991 resultados para Obesidade Prevenção - Teses
Resumo:
As mudanas nos hbitos alimentares tm causado efeitos impressionantes na sade pblica, diretamente relacionados ao aumento da ingesto de refeies ricas em gorduras, principalmente gorduras saturadas. A principal consequncia desse consumo o estado prolongado e excessivo da lipemia ps-prandial (LPP), considerada um dos fatores relacionados s anormalidades metablicas e aos danos vasculares. O objetivo do estudo foiavaliar o efeito da sobrecarga lipdica na reatividade microvascular em mulheres obesas. Das 41 participantes deste estudo, 21 apresentavam o diagnstico de obesidade, com IMC de 32,41,6 kg/m2 (mdia SD) e idade 31,65 anos e 20 mulheres saudveis, com IMC de 21,91,7 kg/m2 e idade 27,25,5 anos. Aps a avaliao clnica e laboratorial, as participantes tiveram a microcirculao examinada por dois mtodos: a dinmica do leito periungueal, para avaliao da densidade capilar funcional (DCF), velocidade de deslocamento das hemcias no basal (VDH) e aps uma isquemia de 1 min (VDHmax) e tempo de reperfuso (TVDHmax). A segunda tcnica foi a do dorso do dedo para avaliao da DCF no repouso, durante a hiperemia reativa e aps ocluso venosa. Foi feita a coleta de sangue para avaliao do colesterol total (CT), triglicerdeos (TG), HDL-c e cidos graxos livres (AGL), glicose, insulina e viscosidade plasmtica em 30 e 50 rotaes por minuto (rpm). Tambm foram medidas a presso arterial sistlica (PAS), diastlica (PAD) e frequncia cardaca (FC). Aps essas anlises no repouso, todas as participantes receberam uma refeio rica em lipdios, e aps 30, 60, 120 e 180 minutos da ingesto da refeio, os exames de videocapilaroscopia e a coleta de sangue foram novamente realizados.As participantes com obesidade apresentaram, aps a sobrecarga lipdica, valores significativamente menores do que no jejum para: DCF basal do dorso do dedo (p=0,02); DCF durante hiperemia reativa (p=0,02), DCF ps-ocluso venosa (p=0,02), HDL-c (p<0,0001), LDL-C (p<0,0001) e AGL (p<0,0001) e valores elevados para: VDH (p<0,0001), VDHmax(p=0,003), TVDHmax (p=0,004), glicose (p<0,0001), insulina (p<0,001), CT (p=0,03), TG (p<0,0001) e FC (p=0,03). Alteraes na viscosidade no foram observadas no grupo OB aps a refeio quando comparado aos seus valores basais em 30 e 50 rpm (p=0,87 e p=0,42, respectivamente). A PAS foi elevada nas participantes OB aps a sobrecarga quando comparada s saudveis em todo tempo de estudo. Conclumos que alimentos ricos em lipdios podem aumentar ainda mais a disfuno microcirculatria e as alteraes metablicas j presentes em mulheres obesas.
Resumo:
Introduo - O exerccio aerbio considerado uma ferramenta eficaz na reduo de fatores de risco cardiometablico e na melhora da qualidade de vida em adolescentes obesos. No entanto, os benefcios de um programa exclusivo com exerccios resistidos (ER) ainda no foram estabelecidos nesta populao. Objetivo - Avaliar o efeito de um programa exclusivo com ER sobre a funo endotelial, parmetros hemodinmicos e metablicos, modulao autonmica, biomarcadores inflamatrios, composio corporal e condicionamento fsico de adolescentes obesos. Materiais e Mtodos - Quarenta adolescentes participaram do estudo e foram divididos em dois grupos de acordo com o nvel de adiposidade: grupo controle (C, n = 20; 13 meninos e 7 meninas) e grupo obeso (Ob; n=24; 7 meninos e 17 meninas). O grupo Ob foi submetido a um programa de ER, trs vezes por semana, durante trs meses. A funo endotelial, o perfil metablico e hemodinmico, a modulao autonmica, os biomarcadores inflamatrios, a composio corporal e o condicionamento fsico foram avaliados antes e ao final da interveno. Na investigao de nossa hiptese utilizamos: laser-Doppler fluxometria, anlises bioqumicas e de clulas endoteliais circulantes, monitorizao da presso arterial ambulatorial, variabilidade da frequncia cardaca (Polar), densitometria com dupla emisso de raios X, anlise de fora muscular em aparelho isocintico e teste cardiopulmonar de exerccio submximo em cicloergmetro. Resultados - Aps trs meses de interveno exclusiva com ER observamos uma melhora na vasodilatao endotlio-dependente (P<0,05) e uma reduo na presso arterial sistlica (P<0,01), diastlica (P<0,01) e mdia (P<0,01), independentes de alteraes no peso corporal. Adicionalmente, tambm observamos reduo na frequncia cardaca (FC) de repouso (P<0,01), aumento na variabilidade da FC (P<0,01) e na atividade parasimptica (P<0,05). Observamos tambm reduo na circunferncia da cintura (P<0,001), na relao cintura/quadril (P<0,001), no percentual de gordura total (P<0,01), troncular (P<0,01) e de distribuio andride (P<0,01). Os nveis de fibrinognio (P<0,05), endotelina-1(P<0,05) e de insulina (P<0,01), e o ndice HOMA-IR (P<0,05) foram menores aps interveno. Aps a interveno proposta houve reduo na incidncia de sndrome metablica (16,6 vs. 0%) nos adolescentes obesos. Alm disso, os estes adolescentes aumentaram a fora muscular (P<0,05) e reduziram o consumo de oxignio, a produo de gs carbnico, a ventilao e o dispndio energtico (P <0,01) durante o teste cardiopulmonar de exerccio submximo. Concluses - Um treinamento exclusivo com ER resultou em benefcios cardiovasculares, metablicos e na composio corporal e condicionamento fsico de adolescentes obesos, independente de alteraes no peso corporal. Nossos resultados sugerem que a prtica de ER foi capaz de reduzir fatores de risco cardiovascular em adolescentes com obesidade.
