979 resultados para Capacidade geral de combinação


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Nas ltimas dcadas verificou-se um aumento da contaminao dos solos com metais pesados resultante de processos antropognicos. As descargas de efluentes industriais, a actividade mineira e a aplicao de lamas residuais e de fertilizantes so as principais fontes de metais pesados. Em certas regies, a acumulao destes elementos nos solos tem atingido nveis preocupantes para o equilbrio dos ecossistemas. Vrios estudos tm demonstrado que os metais influenciam os microrganismos afectando adversamente o seu crescimento, morfologia e actividades bioqumicas resultando num decrscimo da biomassa e diversidade. Entre os microrganismos do solo, as bactrias pertencentes ao gnero Rhizobium tm um elevado interesse cientfico, econmico e ecolgico devido sua capacidade para fixar azoto. Deste modo, o trabalho desenvolvido ao longo desta tese incidiu sobre o efeito da toxicidade imposta pelos metais nas bactrias fixadoras de azoto, em particular em Rhizobium leguminosarum bv. trifolii e teve como principais objectivos: determinar o efeito dos metais pesados na sobrevivncia e na capacidade de fixar azoto dos isolados de rizbio; avaliar a influncia dos metais na diversidade das populaes de rizbio isoladas de solos contaminados; determinar os nveis de tolerncia do rizbio a diferentes metais e analisar a resposta ao stresse oxidativo imposto pelo cdmio. A Mina do Braal foi o local de estudo escolhido uma vez que os seus solos esto muito contaminados com metais em resultado da extraco de minrio durante mais de 100 anos. Foram escolhidos 3 solos com diferentes graus de contaminao, o solo BC com concentraes reduzidas de metais, escolhido por estar numa zona j fora da mina e designado por solo controlo e os solos BD e BA considerados medianamente e muito contaminados, respectivamente. O Pb e o Cd foram os metais predominantes nestes solos, assim como o metalide As, cujas concentraes ultrapassaram largamente os limites previstos na lei. Sendo as enzimas do solo boas indicadoras da qualidade do mesmo, foi determinada a actividade de algumas como a desidrogenase (DHA) e a catalase (CAT). Ambas as enzimas correlacionaramse negativamente com as concentraes de metais nos solos. A dimenso das populaes indgenas de rizbio nos solos contaminados (BD e BA) foi bastante baixa, 9,1 bactrias g-1 de solo e 7,3 bactrias g-1 de solo, respectivamente, quando em comparao com a populao do solo BC (4,24x104 bactrias g-1 de solo). Estes resultados parecem estar relacionados com o elevado contedo em metais e com o pH cido dos solos. A capacidade simbitica tambm foi afectada pela presena de metais, uma vez que os isolados originrios do solo BD mostraram menor capacidade em fixar azoto do que os isolados do solo controlo. A diversidade das populaes de rizbio foi determinada com recurso anlise dos perfis de plasmdeos, perfis de REP e ERIC-PCR de DNA genmico e perfis de protenas e lipopolissacardeos. No conjunto dos 35 isolados analisados foram identificados 11 plasmdeos com pesos moleculares entre 669 kb e 56 kb. Embora a incidncia de plasmdeos tenha sido superior nos isolados do solo BC verificou-se maior diversidade plasmdica na populao isolada do solo BD. Resultados similares foram obtidos com os perfis de REP e ERIC-PCR e perfis de protenas, que indicaram maior diversidade nas populaes dos solos contaminados (BD e BA), contrariamente ao verificado por outros autores. O grau de tolerncia aos metais pesados e ao arsnio dos vrios isolados testados dependeu do metal e do local de origem. No geral, os isolados do solo BD mostraram maior tolerncia aos metais do que os isolados do solo controlo, o que est de acordo com o esperado uma vez que geralmente as populaes dos locais contaminados so mais tolerantes. Contudo, os isolados do local mais contaminado (BA) foram muito tolerantes apenas ao chumbo mostrando-se sensveis aos restantes metais. A inoculao dos solos BC, BD e BA aps irradiao com estirpes seleccionadas de rizbio permitiu avaliar a sua sobrevivncia ao longo de 12 meses em condies mais realistas. Verificou-se que aps um decrscimo inicial, os isolados inoculados no solo BC conseguiram recuperar a dimenso das suas populaes para nmeros similares aos inicialmente introduzidos, contrariamente ao verificado no solo BD onde o nmero de rizbios decresceu ao longo dos 12 meses. As condies adversas do solo BA apenas permitiram a sobrevivncia de 4 isolados at aos 3 meses e apenas dois deles conseguiram sobreviver aps 12 meses, designadamente C 3-1 e A 17-3. Estes isolados possuem um plasmdeo de 669 kb que poder estar na base da sobrevivncia destas estirpes. Por outro lado, o ltimo isolado originrio do solo contaminado e por isso estar tambm mais adaptado a sobreviver s elevadas concentraes de Pb existentes no solo BA. Por fim, constatou-se que o cdmio, um dos metais presente em concentraes mais elevadas nos solos em estudo, um indutor de stresse oxidativo nos isolados de rizbio menos tolerantes o que foi confirmado pelo aumento de ROS e danos celulares ao nvel dos lpidos.

