965 resultados para Maternal exposure - adverse effects
Resumo:
Thesis submitted to the Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia for the degree of Doctor of Philosophy in Environmental Sciences
Resumo:
We evaluated the components of the Fuenzalida-Palacios antirabies vaccine, which is till used in most developing countries in human immunization for treatment and prophylaxis. This vaccine is prepared from newborn mouse brains at 1% concentration. Even though the vaccine is considered to have a low myelin content, it is not fully free of myelin or of other undesirable components that might trigger adverse effects after vaccination. The most severe effect is a post-vaccination neuroparalytic accident associated with Guillain-Barré syndrome. In the present study we demonstrate how the vaccines produced and distributed by different laboratories show different component patterns with different degrees of impurity and with varying protein concentrations, indicating that production processes can vary from one laboratory to another. These differences, which could be resolved using a better quality control process, may affect and impair immunization, with consequent risks and adverse effects after vaccination. We used crossed immunoelectrophoresis to evaluate and demonstrate the possibility of quality control in vaccine production, reducing the risk factors possibly involved in these immunizing products.
Resumo:
In occupational accidents involving health professionals handling potentially contaminated material, the decision to start or to continue prophylactic medication against infection by Human Immunodeficiency Virus (HIV) has been based on the ELISA test applied to a blood sample from the source patient. In order to rationalize the prophylactic use of antiretroviral agents, a rapid serologic diagnostic test of HIV infection was tested by the enzymatic immunoabsorption method (SUDS HIV 1+2, MUREX®) and compared to conventional ELISA (Abbott HIV-1/ HIV-2 3rd Generation plus EIA®). A total of 592 cases of occupational accidents were recorded at the University Hospital of Ribeirão Preto from July 1998 to April 1999. Of these, 109 were simultaneously evaluated by the rapid test and by ELISA HIV. The rapid test was positive in three cases and was confirmed by ELISA and in one the result was inconclusive and later found to be negative by ELISA. In the 106 accidents in which the rapid test was negative no prophylactic medication was instituted, with an estimated reduction in costs of US$ 2,889.35. In addition to this advantage, the good correlation of the rapid test with ELISA, the shorter duration of stress and the absence of exposure of the health worker to the adverse effects of antiretroviral agents suggest the adoption of this test in Programs of Attention to Accidents with Potentially Contaminated Material.
Resumo:
In the absence of intervention, the rate of vertical transmission of HIV can range from 15-45%. With the inclusion of antiretroviral drugs during pregnancy and the choice of delivery route this amounts to less than 2%. However ARV use during pregnancy has generated several questions regarding the adverse effects of the gestational and neonatal outcome. This study aims to analyze the risk factors for vertical transmission of HIV-1 seropositive pregnant women living in Rio Grande and the influence of the use of ARVs in pregnancy outcome. Among the 262 pregnant women studied the rate of vertical transmission of HIV was found to be 3.8%. Regarding the VT, there was a lower risk of transmission when antiretroviral drugs were used and prenatal care was conducted at the referral service. However, the use of ART did not influence the outcome of pregnancy. However, initiation of prenatal care after the first trimester had an influence on low birth weight, as well as performance of less than six visits increased the risk of prematurity. Therefore, the risk factors analyzed in this study appear to be related to the realization of inadequate pre-natal and maternal behavior.
