moradores, na tentativa de se afastarem deste estigma social, transfere aos moradores, por eles considerados inferiores, a responsabilidade pelo desprestigio local. Para isso, empregam um conjunto de critrios objetivos centrados em juzos moralizantes para construir a noo da existncia de duas sub-reas na localidade: a alta e a baixa. Dessa maneira, atravs de prticas diversas, produzem um processo de distino entre os moradores da vila, operando uma projeo do estigma aos moradores considerados inferiores.
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Inovao tem se tornado um fenmeno cada vez mais complexo e dinmico, com a mudana de um paradigma focado na inovao industrial, onde a inovao acontecia no produto ou no processo de fabricao, para outro baseado no conhecimento, muito mais amplo. Alm disso, o conhecimento e a competncia tcnica no so mais considerados como um monoplio do departamento de pesquisa e desenvolvimento. Isto trouxe mudanas nas prticas de inovao, que se tornaram mais abertas e levaram as empresas a interagir cada vez mais com o seu ambiente. Por outro lado, a inovao tecnolgica, cujo primeiro objetivo de criar valor para a empresa, tem experimentado alguns limites para resolver problemas sociais, como o aquecimento global. As novas tecnologias tm a capacidade de melhorar a qualidade de vida de muita gente, mas no suficiente. nesse contexto que surge outro tipo de inovao, cujo objetivo de maximizar o impacto positivo na sociedade: a inovao social. Estes dois paradigmas de inovao, mais adequados aos desafios atuais, tm alguns pontos em comum na sua integrao com o ambiente externo: a sociedade e outros atores da inovao. No entanto, praticamente no existem estudos integrando inovao aberta e inovao social. Este trabalho estuda a integrao destes dois modelos a partir de uma pesquisa exploratria, realizando entrevistas em profundidade com 11 dirigentes de organizaes sociais. As iniciativas sociais parecem atrair mais organizaes externas para colaborar do que empresas com fins lucrativos, j que so mais altrustas. Parecem integrar essas pessoas e procurar por mais ajuda, especialmente no momento de escalar o negcio. Ainda que algumas organizaes tm como prioridade institucionalizar a inovao aberta, outras veem isto como secundrio ou simplesmente no sabem como fazer. Isto resulta em uma colaborao mais informal, que no focada em atividades de pesquisa e desenvolvimento, prtica ausente nas empresas da nossa amostra.
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FGV Direito Rio
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Este trabalho apresenta uma investigao sobre o fomento de tecnologias sociais atravs das organizaes do Terceiro Setor. O propsito analisar como os critrios de participao, dilogo, inovao, conhecimento e gesto so conduzidos por instituies que no fazem parte do Estado e mercado. Com base nos conceitos de cidadania e democracia, o trabalho relaciona as tecnologias sociais a um comportamento dialgico em funo da realidade social. O resultado, enfim, reposiciona o Terceiro Setor diante de um paradigma crtico, enfatizando que a aprendizagem, por meio das tecnologias sociais, podem ser um meio de transformao em diferentes contextos, desde a concepo terica at os resultados prticos.
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In this thesis I investigate the extent to which companies can build a more communal environment out of their fan pages while also evaluating the corresponding brand value that may come from having such a communal environment. My research is comprised in three articles: in the first article, I describe how the brand image is created or augmented in the fan page environment, therefore providing demonstrable evidence of value creation. In the second article, I describe how individuals use fan page semiotic elements to communicate their identities. Finally, in the third article, I describe the possible communal characteristics of a fan page and the conditions that enable it to evolve to the virtual brand community concept. As a result, I will contribute to the marketing literature on the use of Facebook for communicating brand identity, on the co-creation of the brand image in social media context, and on the conceptual definition of fan pages as a communal environment.
