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Treinamento de habilidades sociais com universitários da área de fonoaudiologia: análise de conteúdo
Resumo:
Além do aprendizado de conhecimentos básicos e técnicos, promover competência social e habilidades interpessoais de universitários da área da Saúde torna-se fundamental para o desenvolvimento de relações saudáveis e produtivas no contexto acadêmico e na linha do cuidado. O campo das Habilidades Sociais, uma área da Psicologia, tem fornecido fundamentação desde a metodologia de avaliação de repertório social, até programas de Treinamento de Habilidades Sociais (THS) em contextos educacionais. Atualmente, é crescente o interesse em pesquisas qualitativas na Saúde por englobar o universo de significados, motivos, crenças, valores e atitudes, correspondendo a um espaço mais profundo das relações humanas. Objetivos: Investigar do ponto de vista qualitativo o programa de THS com universitários, oferecido pela disciplina de Psicologia III no Curso de Fonoaudiologia; descrever as potencialidades e dificuldades do repertório de HS conforme a autopercepção dos universitários; identificar os ganhos percebidos pelos universitários ao longo do programa de THS; analisar a relação entre o THS com o autoconhecimento nas relações interpessoais e na relação profissional-paciente. Metodologia: Participaram desta pesquisa 22 universitários, com faixa etária entre 19 e 21 anos de ambos os sexos, que cursavam o segundo ano do Curso de Fonoaudiologia de uma Instituição de Ensino Superior do interior paulista. Empregaram-se abordagem qualitativa e análise de conteúdo dos relatos produzidos pelos universitários no 1o, 8o e 15o encontros do THS e das sínteses (8o e 15o). Resultados: Foram identificadas três temas para análise: \"A importância do conhecimento teórico/técnico para a formação do fonoaudiólogo\", \"A importância do THS no contexto acadêmico e para a prática clínica\" e \"Avaliação dos universitários sobre os efeitos do THS\". No que se refere ao conhecimento teórico/técnico, os relatos apontaram a importância de que este seja desenvolvido de maneira contínua, valorizando as metodologias ativas empregadas. Quanto ao treinamento, os participantes descreveram maior prevalência de potencialidades e dificuldades das habilidades assertivas nos relacionamentos interpessoais do contexto acadêmico. Também foi apontada maior dificuldade de empatia com colegas e na comunicação com professores. No contexto profissional, as dificuldades permearam a ansiedade de falar em público e ser assertivo ao trabalhar em grupo. Quanto aos ganhos identificados, prevaleceu a assertividade com os dois interlocutores envolvidos nesta pesquisa; porém, todas as habilidades sociais tiveram resultados considerados positivos nos dois contextos, destacando a comunicação empática com paciente como facilitadora do processo terapêutico. O THS foi avaliado positivamente, pois permitiu a identificação de potencialidades, dificuldades e ganhos no repertório de HS no contexto acadêmico, sendo apontado como uma forma de preparação para a prática clínica, promovendo o autoconhecimento, o desenvolvimento de comportamentos socialmente habilidosos e a generalização para outros contextos. Conclusão: A inserção do THS na formação profissional de universitários na Fonoaudiologia mostrou-se bastante promissora ao ampliar o repertório de habilidades e competências para além do conhecimento teórico/técnico, tendo o autoconhecimento papel central neste processo, culminando com mudanças de comportamento na vida pessoal e profissional. Salienta-se a relevância do THS em cursos de graduação na área da Saúde, pelo contexto da relação profissional-paciente.