Resumo:
RESUMO Tratando-se a asma de uma doença respiratória, desde há várias décadas que tem sido abordada a hipótese de que factores ambientais, nomeadamente os relacionados com a qualidade do ar inalado, possam contribuir para o seu agravamento. Para além dos aeroalergenos, outros factores ambientais como a poluição atmosférica estarão associados às doenças respiratórias. O ar respirado contém uma variedade de poluentes atmosféricos, provenientes quer de fontes naturais quer de origem antropogénica, nomeadamente de actividades industriais, domésticas ou das emissões de veículos. Estes poluentes, tradicionalmente considerados como um problema de foro ambiental, têm sido cada vez mais encarados como um problema de saúde pública. Também a qualidade do ar interior, tem sido associada a queixas respiratórias, não só em termos ocupacionais mas também em exposições domésticas. Dentro dos principais poluentes, encontramos a matéria particulada (como as PM10), o O3, NO2, e os compostos orgânicos voláteis (COVs). Se é verdade que os três primeiros têm como principais fontes de exposição a combustão fóssil associada aos veículos automóveis, já os COVs (como o benzeno, tolueno, xileno, etilbenzeno e formaldeído) são poluentes mais característicos do ar interior. Os mecanismos fisiopatológicos subjacentes à agressão dos poluentes do ar não se encontram convenientemente esclarecidos. Pensa-se que após a sua inalação, induzam um grau crescente de stress oxidativo que será responsável pelo desenvolvimento da inflamação das vias aéreas. A progressão do stress oxidativo e da inflamação, associarse- ão posteriormente a lesão local (pulmonar) e sistémica. Neste trabalho pretendeu-se avaliar os efeitos da exposição individual a diversos poluentes, do ar exterior e interior, sobre as vias aéreas, recorrendo a parâmetros funcionais, inflamatórios e do estudo do stress oxidativo. Neste sentido, desenvolveu-se um estudo de painel na cidade de Viseu, em que foram acompanhadas durante 18 meses, 51 crianças com história de sibilância, identificadas pelo questionário do estudo ISAAC. As crianças foram avaliadas em quatro Visitas (quatro medidas repetidas), através de diversos exames, que incluíram execução de espirometria com broncodilatação, medição ambulatória do PEF, medição de FENO e estudo do pH no condensado brônquico do ar exalado. O estudo dos 8-isoprostanos no condensado brônquico foi efectuado somente em duas Visitas, e o do doseamento de malonaldeído urinário somente na última Visita. Para além da avaliação do grau de infestação de ácaros do pó do colchão, para cada criança foi calculado o valor de exposição individual a PM10, O3, NO2, benzeno, tolueno, xileno, etilbenzeno e formaldeído, através de uma complexa metodologia que envolveu técnicas de modelação associadas a medições directas do ar interior (na casa e escola da criança) e do ar exterior. Para a análise de dados foram utilizadas equações de estimação generalizadas com uma matriz de correlação de trabalho uniforme, com excepção do estudo das associações entre poluentes, 8-isoprostanos e malonaldeído. Verificou-se na análise multivariável a existência de uma associação entre o agravamento dos parâmetros espirométricos e a exposição aumentada a PM10, NO2, benzeno, tolueno e etilbenzeno. Foram também encontradas associações entre diminuição do pH do EBC e exposição crescente a PM10, NO2, benzeno e etilbenzeno e associações entre valores aumentados de FENO e exposição a etilbenzeno e tolueno. O benzeno, o tolueno e o etilbenzeno foram associados com maior recurso a broncodilatador nos 6 meses anteriores à Visita e o tolueno com deslocações ao serviço de urgência. Os resultados dos modelos de regressão que incluíram o efeito do poluente ajustado para o grau de infestação de ácaros do pó foram, de uma forma geral, idênticos ao da análise multivariável anterior, com excepção das associações para com o FENO. Nos modelos de exposição com dois poluentes, com o FEV1 como variável resposta, somente o benzeno persistiu com significado estatístico. No modelo com dois poluentes tendo o pH do EBC como variável resposta, somente persistiram as PM10. Os 8-isoprostanos correlacionaram-se com alguns COVs, designadamente etilbenzeno, xileno, tolueno e benzeno. Os valores de malonaldeído urinário não se correlacionaram com os valores de poluentes. Verificou-se no entanto que de uma forma geral, e em particular mais uma vez para os COVs, as crianças mais expostas a poluentes, apresentaram valores superiores de malonaldeído na urina. Verificou-se que os poluentes do ar em geral, e os COVs em particular, se associaram com uma deterioração das vias aéreas. A exposição crescente a poluentes associou-se não só com obstrução brônquica, mas também com FENO aumentado e maior acidez das vias aéreas. A exposição crescente a COVs correlacionou-se com um maior stress oxidativo das vias aéreas (medido pelos 8-isoprostanos). As crianças com exposição superior a COVs apresentaram maiores valores de malonaldeído urinário. Este trabalho sugere uma associação entre exposição a poluentes, inflamação das vias aéreas e stress oxidativo. Vem reforçar o interesse dos poluentes do ar, nomeadamente os associados a ambientes interiores, frequentemente esquecidos e que poderão ser explicativos do agravamento duma criança com sibilância.