911 resultados para Autonomia moral
Resumo:
Em revisão crítica da literatura sobre a educação para o autocuidado e autocontrole no diabetes, procura-se apontar a inadequação das abordagens tradicionais da aderência ao tratamento e da transmissão de informações frente à complexidade do autocuidado em condições de cronicidade. Explora-se a influência das Ciências Sociais sobre o campo de estudo das doenças crônico-degenerativas, em geral, e do diabetes, em particular. Nesta perspectiva, pode-se reconhecer uma incorporação dos campos disciplinares da Antropologia e Sociologia em pesquisas mais orientadas para o indivíduo, em sua condição de portador, e a experiência que desenvolve nesse processo. Há certa inflexão, mais recente, no campo de pesquisas em educação em saúde no diabetes, com a introdução de estratégias que buscam valorizar a experiência e a autonomia dos pacientes como sujeitos de seu cuidado. Neste artigo, discute-se a estratégia do empoderamento na educação para o autocuidado e autocontrole no diabetes, como uma modalidade de prática de natureza mais dialógica e de maior respeito à autonomia moral e cognitiva do portador.
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Pós-graduação em Educação Matemática - IGCE
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Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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This research aims to show how children can learn the meaning of forgiveness in order to build their autonomy and moral . Research is essential to support teachers to work morale within the classroom with their students , so that conflicts a re minimized or even eliminated . Through Piagetian clinical method was observed and interviewed students from the first year of elementary school , trying to identify those who can take a perspective other than you r own . All this in order to inve stigate the possibility of these becoming autonomous and can measure th e consequences of their actions . To develop the moral and intellectual autonomy of the students , Piaget (1994 ) shows the importance of children to act properly by choice , not by pres sure punishments or rewards , and that they have the correct answers , not because someone showed you , but because found . Through research , we found that students are able to forgive, but often requiring that the colleague is also punished in some way. Fo r in fact the children act autonomously it is necessary that the school provides situations where they can experience the cooperation , reciprocity, mutual respect , and thus gradually build their autonomy
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The research aims to propose a study of the central concepts of friendship among children of kindergarten and how such conceptions influence the interpersonal relationships within the school. We intend to observe the friendly relations between the kindergarten children, to examine how teachers of early childhood education business with the friendly relations between children and their conflicts and to propose alternatives to work with the theme friendship in the garden childhood, aiming at the socio-moral development of children. To do so, as the main theoretical basis the studies of Jean Piaget (1932/1994) on the development of moral reasoning in children. The methodology is based on Piaget's clinical method, which aims to understand how the subject thinks, analyze and resolve certain situations, presented as short stories. We hope that by doing so, we contribute to the debate on the educational work aimed at building the moral autonomy of the children, especially in kindergarten
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Esta pesquisa teve por objetivo apresentar na forma de relato de experiência, a mediação de conflitos por meio das práticas restaurativas no contexto escolar. Dessa forma pretendeu-se compartilhar um processo ocorrido em uma escola pública de um munícipio do Estado de São Paulo, que utilizou as práticas restaurativas na mediação de conflitos com alunos do 1º ano do ciclo I. Trata-se de uma pesquisa que utilizou o relato de experiência, como forma de construir conhecimentos que pudessem ser socializados e que implicaram em uma modificação da prática. A análise foi feito por meio de através de registros reflexivos, análise documental e observações. No processo de mediação de conflitos, foram utilizadas as práticas restaurativas, sendo o instrumento os círculos restaurativos que visam à resolução do conflito e a prevenção da violência através do diálogo, da reflexão e de um acordo entre as partes. Esta pesquisa mostrou que os círculos propiciaram a reflexão das crianças sobre suas ações, o diálogo entre todos os segmentos envolvidos, o fortalecimento de valores morais, o estímulo à utilização da mediação para a resolução de situações de conflito de forma assertiva e a construção de um ambiente cooperativo que atuou na direção da prevenção de ações violentas. Os princípios da Justiça Restaurativa favoreceram o desenvolvimento da autonomia moral, a cooperação no ambiente escolar e a restauração das relações.