Resumo:
Antecedentes/Objetivos: Existe una tendencia a estigmatizar las enfermedades de las mujeres debido a la interiorización de estereotipos de género. Las implicaciones de este sesgo de género no han sido todavía plenamente explicadas. El objetivo de este estudio es explorar los discursos de profesionales sobre la fibromialgia (FM) y sus pacientes en España. Métodos: Estudio cualitativo basado en 12 entrevistas personales con profesionales involucrados en la asistencia de las personas afectadas de FM (8 hombres y 4 mujeres con perfiles de medicina general, reumatología, psiquiatría, psicología, fisioterapia, salud ocupacional). Se empleó una muestra teórica para seleccionar a los participantes, basada en la capacidad de los participantes para contribuir a la pregunta de investigación. Las entrevistas fueron transcritas e importadas al software informático Atlas.ti-7, con ayuda del que se realizó un análisis del discurso, prestando especial atención a los repertorios interpretativos. Resultados: Cuatro repertorios interpretativos emergieron de las entrevistas: 1) “La FM es una enfermedad de mujeres”, 2) “La FM es una enfermedad con un fuerte componente psicológico, pero una débil base biomédica”, 3) “Más diagnósticos de FM entre las mujeres, pero más bajas por enfermedad otorgadas a los hombres” y 4) “Desafiando la falta de reconocimiento social de la FM”. Aunque los repertorios construyen el prototipo de paciente de FM con prejuicios y estereotipos de género, emerge la resistencia hacia esta visión con el último repertorio. Conclusiones: Este estudio sugiere que las implicaciones de los estereotipos de género en las descripciones de los/as pacientes que hacen los/as profesionales influyen en su práctica profesional infravalorando la severidad y credibilidad de las pacientes y con un sesgo de género en el diagnóstico y concesión de las bajas por enfermedad y los permisos de incapacidad laboral. La relación médico-paciente se ve asimismo condicionada por estos prejuicios. Evidenciado que estos estereotipos afectan negativamente a la atención que reciben las personas afectadas de FM en España, se recomienda la sensibilización y formación de los profesionales.
Resumo:
Quem utiliza, hoje, os serviços de uma organização especializada na área da saúde, encontra pela frente profissionais que desenvolvem atividades assistenciais, cujo exercício está a exigir bem mais do que apenas competência técnica. São médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, entre outros, que, além das ações e procedimentos relacionados às suas áreas específicas de conhecimento, têm de estabelecer sempre, com as pessoas que atende, relações de caráter interpessoal. Existe literatura suficiente indicando haver considerável alívio por parte dos pacientes (clientes) e melhoria das condições do trabalho assistencial quando o profissional de saúde está apto a conhecer mais de perto os motivos para muitos dos comportamentos dos seus pacientes. Nessa perspectiva, uma interação para melhor compreender suas necessidades, angústias, raivas e expectativas é de fundamental importância. É também conhecido o fato de que muitas das reclamações e insatisfações dos serviços prestados nessas instituições poderiam ser evitados ou atenuados quando os pacientes se sentem compreendidos e respeitados pelos profissionais envolvidos no seu atendimento. A falta de acolhimento das demandas da clientela e a observação, por parte desta, de que os aspectos emocionais na relação com quem o assiste está sendo negligenciada pode conduzir este paciente, enquanto cliente, à conclusão de que o serviço prestado é de má qualidade. Este estudo terá por objetivo conhecer, dentro do fenômeno da comunicação interpessoal, as modalidades de interações sociais constituídas através dela à formação das exigências, expectativas e percepções desses atores sociais, além do entendimento de como se dá a relação entre paciente e atendente. Para isso, estudaremos os principais conceitos de serviços, qualidade e os fundamentos teóricos do modelo conceitual formulado por PARASURAMAN, ZEITHAML & BERRY e seus posteriores refinamentos , que resultaram na escala Servqual, cuja concepção determina que a qualidade dos serviços de qualquer natureza detectada por uma clientela, resulta do hiato entre as expectativas iniciais e a performance percebida do serviço. A escala Servqual se constituirá assim, no principal instrumento teórico a ser utilizado neste trabalho. Entendendo a sociedade de hoje como uma rede sistêmica, estudaremos, por fim, as lacunas entre as expectativas e percepções de uma clientela específica dos serviços oferecidos por uma empresa hospitalar especializada na área de maternidade. É uma pesquisa na qual se procurará determinar em que dimensões da qualidade a comunicação interpessoal apresenta maior influência, funcionando como um mecanismo regulador da percepção dos serviços prestados sob uma ótica qualitativa.
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Anthroponyms in Health Care Interventions. This research aims to examine the personal names used by health care professionals to refer to and speak with patients in medical consultations. To this end, a large corpus was created with anthroponyms used in this type of settings and extracted from a variety of sources. The data obtained were then analyzed, classified, described and explained. Our hypothesis is that personal names are relevant elements in the relationship between the health care provider and the patient; however, their use is decidedly complex. In the following pages we will discuss this designative complexity by way of an introduction, an analysis of anthroponymic studies and a conclusion.
