219 resultados para Bíblia. A.T. Salms-Comentaris


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H no Evangelho de Mateus material suficiente para se chegar ao discipulado de iguais porque seu contedo reflete uma prtica igualitria de Jesus em relao s mulheres. Nesta tese tal prtica pode ser verificada atravs da investigao de duas percopes nas quais Jesus advoga a causa das mulheres discutindo o direito masculino do divrcio e o adultrio: 19,1-12 e 5,27-32. No debate sobre a justa causa para se despedir a mulher, Jesus declara que a volta criao original no mais concede tal prerrogativa aos homens. Essa discusso ocorre em terreno legal e isso se evidencia pelo termo aitia, cujo significado demonstra que na demanda do divrcio a lei concede ao homem o benefcio de encontrar um motivo para acusao. Jesus, por sua vez, declara que pela sua lei todo motivo e acusao contra a mulher se transforma em motivo e acusao contra o prprio homem diante de Deus. O silncio dos fariseus comprova que os argumentos de Jesus so irrefutveis, mas o protesto dos seus discpulos revela que no lhes agrada a igualdade social entre os sexos. A resposta final e definitiva de Jesus encontra-se em Mt 19,10 onde pelo uso da metfora eunuco ele encerra o debate dizendo que somente podem aceitar a sua causa os que abraarem a causa do Reino dos Cus. Os temas divrcio e adultrio permitem estender a discusso para o matrimnio que a relao social e legal que fundamenta tais prticas, e buscar na Antigidade as leis e costumes que regiam a vida sexual das mulheres naquele tempo, considerando os ambientes mais relevantes em relao ao mundo bblico: o mundo greco-romano e o oriente prximo no perodo entre os sculos IV a.C. e IV d.C. para que, atravs da pesquisa sobre matrimnio, divrcio, adultrio, dote, repdio e outras sanes relativas vida sexual das mulheres, se possa chegar aos mecanismos culturais da educao capazes de levar as mulheres cumplicidade ou resistncia aos seus papis sociais. Essa pesquisa se encerra com uma apreciao da histria da renncia sexual nos contextos judaico e cristo para projetar o ambiente e o horizonte scio-religioso que foram palcos da recepo e transmisso de Mt 5,27-32 e Mt 19,1-12, de modo a demonstrar que os argumentos misginos que se tornaram inerentes interpretao desses textos so o resultado de uma mentalidade sexista que no corresponde crtica literria do evangelho.(AU)

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A opresso e a resistncia so um fio condutor dos Salmos de peregrinao, o grupo que vai do Salmo 120 at o 134. O distintivo situa-se nas formas variadas com que estas categorias so apresentadas. Este conjunto de salmos impressiona pela maneira simples e direita de dizer as coisas, sem deixar de ser profunda. A partir da anlise, observamos que a opresso e a resistncia surgem em variadas formas, deixando transparecer que no se trata de falar delas em sentido geral, pois envolvem diferentes formas e facetas que se entrecruzam, sendo manifestas por meio de relaes de gnero, classe e raa/etnia. O objetivo desta tese provar que a partir dos movimentos dos corpos, suas falas e suas memrias possvel apontar para prticas de relacionamentos sociais, econmicos, polticos ou religiosos, marcadas por relaes de gnero, raa/etnia, classe, que no se vinculam aos interesses de sistemas institucionais. Mas surgem da interao entre experincias de opresso e resistncia e se colocam como alternativas de vida. Cada salmo traz marcas de um contexto particular que se junta s particularidades do outro at revelar um nico contexto e nessa dinmica possibilitar o conjunto. Atravs das estruturas, formas literrias e dos contedos, aponta-se para a centralidade do corpo como sendo fator hermenutico ativo que, com seu movimento, sua fala, suas memrias, mostra situaes de opresso e busca por prazer. O estudo literrio e os contedos so determinantes, tanto para a estrutura do conjunto, dividida em trs grandes partes (Sl 120-122; 123-129 e 130-134), para a tematizao do desenvolvimento do conjunto, quanto para a credibilidade da proposta histrica de opresso e resistncia apresentada. Constata-se que a vida religiosa aparece integrada vida social e poltica da qual constitui um aspecto se bem que existe mais de uma experincia religiosa, inter-relacionada. Estas experincias revelam que as visitas ao templo de Jerusalm no s eram para cumprir com os costumes religiosos, daquela poca, mas principalmente, pelo interesse que peregrinos e peregrinas tinham no cotidiano de suas vidas, seus trabalhos, suas necessidades. Elas e eles souberam fazer a articulao entre a festa e a prxis. Assim, o conjunto de salmos torna-se ponte para o dilogo que revela outras vozes e outras maneiras de identificar opresso e resistncia. No para fugir ou acomodar-se, seno reconhecendo a opresso, superando-a na criatividade e na esperana. O estudo desenvolve-se em quatro captulos. No primeiro, enfatiza-se que os textos esto entre teologia e literatura, especificamente em serem textos poticos. A partir da levanta-se o estado atual do estudo sobre este conjunto de salmos e aponta-se ao contexto histrico ao qual esto relacionados estes salmos. No segundo, realiza-se a anlise das estruturas poticas, at entenderque o conjunto de salmo est relacionado como um todo. No terceiro e quarto, pelos resultados do segundo, destacam-se os principais temas que de forma indiciria levam-nos demonstrao da hiptese.