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A presente tese tem por objetivo principal estudar a legitimação jurídico-moral da regulação estatal. Trata-se de tema de grande relevância e extrema atualidade em decorrência de dois fatores. Por um lado, desde o fenômeno da virada kantiana e da retomada da preocupação com o estabelecimento de uma teoria da justiça, tornou-se necessária a análise de justificação jurídico-moral de toda e qualquer instituição político-jurídica positivada. Por outro lado, entre as inúmeras instituições político-jurídicas positivadas, cresce cada vez mais a utilização das medidas jurídicas regulatórias, através das quais o Poder Público direciona ou controla a conduta dos agentes com o intuito de atingir determinada finalidade. Instituto econômico que é, ao interferir na alocação de riquezas, bens e serviços no mercado, a regulação estatal há tempos já vem sendo objeto de análise em uma perspectiva de legitimação econômica. Tradicionalmente, ainda dentro do paradigma da racionalidade, os economistas sempre apontaram as falhas de mercado como as razões a justificar as regulações estatais em um viés econômico. Mais recentemente, por sua vez, os adeptos da economia comportamental, rompendo ou relativizando as lições da Rational Choice Theory, têm apontado também as ações irracionais em heurística como razões a justificar as regulações estatais em um viés econômico. Ocorre, entretanto, que a regulação estatal é um instituto interdisciplinar. Ao direcionar ou controlar a conduta dos indivíduos, limitando ou implementando direitos e liberdades, a regulação constitui instituto simultaneamente jurídico e moral. A presente tese, portanto, buscará apresentar as razões a servir de justificação para a regulação estatal em uma perspectiva jurídico-moral. Neste ponto, adotar-se-á como paradigma de aferição de legitimação jurídico-moral das instituições político-jurídicas positivadas (entre as quais as regulações estatais) um liberalismo-republicano, consistente na compatibilização do liberalismo-igualitário com um republicanismo moderado. Desta forma, o estudo buscará defender a possibilidade de a legitimação jurídico-moral das diversas regulações estatais encontrar fundamento em um ou alguns de três valores jurídico-morais: a autonomia individual privada, as condições igualitárias e a autonomia pública. No que diz respeito à implementação da autonomia individual privada e das condições igualitárias, primeiramente, a tese defenderá a possibilidade de ser realizada uma nova leitura jurídico-moral dos institutos econômicos das falhas de mercado e das ações irracionais em heurística. Neste sentido, o conceito de falhas de mercado e o conceito de ações irracionais em heurística, em uma leitura jurídico-moral como razões a justificar a legitimação das regulações estatais, devem ser entendidos como situações em que o atuar livre dos agentes no mercado viole ou deixe de implementar os valores jurídico-morais fundamentais da autonomia individual privada e das condições igualitárias. Ainda no que diz respeito às influências liberal-igualitárias, a tese sustentará que, mesmo na inexistência de falhas de mercado ou de ações irracionais em heurística, será possível o estabelecimento de regulações estatais que encontrem justificação no valor jurídico-moral fundamental da igualdade, desde que tais regulações estejam destinadas a implementar as condições igualitárias mínimas necessárias à manutenção da própria autonomia individual privada e da dignidade humana. Por outro lado, no que diz respeito às influências republicanas, será exposto que as regulações estatais podem encontrar legitimação jurídico-moral também no valor jurídico-moral fundamental da autonomia pública. A saber, as regulações podem se encontrar legitimadas jurídico-moralmente quando da implementação dos projetos e políticas deliberados pelos cidadãos e pela sociedade no exercício da soberania popular, desde que tais projetos coletivos não violem os requisitos mínimos de dignidade humana dos indivíduos. A tese defenderá que os princípios da proporcionalidade e da igualdade podem exercer um papel de destaque na análise de legitimação jurídico-moral das regulações estatais. O princípio da proporcionalidade, neste ponto, será útil instrumental metodológico na aferição de legitimação jurídico-moral de uma medida regulatória em uma perspectiva interna, quando da aferição da relação estabelecida entre os meios e os fins da regulação. O princípio da igualdade, por sua vez, será útil instrumental metodológico na aferição de legitimação jurídico-moral de uma medida regulatória em uma perspectiva comparativa entre as diversas medidas regulatórias existentes. Por fim, uma vez enfrentados os pontos mais sensíveis pertinentes à justificação de toda e qualquer medida regulatória bem como estabelecida uma teoria geral acerca da legitimação jurídico-moral da regulação estatal, a presente tese realizará um estudo de caso acerca da legitimação jurídico-moral especificamente das regulações que utilizam argumentos de natureza paternalista. Trata-se de regulações que, ao direcionar a conduta de agentes com o intuito de zelar por bens, direitos e interesses destes próprios indivíduos cuja liberdade é restringida, apresentam-se extremamente controversas. Será exposto que, desde a clássica obra On Liberty de JONH STUART MILL, o paternalismo jurídico vem sendo tradicionalmente associado a uma conotação pejorativa de violação aos valores jurídico-morais fundamentais. A tese, porém, adotará posição segundo a qual as regulações paternalistas podem eventualmente encontrar legitimação jurídico-moral na promoção ou proteção dos valores jurídico-morais fundamentais da autonomia individual privada e da igualdade. Além disto, defenderá o estudo que os institutos econômicos das falhas de mercado da assimetria de informações e dos problemas de coordenação bem como os institutos econômicos das ações irracionais em heurística, adotados na nova leitura jurídico-moral proposta, servirão de instrumental útil na identificação das situações em que tais regulações paternalistas se encontram legitimadas jurídico-moralmente diante da premissa liberal-republicana.