Resumo:
O objetivo do presente estudo foi avaliar se o Bezafibrato, um agonista PAN-PPAR, capaz de aliviar a doena no alcolica do fgado gorduroso (NAFLD) na prole de machos de mes C57BL/6 obesas. Fmeas virgens foram alimentadas com uma dieta HL (hiperlipdica, 49% de lipdios) ou uma dieta C (controle, 10% de lipdios) por oito semanas antes do acasalamento e durante os perodos de gestao e lactao. A prole de machos foi subdividida em quatro grupos: C (dieta controle para as mes e filhotes); C/BZ (dieta controle para as mes e filhotes com tratamento com Bezafibrato[100mg/Kg]); HL (dieta HL para as mes e dieta controle para os filhotes); e HL/BZ (dieta HL para as mes e dieta controle para os filhotes com tratamento com Bezafibrato [100mg/Kg]). O tratamento com Bezafibrato comeou na 12 semana e se manteve por trs semanas. Anlise do metabolismo, bioqumica, estereolgica e por western-blotting foram realizadas. A dieta HL causou um fentipo de sobrepeso nas mes e acarretou em uma intolerncia oral glicose com aumento da glicemia de jejum. A prole HL apresentou hiperfagia, ganho de massa corporal, altos nveis de triglicerdeo heptico e plasmtico, esteatose heptica e aumento da expresso de protenas lipognicas concomitante com diminuio do receptor ativador de proliferao peroxissomal alfa (PPARα), que responsvel pela β-oxidao e aumento do receptor ativador de proliferao peroxissomal gama (PPARγ) e do elemento regulador de esterol ligante da protena 1 (SREBP-1c) protenas envolvidas na lipognese heptica. Por outro lado, o tratamento com o Bezafibrato reverteu o quadro da programao metablica no fgado, com uma melhora dos parmetros morfolgicos, bioqumicos e moleculares do fgado dos animais, com um aumento da ativao de PPARα em associao a uma diminuio do PPARγ e no alterando a expresso de SREBP-1c. Em concluso, ns demonstramos que o tratamento com Bezafibrato melhora a NAFLD causada pela obesidade materna.
Resumo:
Nas Amricas, a leishmaniose visceral (LV) experimenta um processo de urbanizao e o co domstico considerado o principal reservatrio da doena neste cenrio, embora seu papel no ciclo de transmisso no esteja totalmente explicado. Este estudo teve como objetivo investigar, por meio da anlise de dados espaciais e imagens de sensoriamento remoto, a relao de fatores ambientais com a ocorrncia de infeco canina por Leishmania chagasi e sua correlao espacial com a doena humana na cidade de Teresina (Piau - Brasil), onde foi relatada a primeira epidemia urbana de LV no Brasil. Os resultados so apresentados na forma de dois manuscritos, nos quais so utilizados dados georreferenciados obtidos por meio de um inqurito sorolgico canino realizado durante o ano de 2011, em diferentes bairros com transmisso moderada ou intensa. No primeiro, a regresso logstica multinvel foi utilizada para correlacionar a prevalncia da infeco canina com variveis ambientais de quadrculas de 900m2 (30mx30m) onde os domiclios estavam localizados, ajustando para as caractersticas individuais dos ces (sexo, idade e raa) e da residncia. Participaram desta anlise 717 ces distribudos em 494 domiclios e 396 quadrculas. Um percentual >16,5% da rea da quadrcula coberta por pavimentao clara (ruas de terra ou asfalto antigo) foi a nica varivel ambiental associada com a infeco canina por L. chagasi (Odds ratio [OR] = 2,00, intervalo de 95% de confiana [IC95%]: 1,22 - 3,26). Estas reas provavelmente correspondem quelas mais pobres e com pior infraestrutura urbana, sugerindo a ocorrncia de um padro de transmisso intra-urbano similar aos padres rurais e peri-urbanos da LV. No segundo manuscrito, a partir da anlise hierrquica do vizinho mais prximo foi verificada a presena de sete clusters de maior concentrao de ces soropositivos em relao aos soro negativos em reas menos urbanizadas e com vegetao pouco densa. Participaram desta anlise 322 ces distribudos em cinco bairros. A relao espacial entre os caninos soropositivos e os casos humanos foi investigada atravs do mtodo da distncia mdia entre os pontos e analisada por meio do teste t. Foi encontrada uma maior proximidade de casos humanos em relao a ces soropositivos quando comparada distncia em relao aos soro negativos, sugerindo a existncia de uma relao espacial entre a LV humana e a soropositividade canina. Os resultados contribuem para uma maior compreenso sobre a dinmica da doena em meio urbano alm de fornecer informaes teis para a prevenção e controle da LV em seres humanos.