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A comunicação é um instrumento importante da prática médica e em especial da medicina geral e familiar, pelo seu âmbito menos específico. A abordagem biopsicossocial para ser eficaz necessita de uma forte componente comunicacional nas diversas fases da relação médico doente, nomeadamente, na consulta, nas actividades de prevenção da doença e de educação para a saúde, na relação com os familiares do doente. A comunicação médico-doente influencia a aderência à terapêutica pelo doente e os seus índices de satisfação com a consulta. A comunicação desempenha, também, um papel importante, conforme é adequada ou não, no desencadear ou na prevenção do stress e burnout do(a) médico(a), que são aspectos directamente relacionados com o seu bem-estar ou absentismo por doença. A comunicação é uma componente central das estratégias de coping para as situações difíceis do quotidiano médico como as emoções associadas à doença, sofrimento e morte. Devido ao papel fulcral que a comunicação tem na prática médica, considera-se que a formação em comunicação deve ser mais valorizada, nos diversos níveis, pré ou pós-graduado.
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Establecer la prevalencia de no adherencia a la terapéutica farmacológica y relacionarla con las variables: sexo, edad, escolaridad, tipo de beneficiario de la seguridad social, conocimiento de la enfermedad, tiempo de tratamiento, tratamiento farmacológico, dosis, sincronía en el consumo de fármacos, efectos colaterales, acceso a medicamentos, información médico paciente y apoyo para el cumplimiento - Métodos y materiales: se realizó un estudio transversal; el universo fueron los pacientes hipertensos atendidos en Julio del 2007; la muestra fue aleatoria, 93 pacientes; se realizó una visita posterior a la captación en casa y se aplicó un formulario con las variables en estudio; se realizó el conteo de medicamentos. Cumplidores fueron quienes consumieron entre 80 y 100 % de los medicamentos tomados a la misma hora el día anterior y el de la visita. No cumplidores fueron los que consumieron menos del 80 % y más del 100 % o quienes tenían entre 80 y 100 % pero su horario variaba entre un día y otro. - Resultados: la prevalencia fue del 79,57 %. No hubo asociación estadísticamente significativa con las variables estudiadas. Los resultados de las variables fueron: edad menor a 66 años, RP 1,21; consumo asincrónico de fármacos, RP 1,17; no acceso a medicamentos, RP 1,17; tratamiento multifármaco, RP 1,13; ser afiliado activo, voluntario, campesino, artesanal, RP 1,04; efectos colaterales de los medicamentos, RP 1,04. - Conclusión: la prevalencia de no adherencia al tratamiento farmacológico es elevada. Los factores considerados asociados no fueron estadísticamente significativos en la presente investigación
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Reportagem do jornal Repórter Brasil, produzido pela TV BRASIL, sobre o atendimento desigual que pardos e negros recebem no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Unidade 3, atividade 1 do curso Hanseníase na Atenção Básica: dramatização sobre a orientação e a importância do tratamento da hanseníase a um paciente relutante em aceitá-lo.
Resumo:
Trata-se da implantação de um plano de ação na UBS Eduardo B. Mamede, em Mussurunga, Salvador - BA, objetivando aumentar a aderência e eficácia do tratamento em hipertensos e diabéticos, favorecendo, além da consulta médica, o esclarecimento de dúvidas em relação às doenças, o compartilhamento de experiências e a melhoria da relação do paciente com a UBS (funcionamento, marcação de consultas e serviços disponibilizados). Serão realizados encontros mensais no Centro Social Urbano ou na Igreja Católica da comunidade para orientação sobre o uso correto das medicações, acesso aos serviços do posto de saúde, dentre outros, bem como apoio do NASF (fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista). Evidencia-se que trabalhar com atividade grupal faz com que os participantes percebam que as dificuldades enfrentadas são comuns. Partilhar experiências, identificar desafios e propor alternativas conduzem o ser humano a refletir e atuar na obtenção da melhoria da qualidade de vida.