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The dissertation consists of four essays and a comprehensive introduction that discusses the topics, methods, and most prominent theories of philosophical moral psychology. I distinguish three main questions: What are the essential features of moral thinking? What are the psychological conditions of moral responsibility? And finally, what are the consequences of empirical facts about human nature to normative ethics? Each of the three last articles focuses on one of these issues. The first essay and part of the introduction are dedicated to methodological questions, in particular the relationship between empirical (social) psychology and philosophy. I reject recent attempts to understand the nature of morality on the basis of empirical research. One characteristic feature of moral thinking is its practical clout: if we regard an action as morally wrong, we either refrain from doing it even against our desires and interests, or else feel shame or guilt. Moral views seem to have a conceptual connection to motivation and emotions – roughly speaking, we can’t conceive of someone genuinely disapproving an action, but nonetheless doing it without any inner motivational conflict or regret. This conceptual thesis in moral psychology is called (judgment) internalism. It implies, among other things, that psychopaths cannot make moral judgments to the extent that they are incapable of corresponding motivation and emotion, even if they might say largely the words we would expect. Is internalism true? Recently, there has been an explosion of interest in so-called experimental philosophy, which is a methodological view according to which claims about conceptual truths that appeal to our intuitions should be tested by way of surveys presented to ordinary language users. One experimental result is that the majority of people are willing to grant that psychopaths make moral judgments, which challenges internalism. In the first article, ‘The Rise and Fall of Experimental Philosophy’, I argue that these results pose no real threat to internalism, since experimental philosophy is based on a too simple conception of the relationship between language use and concepts. Only the reactions of competent users in pragmatically neutral and otherwise conducive circumstances yield evidence about conceptual truths, and such robust intuitions remain inaccessible to surveys for reasons of principle. The epistemology of folk concepts must still be based on Socratic dialogue and critical reflection, whose character and authority I discuss at the end of the paper. The internal connection between moral judgment and motivation led many metaethicists in the past century to believe along Humean lines that judgment itself consists in a pro-attitude rather than a belief. This expressivist view, as it is called these days, has far-reaching consequences in metaethics. In the second essay I argue that perhaps the most sophisticated form of contemporary expressivism, Allan Gibbard’s norm-expressivism, according to which moral judgments are decisions or contingency plans, is implausible from the perspective of the theory of action. In certain circumstances it is possible to think that something is morally required of one without deciding to do so. Morality is not a matter of the will. Instead, I sketch on the basis of Robert Brandom’s inferentialist semantics a weak form of judgment internalism, according to which the content of moral judgment is determined by a commitment to a particular kind of practical reasoning. The last two essays in the dissertation emphasize the role of mutual recognition in the development and maintenance of responsible and autonomous moral agency. I defend a compatibilist view of autonomy, according to which agents who are unable to recognize right and wrong or act accordingly are not responsible for their actions – it is not fair to praise or blame them, since they lacked the relevant capacity to do otherwise. Conversely, autonomy demands an ability to recognize reasons and act on them. But as a long tradition in German moral philosophy whose best-known contemporary representative is Axel Honneth has it, both being aware of reasons and acting on them requires also the right sort of higher-order attitudes toward the self. Without self-respect and self-confidence we remain at the mercy of external pressures, even if we have the necessary normative competence. These attitudes toward the self, in turn, are formed through mutual recognition – we value ourselves when those who we value value us. Thus, standing in the right sort of relations of recognition is indirectly necessary for autonomy and moral responsibility. Recognition and valuing are concretely manifest in actions and institutions, whose practices make possible participation on an equal footing. Seeing this opens the way for a kind of normative social criticism that is grounded in the value of freedom and automomy, but is not limited to defending negative rights. It thus offers a new way to bridge the gap between liberalism and communitarianism.