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Os espumantes produzidos segundo o mtodo Champanhs so obtidos aps uma segunda fermentao em garrafa. Quando o vinho vertido no copo, o CO2 produzido libertado, sendo a espuma formada o resultado da sua interaco com os constituintes do vinho. A quantidade e a estabilidade da espuma do vinho espumante esto relacionadas com a sua composio qumica. Para alm da espuma, o aroma tambm um parmetro importante de qualidade na apreciao geral de um vinho espumante. O aroma de um vinho espumante provm do contributo das uvas assim como do processo fermentativo. Dependendo do estado de maturao da uva, o contributo dos compostos volteis para o aroma diferente. Em virtude da vindima para os vinhos espumantes ser realizada antes da vindima para os vinhos maduros, dependendo da variedade, as uvas podero no ser colhidas na expresso mxima do seu aroma, podendo verificar-se uma perda significativa do seu potencial varietal voltil. O objectivo desta dissertao relacionar o aroma e a espuma dos vinhos espumantes com o potencial enolgico das uvas e dos vinhos. Para isso, foi estudada a composio voltil das duas castas principais da Bairrada, a casta branca Ferno-Pires (FP) e a casta tinta Baga (BG), sendo estas duas das castas usadas para a produo de espumante. Para estudar a composio voltil das uvas durante a maturao, com vista a avaliar este efeito na expresso mxima de compostos volteis, foi optimizada para este propsito a metodologia de microextraco em fase slida em espao de cabea (HS-SPME). As uvas foram colhidas semanalmente, em duas vinhas, do pintor ps-maturidade sendo posteriormente analisadas pela metodologia de HS-SPME seguida de cromatografia de gs acoplada espectrometria de massa com quadrupolo (GCqMS). No caso das uvas BG, observou-se um aumento acentuado na expresso mxima de compostos volteis prximo da maturidade da uva determinada pelo teor em acar e acidez titulvel, mantendo-se constante durante a ps-maturidade. Na determinao do perfil voltil das uvas ao longo da maturao foram identificados 66 compostos varietais nas uvas provenientes de uma vinha (Pedralvites) e 45 da outra vinha (Colgio). Em ambas as vinhas foram identificados 23 sesquiterpenides, 13 monoterpenides, 6 norisoprenides, 2 lcoois aromticos e 1 diterpenide. Os sesquiterpenides, devido sua abundncia em nmero e em rea cromatogrfica, podem ser considerados marcadores da casta BG. As uvas FP apresentaram um comportamento diferente do das uvas BG, sendo a expresso mxima de compostos volteis expressa durante um curto perodo de tempo (1 semana), que coincide com a maturidade da uva. Depois de atingido este pico, observa-se uma diminuio drstica logo na semana seguinte. Este comportamento foi observado em ambas as vinhas, onde foram identificados 20 compostos volteis varietais e 5 pr-fermentativos (lcoois e aldedos em C6). Estes resultados mostram que quando estas castas so colhidas precocemente (1 semana antes da maturidade) para a produo de espumante, observada uma reduo significativa do potencial voltil que expresso na maturidade. Para a anlise da composio voltil dos vinhos espumantes foi optimizada uma metodologia de microextraco que permite usar uma maior quantidade de fase estacionria, a extraco sorptiva em barra de agitao (SBSE). O mtodo foi optimizado usando 10 padres de compostos volteis representativos das principais famlias qumicas presentes no vinho, nomeadamente, steres, monoterpenides, sesquiterpenides, norisoprenides em C13 e lcoois. O mtodo proposto apresenta uma boa linearidade (r2 > 0,982) e a reprodutibilidade varia entre 8,9 e 17,8%. Os limites de deteco para a maioria dos compostos bastante baixo, entre 0,05 e 9,09 g L-1. O mtodo foi aplicado para a anlise da composio voltil dos vinhos espumantes. Dentro dos vinhos espumantes analisados, foi estudada a influncia da casta, do tipo de solo e do estado de maturao das uvas na sua composio voltil. A casta FP pode dar origem a vinhos com maior potencial de aroma do que a casta BG. Relativamente avaliao dos diferentes estados de maturao, verificou-se que as uvas da maturidade e as da colheita tardia (uma semana depois da maturidade) deram origem aos vinhos com maior quantidade de compostos volteis. Para os trs tipos de solo estudados (arenoso, argiloso e argilo-calcrio), o vinho obtido a partir de uvas colhidas no solo argilo-calcrio foi o que mostrou a maior concentrao de compostos volteis varietais. A espuma destes vinhos espumantes foi tambm avaliada quanto sua quantidade mxima (HM) e tempo de estabilidade (TS). O vinho espumante que apresentou um maior TS foi o vinho produzido a partir da casta FP proveniente de uma colheita tardia e solo argiloso. Os vinhos provenientes dos solos arenosos e argilo-calcrios so os que apresentaram valores mais baixos de TS. Com vista a avaliar quais os conjuntos de molculas do vinho que esto relacionados com as propriedades da espuma e possveis sinergismos entre eles, para cada vinho espumante foi separada a fraco hidrofbica de baixo peso molecular (MeLMW), a fraco de elevado peso molecular (HMW) e duas fraces de peso molecular intermdio (AqIMW e MeIMW). As propriedades da espuma dos vinhos modelo, reconstitudos com estas fraces e suas misturas, foram avaliadas. A combinação da fraco HMW com a MeLMW aumentou o TS 2,7 vezes quando comparado com o observado para a fraco HMW isoladamente, produzindo um efeito sinergtico. Este aumento do TS ainda foi maior quando se combinou a fraco HMW com as subfraces obtidas a partir da fraco MeLMW, principalmente para as fraces menos apolares. A subfraco hidrofbica menos apolar foi caracterizada por espectrometria de massa de ionizao por electrospray (ESI-MS/MS) tendo sido identificada uma srie de oligmeros de polietileno glicol e um potencial composto tensioactivo, o 8-hidroxi-tridecanoato de dietilenoglicolglicerilacetato. A fraco MeLMW foi tambm isolada da espuma do vinho espumante e caracterizada por ESI-MS/MS, permitindo identificar vrios compostos potenciais tensioactivos, nomeadamente, dois monoacilgliceris e quatro derivados de cidos gordos com gliceriletilenoglicol. Estes resultados confirmam que estes compostos relacionados com a estabilidade da espuma existem em maior nmero na espuma do que no vinho. O vinho foi ainda fraccionado em 12 grupos de molculas: 3 fraces de manoprotenas, 3 de arabinogalactanas, 3 de misturas de polissacardeos, protenas e compostos fenlicos e 3 fraces de peso molecular intermdio e baixo, compostas por uma mistura de hidratos de carbono, peptdeos e compostos fenlicos. Foram usados vinhos modelo reconstitudos com cada uma das fraces isoladas na concentrao em que estas se encontraram no vinho. Foram tambm efectuados ensaios com solues modelo dez vezes mais concentradas e com misturas de algumas das fraces. Todas as solues formadas foram avaliadas quanto s propriedades da espuma. O aumento da concentrao para dez vezes faz com que a soluo contendo a fraco rica em manoprotenas (MP1) aumente para mais do dobro a HM e 7,4 vezes mais o TS. A combinação entre a fraco MP1 e a MeLMW produziu um aumento significativo nos parmetros de HM e TS. A combinação da fraco HMW (manoprotenas com baixo teor em protena) com a MeLMW (tensioactivos derivados de cidos gordos com gliceriletilenoglicol) contm os compostos chave de um vinho espumante para se obter uma maior quantidade e estabilidade da espuma.

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O aumento da incidncia de traumatismos crnio-enceflicos (TCE) a nvel internacional, tem vindo a fomentar o desenvolvimento de estudos neste domnio. O presente estudo pretende determinar a deteriorao cognitiva e o estado depressivo em indivduos com TCE ligeiro e sem TCE; analisar a deteriorao cognitiva e o estado depressivo nos indivduos com TCE ligeiro e sem TCE em relao ao sexo, idade, estado civil, residncia e tipo de traumatismo; analisar a relao entre a deteriorao cognitiva e o estado depressivo dos indivduos com TCE e o tipo de traumatismo sofrido. Atravs de um estudo comparativo, avaliamos uma amostra total de 40 indivduos, tendo o emparelhamento sido feito entre 2 grupos: grupo clnico: 20 indivduos com TCE ligeiro (entre 6 e 18 meses aps leso) com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos; grupo de controlo: 20 indivduos sem ter tido TCE ou patologia conducente a handicap psiquitrico ou neurolgico. A deteriorao cognitiva foi avaliada atravs do Mini Mental State Examination (Folstein et al., 1975-verso portuguesa, adaptada por Guerreiro, 1993) que um teste constitudo por seis grupos que avaliam o defeito cognitivo do sujeito. Tambm foi utilizada a Bateria de Avaliao Neuropsicolgica de Luria- Nebraska / verso experimental portuguesa de Maia, Loureiro e Silva, 2002, traduzida e adaptada de Golden, Hammeke e Purisch, 1979, que uma bateria que visa avaliar o funcionamento neuropsicolgico de indivduos com manifestaes neuropsicolgicas. O estado depressivo foi avaliado atravs do Inventrio de Avaliao Clnica da Depresso-IACLIDE (Serra, 1994) que mede a intensidade dos quadros clnicos depressivos, bem como uma ficha de registo individual de dados biogrficos e clnicos. Os principais resultados so: Os indivduos do grupo clnico, ou seja, aqueles que sofreram TCE ligeiro evidenciam maior deteriorao cognitiva comparativamente com os que o no sofreram. Aqueles indivduos tambm evidenciam estados depressivos significativamente mais graves do que os indivduos que no sofreram aquele traumatismo. O TCE ligeiro induz um aumento dos sintomas depressivos em termos biolgicos, cognitivos, inter-pessoais e desempenho de tarefas e tende a agravar os nveis de depresso endgena e a causar perturbao na relao do indivduo consigo prprio; O TCE ligeiro conduz a um aumento significativo da incapacidade dos indivduos para a vida geral, para o trabalho, para a vida social e para a vida familiar; Os indivduos que sofreram TCE ligeiro evidenciam funes motoras, linguagem expressiva e raciocnio aritmtico mais perturbadas que os que o no sofreram; O TCE ligeiro induz alteraes neuropsicolgicas que diminuem significativamente a capacidade dos mesmos. Os dados obtidos indicam, que os indivduos que sofreram TCE do sexo feminino evidenciaram alterao cognitiva mais acentuada do que os do sexo masculino; os indivduos mais velhos que sofreram TCE ligeiro, tendem a evidenciar maior deteriorao do estado cognitivo e avaliao neuropsicolgica mais baixa; verificamos tambm que no grupo clnico os indivduos casados revelaram pior estado neuropsicolgico na escala da bateria referente leitura; os indivduos que sofreram TCE ligeiro que residiam em aldeias evidenciam nveis mais elevados de depresso do que aqueles que residiam em vilas; por fim, os indivduos que sofreram traumatismo aberto revelam maiores alteraes neuropsicolgicas nas funes motoras e visuais, no ritmo e na aritmtica comparativamente com os outros.