-----------ABSTRACT: Asthma is a chronic respiratory disease that could be influenced by environmental factors, as allergens and air pollutants. The air breathed contains a diversity of air pollutants, both from natural or anthropogenic sources. Atmospheric pollution, traditionally considered an environmental problem, is nowadays looked as an important public health problem. Indoor air pollutants are also related with respiratory diseases, not only in terms of occupational exposures but also in domestic activities. Particulate matter (such as PM10), O3, NO2 and volatile organic compounds (VOCs) are the main air pollutants. The main source for PM10, O3, NO2 exposure is traffic exhaust while for VOCs (such as benzene, toluene, xylene, ethylbenzene and phormaldehyde) the main sources for exposure are located in indoor environments. The pathophysiologic mechanisms underlying the aggression of air pollutants are not properly understood. It is thought that after inhalation, air pollutants could induce oxidative stress, which would be responsible for airways inflammation. The progression of oxidative stress and airways inflammation, would contribute for the local and systemic effects of the air pollutants. The present study aimed to evaluate the effects of individual exposure to various pollutants over the airways, through lung function tests, inflammatory and oxidative stress biomarkers. In this sense, we developed a panel study in the city of Viseu, that included 51 children with a history of wheezing. Those children that were identified by the ISAAC questionnaire, were followed for 18 months. Children were assessed four times (four repeated measures) through the following tests: spirometry with bronchodilation test, PEF study, FENO evaluation and exhaled breath condensate pH measurement. 8-isoprostane in the exhaled breath condensate were also measured but only in two visits. Urinary malonaldehyde measurement was performed only in the last visit. Besides the assessment of the house dust mite infestation, we calculated for each child the value of individual exposure to a wide range of pollutants: PM10, O3, NO2, benzene, toluene, xylene, ethyl benzene and formaldehyde. This strategy used a complex methodology that included air pollution modelling techniques and direct measurements indoors (homes and schools) and outdoors. Generalized estimating equations with an exchangeable working correlation matrix were used for the analysis of the data. Exceptions were for the study of associations between air pollutants, malonaldehyde and 8-isoprostanes. In the multivariate analysis we found an association between worsening of spirometric outcomes and increased exposure to PM10, NO2, benzene, toluene and ethylbenzene. In the multivariate analysis we found also negative associations between EBC pH and exposure to PM10, NO2, benzene, ethylbenzene and positive associations between FENO and exposure to ethylbenzene and toluene. Benzene, toluene and ethylbenzene were associated with increased use of bronchodilator in the 6 months prior to the visit and toluene with emergency department visits. Results of the regression models that included also the effect of the pollutant adjusted for the degree of infestation to house dust mites, were identical to the previous models. Exceptions were for FENO associations. In the two-pollutant models, with the FEV1 as dependent variable, only benzene persisted with statistical significance. In the two pollutant model with pH of EBC as dependent variable, only PM10 persisted. 8-isoprostanes were well correlated with some VOCs, namely with ethylbenzene, xylene, toluene and benzene. Urinary malonaldehyde did not present any correlation with air pollutants exposure. However, those children more exposed to air pollutants (namely to VOCs), presented higher values of malonaldehyde. It was found that air pollutants in general, and namely VOCs, were associated with deterioration of the airways. The increased exposure to air pollutants was associated not only with airways obstruction, but also with increased FENO and higher acidity of the airways. The increased exposure to VOCs was correlated with increased airways oxidative stress (measured by 8-isoprostane). Children with higher levels of exposure to VOCs had higher values of urinary malonaldehyde. This study suggests a relation between air pollution, airways inflammation and oxidative stress. It suggests also that attention should be dedicated to air quality as air pollutants could cause airways deterioration.
Resumo:
The iatrogenic risk of HIV vertical transmission, calculated in initial epidemiologic studies, seemed to counterindicate invasive prenatal diagnosis (PND) procedures. The implementation of highly active antiretroviral therapy (HAART) represented a turning point in PND management, owing to a rapid and effective reduction of maternal viral load (VL). In the present study, we identified cases of vertical transmission in HIV-infected pregnant women who did amniocentesis in the second trimester of pregnancy (n = 27), from 1996 to 2011. We divided our sample into Group A--women under HAART when submitted to amniocentesis (n = 20) and Group B--women without antiretroviral therapy before amniocentesis (n = 7). We had 1 case of vertical transmission in Group B. Preconceptional or early first trimester HIV serology is essential to avoid performing an amniocentesis without antiretroviral therapy or viral suppression. When there is an indication for amniocentesis in an HIV-infected pregnant woman, it should be done if the patient is on HAART and, if possible, when VL is undetectable. Nowadays, with combined first trimester screening test to select pregnancies with high risk of aneuploidies, advanced maternal age is a less frequent indication to perform PND invasive procedures, representing an outstanding gain in prenatal diagnosis of this population.