Resumo:
O conhecimento das doenças está relacionado à melhora da qualidade de vida, à redução do número de descompensados, ao menor número de internações hospitalares e a melhor aceitação da doença. Na unidade básica de saúde Mandú II, Município Luziânia-GO, foi proposta um projeto de intervenção educativa da comunidade exposta ao risco de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus junto a uma população de 1730 indivíduos na faixa etária de 19 a 60 anos, identificando uma prevalência de 16.27% de hipertensos e um 5.53% de diabéticos, se aplicou uma entrevista e descobrimos que só 12% tinham conhecimento sobre sua doença e seus fatores de riscos, onde os 56% estavam dispostos dedicar 1 hora do tempo para aprender sobre tais doenças e os 69% sentiam-se com vontade de modificar os fatores de riscos que sofriam para melhorar a saúde. Foram organizadas campanhas e ações por agentes comunitários de saúde, incluindo palestras e atividade de participação comunitária aplicou-se novamente a entrevista após a intervenção educativa e foi observado um aumento dos conhecimentos dos participantes. Foi realizado também intervenção junto aos adolescentes mostrando estilos de vida saudáveis na alimentação; realizou-se atividade esportiva ao ar livre e foi criado o grupo Viver sem Fumo e se consolidou o clube de idosos “A Melhor Idade”. Faz-se necessário o aperfeiçoamento e constante avaliação da ficha A e da ficha Hiperdia, já que existem dificuldades que prejudicam o controle dessas doenças como os erros no preenchimento. Por outra parte não existe um local apropriado para desenvolver as atividades provocando o incomodo a outras instituições. A comunidade sentiu e demonstrou vontade de mudar tudo aquilo que direta ou indiretamente pode proporcionar um desconforto da saúde, apresentando idéias, sugestões, propostas, e sobre tudo demonstrou o desejo imenso de dar continuidade as atividades de participação comunitárias de promoção da saúde. Considero que este trabalho possa servir principalmente para os profissionais da saúde e que pensem em como se dá a relação profissional/paciente e qual é a forma de repasse de informação para uma população que necessita de informações para a manutenção de uma qualidade de vida saudável.
Resumo:
Na perspectiva de compreender o elevado índice de usuários que procuram a Unidade de Saúde, para agendamento de consulta médica, realizou-se o presente estudo com o objetivo de descrever qual a percepção dos usuários sobre a Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Várzea da Palma-MG. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e de natureza quantitativa. Os participantes foram previamente selecionados através da análise dos prontuários, tendo como critério de inclusão os usuários que compareceram mais de três vezes ao ano para consulta médica. Dos 144 usuários cadastrados na Unidade de Saúde 118 (81,94) eram do sexo feminino, 95 (65,9) estavam desempregados e 64,48 utilizavam os serviços da ESF, por não possuírem plano de saúde, 101 (70,14) frequentam a Unidade de Saúde há mais de três anos. Ressalta-se que 102 (70,83) dos usuários utilizam os serviços da Unidade de Saúde mensalmente, em busca de consulta médica, vacinação, exames de rotina e dor, e ainda 95,0 dos usuários estão satisfeitos com os serviços oferecidos pela ESF, por entender que os seus problemas foram solucionados. Entretanto, 87 (60,41) dos usuários têm retornado para consulta médica pelo mesmo problema de saúde e 85,4 entenderam as orientações médicas quanto a uso de medicamentos. E, 87 (60,42) dos usuários consideram a Unidade de Saúde como forma de melhoria da assistência à saúde para a comunidade, entretanto 110 (76,39) relataram que não conhece como funciona a ESF. O médico e os ACS foram considerados os profissionais mais capacitados para resolverem os problemas de saúde e prevenir doenças da população. Concluindo, embora os usuários conheçam a definição da ESF eles mantêm o conceito tradicional de atendimentos realizados nos postos de saúde no qual a figura principal gira somente em torno da consulta médica.
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Este estudo teve como objetivo elaborar uma proposta de intervenção para melhorar a adesão ao tratamento medicamentoso do paciente idoso hipertenso da ESF de Sobrália, Minas Gerais. Realizou-se uma busca manual em livros e em artigos disponíveis nas bases de dados da saúde, publicados entre os anos de 1991 a 2012. A hipertensão arterial é reconhecidamente um sério problema de Saúde Pública, em especial para a Atenção Básica. Um dos grandes desafios para os especialistas da área da saúde são os baixos índices de controle. Vários fatores contribuem para a não adesão ao tratamento da hipertensão arterial, que incluem a falta de acesso aos medicamentos devido ao desabastecimento ou às perdas de medicamentos; comuns no sistema público, variáveis sociodemográficas; conhecimento e crenças do paciente sobre a patologia; apoio familiar e social; grande número de medicamentos prescritos ao paciente; falta de orientação e aceitação; prescrição inadequada do medicamento e relação do paciente com os profissionais de saúde. Constatou-se que se faz necessário acolher e tratar melhor os usuários, manter a população mais informada quanto aos riscos da hipertensão arterial, incentivar a prática de exercícios, diminuir a proporção de idosos residindo sozinhos. O trabalho apresenta uma proposta de intervenção, centralizada em 4 projetos: "Cuidar Melhor"; "Saber Mais"; "Mais Saúde"; "Viver Melhor". Espera-se que esta proposta contribua para que estas estratégias de intervenção que foram elaboradas sejam bemsucedidas e contribuam para a melhoria da adesão ao tratamento medicamentoso do paciente idoso hipertenso na atenção básica.