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Na ltima dcada, uma crescente ateno tem sido dedicada ao desenvolvimento de estratgias que permitem uma empresa de atender os mercados de baixa renda de uma forma rentvel e ao mesmo tempo enfrentar os desafios sociais. Uma das ferramentas estratgicas identificados para operar com sucesso na base da pirmide ( BoP ), consiste no estabelecimento de alianas com organizaes no governamentais (ONGs). Isso, no entanto, um desafio, especialmente porque os atores do setor empresarial e da sociedade civil so movidos por um propsito diferente e adotam uma abordagem diferente na conduo das suas atividades. O objetivo desta pesquisa , portanto, investigar precisamente como ONGs e empresas podem alavancar os seus respectivos recursos e capacidades para criar valor econmico e social , servindo este segmento. Um estudo de casos mltiplos, com foco na base da pirmide brasileira utilizado, a fim de entender as dificuldades e fatores de sucesso para a criao e gesto de tais alianas e identificar os recursos e capacidades que so mobilizados por cada parceiro. Os resultados sugerem que as principais dificuldades esto em encontrar um parceiro adequado; superar percepes estereotipadas negativos e falta de confiana e, finalmente, na diferente estrutura, cultura e processos. Por sua vez, os fatores mais importantes que levam ao sucesso incluem a escolha do parceiro certo; compatibilidade em termos de misso, estratgia e valores; estabelecimento de confiana e comprometimento; comunicao eficaz e, finalmente, a capacidade da aliana de gerar valor para ambos os parceiros. Alm disso, os resultados demostram que o papel das ONGs na maior parte limitado a agir como uma ponte entre a empresa e as comunidades de baixa renda, enquanto as capacidades operacionais e os recursos financeiros so fornecidos pelas empresas.
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De maneira geral, a ideia central da presente tese compreender como as organizaes se organizam, ou seja, acontecem, constituem-se como tal, em tempo real. Para isso, do ponto de vista emprico tomei como referncia o dia-a-dia de uma oficina ferroviria, especificamente a rea responsvel pelo reparo leve de locomotivas. Do ponto de vista ontolgico, epistemolgico e terico optei por adotar como referncia bsica a proposta de Theodore Schatzki. Schatzki prope uma ontologia das prticas sociais em que o site do social (ou, o contexto no qual a coexistncia humana se desenrola) composto por uma malha no s de nexos de prticas (fazeres e dizeres corporais humanos), mas tambm de arranjos materiais (objetos, artefatos, corpos). Nessa perspectiva, as organizaes em geral poderiam ser entendidas como configuraes de malhas de prticas#arranjos materiais. Assim, de forma mais especfica procurei analisar principalmente atravs do cotidiano dos mecnicos/eletricistas os fazeres e dizeres corporais e os arranjos materiais envolvidos na prtica de reparo e manuteno de locomotivas e que conformavam a oficina. O trabalho de campo, de carter etnogrfico, baseou-se em 6 meses de observao do dia-a-dia da oficina. Alm da observao, constru dados atravs do registro de imagens (fotografias), da consulta a documentos e de entrevistas. A partir da pude mostrar que a oficina (em particular, ou uma organizao, em geral), como um fenmeno social, poderia ser tratada como uma malha prticas#arranjos materiais. Apontei que as diferentes atividades (fazeres e dizeres) de programao da manuteno, de alocao de mo de obra, de identificao de defeitos, de inspeo, regulagem e troca de peas e componentes etc, executadas pelos programadores do PCM, pelos lderes de turma e supervisores, pelos especialistas do GAF, pelos mecnicos/eletricistas em meio a, e atravs de diferentes arranjos (elementos) materiais como o escritrio, a mesa, os galpes, as valas, a sala de reunio, o sistema de gesto da manuteno, as notas, as planilhas do GAF, as ARTs e PTs, a locomotiva, as peas e componentes, as ferramentas, para garantir a disponibilidade e a confiabilidade das locomotivas, bem como a segurana dos funcionrios, que do vida (animam) e materializam a oficina. A partir do que pude observar no campo, recorri tambm noo de ciborgue e cyborganization para descrever e aprofundar como elementos humanos (mecnicos/eletricistas) e no humanos (locomotivas, peas, componentes) intra-agiam. Transitei ainda pelo campo do embodiment tendo em vista que passei a me dar conta de que as intra-aes com as mquinas eram frequentemente experimentadas pelos mecnicos/eletricistas como corporais envolvendo posturas, movimentos e vivncias. Nesse caso as capacidades perceptivas-sensoriais emergiram como elementos decisivos para que os mecnicos/eletricistas conseguissem realizar o seu trabalho. Argumento portanto que, no caso que estudei, o corpo-(mecnico/eletricista) tambm sujeito, tem tambm papel ativo na vida organizacional, capaz de produzir (e no s reproduzir) prticas.