Resumo:
OBJECTIVES: Nevirapine is widely used for the treatment of HIV-1 infection; however, its chronic use has been associated with severe liver and skin toxicity. Women are at increased risk for these toxic events, but the reasons for the sex-related differences are unclear. Disparities in the biotransformation of nevirapine and the generation of toxic metabolites between men and women might be the underlying cause. The present work aimed to explore sex differences in nevirapine biotransformation as a potential factor in nevirapine-induced toxicity. METHODS: All included subjects were adults who had been receiving 400 mg of nevirapine once daily for at least 1 month. Blood samples were collected and the levels of nevirapine and its phase I metabolites were quantified by HPLC. Anthropometric and clinical data, and nevirapine metabolite profiles, were assessed for sex-related differences. RESULTS: A total of 52 patients were included (63% were men). Body weight was lower in women (P = 0.028) and female sex was associated with higher alkaline phosphatase (P = 0.036) and lactate dehydrogenase (P = 0.037) levels. The plasma concentrations of nevirapine (P = 0.030) and the metabolite 3-hydroxy-nevirapine (P = 0.035), as well as the proportions of the metabolites 12-hydroxy-nevirapine (P = 0.037) and 3-hydroxy-nevirapine (P = 0.001), were higher in women, when adjusted for body weight. CONCLUSIONS: There was a sex-dependent variation in nevirapine biotransformation, particularly in the generation of the 12-hydroxy-nevirapine and 3-hydroxy-nevirapine metabolites. These data are consistent with the sex-dependent formation of toxic reactive metabolites, which may contribute to the sex-dependent dimorphic profile of nevirapine toxicity.
Resumo:
BACKGROUND: Allergy to natural rubber latex is a well-recognized health problem, especially among health care workers and patients with spina bifida. Despite latex sensitization being acquired in health institutions in both health care workers and patients with spina bifida, differences in allergen sensitization profiles have been described between these two risk groups. OBJECTIVE: To investigate the in vivo reactivity of health care workers and patients with spina bifida to extracts of internal and external surfaces of latex gloves and also to specific extracts enriched in major allergens for these risk groups. METHODS: Gloves from different manufacturers were used for protein extraction, and salt precipitation and hydrophobic interaction chromatography (HIC) were applied to obtain the enriched latex extracts. The major latex allergens were quantified by an enzyme immunoassay. The extracts obtained were tested in 14 volunteers using skin prick tests (SPT). RESULTS: Latex glove extracts enriched in the hydrophobic allergens that are most often seen in patients with spina bifida were obtained by selective precipitation, whereas HIC produced extracts enriched in the hydrophilic allergens commonly found in health care workers. The health care workers had positive SPTs to glove extracts from internal surfaces and to the hydrophilic allergen-enriched extracts. By contrast, patients with spina bifida had larger skin reactions both to external glove extracts and to the extracts enriched with the hydrophobic major allergens for this risk group. Despite the protein concentration of these extracts being less than half the concentration of the commercial extract, the weal-and-flare reactions were of similar magnitude. CONCLUSION: Using novel latex extracts, our study showed a different in vivo reactivity pattern in health care workers and in patients with spina bifida to extracts of the internal and external surfaces of gloves, which suggests that sensitization may occur by different routes of exposure, and that this influences the allergen reactivity profiles of these risk groups
Resumo:
Pollution in coastal ecosystems is a serious threat to the biota and human populations there residing. Anthropogenic activities in these ecosystems are the main cause of contamination by endocrine disruption compounds (EDCs), which can interfere with hormonal regulation and cause adverse effects to growth, stress response and reproduction. Although the chemical nature of many EDCs is unknown, it is believed that most are organic contaminants. Under an environmental risk assessment for a contaminated estuary (the Sado, SW Portugal), the present work intended to detect endocrine disruption in a flatsfish, Solea senegalensis Kaup, 1858, and its potential relationship to organic toxicants. Animals were collected from two areas in the estuary with distinct influences (industrial and rural) and from an external reference area. To evaluate endocrine disruption, hepatic vitellogenin (VTG) concentrations in males and gonad histology were analysed. As biomarkers of exposure to organic contaminants, cytochrome P450 (CYP1A) induction and the ethoxyresorufin-O-deethylase (EROD) activity were determined. The results were contrasted to sediment contamination levels, which are overall considered low, although the area presents a complex mixture of toxicants. Either males or females were found sexually immature and showed no significant evidence of degenerative pathologies. However, hepatic VTG concentrations in males from the industrial area in estuary were superior than those from the Reference, even reaching levels comparable to those in females, which may indicate an oestrogenic effect resulting from the complex contaminant mixture. These individuals also presented higher levels of CYP1A induction and EROD activity, which is consistent with contamination by organic substances. The combination of the results suggest that the exposure of flatfish to an environment contaminated by mixed toxicants, even at low levels, may cause endocrine disruption, therefore affecting populations, which implies the need for further research in identification of potential EDCs, their sources and risks at ecosystem scale.