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O conhecimento de mecanismos de genmica funcional tem sido maioritariamente adquirido pela utilizao de organismos modelo que so mantidos em condies laboratoriais. Contudo, estes organismos no reflectem as respostas a alteraes ambientais. Por outro lado, vrias espcies, ecologicamente bem estudadas, reflectem bem as interaces entre genes e ambiente mas que, das quais no existem recursos genticos disponveis. O imposex, caracterizado pela superimposio de caracteres sexuais masculinos em fmeas, induzido pelo tributilestanho (TBT) e trifenilestanho (TPT) e representa um dos melhores exemplos de disrupo endcrina com causas antropognicas no ambiente aqutico. Com o intuito de elucidar as bases moleculares deste fenmeno, procedeu-se combinação das metodologias de pirosequenciao (sequenciao 454 da Roche) e microarrays (Agilent 4*180K) de forma a contribuir para um melhor conhecimento desta interaco gene-ambiente no gastrpode Nucella lapillus, uma espcie sentinela para imposex. O trancriptoma de N. lapillus foi sequenciado, reconstrudo e anotado e posteriormente utilizado para a produo de um array de nucletidos. Este array foi ento utilizado para explorar nveis de expresso gnica em resposta contaminao por TBT. Os resultados obtidos confirmaram as hipteses anteriormente propostas (esteridica, neuroendcrina, retinica) e adicionalmente revelou a existncia de potenciais novos mecanismos envolvidos no fenmeno imposex. Evidncia para alvos moleculares de disrupo endcrina no relacionados com funes reprodutoras, tais como, sistema imunitrio, apoptose e supressores de tumores, foram identificados. Apesar disso, tendo em conta a forte componente reprodutiva do imposex, esta componente funcional foi a mais explorada. Assim, factores de transcrio e receptores nucleares lipoflicos, funes mitocondriais e actividade de transporte celular envolvidos na diferenciao de gneros esto na base de potenciais novos mecanismos associados ao imposex em N. lapillus. Em particular, foi identificado como estando sobre-expresso, um possvel homlogo do receptor nuclear peroxisome proliferator-activated receptor gamma (PPAR), cuja funo na induo de imposex foi confirmada experimentalmente in vivo aps injeco dos animais com Rosiglitazone, um conhecido ligando de PPAR em vertebrados. De uma forma geral, os resultados obtidos mostram que o fenmeno imposex um mecanismo complexo, que possivelmente envolve a cascata de sinalizao envolvendo o receptor retinoid X (RXR):PPAR heterodimer que, at data no foi descrito em invertebrados. Adicionalmente, os resultados obtidos apontam para alguma conservao de mecanismos de aco envolvidos na disrupo endcrina em invertebrados e vertebrados. Finalmente, a informao molecular produzida e as ferramentas moleculares desenvolvidas contribuem de forma significativa para um melhor conhecimento do fenmeno imposex e constituem importantes recursos para a continuao da investigao deste fenmeno e, adicionalmente, podero vir a ser aplicadas no estudo de outras respostas a alteraes ambientais usando N. lapillus como organismo modelo. Neste sentido, N. lapillus foi tambm utilizada para explorar a adaptao na morfologia da concha em resposta a alteraes naturais induzidas por aco das ondas e pelo risco de predao por caranguejos. O contributo da componente gentica, plstica e da sua interaco para a expresso fenotpica crucial para compreender a evoluo de caracteres adaptativos a ambientes heterogneos. A contribuio destes factores na morfologia da concha de N. lapillus foi explorada recorrendo a transplantes recprocos e experincias laboratoriais em ambiente comum (com e sem influncia de predao) e complementada com anlises genticas, utilizando juvenis provenientes de locais representativos de costas expostas e abrigadas da aco das ondas. As populaes estudadas so diferentes geneticamente mas possuem o mesmo caritipo. Adicionalmente, anlises morfomtricas revelaram plasticidade da morfologia da concha em ambas as direces dos transplantes recprocos e tambm a reteno parcial, em ambiente comum, da forma da concha nos indivduos da F2, indicando uma correlao positiva (co-gradiente) entre heritabilidade e plasticidade. A presena de estmulos de predao por caranguejos estimulou a produo de conchas com labros mais grossos, de forma mais evidente em animais recolhidos de costas expostas e tambm provocou alteraes na forma da concha em animais desta provenincia. Estes dados sugerem contra-gradiente em alteraes provocadas por predao na morfologia da concha, na produo de labros mais grossos e em nveis de crescimento. O estudo das interaces gene-ambiente descritas acima demonstram a actual possibilidade de produzir recursos e conhecimento genmico numa espcie bem caracterizada ecologicamente mas com limitada informao genmica. Estes recursos permitem um maior conhecimento biolgico desta espcie e abriro novas oportunidades de investigao, que at aqui seriam impossveis de abordar.

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Com o presente trabalho pretendeu-se determinar e compreender melhor quais os alvos do Alumnio (Al) nas plantas, e contribuir para um melhor entendimento dos mecanismos de tolerncia presentes em gentipos com elevado grau de tolerncia ao Al. O Al um dos maiores constituintes do solo e torna-se biodisponvel em solos com baixo pH. Nesses casos, a exposio ao Al afecta negativamente o crescimento das plantas conduzindo a uma diminuio da produo. Estes factos so especialmente visveis nos cereais, sendo a exposio ao Al uma das principais causas das quebras de produo nestas espcies. O Captulo I consiste numa reviso geral sobre a toxicidade do Al nas plantas, apontando os seus principais alvos. Apresenta tambm os mecanismos de resistncia, que inclui Al-destoxificao externa e interna, em diferentes espcies. O Captulo II aborda os estudos sobre a exposio de curto prazo ao Al em duas espcies de cereais: Triticum aestivum L. e Secale cereale L., tendo-se sempre utilizado um gentipo Al-tolerante e um Al-sensvel para cada espcie. Este captulo est dividido em trs estudos: no Captulo II.1 reala-se o efeito da exposio a 185 M de Al no equilbrio nutricional em trigo. Verificou-se que em ambos os gentipos (sensvel e tolerante) o perfil de macro e micro nutrientes se alterou, tendo uma interferncia negativa, sobretudo no nvel de P, Mg e K. Alm disso, registaram-se diferenas na diferenciao da endoderme consoante o grau de tolerncia/sensibilidade do gentipo. No Captulo II.2 apresenta-se uma viso mais abrangente dos efeitos da exposio a 185 M de Al em trigo, incluindo parmetros fisiolgicos, estruturais, citolgicos e genotxicos. Demonstra-se, pela primeira vez, que a progresso do ciclo celular diferentemente regulada, dependendo da tolerncia/sensibilidade do gentipo e que, mesmo em zonas j diferenciadas da raiz a exposio ao Al leva deposio de calose. O Captulo II.3 aborda os efeitos da exposio de 1.1 mM de Al em centeio, numa perspectiva bastante alargada. Apresenta-se o desequilbrio nutricional, sobretudo no gentipo sensvel, assim como a translocao de Al para a parte area nesse mesmo gentipo. Analisa-se tambm o comportamento de ambos os gentipos no que se refere ao ciclo celular, diferenciao da endoderme, crescimento radicular, reservas de hidratos de carbono, entre outros. Os resultados apontam para estratgias bem definidas adoptadas pelo gentipo tolerante de forma a minimizar a aco do Al no sistema radicular. O Captulo III compreende a exposio longa ao Al. Dois gentipos de centeio com diferentes graus de tolerncia ao Al foram expostos a 1.11 mM e 1.85 mM de Al durante 21 dias, tendo sido usados dois pontos de amostragem (15 e 21 dias). Este captulo est dividido em dois estudos: No Captulo III. 1 analisamse os mecanismos antioxidantes (folhas e razes) como resposta exposio ao Al, dando-se especial ateno ao ciclo do ascorbato-glutationas. A exposio ao Al levou a stress oxidativo e a alteraes na actividade de enzimas antioxidantes e no contedo de antioxidantes no-enzimticos. Demonstra-se que os dois rgos apresentam respostas diferentes exposio ao Al e que a capacidade de sobreviver em ambientes ricos em Al depende da eficcia da resposta antioxidante. Para alm disso, a resposta do ciclo ascorbato-glutationas parece estar dependente do tipo de rgo, grau de tolerncia e do tempo de exposio ao Al. No Captulo III. 2 analisam-se os efeitos da exposio ao Al na fotossntese. Verificou-se que o Al afecta negativamente a taxa fotossinttica em ambos os gentipos, embora as alteraes que o Al provoca nas trocas gasosas e no Ciclo de Calvin sejam dependentes do gentipo. Verificou-se tambm que os danos no gentipo sensvel surgem mais cedo do que no gentipo tolerante, mas que ambos apresentam susceptibilidade ao Al aps exposio de longo termo. Por fim, no Captulo IV so apresentadas as concluses da Tese de Doutoramento.

