998 resultados para Interpretação (Filosofia)
Resumo:
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Filosofia Política
Resumo:
Tese de Doutoramento em Filosofia - Especialidade de Filosofia da Mente
Resumo:
Neste artigo, apresento uma interpretação feminista do romance The Female Quixote, de Charlotte Lennox, publicado em 1752. Em minha hipótese, Lennox responde às acusações de que romances são falsos e, por isso, repreensíveis, ao defender o gênero enquanto instrumento de crítica social e meio de transmissão e obtenção de conhecimentos das mulheres. Assim, ao mesmo tempo em que atribui valor ético, político e epistêmico a narrativas ficcionais, ela contribui também para uma reconceptualização dos conceitos de "verdadeiro" e "falso".
Resumo:
Este texto se ocupa de um exame, em caráter introdutório, das relações entre a reflexão de Bacon acerca das limitações de nossas faculdades e o ceticismo filosófico - um tema pouco considerado pela literatura mais recente, a despeito das muitas referências a tal filosofia. Ainda que, à primeira vista, tais referências possam parecer vagas e imprecisas, pensamos que um exame adequado de algumas delas pode revelar, não apenas a importância do tema para a compreensão de aspectos do seu próprio empreendimento, mas o interesse de Bacon pela literatura cética contemporânea. As peculiaridades de sua própria interpretação, por sua vez, parecem antecipar traços do modo como essa filosofia foi compreendida por filósofos posteriores, como Hume.
Resumo:
Na filosofia de Hume há uma nítida distinção entre a obra da juventude e a obra da maturidade. Mas seu Tratado da Natureza Humana não está no mesmo caso que essas outras obras de juventude que justificam falar de um jovem Hegel ou de um jovem Marx, ou de um Kant pré-crítico em contraste com o Kant da filosofia transcendental. Trata-se de um caso intermédio: a filosofia do autor é sempre a mesma, mas o Tratado apresentava, segundo o próprio autor, tais imprecisões e negligências que o levaram, na década seguinte, a publicar novas versões de suas principais teorias (do entendimento, das paixões, da moral) onde a filosofia, repito, ainda era a mesma, mas com vastas correções, notadamente na teoria do entendimento, sua epistemologia, que é o objeto do presente estudo. É preciso examinar cuidadosamente cada texto, sem pretender que haja um modelo único de leitura, de modo a fazer justiça tanto às geniais imperfeições do Tratado quando à argumentação mais sólida da Investigação sobre o Entendimento Humano. O resultado de tais leituras poderá indicar, por exemplo, não haver na primeira Investigação qualquer argumentação em favor de alguma forma de associacionismo a respeito da causação. Também não aparece ali compatibilidade da epistemologia de Hume com o empirismo comum, ou mesmo com qualquer espécie de pirronismo. Tais conclusões apóiam a interpretação de que Hume, em sua obra de maturidade, operou modificações relevantes de conteúdo, que deveriam ser reconhecidas como revisões definitivas das posições do autor.
Resumo:
A interpretação padrão da filosofia de Hume o apresenta como um cético radical acerca das pretensões da razão em fundamentar adequadamente nosso sistema de crenças e, ao mesmo tempo, como um naturalista que procurou sustentar que nossas crenças, embora racionalmente infundadas, não podem ser abandonadas na vida comum, em função da ação de sentimentos e impulsos naturais. Este trabalho pretende mostrar que o naturalismo de Hume pode e deve ser interpretado como uma metodologia de abordagem de conceitos filosóficos (ideias e crenças, no vocabulário de Hume) que incorpora elementos irrefletidos da vida comum (como sentimentos e impulsos naturais) e atribui a tais elementos o mesmo estatuto teórico que processos abstratos como raciocínios e argumentos. Uma filosofia que legitima mecanismos não-reflexivos no tratamento de problemas filosóficos é chamada por Hume de "filosofia verdadeira". Tal espécie de filosofia é incompatível com formas radicais de ceticismo, pois mecanismos irrefletidos que originam ideias são imunes à dúvida. Para exemplificar as teses aqui defendidas e tornar minha caracterização do naturalismo mais convincente, faço uma rápida descrição, ao final do artigo, da abordagem abrangente dos agentes morais por Hume.