Resumo:
RESUMO - O ozono é o principal componente da poluição fotoquímica do ar. Como agente irritante do aparelho respiratório, os seus efeitos sobre a saúde caracterizam-se, essencialmente, por tosse, dispneia, desconforto torácico e alterações da função pulmonar, encontrando-se também associadas à exposição ambiental a O3 tanto uma maior frequência e gravidade de crises de asma como a ocorrência de quadros clínicos de irritação conjuntival. É sobretudo a partir dos anos 50, com a descoberta de concentrações elevadas de ozono em ambientes de trabalho respeitantes à actividade de soldadura «a arco», que aquele gás passa a ser encarado como factor profissional de risco. No início dos anos 60 surgem os primeiros estudos de exposição a O3 em cabinas de avião, suscitados pela ocorrência, em tripulantes e passageiros, de queixas clínicas de irritação do tracto respiratório. Esta sintomatologia era, até então, atribuída à acção de outros factores, designadamente o sistema de ventilação e o baixo teor de humidade do ar. Posteriormente, alguns estudos revelaram que, em voos comerciais subsónicos, os teores elevados de O3 observados no interior das cabinas poderiam ser provocados pela sua insuficiente destruição nos sistemas de entrada de ar.O presente estudo, efectuado em voos de longo curso realizados em aeronaves Airbus A340-300 numa única rota comercial, teve por objectivo avaliar a exposição a ozono no ar interior em cabina de avião. Os teores médios de concentração de ozono observados foram inferiores aos valores susceptíveis de provocarem efeitos adversos sobre o aparelho respiratório. Como valor máximo instantâneo, foi atingida a concentração de 152 ppb. Adicionalmente, foi constatada a influência das estações do ano nos teores de O3. O conjunto dos resultados obtidos permite concluir que as concentrações de ozono no ar interior nas cabinas de avião estudadas são inferiores às correspondentes concentrações máximas admissíveis, tendo, em todos os voos, sido observado o cumprimento da norma da FAA respeitante à protecção da exposição ao ozono em cabinas de aeronaves de aviação comercial.