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A glicosilao no-enzimtica e o stress oxidativo representam dois processos importantes visto desempenharem um papel importante no que respeita s complicaes de vrios processos patofisiolgicos. No presente, a associao entre a glicosilao no-enzimtica e a oxidao de protenas reconhecida como sendo um dos principais responsveis pela acumulao de protenas no-funcionais que, por sua vez, promove uma contnua sensibilizao para um aumento do stress oxidativo ao nvel celular. Embora esteja disponvel bastante informao no que respeita aos dois processos e suas consequncias ao nvel estrutural e funcional, permanecem questes por esclarecer acerca do que se desenvolve ao nvel molecular. Com o objectivo de contribuir para uma melhor compreenso da relao entre a glicosilao no-enzimtica e a oxidao, protenas modelo (albumina, insulina e histonas H2B e H1) foram submetidas a sistemas in vitro de glicosilao no-enzimtica e oxidao em condies controladas e durante um perodo de tempo especfico. A identificao dos locais de glicosilao e oxidao foi realizada atravs de uma abordagem protemica, na qual aps digesto enzimtica se procedeu anlise por cromatografia lquida acoplada a espectrometria de massa tandem (MALDI-TOF/TOF). Esta abordagem permitiu a obteno de elevadas taxas de cobertura das sequncias proteicas, permitindo a identificao dos locais preferenciais de glicosilao e oxidao nas diferentes protenas estudadas. Como esperado, os resduos de lisina foram os preferencialmente glicosilados. No que respeita oxidao, alm das modificaes envolvendo hidroxilaes e adies de oxignio, foram identificadas deamidaes, carbamilaes e converses oxidativas especficas de vrios aminocidos. No geral, os resduos mais afectados pela oxidao foram os resduos de cistena, metionina, triptofano, tirosina, prolina, lisina e fenilalanina. Ao longo do perodo de tempo estudado, os resultados indicaram que a oxidao teve incio em zonas expostas da protena e/ou localizadas na vizinhana de resduos de cistena e metionina, ao invs de exibir um comportamente aleatrio, ocorrendo de uma forma nolinear por sua vez dependente da estabilidade conformacional da protena. O estudo ao longo do tempo mostrou igualmente que, no caso das protenas prglicosiladas, a oxidao das mesmas ocorreu de forma mais rpida e acentuada, sugerindo que as alteraes estruturais induzidas pela glicosilao promovem um estado pro-oxidativo. No caso das protenas pr-glicosiladas e oxidadas, foi identificado um maior nmero de modificaes oxidativas assim como de resduos modificados na vizinhana de resduos glicosilados. Com esta abordagem realizada uma importante contribuio na investigao das consequncias do dano glico-oxidativo em protenas ao nvel molecular atravs da combinação da espectrometria de massa e da bioinformtica.

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O presente trabalho teve como principal objectivo estudar a modificao qumica heterognea controlada de fibras de celulose com diferentes reagentes de modo a alterar as suas propriedades de superfcie, em especial em termos da criao de um carcter hidrofbico e lipofbico, preservando, sempre que possvel, as suas propriedades mecnicas e, consequentemente, abrindo novas perspectivas de aplicao. O desenvolvimento do trabalho envolveu trs abordagens principais, envolvendo, em cada caso, o estudo de diferentes condies reaccionais. Na primeira abordagem foram utilizados como reagentes de modificao compostos perfluorados, nomeadamente o anidrido trifluoroactico (TFAA), o cloreto de 2,3,4,5,6-pentafluorobenzolo (PFBz) e o cloreto de 3,3,3- trifluoropropanolo (TFP), para promover a acilao heterognea da superfcie das fibras. A segunda estratgia usada consistiu na preparao de hbridos de celulose do tipo orgnico-inorgnico classe-II, atravs da modificao das fibras de celulose com o (3-isocianatopropil)trietoxissilano (ICPTEOS), um reagente organossilano bifuncional. A ligao s fibras de celulose foi efectuada atravs das funes isocianato e, posteriormente, os grupos etoxissilano foram sujeitos a tratamentos de hidrlise cida, como tal ou na presena de outros siloxanos, nomeadamente o tetraetoxissilano (TEOS) e o 1H,1H,2H,2Hperfluorodeciltrietoxissilano (PFDTEOS). Finalmente, a ltima abordagem foi baseada na modificao das fibras com triclorometilssilano (TCMS), atravs de uma reaco gs-slido, que dispensou assim o uso de solventes orgnicos. A ocorrncia de modificao qumica foi em cada caso confirmada por Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier e Reflectncia Total Atenuada (FTIR-ATR), Anlise Elementar (EA) e determinao de ngulos de contacto. Adicionalmente, e dependendo de cada caso especfico, diversas outras tcnicas foram empregues na caracterizao aprofundada dos materiais preparados, nomeadamente Ressonncia Magntica Nuclear CPMAS no Estado Slido (RMN), Espectroscopia de Difraco de Raios-X (XRD), Anlise Termogravimtrica (TGA), Espectrometria de Massa de Ies Secundrios com Anlise de Tempo de Vo (ToF-SIMS), Espectroscopia Fotoelectrnica de Raios-X (XPS) e Microscopia Electrnica de Varrimento (SEM). Relativamente acilao das fibras de celulose com reagentes perfluorados, o sucesso da reaco foi comprovado por FTIR-ATR, EA, XPS e ToF-SIMS. Neste contexto, obtiveram-se fibras modificadas possuindo graus de substituio (DS) compreendidos entre 0.006 e 0.39. Verificou-se por XRD que, em geral, mesmo para os valores de DS mais elevados, a cristalinidade das fibras no foi afectada, indicando que a modificao foi limitada s camadas mais superficiais das mesmas ou a regies amorfas das suas camadas mais internas. Adicionalmente, observou-se por ToF-SIMS que a distribuio dos grupos perfluorados superfcie das fibras foi, de facto, bastante heterognea. Todos os derivados de celulose perfluorados apresentaram elevada hidrofobicidade e lipofobicidade, tendo-se atingido ngulos de contacto com gua e diiodometano de 126 e 104, respectivamente. Um aspecto interessante relativo a estes materiais que a elevada omnifobicidade foi observada mesmo para valores de DS muito reduzidos, no se mostrando significativamente afectada pelo aumento dos mesmos. Em consonncia, verificou-se por XPS que a cobertura da superfcie das fibras de celulose com grupos perfluorados aumentou apenas ligeiramente com o aumento do DS, apontando para a esterificao de camadas mais internas das fibras, associada, neste caso, predominantemente aos seus domnios amorfos. No que diz respeito estabilidade hidroltica destes derivados, obtiveram-se dois tipos distintos de comportamento. Por um lado, as fibras de celulose trifluoroacetiladas so facilmente hidrolisveis em meio neutro, e, por outro, as fibras pentafluorobenzoiladas e trifluoropropanoiladas mostram-se bastante resistentes face a condies de hidrlise em meio neutro e cido (pH 4), podendo, contudo, ser facilmente hidrolisadas em meio alcalino (pH 9 e 12, para derivados do PFBz e do TFP, respectivamente). Na segunda abordagem verificou-se a ocorrncia de reaco por FTIR-ATR e EA. Em geral, a modificao qumica com ICPTEOS ocorre predominantemente nas zonas mais superficiais das fibras de celulose ou em regies amorfas. Contudo, em condies reaccionais mais severas (maior quantidade de reagente e tempo de reaco), esta atingiu tambm regies cristalinas, afectando, consequentemente, a estrutura cristalina das fibras, como verificado por XRD. Por RMN de 29Si observou-se que aps reaco com o ICPTEOS j existiam indcios de alguma hidrlise dos grupos etoxissilano, e que a sua subsequente condensao parcial tinha levado formao de uma pelcula inorgnica em redor das fibras (verificado por SEM), constituda maioritariamente por estruturas lineares, com uma contribuio mais modesta de estruturas dimricas e outras mais ramificadas. Consequentemente, este revestimento inorgnico transformou as fibras de celulose em materiais hbridos com elevada hidrofobicidade (ngulos de contacto com gua entre 103-129). A hidrlise cida dos restantes grupos etoxissilano, como tal ou na presena de TEOS, originou hbridos de celulose com elevada hidrofilicidade, sendo impossvel medirem-se os ngulos de contacto com gua dos produtos finais, devido presena maioritria de grupos silanol (Si-OH) e ligaes Si-O-Si superfcie, os quais contriburam para o consequente aumento de energia de superfcie. No entanto, quando a hidrlise foi realizada na presena de PFDTEOS, obtiveram-se materiais hbridos com elevada hidrofobicidade e lipofobicidade (ngulos de contacto com gua e diiodometano de 140 e 134, respectivamente), devido combinação da presena de grupos perfluorados e micro- e nano-rugosidades na superfcie das fibras de celulose, conforme confirmado por SEM. Finalmente, a ltima abordagem permitiu preparar materiais derivados de celulose altamente hidrofbicos e lipofbicos (ngulos de contacto com gua e diiodometano de 136 e 109, respectivamente) por um processo simples, envolvendo tempos de tratamento to curtos como 0.5 min. Este comportamento omnifbico foi gerado pelo efeito sinergtico entre a diminuio de energia de superfcie das fibras, devido presena de grupos metilo dos resduos de TCMS ligados a estas, e a condensao dos resduos de TCMS na forma de micro- e nano-partculas inorgnicas, que levou criao de um revestimento rugoso superfcie das fibras, conforme observado por RMN de 29Si e SEM, respectivamente. A pr-humidificao das fibras de celulose demonstrou desempenhar um importante papel de acelerador dos processos de hidrlise e condensao das molculas de TCMS. Nestas condies, o tempo de tratamento foi um dos parmetros mais relevantes, pois para tempos de tratamento muito curtos (0.5 min) os materiais resultantes no apresentaram quaisquer diferenas a nvel de propriedades fsico-qumicas em relao ao substrato de partida (a humidade em excesso consumiu todo o TCMS antes que este conseguisse reagir com os grupos hidroxilo das fibras de celulose), possuindo, por exemplo, valores de ngulos de contacto com gua idnticos. Para tempos de tratamento mais longos, como 30 min, os materiais finais apresentaram a maior quantidade de componentes inorgnicos, tal como verificado por EA e TGA. Assim, o controlo da humidade das fibras imperativo para se poder moldar as propriedades finais dos produtos. Esta ltima abordagem particularmente promissora uma vez que tem como base um sistema simples e verde que pode ser facilmente implementado. Em concluso, este trabalho permitiu demonstrar que a modificao qumica heterognea controlada das fibras de celulose representa uma iniciativa promissora para a preparao de novos materiais obtidos a partir de recursos renovveis, com propriedades interessantes e passveis de ser potencialmente aplicados em diferentes reas. Para alm do mais, as estratgias de modificao estudadas podem tambm ser precursoras de novos estudos que possam vir a ser desenvolvidos dentro do mesmo mbito.