Resumo:
Este trabalho surgiu da necessidade de atendimento diferenciado para os usuários com as doenças crônicas Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus do Município Nonoai/RS (Rio Grande do Sul). Esta ação programática pretendeu proporcionar mudanças nos estilos de vida das pessoas bem como suas condições de saúde. Tem como objetivo geral: Melhorar a atenção à saúde da Pessoa com Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou Diabetes Mellitus na UBS (Unidade Básica de Saúde) Nonoai em Nonoai/RS. Para atingir esse objetivo a equipe foi capacitada para qualificar e padronizar os atendimentos conforme os protocolos do Ministério da Saúde. Também se utilizou de estratégias de cadastramento e busca ativa dos Hipertensos e Diabéticos com dificuldades de deslocamento até à Unidade de saúde. Estipulamos alcançar uma meta de cobertura de 70% em 4 meses de trabalho com ajuda de toda a equipe, e com a intervenção foi possível atingir 86% de cobertura para pessoas com hipertensão e 87,5% de cobertura para pessoas com diabetes dos usuários cadastrados na área de abrangência, proporcionando atendimento de qualidade e com estímulo à promoção de mudanças no seu estilo de vida. A comunidade teve participação fundamental, mediante seus líderes, que ajudaram a determinar os casos mais vulneráveis e os que mais necessitavam de orientação, tendo ainda um papel fundamental nas buscas ativas e nas atividades de educação em saúde realizadas nos bairros. Para o serviço, houve estreitamento e fortalecimento das relações médico-paciente-equipe, pois todos mantiveram um mesmo foco. A equipe da UBS de Nonoai considera a intervenção um sucesso e tem planos de expandir essas mudanças para os outros ciclos de vida.
Resumo:
RESUMO - O consumo de tabaco foi responsável por 100 milhões de mortes no século XX. Apesar dos grandes avanços alcançados no controlo deste problema a nível mundial, sob os auspícios da OMS, no contexto da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco da OMS, se não forem adoptadas medidas consistentes e efectivas de saúde pública, a morbi-mortalidade que lhe está associada continuará a aumentar durante o presente século. A promoção da cessação tabágica constitui a estratégia populacional que permitirá obter ganhos em saúde a mais curto prazo. Embora a larga maioria dos fumadores faça, ao longo da vida, várias tentativas para parar de fumar sem apoio, apenas uma pequena minoria consegue manter-se abstinente a longo prazo. Os médicos de Medicina Geral e Familiar são, de entre todos os profissionais de saúde, os que podem intervir de modo mais consistente e efectivo neste âmbito e que melhores resultados obtêm na cessação tabágica dos pacientes fumadores, dado o vínculo terapêutico e a interacção frequente e continuada que com eles estabelecem ao longo do seu ciclo de vida. O aconselhamento breve, tendo por base a adopção de um estilo de comunicação motivacional centrado no paciente, adaptado aos estádios de mudança comportamental, tem-se revelado efectivo no apoio à mudança de comportamentos relacionados com a saúde e à resolução da ambivalência que caracteriza este processo. A revisão de literatura evidenciou o facto de os médicos nem sempre intervirem nas áreas preventivas e de promoção da saúde, em particular na área da cessação tabágica, com o investimento e a continuidade desejáveis. Por outro lado, muitos pacientes fumadores referem nunca ter sido aconselhados pelo seu médico a deixar de fumar.. Não são conhecidos estudos de âmbito nacional que permitam conhecer esta realidade, bem como os factores associados às melhores práticas de intervenção ou as barreiras sentidas pelos médicos de MGF à actuação nesta área. O presente trabalho teve como objectivos: (i) avaliar a hipótese de que os médicos que disseram adoptar o método clínico centrado no paciente teriam atitudes mais favoráveis relativamente à cessação tabágica e uma maior probabilidade de aconselhar os seus pacientes a parar de fumar; (ii) estudar a relação entre as atitudes, a percepção de auto-eficácia, a expectativa de efectividade e as práticas de aconselhamento sobre cessação tabágica, auto-referidas pelos médicos; (iii) Identificar as variáveis preditivas da adopção de intervenções breves de aconselhamento adaptadas ao estádio de mudança comportamental dos pacientes fumadores; (iv) identificar as barreiras e os incentivos à adopção de