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A sndrome dos ovrios policsticos uma desordem frequente e complexa, com grande variabilidade fenotpica, predominando os sinais de disfuno ovariana. Alteraes metablicas, inflamatrias e vasculares vinculadas resistncia insulina so muito prevalentes nessa desordem podendo manifestar-se precocemente. O objetivo principal deste estudo foi investigar a presena de alteraes microvasculares em mulheres jovens e no obesas portadoras da sndrome dos ovrios policsticos, atravs de videocapilaroscopia periungueal e dosagem dos nveis sricos de endotelina-1. O objetivo secundrio foi verificar a existncia de associaes entre os achados vasculares, nveis sricos de andrognios, parmetros clnicos, bioqumicos, metablicos e inflamatrios relacionados ao risco cardiovascular. Em estudo observacional, transverso e controlado avaliamos 12 mulheres com diagnstico de sndrome dos ovrios policsticos, segundo os critrios estabelecidos pelo consenso de Rotterdam e nove voluntrias saudveis. A idade (22,82,3 X 24,62,7), o ndice de massa corporal (22,53,4 X 23,73,1) e a circunferncia da cintura (7510,1 X 77,38,1) foram semelhantes nos dois grupos. As portadoras da sndrome apresentavam hiperandrogenismo clnico. No foram observadas diferenas significativas entre os grupos quando analisados os nveis sricos de estradiol, testosterona total, androstenediona ou o ndice de testosterona livre, entretanto a SHBG mostrou-se significativamente mais baixa no grupo de estudo (p=0,011). A glicemia de jejum, insulina, HOMA-IR e o perfil lipdico foram normais e sem diferena entre os grupos. A amostra com sndrome dos ovrios policsticos no apresentava intolerncia glicose ou Diabetes Mellitus pelo teste oral de tolerncia glicose. Os nveis sricos dos marcadores inflamatrios (leuccitos, cido rico, adiponectina, leptina e protena c reativa) e do marcador de funo endotelial avaliado tambm foram similares nos dois grupos. A velocidade de deslocamento das hemcias no basal e aps ocluso foram significativamente menores nas pacientes de estudo (p=0,02), mas o tempo para atingir a VDHmax e os parmetros relativos morfologia e densidade capilar foram semelhantes. No observamos correlao entre a velocidade de deslocamento das hemcias e nveis plasmticos de endotelina-1, andrognios ou parmetros de resistncia insulnica. A velocidade de deslocamento das hemcias associou-se positivamente aos nveis plasmticos de estradiol (r= 0,45, p<0,05) e negativamente aos de colesterol total e LDL colesterol (r= -0,52, p<0,05; r=-0,47, p<0,05, respectivamente). Em concluso nossos resultados fornecem evidncia adicional de dano precoce funo microvascular em mulheres portadoras de sndrome dos ovrios policsticos. Atravs da capilaroscopia periungueal dinmica, demonstramos que mulheres jovens com moderado hiperandrogenismo, sem obesidade, RI, hipertenso ou dislipidemia, j apresentam disfuno microvascular nutritiva, caracterizada por reduo na velocidade de fluxo das hemcias no basal e aps ocluso. Estes achados micro-circulatrios no foram acompanhados de elevaes nos nveis plasmticos de endotelina-1.
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A testosterona tem sido cada vez mais usada em homens na fase do envelhecimento como prevenção e tratamento de doenas metablicas, melhora do desempenho sexual, proteo cardiovascular e manuteno da cognio. Porm ainda h conflito sobre seus efeitos na prstata com relao s doenas benignas e malignas. O presente estudo avaliou o efeito do tratamento com duas formas de testosterona sobre carcinoma de prstata induzido por N-Metil-N-Nitrosureia (NMU) a partir de anlises histopatolgicas e sricas do antgeno prosttico especfico (PSA). Para tal foram utilizados 80 ratos Wistar jovens, sadios, divididos em dois grupos (40 animais cada) tratados ou no com NMU intraperitoneal. Cada grupo foi dividido em quatro subgrupos iguais e tratados durante 16 semanas: 1) tratado com cipionato de testosterona a cada sete dias via intramuscular; 2) tratado com cipionato de testosterona a cada 14 dias via intramuscular; 3) tratado com undecanoato de testosterona oral diariamente; 4) tratado com leo mineral. Aps 16 semnanas e tratamento, os nveis do PSA no alteraram em nenhum grupo ou subgrupo e no houve desenvolvimento de tumores em nenhum deles. Portanto, as duas formas distintas de testosterona associada ao uso de NMU em curto espao de tempo por via intraperitoneal no alteraram as dosagens sricas do PSA e no induziram a formao de tumores na prstata em ratos Wistar jovens e saudveis. As alteraes histopatolgicas acinares encontradas nas prstatas foram projeo, secreo, congesto e inflamao, e as epiteliais foram: epitlio normal, reduo do epitlio e reduo na altura do mesmo. Tais achados colaboram para que outros estudos sejam realizados de maneira a orientar o uso de testosterona na prtica clinica diria sem receio de induo do cncer na prstata.