Resumo:
RESUMO - A exposição contínua a substâncias químicas tem consequências para a saúde humana, algumas das quais não estão ainda totalmente estabelecidas. A toxicologia ocupacional é uma área interdisciplinar que envolve conhecimentos de higiene e de medicina ocupacional, de epidemiologia e de toxicologia e que tem por principal objectivo prevenir a ocorrência de efeitos adversos decorrentes do ambiente ocupacional sendo um dos seus principais papéis fornecer o máximo de dados que possam contribuir para o conhecimento dos potenciais efeitos na saúde. O chumbo é um tóxico de características cumulativas que provoca na saúde efeitos principalmente sistémicos, ou seja, o efeito tóxico manifesta-se em locais afastados do contacto inicial que resultam essencialmente de exposições crónicas, resultantes de períodos de exposição mais ou menos longos ao metal (entre meses e anos). Pode interagir com diferentes órgãos e tecidos, ligando-se a moléculas e constituintes celulares. Uma vez que não possui qualquer função fisiológica, a presença do chumbo no organismo humano resulta numa série de efeitos prejudiciais que afectam diversos órgãos e sistemas. A toxicidade do chumbo manifesta-se em diversos órgãos e tecidos, nomeadamente no sistema hematopoiético, no sistema nervoso, no rim, no aparelho reprodutor, no sistema cardiovascular, no sistema endócrino e no sistema imunitário. Da interferência do chumbo com o funcionamento de alguns sistemas biológicos resultam um conjunto de alterações fundamentais ao nível dos processos de transporte através das membranas, da integridade estrutural e funcional das enzimas e de várias vias metabólicas, em especial da fosforilação oxidativa e da síntese do heme sendo os primeiros efeitos bioquímicos do chumbo detectados a partir de valores de plumbémia inferiores a 10 μg/dL. As medidas de higiene e segurança actualmente em vigor nos países desenvolvidos asseguram que os casos de intoxicação grave são cada vez menos frequentes. No entanto, o risco de exposição a nível ocupacional existe em todas as actividades que envolvem materiais que o contenham como as explorações mineiras, as fundições primária e secundária, a produção de baterias de chumbo ácido, a produção de vidro com pigmentos de chumbo, as soldaduras de reparação automóvel e a instrução de tiro. Desde 2006 o chumbo é considerado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) uma substância carcinogénica do grupo 2A (provável carcinogénio para o ser humano). Considera-se, assim, que o chumbo tem, inequivocamente, capacidade de induzir cancro em animais experimentais mas que, embora haja fortes indícios de que os mecanismos que medeiam a carcinogénese desses compostos ocorrem no ser humano, os dados disponíveis ainda não podem assegurar essa relação. Com este estudo pretendeu-se contribuir para o conhecimento da toxicidade do chumbo através do estudo da exposição ao chumbo e da influência da susceptibilidade individual (em industrias sem co-exposição significativa a outros agentes conhecidos ou suspeitos de serem carcinogénicos). Pretendeu-se estudar o caso através de uma abordagem múltipla que permitisse relacionar diferentes tipos de marcadores biológicos uma vez que a monitorização biológica integra todas as possíveis vias de entrada no organismo (para além da via respiratória), eventuais exposições fora do contexto estritamente profissional assim como uma série de factores intrínsecos individuais (relacionados com modos de via, de natureza fisiológica e comportamentais). Sendo a co-exposição a outros compostos com propriedades genotóxicas e carcinogénicas uma questão difícil de tornear quando se quer avaliar o potencial genotóxico do chumbo em populações expostas, ocupacional ou ambientalmente este estudo tem a vantagem de ter sido efectuado em populações sem co-exposição conhecida a outras substâncias deste tipo, permitindo concluir sobre os efeitos resultantes apenas da exposição a chumbo na população humana, contribuindo para explicar algumas das aparentes inconsistências e contradições entre diferentes estudos sobre este tema. Os indicadores de exposição usados foram: indicadores de dose interna (doseamento de chumbo e de PPZ no sangue), indicadores de efeitos adversos no heme e genotóxicos (actividade da ALAD, teste do cometa e mutação em TCR) e indicadores de susceptibilidade (polimorfismos genéticos de ALAD e VDR) através de uma abordagem estatística de comparação directa de sub-grupos previamente definidos na população e da aplicação de um modelo de regressão múltipla. Este estudo revelou que os níveis de plumbémia na população portuguesa baixaram significativamente nos últimos 10 anos, tanto na população ocupacionalmente exposta como na população em geral e que a presença do genótipo B-B (do gene VDR) é preditiva das variações de plumbémia, quando comparada com o genótipo mais frequente na população, B-b; ao contrário, o genótipo b-b não aparenta ter influência em nenhum dos marcadores estudados. No que diz respeito a efeitos genotóxicos concluiu-se que estes não se manifestaram na população estudada, levando a concluir que nos níveis de exposição estudados, o chumbo não tem capacidade de induzir este tipo de efeitos per si levando ao reforço da hipótese, já levantada por outros autores, de que o mecanismo de genotoxicidade do chumbo seja essencialmente de promoção de processos de genotoxicidade desencadeados por outros agentes. A realização de estudos de efeitos genotóxicos e de stress oxidativo desenhados de forma a comparar grupos de trabalhadores expostos apenas a chumbo com grupos de trabalhadores com o mesmo nível de exposição a chumbo, mas com co-exposição a outros agentes reconhecidamente carcinogénicos poderá ajudar a aumentar o conhecimento deste efeito do chumbo na saúde humana.