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This study examines values education in Japanese schools at the beginning of the millennium. The topic was approached by asking the following three questions concerning the curricular background, the morality conveyed through textbooks and the characterization of moral education from a comparative viewpoint: 1) What role did moral education play in the curriculum revision which was initiated in 1998 and implemented in 2002? 2) What kinds of moral responsibilities and moral autonomy do the moral texts develop? 3) What does Japanese moral education look like in terms of the comparative framework? The research was based on curriculum research. Its primary empirical data consisted of the national curriculum guidelines for primary school, which were taken into use in 2002, and moral texts, Kokoro no nôto, published by the Ministry of Education in the same context. Since moral education was approached in the education reform context, the secondary research material involved some key documents of the revision process from the mid-1990s to 2003. The research material was collected during three fieldwork periods in Japan (in 2002, 2003 and 2005). The text-analysis was conducted as a theory-dependent qualitative content analysis. Japanese moral education was analyzed as a product of its own cultural tradition and societal answer to the current educational challenges. In order to understand better its character, secular moral education was reflected upon from a comparative viewpoint. The theory chosen for the comparative framework, the value realistic theory of education, represented the European rational education tradition as well as the Christian tradition of values education. Moral education, which was the most important school subject at the beginning of modern school, was eliminated from the curriculum for political reasons in a school reform after the Second World War, but has gradually regained a stronger position since then. It was reinforced particularly at the turn of millennium, when a curriculum revision attempted to respond to educational and learning problems by emphasizing qualitative and value aspects. Although the number of moral lessons and their status as a non-official-subject remained unchanged, the Ministry of Education made efforts to improve moral education by new curricular emphases, new teaching material and additional in-service training possibilities for teachers. The content of the moral texts was summarized in terms of moral responsibility in four moral areas (intrapersonal, interpersonal, natural-supranatural and societal) as follows: 1) continuous self-development, 2) caring for others, 3) awe of life and forces beyond human power, and 4) societal contribution. There was a social-societal and emotional emphasis in what was taught. Moral autonomy, which was studied from the perspectives of rational, affective and individuality development, stressed independence in action through self-discipline and responsibility more than rational self-direction. Japanese moral education can be characterized as the education of kokoro (heart) and the development of character, which arises from virtue ethics. It aims to overcome egoistic individualism by reciprocal and interdependent moral responsibility based on responsible interconnectedness.
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A adolescência feminina é marcada por muitos desafios, frutos das transformações que ocorrem na vida desta jovem. Com a puberdade, as diferenças biológicas entre os sexos se acentuam, sendo significativas as demandas e as expectativas socioculturais. Para as adolescentes, o desenvolvimento das mamas e o aumento dos quadris formam um novo corpo, suscitando novas sensações e sentimentos. Na adolescência intermediária, a jovem se depara com a tarefa de lidar com a sua sexualidade, com decisões morais, vivenciar o aumento de novos relacionamentos com seus pares e equilibrar a autonomia com a responsabilidade. A forma como a adolescente vivencia estas mudanças é moldada pelas características pessoais, crenças e práticas, que refletem o seu contexto. Na cultura ocidental, uma das questões típicas da adolescência é o desenvolvimento da autonomia, relacionada ao contexto familiar. Apesar das transformações sociais, a família continua a desempenhar um papel essencial na formação do indivíduo, tendo as atribuições de cuidado, de apoio e de afeto. No contexto familiar, por meio do estilo parental, são comunicadas as atitudes dos pais em relação aos seus filhos, criando um clima emocional, no qual as práticas parentais são expressas. Estudos dedicados aos relacionamentos pais-filhos especificam a importância da presença do pai para a dinâmica e o clima emocional familiar e sugerem que o gênero do progenitor pode influenciar a forma que ele se relaciona com sua filha. Assim, o objetivo deste trabalho se desdobra em dois. O primeiro é promover uma reflexão a partir de uma revisão de literatura contemplando essa temática. O segundo é investigar a relação entre a percepção do estilo parental paterno e o desenvolvimento da autonomia da filha adolescente. Para isso, utilizamos um método quantitativo, com aplicação de escalas sobre autonomia, interdependência e autonomia-relacionada e estilo parental. Participaram do estudo 50 adolescentes do sexo feminino, entre 14 a 16 anos, de famílias intactas, residentes no Rio de Janeiro. Os resultados apontaram para a existência de uma relação entre o desenvolvimento da autonomia e a percepção do estilo parental paterno. Quanto mais as adolescentes percebiam seus pais como autoritativos, maiores eram seus escores em autonomia-relacional e menores em autonomia. De um modo geral, as adolescentes da pesquisa apresentaram uma tendência à autonomia-relacionada e a perceber seus pais com o estilo parental autoritativo. Com base nestes resultados, concluímos que a maneira que as adolescentes percebem seus pais vai estar relacionada ao modo que vão desenvolver sua autonomia, indicando a importância de futuras pesquisas que explorem a relação pai-filha na adolescência em um contexto brasileiro.