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A AIDS a primeira pandemia do mundo globalizado que por meio de uma resposta condicionada por fatores estruturais retratam essa forma global de funcionar: enfraquecimento dos Estados nacionais, forte nfase na eficincia tecnocrtica, aumento da pobreza alm de as organizaes internacionais terem ocupado o lugar dos experts, indicando o melhor modelo de sade a ser seguido. Este estudo uma pesquisa documental que pretende mapear as orientaes da organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) em relao s questes referentes sexualidade e ao combate da epidemia de HIV/AIDS a partir dos documentos publicados em seu site. A OCDE se constitui num frum de pases desenvolvidos que pretendem contribuir para o desenvolvimento da economia mundial a partir de uma efetiva cooperao entre seus membros. Congrega os participantes em comunidades de influncia partilhando perspectivas de aes sobre questes cuja expertise modela as agendas nacionais e de outras organizaes internacionais. Dentre os resultados encontrados, destaca-se a ideia do primado do econmico em detrimento de outras dimenses (social, poltica e cultural), principalmente nos debates sobre a globalizao. A lgica econmica o referencial de todo o tipo de interveno silenciando os outros discursos como a discusso da sexualidade e dos direitos. Se queremos prevenir a transmisso do HIV pela via sexual, a mais importante em termos globais, significa que necessariamente temos que interferir na sexualidade das pessoas. Dois campos ento se apresentam: um que se apoia na ideia que a sexualidade uma dimenso fundamental da vida humana, parte de uma poltica de afirmao de direitos e, portanto, indispensvel na discusso sobre sade, procurando interferir o mnimo possvel para que as pessoas levem a vida mais prxima do normal; e o outro campo, que trabalha na direo contrria, com a mxima interferncia e sem respeito s escolhas das pessoas.
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O presente estudo, epidemiolgico e de carter exploratrio, tem como objeti-vo analisar, comparativamente, as relaes entre mobbing (assdio moral) e as di-menses da Sndrome de Burnout em servidores da justia do trabalho. A escolha deste tpico de pesquisa justificada pelo aumento dos nmeros estatsticos e pela evidncia emprica de que o burnout o dano mais prevalente que acomete vtimas de mobbing. Os 552 participantes desta pesquisa constituem uma amostra repre-sentativa, extrada de uma populao de 3239 servidores pblicos. O respectivo plano amostral levou em considerao variveis scio-demogrficas, entre as quais: gnero, cargo, escolaridade e outras de relevncia para a pesquisa. Foram quatro os instrumentos de medida aplicados nos participantes: um questionrio scio-demogrfico, a Escala de Percepo do Assdio Moral no Trabalho - EP-AMT (Mar-tins; Ferraz, 2008), a Escala de Impacto Afetivo do Assdio Moral no Trabalho - EIA-AMT (Martins; Ferraz, 2008) e o Maslach Burnout Inventory General Survey MBI-GS (Maslach; Schaufeli, 1993). Na anlise estatstica, foram utilizados os softwares SPSS V17, Minitab 16 e Excel Office 2010 e, para medir a significncia entre as amostras, foi utilizada a estatstica t de Student. Os resultados desta investigao permitem identificar a existncia de interfaces entre os construtos mobbing e bur-nout. Alm disso, os dados gerados pela pesquisa favorecem a construo de indi-cadores teis ao planejamento de aes em polticas pblicas de prevenção, anteci-pao, identificao, interveno e enfrentamento de casos de assdio moral e bur-nout no ambiente laboral, com conseqente preservao da sade mental dos traba-lhadores desse segmento.
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A obesidade e suas complicaes metablicas afetam o sistema endcrino e vrios rgos, tais como os testculos. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da ingesto de diferentes dietas hiperlipdicas (rica em cidos graxos saturados e/ou poliinsaturados) na massa corporal, no metabolismo de carboidratos e na morfologia testicular em ratos aos sete meses de idade. 39 ratos machos Wistar (trs meses de idade) foram divididos em 4 grupos: SC (standard chow; n = 9), HF-S (dieta hiperlipdica rica em cidos graxos saturados; n = 10), HF-P (dieta hiperlipdica rica em cidos graxos poliinsaturados; n = 10), HF-SP (dieta hiperlipdica rica em cidos graxos saturados e poliinsaturados; n = 10). A massa corporal foi monitorada semanalmente, at o final do experimento. Ao sacrifcio (sete meses de idade), amostras de sangue foram coletadas e os testculos foram dissecados, pesados e processados para anlises histomorfomtrica, imunohistoqumica e bioqumica. Os depsitos de gordura genital foram dissecados e pesados. Os dados foram analisados por ANOVA e ps-teste de Bonferroni, considerando p < 0,05. As dietas hiperlipdicas promoveram aumento na massa corporal dos animais quando comparado ao grupo SC (p < 0,0001). Corroborando com esse resultado, os depsitos de gordura genital dos grupos hiperlipdicos (HF-S, HF-P e HF-SP) apresentaram aumento de 67%, 91% e 90% (p = 0,0004) em relao ao grupo SC, respectivamente. Quanto aos parmetros sricos, os animais dos grupos HF-S e HF-SP apresentaram hiperglicemia (p = 0,0060), hiperinsulinemia (p = 0,0030), hipercolesterolemia (p = 0,0021). Todos os grupos hiperlipdicos apresentaram hiperleptinemia (p = 0,0019). Os nveis de triglicerdeos e testosterona no diferiram entre os grupos. Em relao ao testculo, os grupos SC, HF-P e HF-SP apresentaram maior altura do epitlio seminfero quando comparado ao grupo HF-S (p = 0,0003). No que diz respeito ao dimetro dos tbulos seminferos, verificou-se uma diminuio no grupo HF-SP, em comparao ao grupo SC (p = 0,0010). A proliferao celular foi reduzida no grupo HF-S comparado ao grupo SC (p = 0,0450). No foram observadas diferenas na massa testicular e na concentrao de colgeno. Diante do exposto, a administrao de dieta HF, independentemente da qualidade do lipdio, promoveu o sobrepeso em ratos adultos. No entanto, a dieta rica em cidos graxos saturados (banha de porco) promoveu alteraes no metabolismo dos carboidratos e na morfologia testicular, com reduo no dimetro dos tbulos seminferos, na altura do epitlio seminfero e na proliferao das clulas da linhagem espermatognica. Estas alteraes esto possivelmente relacionadas distrbios na espermatognese.