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Esta tese tem como foco principal a anlise dos principais tipos de amplificao ptica e algumas de suas aplicaes em sistemas de comunicao ptica. Para cada uma das tecnologias abordadas, procurou-se definir o estado da arte bem como identificar as oportunidades de desenvolvimento cientfico relacionadas. Os amplificadores para os quais foi dirigido alguma ateno neste documento foram os amplificadores em fibra dopada com rbio (EDFA), os amplificadores a semicondutor (SOA) e os amplificadores de Raman (RA). Este trabalho iniciou-se com o estudo e anlise dos EDFAs. Dado o interesse cientfico e econmico que estes amplificadores tm merecido, apenas poucos nichos de investigao esto ainda em aberto. Dentro destes, foc-mo-nos na anlise de diferentes perfis de fibra ptica dopada de forma a conseguir uma optimizao do desempenho dessas fibras como sistemas de amplificao. Considerando a fase anterior do trabalho como uma base de modelizao para sistemas de amplificao com base em fibra e dopantes, evoluiu-se para amplificadores dopados mas em guias de onda (EDWA). Este tipo de amplificador tenta reduzir o volume fsico destes dispositivos, mantendo as suas caractersticas principais. Para se ter uma forma de comparao de desempenho deste tipo de amplificador com os amplificadores em fibra, foram desenvolvidos modelos de caixa preta (BBM) e os seus parmetros afinados por forma a termos uma boa modelizao e posterior uso deste tipo de amplificiadores em setups de simulao mais complexos. Depois de modelizados e compreendidos os processo em amplificadores dopados, e com vista a adquirir uma viso global comparativa, foi imperativo passar pelo estudo dos processos de amplificao paramtrica de Raman. Esse tipo de amplificao, sendo inerente, ocorre em todas as bandas de propagao em fibra e bastante flexvel. Estes amplificadores foram inicialmente modelizados, e algumas de suas aplicaes em redes passivas de acesso foram estudadas. Em especial uma srie de requisitos, como por exemplo, a gama de comprimentos de onda sobre os quais existem amplificao e os altos dbitos de perdas de insero, nos levaram investigao de um processo de amplificao que se ajustasse a eles, especialmente para buscar maiores capacidades de amplificao (nomeadamente longos alcances superiores a 100 km e altas razes de diviso 1:512). Outro processo investigado foi a possibilidade de flexibilizao dos parmetros de comprimento de onda de ganho sem ter que mudar as caractsticas da bomba e se possvel, mantendo toda a referenciao no transmissor. Este processo baseou-se na tcnica de clamping de ganho j bastante estudada, mas com algumas modificaes importantes, nomeadamente a nvel do esquema (reflexo apenas num dos extremos) e da modelizao do processo. O processo resultante foi inovador pelo recurso a espalhamentos de Rayleigh e Raman e o uso de um reflector de apenas um dos lados para obteno de laser. Este processo foi modelizado atravs das equaes de propagao e optimizado, tendo sido demonstrado experimentalmente e validado para diferentes tipos de fibras. Nesta linha, e dada a versatilidade do modelo desenvolvido, foi apresentada uma aplicao mais avanada para este tipo de amplificadores. Fazendo uso da sua resposta ultra rpida, foi proposto e analisado um regenerador 2R e analisada por simulao a sua gama de aplicao tendo em vista a sua aplicao sistmica. A parte final deste trabalho concentrou-se nos amplificadores a semiconductor (SOA). Para este tipo de amplificador, os esforos foram postos mais a nvel de aplicao do que a nvel de sua modelizao. As aplicaes principais para estes amplificadores foram baseadas em clamping ptico do ganho, visando a combinação de funes lgicas essenciais para a concepo de um latch ptico com base em componentes discretos. Assim, com base num chip de ganho, foi obtido uma porta lgica NOT, a qual foi caracterizada e demonstrada experimentalmente. Esta foi ainda introduzida num esquema de latching de forma a produzir um bi-estvel totalmente ptico, o qual tambm foi demonstrado e caracterizado. Este trabalho finalizado com uma concluso geral relatando os subsistemas de amplificao e suas aplicacaes.