boas práticas de aconselhamento nesta área. A população de estudo foi constituída pelo total de médicos de medicina geral e familiar inscritos na Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, residentes em Portugal. Para recolha de informação, foi utilizado um questionário de resposta anónima, de autopreenchimento, aplicado por via postal a 2942 médicos, em duas séries de envio. O questionário integrou perguntas fechadas, semifechadas, escalas de tipo Likert e escalas de tipo visual analógico. Para avaliação da adopção do método clínico centrado no paciente, foi usada a Patient Practitioner Orientation Scale (PPOS). O tratamento estatístico dos dados foi efectuado com o Programa PASW Statistics (ex-SPSS), versão 18. Foram utilizados: o índice de α de Cronbach, diversos testes não paramétricos e a análise de regressão logística binária. Foi obtida uma taxa de resposta de 22,4%. Foram analisadas 639 respostas (67,4% de mulheres e 32,6% de homens). Referiram ser fumadores 23% dos homens e 14% das mulheres. Foi identificada uma grande carência formativa em cessação tabágica, tendo apenas 4% dos médicos afirmado não necessitar de formação nesta área. Responderam necessitar de formação em entrevista motivacional 66%, em prevenção da recaída 59%, de treino numa consulta de apoio intensivo 55%, em intervenção breve 54% e em terapêutica farmacológica 55%. Cerca de 92% dos respondentes consideraram que o aconselhamento para a cessação tabágica é uma tarefa que faz parte das suas atribuições, mas apenas 76% concordaram totalmente com a realização de uma abordagem oportunística deste assunto em todos os contactos com os seus pacientes. Como prática mais frequente, perante um paciente em preparação para parar, 85% dos médicos disseram tomar a iniciativa de aconselhar, 79% avaliar a motivação, 67% avaliar o grau de dependência, 60% marcar o “dia D” e 50% propor terapêutica farmacológica. Apenas 21% assumiram realizar com frequência uma intervenção breve com pacientes em preparação (5 Ás); 13% uma intervenção motivacional com pacientes não motivados para mudar (5 Rs) e 20% uma intervenção segundo os princípios da entrevista motivacional, relativamente a pacientes ambivalentes em relação à mudança. A análise multivariada de regressão logística permitiu concluir que as variáveis com maior influência na decisão de aconselhar os pacientes sobre cessação tabágica foram a percepção de auto-eficácia, o nível de atitudes negativas, a adopção habitual do Programa-tipo de cessação tabágica da DGS, a posse de formação específica nesta área e a não identificação de barreiras ao aconselhamento, em particular organizacionais ou ligadas ao processo de comunicação na consulta. Embora se tenha confirmado a existência de associação entre a adopção do método clínico centrado no paciente e as atitudes face à cessação tabágica, não foi possível confirmar plenamente a associação entre a adopção deste método e as práticas autoreferidas de aconselhamento. Os médicos que manifestaram um nível baixo ou moderado de atitudes negativas, uma percepção elevada de auto-eficácia, que nunca fumaram, que referiram adoptar o Programa-tipo de cessação tabágica e que não identificaram barreiras organizacionais apresentaram uma maior probabilidade de realizar uma intervenção breve (“5 Ás”) de aconselhamento de pacientes fumadores em preparação para parar de fumar. Nunca ter fumado apresentou-se associado a uma probabilidade de realizar uma intervenção breve (“5 Ás”) com frequência, superior à verificada entre os médicos que referiram ser fumadores (Odds-ratio ajustado = 2,6; IC a 95%: 1,1; 5,7). Os médicos com o nível de auto-eficácia no aconselhamento mais elevado apresentaram uma probabilidade superior à encontrada entre os médicos com o menor nível de auto-eficácia de realizar com frequência uma intervenção breve de aconselhamento, integrando as cinco vertentes dos “5 Ás” (Odds ratio ajustado = 2,6; IC a 95%: 1,3; 5,3); de realizar uma intervenção motivacional breve com fumadores renitentes a parar de fumar (Odds ratio ajustado = 3,1; IC a 95%: 1,4; 6,5) ou de realizar com frequência uma intervenção motivacional com pacientes em estádio de ambivalência (Odds ratio = 8,8; IC a 95%: 3,8; 19,9). A falta de tempo, a falta de formação específica e a falta de equipa de apoio foram as barreiras ao aconselhamento mais citadas. Como factores facilitadores de um maior