Resumo:
No Brasil, o s casos de AIDS entre homens que fazem sexo com homens (HSH) predominaram durante um longo perodo. A partir da dcada de 90, observa-se um declnio nesta categoria com o aumento de casos entre heterossexuais. Na regio Nordeste, entretanto, os casos de AIDS entre HSH representam, ainda, cerca de 50% do total dos casos registrados em anos recentes. Nosso objetivo foi estudar o comportamento sexual e o padro de consumo de drogas e lcool entre HSH no Cear, enfatizando as tendncias recentes e suas relaes com prticas sexuais de risco para DTS/AIDS. Foram realizados quatro estudos seccionais em 1995, 1998, 2002 e 2005 no Cear, nordeste do Brasil. A populao do estudo foi composta por homens que fazem sexo com homens (HSH), com 14 anos ou mais , que referiram prtica sexual anal ou oral com homens nos ltimos 12 meses. A seleo dos participantes utilizou tcnicas do tipo Snow Ball (1995, 1998, 2002); Time Space Sampling (2002) e Respondent Driven Sampling (2005). O primeiro artigo enfoca as tendncias do comportamento sexual em Fortaleza ao longo destes quatro perodos e o segundo os preditores do consumo de lcool e drogas nos municpios de Fortaleza (n=401), Sobral (n=100) e a regio do Cariri (n=100) em 2002. Anlise se basearam nas comparaes entre propores, utilizando o teste do de Pearson e intervalos de 95% de confiana (IC95%) e anlise de regresso logstica multivariada para avaliao dos fatores associados ao consumo de lcool e drogas, utilizando-se como medida de associao a razo de chances (odds ratio OR) e seus respectivos intervalos de 95% de confiana. Resultados Prticas sexuais: Elevado percentual da populao estudada referiu prticas sexuais de risco em 1995 (49,9%), decrescendo significativamente em 1998 (32,6%), tornando a crescer em 2002 (54,6%) e apresentando os menores percentuais em 2005 (31,4%). Este padro no apresentou grandes variaes por idade, mas em relao escolaridade observou-se que os indivduos com escolaridade mais elevada aumentaram as prticas de risco entre 1998 (28,6%) e 2002 (46,5%) decrescendo no ltimo perodo (21,0%) enquanto aqueles com baixa ou mdia escolaridade s mostraram uma queda significativa no comportamento de risco entre 2002 (82,1% - baixa; 67,7% - mdia) e 2005 (29,1% - baixa; 34,3 mdia). A prtica sexual anal com preservativo cresceu no decorrer dos anos variando de 43,3% a 53,7% entre a primeira e a ltima onda ( de tendncia p<0.001). A relao anal sem preservativo foi uma prtica com alto percentual na maioria dos anos. De 2002 a 2005, houve uma diminuio significativa (de alto percentual na maioria dos anos. De 2002 a 2005, houve uma diminuio significativa (de 57,7% para 26,3%) das relaes fixas monogmicas. Consumo de lcool e drogas: No estudo, 63% dos HSH participantes foram classificados como bebedores que se embriagam. Observou-se que o consumo crescente de lcool leva a um aumento do uso concomitante de outras drogas, sejam lcitas ou ilcitas. Foram variveis preditoras de beber se embriagando: ter de 21 a 30 anos (OR: 1,5; IC 95%: 1,1-2,9); ter mais que 30 anos (OR: 1,6: IC95%: 1,2-2,3); ser solteiro/separado/divorciado (OR:3,0%; IC95%: 1,7-5,3); ser da raa negra (OR: 2,0 IC95%: 1,7-2,01); ser da raa parda (OR: 1,8 IC95%: 1,3-2,6); receber dinheiro por sexo (OR:2,0 IC95%: 1,8-2,9). As prticas sexuais dos SHS em Fortaleza apresentaram variaes significativas ao longo doa anos estudados, semelhantemente a outros estudos internacionais. Vrios fatores poderiam ser responsveis por explicar o comportamento da curva observada em Fortaleza, seja no mbito local, nacional ou internacional. Entre os fatores que podem explicar alteraes observadas estariam: 1) reduo nos recursos destinados prevenção da AIDS no pas devido a retirada de alguns organismos de cooperao internacional que se voltaram para outros pases, como na frica Leste Europeu, levando o Brasil a priorizar segmentos populacionais com maior vulnerabilidade; 2) grande impacto na prevenção das DST /AIDS na comunidade de homo/bissexuais masculinos, especialmente nos anos de 1998 a 2002; 3) o avano no tratamento, surgimento de novas drogas, melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida, contribuindo para a construo da falsa ideia de segurana na populao. Neste estudo a escolaridade mostrou-se um fator importante associado