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O atual contexto social de acelerao exponencial, resultante de alteraes polticas, econmicas e do acesso imediato a um extenso conjunto de informaes e a um manancial de desenvolvimentos cientficos e tecnolgicos, cujas implicaes so imprevisveis e transversais a diferentes setores, est em dissonncia com as caractersticas do modelo escolar dominante e a naturalizada gramtica da escola (Formosinho & Machado, 2008; Nvoa, 2009a; Tyack & Tobin, 1994). Este desfasamento, amplificado em pases com sistemas de ensino de matriz centralizada, resvala entre uma ao docente acrtica e executora e, em oposio, uma ao docente de natureza profissional, caracterizada por um alinhamento entre o desenvolvimento profissional e a afirmao da especificidade do conhecimento profissional docente, enquanto saber que se constri na interao com os outros, com o prprio, nos e sobre os contextos de prtica. A implementao do processo de reorganizao curricular do ensino bsico (Decreto-Lei n. 6/2001, de 18 de janeiro) redefiniu o currculo nacional segundo duas perspetivas: a nacional e a local, veiculando uma conceo curricular flexvel e emancipatria, isto , uma proposta curricular que confere aos professores autonomia no desenvolvimento e gesto do currculo, instigando-os realizao de prticas curriculares com intencionalidade pedaggica estratgica. Neste sentido, a pretenso desta investigao situou-se ao nvel da problematizao de saberes profissionais e da concetualizao de algumas possibilidades de ao tangenciais capacidade de autotransformao de cada profissional docente e da escola. As opes metodolgicas consideradas visaram, sobretudo, compreender quais os possveis conhecimentos profissionais mobilizados por professores de Cincias Fsicas e Naturais, em particular ao nvel do desenvolvimento e gesto do currculo desta rea curricular. Assim, perspetivado sob a forma de questo enquadradora, o problema que esteve na gnese desta investigao assume a seguinte formulao: Que conhecimento mobilizam professores do ensino bsico no desenvolvimento e na gesto do currculo das Cincias Fsicas e Naturais? De que forma e com que aes poder ser potenciado esse conhecimento nos processos de ensino e aprendizagem? O estudo emprico que sustentou este projeto de investigao organizou-se em dois momentos distintos. O primeiro, de natureza predominantemente quantitativa e dimenso de anlise extensiva, envolveu a administrao de um inqurito por questionrio a professores de Cincias Fsicas e Naturais que, no ano letivo de 2006/2007, se encontravam a lecionar em escolas pblicas com 2. e 3. ciclos afetas Direo Regional de Educao do Norte e ao, anteriormente, designado Centro de rea Educativa de Aveiro. Com um enfoque preponderantemente qualitativo, o segundo momento do estudo decorreu ao longo do ano letivo de 2007/2008 num agrupamento de escolas da regio norte do pas e consistiu na realizao de entrevistas a oito professores de Cincias Fsicas e Naturais, coordenadora do departamento de Matemtica e Cincias Experimentais e aos presidentes do Conselho Pedaggico e do Conselho Executivo. Ao longo do ano letivo, os professores de Cincias Fsicas e Naturais desenvolveram, igualmente, um percurso formativo cuja nfase se situava ao nvel da adequao do desenvolvimento e gesto do currculo desta rea disciplinar. As tcnicas de tratamento de dados privilegiadas foram a anlise estatstica e a anlise de contedo. Os resultados deste estudo apontam para a prevalncia de uma ao docente desprovida de intencionalidades pedaggica e curricular ou de integrao na construo do corpo geral do saber, designadamente ao nvel dos processos de desenvolvimento e gesto do currculo. No obstante alguma familiarizao com conceitos inerentes dimenso do conhecimento do currculo, os indicadores de reapropriao ao nvel da ao docente foram escassos, denunciando a presena de constrangimentos no domnio terico das orientaes curriculares nacionais e locais, bem como no desenvolvimento de prticas curriculares articuladas e estrategicamente definidas. Por outro lado, o predomnio de uma ao docente tendencialmente acrtica, de matriz executora, associada ao cumprimento de normativos legais e de rotinas e burocracias institudas, indiciou fragilidades ao nvel do conhecimento profissional configurado como mobilizao complexa, organizada e coerente de conhecimentos cientficos, curriculares, pedaggicos e metodolgicos, em funo da especificidade de cada situao educativa e cuja finalidade a otimizao da aprendizagem do aluno. O percurso formativo afigurou-se como um espao de partilha e de reflexo colegial, propcio ao desenvolvimento de aes que se inserem numa perspetiva de action learning, possibilitando a reflexo e a aprendizagem atravs de aes empreendidas em funo de prticas educativas. As possibilidades de ao remetem para a integrao da formao contnua em contexto, com intencionalidades pedaggicas e curriculares estrategicamente definidas, e a problematizao da formao inicial e contnua dos professores, envolvendo as perspetivas de diferentes atores educativos e de investigadores educacionais.

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The main purpose of this thesis was to produce new formulations of PMMA-co- EHA and study its feasibility as being an alternative to traditional PMMA bone cements. Thus, were originally produced several co-polymers of PMMA-co-EHA and its mechanical properties and in vitro behaviour were evaluated. The copolymers were obtained by radical polymerization and several formulations were produced by partial replacement of MMA (up to about 50%) for EHA. Overall, the results suggest that the partial replacement of MMA by EHA decreased the modulus of the materials and, consequently, increased its flexibility. Then, PMMA commercial beads were added to PMMA-co-EHA formulations (to get bone cement) and the general properties of the resulting bone cements were evaluated. In general, the results revealed that the partial replacement of MMA by EHA led to beneficial changes in curing parameters (there was a reduction of the peak temperature and an increase of curing/setting time), in the in vitro behaviour (the water capacity increased) and in the mechanical properties (the bending strength increased) of new cements. The in vitro cellular response of new formulations of PMMA-co-EHA was compared with that of traditional PMMA bone cement. To this end, we tested the cell adhesion and proliferation of osteoblast-like MG63 cells and human cells from bone marrow. The results revealed that both types of cells were able to attach and proliferate in both formulations. The only exception was observed for the formulation prepared with the highest percentage of EHA, where a few cells that adhere failed to proliferate. Moreover, it was found that increasing the amount of EHA in cement led to an increasing inhibition of cell growth, especially during the first week of culture. This was related to increased water uptake capacity by the new formulations and consequent release of some of its toxic components. Finally, PMMA commercial beads were partially replaced by HA particles and the influence of this substitution on the curing parameters, the mechanical properties and in vitro behaviour of the resulting composites was also evaluated. Incorporation of HA into the bone cements induced a number of significant changes in its final properties: 1) decrease the peak temperature; 2) increase of curing time, 3) increasing the value of elastic modulus accompanied by decrease of the strength/tension. This last finding was related to poor interfacial adhesion between the various components of the bone cements and a heterogeneous distribution (possible agglomeration) of HA particles.

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The renewed concern in assessing risks and consequences from technological hazards in industrial and urban areas continues emphasizing the development of local-scale consequence analysis (CA) modelling tools able to predict shortterm pollution episodes and exposure effects on humans and the environment in case of accident with hazardous gases (hazmat). In this context, the main objective of this thesis is the development and validation of the EFfects of Released Hazardous gAses (EFRHA) model. This modelling tool is designed to simulate the outflow and atmospheric dispersion of heavy and passive hazmat gases in complex and build-up areas, and to estimate the exposure consequences of short-term pollution episodes in accordance to regulatory/safety threshold limits. Five main modules comprising up-to-date methods constitute the model: meteorological, terrain, source term, dispersion, and effects modules. Different initial physical states accident scenarios can be examined. Considered the main core of the developed tool, the dispersion module comprises a shallow layer modelling approach capable to account the main influence of obstacles during the hazmat gas dispersion phenomena. Model validation includes qualitative and quantitative analyses of main outputs by the comparison of modelled results against measurements and/or modelled databases. The preliminary analysis of meteorological and source term modules against modelled outputs from extensively validated models shows the consistent description of ambient conditions and the variation of the hazmat gas release. Dispersion is compared against measurements observations in obstructed and unobstructed areas for different release and dispersion scenarios. From the performance validation exercise, acceptable agreement was obtained, showing the reasonable numerical representation of measured features. In general, quality metrics are within or close to the acceptance limits recommended for non-CFD models, demonstrating its capability to reasonably predict hazmat gases accidental release and atmospheric dispersion in industrial and urban areas. EFRHA model was also applied to a particular case study, the Estarreja Chemical Complex (ECC), for a set of accidental release scenarios within a CA scope. The results show the magnitude of potential effects on the surrounding populated area and influence of the type of accident and the environment on the main outputs. Overall the present thesis shows that EFRHA model can be used as a straightforward tool to support CA studies in the scope of training and planning, but also, to support decision and emergency response in case of hazmat gases accidental release in industrial and built-up areas.

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De uma forma geral os anfbios so conhecidos como organismos que apresentam uma grande sensibilidade a vrios tipos de contaminantes. Contudo existem casos, como o de Pelophylax perezi (r-verde), em que estes organismos habitam reas extremamente contaminadas. Este facto verifica-se na mina de urnio desactivada, da Cunha Baixa (Viseu, centro de Portugal), em que uma populao destas rs habita na lagoa de efluente cido mineiro (M). Estudos ecotoxicolgicos anteriores com estes organismos revelaram apenas efeitos de toxicidade tnues levantando algumas questes. Com o objectivo de elucidar quais os mecanismos que permitem a P. perezi permanecer neste local, sem sofrer aparentemente efeitos perniciosos, encetamos este trabalho. Numa primeira abordagem, avalimos o sistema de defesa antioxidante de rs adultas, bem como o contedo em metais de alguns rgos. Desta forma verificmos alteraes enzimticas, principalmente no pulmo e acumulao de metais nos vrios rgos. Posteriormente foi realizado um estudo de expresso gentica diferencial, tambm em organismos adultos e desta feita foram sugeridos alguns mecanismos de proteco basal que estaro por detrs da capacidade de suportar este ambiente extremamente contaminado. Numa etapa seguinte abordmos os efeitos em fases larvares, fazendo inicialmente uma exposio in situ, a vrios efluentes, caracteristicamente diferentes, do complexo mineiro. Avalimos o crescimento, a acumulao de metais e a actividade de alguns biomarcadores de stress oxidativo. Como resultado pudemos constatar que nas fases larvares para alm de alguma mortalidade existe acumulao de metais bem como algumas alteraes a nvel de biomarcadores de stress oxidativo. Numa ltima abordagem realizamos uma exposio crnica dos girinos a efluente da mina com diversos nveis de pH para distinguir os efeitos da toxicidade do pH, dos efeitos da toxicidade pelo contedo de metais. Para tal avalimos novamente biomarcadores de stress oxidativo, crescimento, acumulao de metais e efectuamos ainda um estudo de expresso gentica diferencial. Esta ltima aproximao permitiu verificar que a toxicidade do efluente resulta primariamente do pH cido, assumindo a contaminao por metais um papel secundrio. Contudo o crescimento dos girinos de P. perezi apresenta-se estimulado por pHs mais baixos. So apontados ainda alguns mecanismos, em girinos, para lidar com o stress causado pela contaminao por metais.De uma forma geral pde-se constatar que quer anfbios adultos quer girinos expostos ao efluente apresentam valores altos de metais acumulados. Os biomarcadores de stress oxidativo na sua maioria no apresentaram respostas coerentes mediante as vrias exposies. Este trabalho apresentase como um contributo importante para a ecotoxicologia de anfbios, aumentando os nveis actuais de conhecimento sobre o efeito de contaminao proveniente de efluentes mineiros, sugerindo ainda mecanismos de resistncia quer em larvas, quer para adultos.