Resumo:
INTRODUCTION: Governador Valadares is an endemic area of American tegumentary leishmaniasis (ATL). The detection rate was 15.36 per 100,000 habitants from 2001 to 2006 (Miranda, 2008). This study aimed to analyze the effects of age on the frequency of adverse reactions caused by antimony in the treatment of ATL in the City of Governador Valadares, State of Minas Gerais, Brazil, during 2009. METHODS: Data were collected from the forms of the Information System for Notifiable Diseases, and from charts, questionnaires, and home visits to patients. RESULTS: The study included 40 patients, 26 (65%) of whom were males. Individuals over the age of 50 had a 66% higher rate of adverse effects than subjects who were 50 years old or less (CI 95%, 1.14-2.41). The average age of individuals who reported some type of adverse effect was 44.11 years (SD = 20.14), while the average age of the group that did not report any adverse effect was of 25.46 years (SD = 18.37; p < 0.01). Clinical healing was 67.5%, and 10% of patients discontinued the treatment. CONCLUSIONS: In the treatment of ATL, the age of patients should be considered, because most adverse reactions occur in individuals over 50 years of age. For this reason, the drug should be used with restriction in these cases.
Resumo:
Infertility affects up to 15% of the sexually active population, and in 50% of cases, a male factor is involved, either as a primary problem or in combination with a problem in the female partner. Because many commonly encountered drugs and medications can have a detrimental effect on male fertility, the medical evaluation should include a discussion regarding the use of recreational and illicit drugs, medications, and other substances that may impair fertility. With the knowledge of which drugs and medications may be detrimental to fertility, it may be possible to modify medication regimens or convince a patient to modify habits to decrease adverse effects on fertility and improve the chances of achieving a successful pregnancy. Concern is growing that male sexual development and reproduction have changed for the worse over the past 30 to 50 years. Although some reports find no changes, others suggest that sperm counts appear to be decreasing and that the incidence of developmental abnormalities such as hypospadias and cryptorchidism appears to be increasing, as is the incidence of testicular cancer. These concerns center around the possibility that our environment is contaminated with chemicals - both natural and synthetic - that can interact with the endocrine system.
Resumo:
RESUMO - Os nanomateriais manufaturados (NMs), isto é, fabricados deliberadamente para fins específicos, apresentam propriedades físico-químicas únicas como a dimensão, área superficial ou funcionalização, que lhes conferem caraterísticas mecânicas, óticas, elétricas e magnéticas muito vantajosas para aplicações industriais e biomédicas. Efetivamente, a tecnologia baseada nos NMs, ou nanotecnologia, foi identificada como uma key enabling technology, impulsionadora do crescimento económico dos países industrializados, devido ao seu potencial para melhorar a qualidade e desempenho de muitos tipos de produtos e de processos. Contudo, a expansão da utilização de NMs contrasta com a insuficiente avaliação de risco para a saúde humana e para o ambiente, sendo considerados como um risco emergente para a saúde pública. As incertezas sobre a segurança dos NMs para a saúde pública advêm sobretudo de estudos epidemiológicos em humanos expostos a nanomateriais produzidos como consequência dos processos e atividades humanas e da poluição. Uma das principais preocupações relativamente aos efeitos adversos dos NMs na saúde humana é o seu potencial efeito carcinogénico, que é sugerido por alguns estudos experimentais, como no caso dos nanomateriais de dióxido de titânio ou dos nanotubos de carbono. Para avaliar em curto termo as propriedades carcinogénicas de um composto, utilizam-se frequentemente ensaios de genotoxicidade em linhas celulares de mamífero ou ensaios em modelos animais, em que se analisa uma variedade de lesões genéticas potencialmente relacionados com o processo de carcinogénese. No entanto, a investigação sobre as propriedades genotóxicas dos NMs não foi, até hoje, conclusiva. O presente estudo tem por objectivo principal caracterizar os efeitos genotóxicos associados à exposição a nanomateriais