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Wydział Teologiczny
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Monográfico con el título: 'Pedagogía crítica del S. XXI'. Resumen basado en el de la publicación
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Esta dissertação aborda as relações entre o ambiente sociomoral e o desenvolvimento da autonomia das crianças de uma Escola da comunidade do Município de Porto Alegre-RS. O objetivo é descrever o ambiente sociomoral de cada sala de aula, construído nas relações interindividuais entre professores e alunos, e analisar o desenvolvimento da autonomia das crianças através do estudo do juízo moral. A pesquisa teórica fundamenta-se em vários estudos e abordagens sobre a moralidade e, em especial, nos estudos da Epistemologia Genética de Jean Piaget sobre o juízo moral de crianças e sobre a gênese e o desenvolvimento da inteligência. A parte empírica do trabalho consiste em pesquisa sócio-antropológica na Escola, com enfoque sobre a sala de aula. Buscou-se conhecer o cotidiano da instituição através de observações, conversas, participação em reuniões e entrevistas. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os professores e com a direção, com o intuito de apreender o discurso pedagógico vigente na Escola. A análise de documentos oficiais da Escola forneceu informações sobre os objetivos, normas e procedimentos da instituição. As observações em sala de aula, assim como as entrevistas com as professoras, possibilitaram a elaboração de categorias de análise do ambiente sociomoral de cada sala sob os pontos de vista da atmosfera, do caráter do jogo, da abordagem de conteúdos ou da prática pedagógica e, principalmente, das relações entre professor e aluno Utilizou-se, ainda, o método clínico de Piaget na investigação do juízo moral das crianças, com o intuito de descrever as tendências gerais do desenvolvimento moral nesse ambiente sociomoral específico, privilegiando-se, entretanto, as relações em sala de aula. Os resultados gerais da pesquisa mostram tanto o progresso da autonomia das crianças em função de um ambiente sociomoral cooperativo em sala de aula como sugere uma nova abordagem para as relações interindividuais na escola.
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Esta dissertação está ancorada na Epistemologia Genética de Jean Piaget, no conteúdo do desenvolvimento moral, revelando a difusão desta teoria e conteúdo moral na prática escolar. Discute sobre a existência de um espaço para a construção da autonomia cognitiva e sócio-moral em duas turmas de alunos finalistas do Ensino Fundamental. O foco do trabalho é a busca da confirmação do discurso do Projeto Político Pedagógico da Escola no desenvolvimento da autonomia, cidadania e responsabilidade crítica do aluno e na sua relação com a prática em sala da aula, mediada pela ação docente. Enfatiza o conceito de autonomia que o professor traz e trabalha, e os espaços que julga disponibilizar para tal desenvolvimento em aula. Faz uma busca na História da Educação sobre a gênese da preocupação de atender ao objetivo de desenvolvimento da autonomia dos alunos. A metodologia inclui a revisão dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, a realização de entrevistas com professores ativos e aposentados e de observação das turmas. As entrevistas com os dois grupos de professores são colocadas em paralelo, tal recurso busca observar uma preocupação persistente com tal objetivo escolar. As escolas selecionadas são as que contribuíram no panorama estadual de ensino como sendo referências de estudo dos docentes e consideração à Epistemologia Genética. Como resultado final tem-se que o comprometimento do professor com a autonomia, mesmo sendo um objetivo a ser alcançado na formação do aluno é variável. Quando o professor disponibiliza espaços para a autonomia do aluno nem sempre reconhece a ação pedagógica despendida como facilitadora de tal objetivo. O conceito de autonomia do professor e a forma como vê tal conduta dos alunos é variável, oscilando entre a individuação da ação e o compromisso com a cooperação e interação social. As escolas revelam uma perda de espaço para a discussão e construção de uma autonomia docente que repercute na construção da autonomia dos alunos. Os objetivos de autonomia previstos no Projeto Político Pedagógico não são considerados pelo professor, esse projeto da escola não parece servir como referência para o desenvolvimento de atividades que aprimorem da conduta moral de autonomia nos alunos.