Resumo:
Gyges foi o primeiro tirano a reinar na Lídia pela casa dos Mermenadae por volta do séc. VII a. C. Ele foi também o primeiro grande bárbaro com o qual os gregos estabeleceram contato. Seu caráter complexo fez com que se desenvolvessem diversas histórias a seu respeito, sendo a mais famosa aquela que conta a maneira como ele chegou ao poder. Sua fama percorreu o mundo grego e influenciou a poesia lírica de sua época e, posteriormente, a história, a filosofia e a retórica, principalmente no que diz respeito ao seu poder e riqueza. Em Platão, Gyges aparece ligado à narrativa de Glaúcon no Livro II da República (359b-360b), onde este conta os feitos daquele para se tornar o soberano da Lídia. No entanto, uma dificuldade na passagem 359d faz com a identificação direta de Gyges com a narrativa seja prejudicada. Pretendemos através deste trabalho apresentar algumas propostas para a passagem, utilizando-se para isso não só do texto de Platão como das fontes líricas e históricas anteriores a ele.
Resumo:
Este artigo se propõe a apresentar a formulação feuerbachiana do fundamento sensível do pensamento, buscando mostrar que nesse empreendimento Feuerbach: [1] toma como base uma teoria da objetivação, inseparável de uma teoria do homem como essência-gênero (Gattungswesen); [2] formula uma interpretação do desenvolvimento moderno da filosofia ao qual sua proposta filosófica seria imanente e do qual seria o resultado necessário; e [3] chega a formular as bases de uma nova posição ética, no plexo Eu-Tu. Desse modo, sua posição ontológica, ao reivindicar o sensível como o verdadeiro, não se constitui num imediatismo, pois o sensível aí apresentado é ele mesmo mediado pela existência genérica dos homens.
Resumo:
Este artigo busca interpretar a gravura "Melancolia I", do renascentista alemão Albrecht Dürer, segundo o pano de fundo filosófico do pensamento de Spinoza. A ideia central é a de que, nessa gravura, haveria uma intuição artístico-filosófica pela qual Dürer foi levado a associar a tristeza melancólica à ideia de um conhecimento confuso e turvado pela imaginação. Tal intuição se completaria numa outra gravura, criada no mesmo ano, o "São Jerônimo em seu gabinete", na qual a melancolia do "homem de cultura" renascentista desaparece. Tais intuições permitiriam ler as duas gravuras sob a ótica das "teorias" da mente e do conhecimento de Spinoza, para quem o conhecimento está associado à alegria, desde que esteja livre das sombras da imaginação projetadas pelo medo, pelo desejo excessivo, pelas crenças ou pelas superstições.
Resumo:
Este artigo discute as relações existentes entre direito e ética na filosofia política kantiana e, ao contrário da interpretação dominante, procura mostrar que a boa vontade precisa estar presente para que a política possa alcançar plenamente seus objetivos. Nesse sentido, defende-se aqui duas teses: primeira, que não há uma ruptura das teses políticas da década de oitenta com as teses políticas da década de noventa no sentido de um abandono da necessidade de uma boa vontade no campo da política, a qual é condição necessária para a realização de uma constituição republicana; segunda, contra uma interpretação exclusivamente liberal, defende-se que isso implica que o republicanismo kantiano permite que o Estado assuma medidas institucionais para um esclarecimento moral de seus cidadãos.
Resumo:
O objetivo principal deste texto é apresentai alguns elementos essenciais da interpretação do Proslogion feita por Karl Barth em seu livro S. Anselme, Fides Quaerens Intellectum. La preuve de l'existence de Dieu (trad. franc). Com Base no "programa teológico" de Anselmo, Barth identifica as linhas fundamentais para a leitura dos capítulos 2 a 4 do Pioslogion. Tentaremos mostrar a significação e o alcance dessa interpretação para a historiografia do pensamento anselmiano.
Resumo:
O objetivo do artigo é o de extrair dos escritos de Taylor uma crítica da concepção de Kuhn a respeito de uma possível unidade entre as ciências naturais e as ciências humanas, e dos de Kuhn uma crítica à caracterização proposta por Taylor para as ciências naturais. Deste empreendimento resulta uma reconceptualização da unidade das ciências.
Resumo:
O curso de filosofia deve desenvolver no aluno uma habilidade técnica na interpretação de diferentes modalidades discursivas - análoga ao "exercício de escuta", no sentido psicanalítico - que lhe permita a experiência da "dominação intelectual": da posse, ainda que provisória, de uma "língua da segurança" que coloque em "suspensão" os "lugares de conversação". Quebrando a barreira entre os gêneros dos discursos, entre as diferentes disciplinas, e entre os diversos interlocutores, o curso de filosofia - seja na universidade, no ensino médio e mesmo fora dos cursos regulares - poderá, desse modo, estimular a produção de um diálogo intenso, laicizado, entre múltiplos sujeitos de enunciação, contribuindo para a constituição do "espaço público". Somente assim a filosofia conquistará definitivamente entre nós, sua madureza.