ao envolvimento em prticas sexuais no seguras. Os indivduos com mais baixa escolaridade, no perodo de 1995 a 2002, se envolveram em maior risco, aparentando no terem sido atingidos pelas campanhas que possam ter ocorrido, principalmente no perodo de 1995 a 1998. A maior escolaridade apresenta-se como fator de proteo em todo o perodo estudado, provavelmente pelo maior acesso informao. Finalmente, pode-se observar no ano de 2002 um elevado percentual de homens que consomem cinco ou mais doses em um dia tpico e associam outras drogas ao consumo do lcool. Tal comportamento, dentro da populao HSH, embora no seja caracterizado como dependncia qumica, alterado de maneira significativa pelo efeito etlico, levando outras prticas de risco. Tambm se observou em nosso estudo que o consumo crescente de lcool leva a um aumento do uso de outras drogas, atuando para a adoo de comportamentos de risco. Existem evidncias que suportam relao entre uso de outras drogas e a prtica sexual de risco. Os indivduos que referiram receber dinheiro em troca de sexo foram mais frequentemente classificados como bebedores que se embriagam. Os achados deste estudo mostram a importncia da realizao de uma vigilncia comportamental contnua em relao ao HIV favorecendo o entendimento da dinmica da epidemia junto das DST/AIDS nesta populao vulnervel, assim como a importncia que o lcool assume como problema de sade pblica neta populao especfica e a necessidade de se direcionar medidas voltadas para a sua prevenção.
Resumo:
A adiponectina, um hormnio produzido pelo tecido adiposo, atua na regulao do metabolismo energtico e interfere favoravelmente na sensibilidade insulina atravs de suas aes no fgado e musculatura esqueltica. Ao contrrio da maioria das outras adipocitocinas, associa-se inversamente com a obesidade visceral, resistncia insulina, diabetes tipo 2 e doena cardiovascular. Inmeros estudos demonstraram nos ltimos anos os efeitos de variantes genticas no gene ADIPOQ sobre os nveis circulantes de adiponectina, resistncia insulina, diabetes e obesidade. Entretanto, alm de resultados contraditrios, a maior parte desses estudos foi realizada em populaes Caucasianas e Asiticas. Avaliar, em uma populao multitnica adulta do municpio do Rio de Janeiro, as possveis associaes das variantes genticas (-11391 G>A, -11377C>G, +45T>G e T517G) no gene ADIPOQ com o fentipo obeso, nveis circulantes de adiponectina de alto peso molecular e fatores de risco cardiometablico. Trata-se de um estudo transversal. Foram estudados 100 indivduos eutrficos (IMC 18,5 24,9 kg/m2, idade: 32,5 + 9,8 anos) e 100 obesos (IMC 30 58,2 kg/m2, idade 37,5 + 14,1 anos), igualmente divididos entre homens e mulheres. Os indivduos obesos apresentaram valores significativamente maiores de circunferncia abdominal, presso arterial sistlica, diastlica e mdia, glicemia de jejum, triglicerdeos, LDL-colesterol, leptina, insulina, HOMA-IR e protena C reativa, quando comparados aos eutrficos. Contrariamente, exibiram menores valores de adiponectina e HDL-colesterol. Anlises de correlao mostraram relao inversa e significativa entre a adiponectina, circunferncia abdominal, insulina, HOMA-IR e presso arterial. Com os nveis de HDL-colesterol, a correlao foi positiva. Por meio de anlise de regresso mltipla foi possvel identificar os determinantes dos nveis sricos de adiponecinta. Sexo masculino, circunferncia abdominal, HOMA-IR e a variante gentica -11391G>A, foram os principais responsveis por essa variao, com um R2 de 30%. Quanto anlise gentica, no encontramos nenhuma associao entre essas variantes e o fentipo obeso. Entretanto, os indivduos carreadores do alelo mutante -11391A apresentaram menores valores de glicemia, presso arterial e relao cintura-quadril e maiores concentraes sanguneas de adiponectina, quando comparados aos indivduos ditos selvagens. Ademais, os carreadores do alelo mutante -11377G apresentaram menores valores de presso arterial sistlica, diastlica e mdia. Os resultados do presente estudo demonstram que nveis de adiponectina diferem entre eutrficos e obesos e que concentraes mais baixas dessa adipocitocina esto associadas a um pior perfil cardiometablico. Variantes no gene ADIPOQ podem interferir nessa relao e alguns polimorfismos parecem ter um perfil protetor no risco cardiovascular.