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O cancro da mama feminino pela sua magnitude merece uma especial ateno ao nvel das polticas de sade. Emerge, pois uma viso abrangente que, por um lado, deve atentar para o encargo que esta representa para qualquer sistema de sade, pelos custos que acarreta, como tambm, para a qualidade de vida das mulheres portadoras da mesma. Desta forma, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) tem desenvolvido, em colaborao com as Administraes Regionais de Sade (ARS), o Programa de Rastreio do Cancro da Mama (PRCM), o qual apresenta, no Concelho de Aveiro, taxas de adeso na ordem dos 50%, ainda distantes dos 70%, objetivo recomendado pelas guidelines da Comisso Europeia. A no adeso tem sido considerada como um dos principais problemas do sistema de sade, tanto pelas repercusses ao nvel de ganhos em sade, como tambm na qualidade de vida e na satisfao dos pacientes com os cuidados de sade, constituindo-se como um fenmeno multifatorial e multidimensional. neste sentido que o presente trabalho se prope identificar os fatores, de cariz individual e do meio envolvente, determinantes da adeso ao PRCM, numa amostra de mulheres residentes no Concelho de Aveiro, com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos e, a partir dos resultados emergentes, propor estratgias de educao em sade. Como procedimentos metodolgicos e, numa primeira fase, entre outubro 2009 e maio 2010 foi aplicado um survey, o qual foi complementado com notas de campo dos entrevistadores a uma amostra no aleatria de 805 mulheres, em dois contextos distintos: no centro de sade s aderentes mamografia e, no domiclio, s no aderentes. Numa segunda fase, realizamos duas sesses de Focus Group (FG), num total de 12 elementos, um grupo heterogneo com enfermeiros, mdicos e utentes, e um outro grupo homogneo, apenas com profissionais de sade. O tratamento dos dados do survey foi efetuado atravs de procedimentos estatsticos, com utilizao do SPSS verso 17 e realizadas anlises bivariadas (qui-quadrado) e multivariadas (discriminao de funo e rvore de deciso atravs do algoritmo Chi-squared Automatic Interaction Detector) com o intuito de determinar as diferenas entre os grupos e predizer as variveis exgenas. No que diz respeito a indicadores sociodemogrficos, os resultados mostram que aderem mais, as mulheres com idades <50 anos e 56 anos, as que vivem em localidades urbanas, as trabalhadoras no qualificadas e as reformadas. As que aderem menos ao PRCM tm idades compreendidas entre os 50-55 anos, vivem nas zonas periurbanas, so licenciadas, apresentam categoria profissional superior ou esto desempregadas. Em relao s restantes variveis exgenas, aderem ao PRCM, as mulheres que apresentam um Bom Perfil de Conhecimentos (46.6%), enquanto as no aderentes apresentam um Fraco Perfil de Conhecimentos (50.6%), sendo esta relao estatisticamente significativa (X2= 10.260; p=0.006).Cerca de 59% das mulheres aderentes realiza o seu rastreio de forma concordante com as orientaes programticas presentes no PRCM, comparativamente com 41.1% das mulheres que no o faz, verificando-se uma relao de dependncia bastante significativa entre as variveis Perfil de Comportamentos e adeso(X2= 348.193; p=0.000). Apesar de no existir dependncia estatisticamente significativa entre as Motivaes e a adeso ao PRCM (X2= 0.199; p=0.656), se analisarmos particularmente, os motivos de adeso, algumas inquiridas demonstram preocupao, tanto na deteo precoce da doena, como na hereditariedade. Por outro lado, os motivos de no adeso, tambm denotam aspetos de nvel pessoal como o desleixo com a sade, o desconhecimento e o esquecimento da marcao. As mulheres que revelam Boa Acessibilidade aos Cuidados de Sade Primrios e um Bom Atendimento dos Prestadores de Cuidados aderem mais ao PRCM, comparativamente com as inquiridas que relatam Fraca Acessibilidade e Atendimento, no aderindo. A partir dos resultados da anlise multivariada podemos inferir que as variveis exgenas estudadas possuem um poder discriminante significativo, sendo que, o Perfil de Comportamentos a varivel que apresenta maior grau de diferenciao entre os grupos das aderentes e no aderentes. Como variveis explicativas resultantes da rvore de deciso CHAID, permaneceram, o Perfil de Comportamentos (concordantes e no concordantes com as guidelines), os grupos etrios (<50 anos, 50-55anos e 56anos) e o Atendimento dos prestadores de cuidados de sade. As mulheres mais novas (<50 anos) com Perfil de comportamentos concordantes com as guidelines so as que aderem mais, comparativamente com os outros grupos etrios. Por outro lado, as no aderentes necessitam de um bom atendimento dos prestadores de cuidados para se tornarem aderentes ao PRCM. Tanto as notas de campo, como a discusso dos FG foram sujeitas a anlise de contedo segundo as categorias em estudo obtidas na primeira fase e os relatos mostram a importncia de fatores de ordem individual e do meio envolvente. No que se refere a aspetos psicossociais, destaca-se a importncia das crenas e como fatores ambientais menos facilitadores para a adeso apontam a falta de transportes, a falta de tempo das pessoas e a oferta de recursos, principalmente se existirem radiologistas privados como alternativa ao PRCM. Tal como na primeira fase do estudo, uma das motivaes para a adeso a recomendao dos profissionais de sade para o PRCM, bem como a marcao de consultas pela enfermeira, que pode ser uma oportunidade de contacto para a sensibilizao. Os hbitos de vigilncia de sade, a perceo positiva acerca dos programas de sade no geral, o acesso informao pertinente sobre o PRCM e a operacionalizao deste no terreno parecem ser fatores determinantes segundo a opinio dos elementos dos FG. O tipo e a regularidade no atendimento por parte dos profissionais de sade, a relao entre profissional de sade/paciente, a personalizao das intervenes educativas, a divulgao que estes fazem do PRCM junto das suas pacientes, bem como, a organizao do modelos de cuidados de sade das unidades de sade e a forma como os profissionais se envolvem e tomam a responsabilizao por um programa desta natureza so fatores condicionantes da adeso. Se atendermos aos resultados deste estudo, verificamos um envolvimento de fatores que integram mltiplos nveis de interveno, sendo um desafio para as equipas de sade que pretendam intervir no mbito do programa de rastreio do cancro da mama. Com efeito, os resultados tambm apontam para a combinação de mltiplas estratgias que so transversais a vrios programas de promoo da sade, assumindo, desta forma, uma perspetiva multidimensional e dinmica que visa, essencialmente, a construo social da sade e do bem-estar (i.e. responsabilizao do cidado pela sua prpria sade e o seu empowerment).