investimento nesta área, cerca de 60% dos médicos referiram a realização de um estágio prático de formação; 57% a possibilidade de dispor do apoio de outros profissionais; cerca de metade a melhoria da sua formação teórica. Cerca de 25% dos médicos investiria mais em cessação tabágica se dispusesse de um incentivo financeiro e 20% se os pacientes demonstrassem maior interesse em discutir o assunto ou existisse uma maior valorização desta área por parte dos colegas e dos órgãos de gestão. As limitações de representatividade da amostra, decorrentes da taxa de resposta obtida, impõem reservas à possibilidade de extrapolação destes resultados para a população de estudo, sendo de admitir que os respondentes possam corresponder aos médicos mais interessados por este tema e que optam por não fumar. Outra importante limitação advém do facto de não ter sido estudada a vertente relativa aos pacientes, no que se refere às suas atitudes, percepções e expectativas quanto à actuação do médico neste campo. Pesem embora estas limitações, os resultados obtidos revelaram uma grande perda de oportunidades de prevenção da doença e de promoção da saúde. Parece ter ficado demonstrada a importante influência que as atitudes, em especial as negativas, e as percepções, em particular a percepção de auto-eficácia, podem exercer sobre as práticas de aconselhamento auto-referidas. Todavia, será necessário aprofundar os resultados agora encontrados com estudos de natureza qualitativa, que permitam compreender melhor, por um lado, as percepções, expectativas e necessidades dos pacientes, por outro, as estratégias de comunicação que deverão ser adoptadas pelo médico, atendendo à complexidade do problema e ao tempo disponível na consulta, tendo em vista aumentar a literacia dos pacientes para uma melhor autogestão da sua saúde. Parece ter ficado igualmente patente a grande carência formativa neste domínio. A adopção do modelo biomédico como paradigma da formação médica pré e pós-graduada, proposto, há precisamente cem anos, por Flexner, tem contribuído para a desvalorização das componentes psicoemocionais e sociais dos fenómenos de saúde e de doença, assim como para criar clivagens entre cuidados curativos e preventivos e entre medicina geral e familiar e saúde pública. Porém, o actual padrão de saúde/doença próprio das sociedades desenvolvidas, caracterizado por “pandemias” de doenças crónicas e incapacitantes, determinadas por factores de natureza sociocultural e comportamental, irá obrigar certamente à revisão daquele paradigma e à necessidade de se (re)adoptarem os grandes princípios Hipocráticos de compreensão dos processos de saúde/doença e do papel da medicina.
Resumo:
RESUMO - Confrontados por uma procura mais ativa e exigente e pressionados por uma maior restrição orçamental, os prestadores de saúde têm vindo a reconhecer o Marketing de Fidelização como uma solução sustentável para o seu sucesso financeiro. Assim, a autora explora como se desenvolve a cocriação de valor do consumidor no setor de saúde, nomeadamente, as interações, os atores e as atividades envolvidas na gestão e tratamento da doença. O projeto de investigação foca-se particularmente na cocriação de valor entre o médico regular e o paciente. Foi realizada uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa. Os dados recolhidos na APDP, a uma amostra de 16 pacientes diabéticos através da técnica de entrevistas aprofundadas, revelaram que os estilos práticos de criação de valor do consumidor (CVCPS) desenvolvido por McColl-Kennedy et al. (2012) adequam-se às características desta doença. Os resultados do estudo sustentam que os pacientes com estilos práticos de cocriação de valor do consumidor “Parceria” e “Gestor de equipa” tendem a estar associados a um nível de fidelização elevado, pelo que se sugere que estes estilos sejam encorajados pelos prestadores. Em contraste, o Estilo de cocriação “Colaboração Passiva” está potencialmente associado a níveis de fidelização reduzidos, o que também sugere que a participação do paciente no seu relacionamento com o médico possa ser um fator potenciador da sua fidelização. O presente projeto de Investigação pretende ser um contributo teórico para investigação futura na área da cocriação e fidelização, com uma aplicação empírica que contribui para uma maior extensividade dos benefícios da cocriação de valor do consumidor para a Gestão em Saúde.