Resumo:
Na populao peditrica tem aumentado a prevalncia da Sndrome Metablica. No Brasil, poucos estudos foram realizados em relao a sua prevalncia, critrios de diagnsticos, principalmente no Norte/Nordeste. Apesar de no termos uma definio oficial para a Sndrome Metablica em adolescentes, utilizamos critrios da NCEP ATP III modificados que consistiram em: Obesidade Abdominal >= 90 percentil, HDL-colesterol <= 40 mg/dl, Triglicerdeo > = 110 mg/dl, Glicemia em Jejum >= 100 mg/dl, Presso Arterial >= 90 percentil ajustvel para idade e gnero. Participaram deste estudo 468 adolescentes sendo 168 (40,2%) do gnero masculino e 280 (59,8%) do gnero feminino de 06 (seis) escolas pblicas e particulares, da cidade de So Lus/MA, durante o ano de 2012. A prevalncia da Sndrome Metablica foi de 12,2% sendo 30 pacientes do gnero masculino e 27 do gnero feminino. Houve uma predominncia no gnero masculino e a faixa etria mais acometida foi 16-17 anos, seguido da faixa de 13-14 anos. Em relao aos componentes da Sndrome Metablica, a Hipertenso Arterial foi o componente dominante (100% dos casos), seguida do HDL-colesterol diminuda (94,7%), obesidade (79%), triglicerdeos (71,9%), protena C reativa mdia e alto risco em 28,1% dos casos, e glicemia em jejum alterada no foi encontrada em nenhum caso, porm, evidenciamos HOMA-IR alterado em 75,4% dos casos. Apesar de termos apena 01 referncia na literatura brasileira na padronizao sobre a medida da circunferncia abdominal, foi realizado a sua medida na populao estudada e a sua relao com a altura. Utilizamos como ponto de corte >= 0,5 para avaliar a adiposidade visceral nos pacientes estudados com Sndrome Metablica encontramos relao Circunferncia Abdominal e Altura aumentada em 66,7% dos casos. Em relao aos antecedentes mrbidos familiares dos adolescentes portadores de Sndrome Metablica, a prevalncia de obesidade foi de 22,8%, seguido de diabetes e hipertenso arterial em 17,5%, diabetes, hipertenso arterial e obesidade foi de 15,8%.
Resumo:
A eficcia da terapia anti-retroviral tem contribudo para uma vida melhor das pessoas vivendo com HIV/Aids, e a presena dos casais sorodiscordantes nos ambulatrios tem sido mais freqente. O uso sistemtico da camisinha foi suficientemente demonstrado por diversas pesquisas como eficaz na prevenção ao HIV, mas como fazer com que os pacientes percebam a sua importncia? Este estudo busca identificar e refletir sobre as estratgias mdicas utilizadas na prevenção e assistncia aos pacientes com HIV e Aids, envolvidos em relaes conjugais sorodiscordantes, atravs do uso do preservativo. Seis mdicos (2 mulheres e 4 homens) que atuam com pacientes portadores de HIV/Aids em ambulatrios pblicos no municpio do Rio de Janeiro, deram seus depoimentos atravs de entrevistas semi-estruturadas orientadas por um roteiro. Dentre os resultados encontrados, destaca-se a produo de uma invisibilidade dirigida aos casais sorodiscordantes, posto que o que se revela como realmente importante a adeso ao tratamento, que se confunde com adeso aos medicamentos antiretrovirais). O tratamento medicamentoso concentra os objetivos e as reocupaes dos profissionais de sade na assistncia aos pacientes com HIV/Aids, centrado na tradio biomdica que reduz as experincias sociais, emocionais e culturais de viver com Aids, a fatores que facilitem ou dificultem a adeso ao tratamento. A estratgia mdica dirigida sorodiscordncia negativa, no sentido de apagar a condio de casal assim como os outros aspectos no objetivos da vida do paciente.