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Os cimentos sseos base de PMMA para aplicaes em artroplastia da anca apresentam como grande limitao o facto do seu constituinte principal ser um elemento bioinerte o que leva falta de integrao entre as interfaces cimento sseo/tecido sseo, comprometendo assim o desempenho mecnico da prtese ortopdica ao longo do tempo. Esta dissertao tem como objetivo principal a preparao de novas formulaes de cimentos sseos com a capacidade de estabelecer interaes com os tecidos vivos circundantes. De modo a melhorar a bioatividade do sistema e facilitar a sua osseointegrao, os cimentos sseos comerciais foram reforados com cargas significativas de HA. No entanto o recurso a elevadas cargas de HA (~60% m/m) no cimento sseo promove debilidades do ponto de vista estrutural, levando a uma baixa resistncia mecnica do material final. No sentido de ultrapassar esta limitao, foram inseridas nanoestruturas de carbono (GO ou CNTs) em baixas percentagens na matriz polimrica por forma a maximizar a sua performance mecnica atravs da perfeita integrao de todos os componentes. A primeira fase deste trabalho consistiu no desenvolvimento de metodologias que permitissem a sntese de GO atravs da exfoliao qumica da grafite em soluo aquosa. Os resultados obtidos demonstraram a obteno de folhas de GO em larga escala e com nmero de camadas uniforme. A funcionalizao orgnica superficial via ATRP do GO obtido, com cadeias de PMMA possibilitou o desenvolvimento de novos materiais nanocompsitos, no entanto alguns fatores de natureza tecnolgica inviabilizaram o seu uso como agente de reforo na matriz idealizada. O desenvolvimento de novas formulaes de cimentos sseos consistiu numa matriz de PMMA/HA (1:2 (m/m)) reforada com pequenas percentagens de GO ou CNTs (0,01, 0,1, 0,5 e 1,0% m/m). A sntese destes materiais nanocompsitos resultou da combinação de diversas tcnicas: ultrassons, granulao por congelamento e liofilizao. A anlise estrutural dos nanocompsitos obtidos demonstrou a eficcia da metodologia desenvolvida na homogeneizao de todos os elementos do sistema. Os estudos desenvolvidos aps a conformao e caracterizao estrutural dos novos materiais nanocompsitos permitiram verificar que as nanoestruturas de carbono apresentavam efeitos adversos na polimerizao via radicalar do PMMA. A anlise da frao orgnica permitiu verificar a presena de espcies oligomricas o que reduziu significativamente o comportamento mecnico dos nanocompsitos. Atravs do estudo do aumento da concentrao das espcies radicalares iniciais foi possvel suplantar este problema e tirar o mximo rendimento dos agentes de reforo, tendo-se destacado os nanocompsitos reforados com GO. A validao do ponto de vista mecnico das novas formulaes de cimentos sseos recaiu sobre o procedimento descrito na norma europeia ISO 5833 de 2002 Implantes para cirurgia cimentos acrlicos, tendo sido realizados os testes de compresso e de flexo. A avaliao biolgica do comportamento dos cimentos sseos assentou em duas abordagens complementares: estudos de mineralizao em SBF e estudos de biocompatibilidade em meios celulares. Aps a incubao das amostras em SBF ficou demonstrada a excelente capacidade para promoverem a integrao de uma camada apattica. Atravs de estudos celulares com Fibroblastos L929 e Osteoblastos Saos-2, nos quais foram avaliados a proliferao celular, viabilidade celular, espcies reativas de oxignio, apoptose e morfologia celular, foi possvel verificar bons nveis de biocompatibilidade para os materiais devolvidos.

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O tributilestanho (TBT) considerado um dos xenobiticos mais txicos, produzidos e deliberadamente introduzidos no meio ambiente pelo Homem. Tem sido usado numa variedade de processos industriais e subsequentemente descarregado no meio ambiente. O tempo de meia-vida do TBT em guas marinhas de vrias semanas, mas em condies de anxia nos sedimentos, pode ser de vrios anos, devido sua degradao mais lenta. Embora o TBT tenha sido descrito como sendo txico para eucariotas e procariotas, muitas bactrias podem ser resistentes a este composto. O presente trabalho teve como objetivo principal elucidar o mecanismo de resistncia ao TBT em bactrias. Para alm disso, pretendeu-se desenvolver um bioreprter para detectar TBT no ambiente. Para atingir estes objetivos foram delineadas vrias tarefas cujos principais resultados obtidos se apresentam a seguir. Vrias bactrias resistentes ao TBT foram isoladas de sedimento e gua do Porto de Pesca Longnqua (PPL) na Ria de Aveiro, Portugal. Entre estas, Aeromonas molluscorum Av27 foi selecionada devido sua elevada resistncia a este composto (concentraes at 3 mM), sua capacidade de degradar o TBT em compostos menos txicos (dibutilestanho, DBT e monobutilestanho, MBT) e tambm por usar o TBT como fonte de carbono. A. molluscorum Av27 foi caracterizada genotipica e fenotipicamente. Os fatores de virulncia estudados mostraram que esta estirpe i) possui atividade lipoltica; ii) no citotxica para clulas de mamferos, nomeadamente para clulas Vero; iii) no possui integres de classe I e II e iv) possui cinco plasmdeos com aproximadamente 4 kb, 7 kb, 10 kb, 100 kb e mais de 100 kb. Estes resultados mostraram que a estirpe Av27 no txica, aumentando assim o interesse nesta bactria para futuras aplicaes, nomeadamente na bioremediao. Os testes de toxicidade ao TBT mostraram que este composto tem um impacto negativo no crescimento desta estirpe, bem como, na densidade, no tamanho e na atividade metablica das clulas e responsvel pela formao de agregados celulares. Assim, o TBT mostrou ser bastante txico para as bactrias interferindo com a atividade celular geral. O gene Av27-sugE, que codifica a protena SugE pertencente famlia das small multidrug resistance proteins (SMR), foi identificado como estando envolvido na resistncia ao TBT nesta estirpe. Este gene mostrou ser sobreexpresso quando as clulas crescem na presena de TBT. O promotor do gene Av27-sugE foi utilizado para construir um bioreporter para detetar TBT, contendo o gene da luciferase do pirilampo como gene reprter. O bioreprter obtido rene as caractersticas mais importantes de um bom bioreprter: sensibilidade (intervalo de limite de deteco de 1-1000 nM), rapidez (3 h so suficientes para a deteo de sinal) e, possivelmente, no invasivo (pois foi construdo numa bactria ambiental). Usando sedimento recolhido no Porto de Pesca Longnqua da Ria de Aveiro, foi preparada uma experincia de microcosmos com o intuito de avaliar a capacidade de Av27 para bioremediar o TBT, isoladamente ou em associao com a comunidade bacteriana indgena. A anlise das amostras de microcosmos por PCR-DGGE e de bibliotecas de 16S rDNA revelaram que a comunidade bacteriana relativamente estvel ao longo do tempo, mesmo quando Av27 inoculada no sedimento. Para alm disso, o sedimento estuarino demonstrou ser dominado por bactrias pertencentes ao filo Proteobacteria (sendo mais abundante as Delta e Gammaproteobacteria) e Bacteroidetes. Ainda, cerca de 13% dos clones bacterianos no revelaram nenhuma semelhana com qualquer dos filos j definidos e quase 100% afiliou com bactrias no cultivveis do sedimento. No momento da concluso desta tese, os resultados da anlise qumica de compostos organoestnicos no estavam disponveis, e por essa razo no foi possvel tirar quaisquer concluses sobre a capacidade desta bactria remediar o TBT em sedimentos. Esses resultados iro ajudar a esclarecer o papel de A. molluscorum Av27 na remediao de TBT. Recentemente, a capacidade da estirpe Av27 remediar solo contaminado com TBT foi confirmada em bioensaios realizados com plantas, Brassica rapa e Triticum aestivum (Silva 2011a), e tambm com invertebrados Porcellionides pruinosus (Silva 2011B). Assim, poder-se- esperar que a bioremediao do sedimento na experincia de microcosmos tambm tenha ocorrido. No entanto, s a anlise qumica dos compostos organostnicos dever ser conclusiva. Devido dificuldade em realizar a anlise analtica de organoestnicos, um mtodo de bioensaio fcil, rpido e barato foi adaptado para avaliar a toxicidade do TBT em laboratrio, antes de se proceder anlise qumica das amostras. O mtodo provou a sua utilidade, embora tenha mostrado pouca sensibilidade quando se usam concentraes de TBT baixas. Em geral, os resultados obtidos contriburam para um melhor entendimento do mecanismo de resistncia ao TBT em bactrias e mostraram o potencial biotecnolgico de A. molluscorum Av27, nomeadamente, no que refere sua possvel aplicao na descontaminao de TBT no ambiente e tambm no desenvolvimento de bioreprteres.