manufaturados, de forma a contribuir para a avaliação da sua segurança. Constituíram objectivos específicos deste estudo: i) avaliar a genotoxicidade dos NMs em três tipos de células humanas expostas in vitro: linfócitos humanos primários, linha celular de epitélio brônquico humano (BEAS-2B) e linha celular de adenocarcinoma epitelial de pulmão humano (A549); ii) avaliar a sua genotoxicidade num modelo de ratinho transgénico; iii) investigar alguns mecanismos de acção que poderão contribuir para a genotoxicidade dos nanomateriais, como a contribuição de lesões oxidativas para a genotoxicidade induzida pelos NMs in vitro, e a investigação da sua bioacumulação e localização celular in vivo. Foram analisados os efeitos genotóxicos associados à exposição a duas classes de NMs, dióxido de titânio e nanotubos de carbono de parede múltipla, bem como a um NM de óxido de zinco, candidato a ser utlilizado como controlo positivo de dimensão nanométrica. Os xx NMs utilizados foram previamente caracterizados com detalhe relativamente às suas características físico-químicas e também relativamente à sua dispersão em meio aquoso e no meio de cultura. A metodologia incluiu ensaios de citotoxicidade e de genotoxicidade in vitro, designadamente, ensaios de quebras no DNA (ensaio do cometa) e nos cromossomas (ensaio do micronúcleo) em células humanas expostas a várias concentrações de NMs, por comparação com células não expostas. Também foram realizados ensaios in vivo de quebras no DNA, quebras cromossómicas e ainda um ensaio de mutações em vários órgãos de grupos de ratinhos transgénicos LacZ, expostos por via intravenosa a duas doses de dióxido de titânio. Foi investigada a existência de uma relação dose-resposta após exposição das células humanas ou dos animais a NMs. A contribuição de lesões oxidativas para a genotoxicidade após exposição das células aos NMs in vitro foi explorada através do ensaio do cometa modificado com enzima. Realizaram-se estudos histológicos e citológicos para deteção e localização celular dos NMs nos órgãos-alvo dos ratinhos expostos in vivo. Os resultados demonstraram efeitos genotóxicos em alguns dos NMs analisados em células humanas. No entanto, os efeitos genotóxicos, quando positivos, foram em níveis reduzidos, ainda que superiores aos valores dos controlos, e a sua reprodutibilidade era dependente do sistema experimental utilizado. Para outros NMs, a evidência de genotoxicidade revelou-se equívoca, conduzindo à necessidade de esclarecimento através de ensaios in vivo. Para esse fim, recorreu-se a uma análise integrada de múltiplos parâmetros num modelo animal, o ratinho transgénico baseado em plasmídeo contendo o gene LacZ exposto a um NM de dióxido de titânio, NM-102. Embora tenha sido demonstrada a exposição e a acumulação do NM no fígado, não se observaram efeitos genotóxicos nem no fígado, nem no baço nem no sangue dos ratinhos expostos a esse NM. Neste estudo concluiu-se que algumas formas de dióxido de titânio e nanotubos de carbono de parede múltipla produzem efeitos genotóxicos em células humanas, contribuindo para o conjunto de evidências sobre o efeito genotóxico desses NMs. As diferenças observadas relativamente à genotoxicidade entre NMs do mesmo tipo, mas distintos em algumas das suas características físico-quimicas, aparentemente não são negligenciáveis, pelo que os resultados obtidos para um NM não devem ser generalizados ao grupo correspondente. Para além disso, a genotoxicidade equívoca verificada para o NM-102 em células humanas expostas in vitro, não foi confirmada no modelo in vivo, pelo que o valor preditivo da utilização dos ensaios in vitro para a identificação de NMs com efeitos genotóxicos (e portanto potencialmente carcinogénicos) ainda tem de ser esclarecido antes de ser possível extrapolar as conclusões para a saúde humana. Por sua vez, como a informação aqui produzida pelas metodologias in vitro e in vivo não reflete os efeitos de exposição continua ou prolongada, que poderá conduzir a efeitos genotóxicos distintos, esta xxi deverá ser complementada com outras linhas de evidência relativamente à segurança dos NMs. Perante a incerteza dos níveis de exposição real do organismo humano e do ambiente, a segurança da utilização dos NMs não pode ser garantida a longo prazo e, tendo em conta a elevada produção e utilização destes NMs, são prementes futuros estudos de monitorização ambiental e humana.