Resumo:
Introduo: A Poltica Nacional de Ateno Integral Sade do Homem surge para compreender a singularidade masculina nos seus diversos contextos socioculturais. A poltica trs, como um dos objetivos, promover, na populao masculina, conjuntamente com o Programa Nacional de DST/AIDS, a prevenção e o controle das doenas sexualmente transmissveis e da infeco pelo HIV. A pesquisa em tela tem por objetivo: Identificar a representao social do ser homem para homens que se referem como heterossexuais; Descrever as prticas sociais e culturais que podem levar o homem a se expor ao HIV; e Analisar a representao social do ser homem e sua relao com a vulnerabilidade para a infeco pelo HIV. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pautada na Teoria das Representaes Sociais, realizada no CTA em So Gonalo, Rio de Janeiro, com a participao de 08 sujeitos, com os quais foram desenvolvidas entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados atravs da anlise de contedo. Resultado: Da anlise dos dados surgiram quatro categorias, quais sejam, a representao social do ser homem: imagens, comportamentos e compromissos; O homem ideal e o romantizado: carter, sucesso, heri e imagem; o homem real: individualismo, apego s mquinas, o jeitinho masculino e a vida sexual; e o universo reificado da aids e a construo do preconceito. A ideia do homem ideal aparece para os sujeitos como aquele que pratica o que politicamente correto e que, por sua vez, segue as normas da sociedade vigente. Para eles a masculinidade tem como desdobramento a virilidade e o homem , por natureza, considerado como ser insacivel sexualmente. Os entrevistados apontaram para uma dimenso avaliativa do homem real, como um sujeito individualista e com prticas hedonistas e com uma prtica sexual desenfreada. Contudo, a proteo pela infeco ao HIV representada atravs da fidelidade conjugal, onde o comportamento sexual considerado adequado serve como imunizao contra a infeco. Os sujeitos apresentaram o homem ideal como um ser romantizado, rompendo com o esteretipo que se tem do homem na sociedade, como sujeito duro, infiel e dominador. A partir do estudo constatou-se que os entrevistados possuem uma viso reificada sobre a doena e representam a aids como a doena do outro. Concluso/Contribuies para enfermagem: A compreenso do homem na atualidade pode nos trazer novas discusses no que diz respeito construo social do mesmo, assim como suas implicaes diante das vulnerabilidades existentes para a infeco pelo HIV/AIDS, a fim de desconstruir mitos e tabus que permeiam a questo cultural do que ser masculino, para assim, entender esse sujeito no mbito dos servios de sade e trabalhar prticas sociais e sexuais masculinas saudveis.
Resumo:
A ao que o estrognio desempenha sobre o endotlio depende da integridade deste e consequentemente das caractersticas clnicas de cada indivduo. O uso da terapia hormonal da menopausa (THM) em mulheres com baixo risco cardiovascular geralmente resulta em efeitos benficos, desde que iniciado em um perodo prximo da menopausa. Em contrapartida, o seu uso em mulheres com alto risco cardiovascular, como diabticas ou portadoras de leses aterosclerticas j estabelecidas, e ainda naquelas com incio da THM em um perodo superior a dez anos da menopausa geralmente resulta em efeitos malficos. Nosso objetivo avaliar os efeitos do estrognio sobre a funo endotelial em mulheres com sobrepeso ou obesidade, ou seja, indivduos com risco cardiovascular intermedirio. Para isso, 44 mulheres na ps-menopausa com idade entre 47 a 55 anos e ndice de massa corporal (IMC) de 27,5 a 34,9kg/m, foram randomizadas nos grupos placebo (P) e estrognio transdrmico (ET). A interveno consistiu no uso transdrmico de estradiol, 1mg por dia, por um perodo de trs meses. As participantes realizaram avaliao da reatividade endotelial em repouso e aps isquemia [pletismografia por ocluso venosa (POV), com medidas do fluxo sanguneo do antebrao (FSA) e videocapilaroscopia dinmica do leito periungueal (VCLP), com medidas da velocidade de deslocamento das hemcias (VDH)], dosagens de molculas de adeso [E-selectina, molcula de adeso intercelular (ICAM-1) e molcula de adeso vascular (VCAM-1)], aferio da sensibilidade insulnica [atravs do homeostatic model assessment of insulin resistance (HOMA-IR) e rea sob a curva (AUC) da insulina durante o teste oral de tolerncia glicose (TOTG)] e mensuraes das viscosidades sangunea e plasmtica. As participantes apresentaram idade de 51,77 2,3 anos, IMC de 31,52 2,54 kg/m e tempo de menopausa de 3 [2-5] anos. O grupo P no apresentou nenhuma mudana significativa em qualquer varivel. Aps a interveno, o grupo ET comparado ao basal apresentou menor tempo para atingir a VDH mxima durante a hiperemia reativa ps-oclusiva (HRPO) aps 1 min de isquemia (4,0 [3,25-5,0] vs. 5,0 [4,0-6,0] s, P<0.05) e maior VDH tanto em repouso (0,316 [0,309-0,326] vs. 0,303 [0,285-0,310] mm/s; P<0,001) quanto na HRPO (0,374 [0,353-0,376] vs. 0,341 [0,334-0,373] mm/s; P<0,001), assim como observamos maior FSA em repouso (2,46 [1,81-3,28] vs. 1,89 [1,46-2,44] ml/min.100ml tecido-1; P<0,01) e durante a HRPO aps 3 min de isquemia (6,39 [5,37-9,39] vs. 5,23 [4,62-7,47] ml/min.100ml tecido-1; P<0,001). O grupo ET tambm apresentou diminuio nos nveis solveis de E-Selectina (68,95 [50,18-102,8] vs. 58,4 [44,53-94,03] ng/ml; P<0,05), de ICAM-1 (188 [145-212] vs. 175 [130-200] ng/ml; P<0,01), do HOMAIR (3,35 1,67 vs. 2,85 1,60; P<0,05) e da AUC da insulina durante o TOTG (152 [117-186] vs. 115 [85-178]; P<0,01), alm de diminuio das viscosidades sangunea com hematcrito nativo (3,72 0,21 vs. 3,57 0,12 mPa.s; P<0,01) e plasmtica (1,49 0,10 vs. 1,45 0,08 mPa.s; P<0,05), comparado ao seu basal. Em concluso o uso de estradiol transdrmico em mulheres com excesso de peso e menopausa recente, promove melhora da funo endotelial, alm de oferecer proteo a outros fatores de risco cardiovascular.