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O espao social subjacente unidade literria de xodo 20,22-23,19 pressupe uma sociedade agrria. Aparentemente montona, marcada por inmeros conflitos sociais. O contexto social de empobrecimento das famlias clnico-tribais israelitas. A nova economia se organiza em torno do santurio. Na pesquisa, h bastante consenso quanto origem desta unidade literria conhecida como Livro da Aliana. literatura jurdica de carter religioso. Uma prescrio jurdica no precede as condies da realidade a que vai se referir, mas prescreve sobre as condies e situaes j existentes. Na pesquisa clssica atual, encontram-se duas grandes correntes sobre a origem e a poca desta literatura. Uma defende que o Livro da Aliana remonta poca pr-estatal, passagem do tribalismo para a monarquia; a outra argumenta que o Livro da Aliana, enquanto corpus codificado de leis, um produto tardio , possivelmente surgido no final do sculo VIII ou incio do sculo VII a.C. O Livro da Aliana a base literria da presente pesquisa. Quanto origem e poca do Livro da Aliana, sigo a corrente que defende ser o texto da poca final do perodo tribal, anterior monarquia. Esta poca foi marcada por grandes mudanas econmicas: passagem de uma economia solidria de subsistncia para uma economia de concentrao do produto. A tese consiste em analisar a violncia contra as mulheres, estruturada no discurso jurdico do Livro da Aliana. Busca-se desvendar os mecanismos que justificam e naturalizam as prticas de violncia. O destaque a violncia contra as mulheres escravas, contra as filhas e, de modo especial, enfatizo as violncias contra as mulheres feiticeiras. Evidencio trs categorias de escravas prescritas no texto: as escravas domsticas, que sofrem violncias fsicas, podendo chegar at morte debaixo do castigo da vara; as escravas temporrias, que tm seus olhos destrudos e os seus dentes quebrados; e as filhas que so vendidas como escravas. Sua sexualidade transformada em mercadoria. H filhas que so seduzidas, violadas e submetidas como mulher ao seu estuprador. O nico grupo social descrito a partir da sua funo pblica so as feiticeiras. As violncias so institucionais e sexistas. O patriarcado o princpio organizador da sociedade. A caracterstica do Livro da Aliana marcadamente androcntrica.(AU)

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O livro de J pertence literatura sapiencial de Israel. Seu contedo um grande debate entre sbios. Estes formavam um segmento educado da populao: sabiam ler e escrever. A sabedoria era demasiadamente valorizada e concebida como orientao prudente para a vida. O texto 24,1-12 de J pertence parte potica do livro. O poema foi escrito na primeira metade do sculo V a.C., no perodo do ps exlio, durante a dominao dos persas. Este imprio trouxe profundas modificaes para a vida do povo em Jud. Apesar da aparente tolerncia por parte de seus governantes, eles criaram mtodos muito eficazes para alcanar seus objetivos de controle sobre os povos submetidos. Atravs de um forte aparelho burocrtico, fiscal e militar controlavam e garantiam a ordem e o pagamento de tributos. O templo tornou-se o intermedirio entre o imprio e o povo. A economia e a sociedade se estruturaram conforme o regime imposto pelos persas. Essa poltica econmica e administrativa favorecia o enriquecimento dos setores dominantes, e conseqentemente o empobrecimento cada vez maior dos camponeses. Os sacerdotes eram os lderes do povo e a teologia da retribuio se fortaleceu muito nessa poca. No entanto, a justia de Deus explicada pela teologia da retribuio deparava-se com o problema do mal e do sofrimento do justo. a partir da experincia e da observao da realidade que se origina um movimento de resistncia teologia da retribuio. No captulo 24,1-12, J se lana numa contemplao sobre a sociedade dividida entre opressores e oprimidos. Desmonta o funcionamento da sociedade mostrando suas rupturas e conflitos graves. Sua inteno nesse texto mostrar atravs da realidade, porque no concorda com as afirmaes dos sbios que defendem a teologia da retribuio, sobre o castigo infalvel para os mpios ricos e sobre o sofrimento do pobre como indicao de castigo.(AU)

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O seguinte trabalho desenvolve o tema da violncia contra o movimento popular na Galilia, segundo o texto de Lucas 13,1-5. Esse texto no tem paralelo nas outras duas fontes sinticas, nem em Joo, nem em Tom, nem no grupo Galileu que escreveu a fonte Q; quanto a esses eventos histricos que narra o texto, no h referncia nem em Flvio Josefo, nem em outros historiadores da poca. Isso quer dizer, que estes versculos so uma fonte prpria de Lucas, uma fonte autnoma, chamada por alguns como fonte L (ou fonte S). A abordagem deste texto de Lucas, feita por grande parte de pesquisadores na rea bblica, preocupa-se com os temas de pecado e arrependimento, deixando na margem a situao das vtimas e as ameaas de Jesus para seus ouvintes. Neste sentido, este trecho de Lucas de grande importncia. Estes versculos expressam a realidade scio -poltica. Seu contedo um sinal de conflito e de denncia contra o sistema imperial romano que no passou desapercebido para o redator do texto e nem para o seu auditrio. Trata-se, portanto, da memria das vtimas da opresso. Apresentamos a seguir, a pesquisa em trs captulos esboados brevemente. O primeiro descreve o agir especfico dos procuradores ou governadores romanos, nas provncias comandadas por eles; ao mesmo tempo, a reao do povo e os seus protestos. A nossa nfase recair sobre o procurador romano Pncio Pilatos. Nos valeremos das fontes bblicas, extra-bblicas e pseudo-epgrafas. No final, destacaremos a relevncia e o papel central do texto Lucas 13,1-5. No segundo captulo, o centro ser a exegese de Lucas 13,1-5, relacionando-o com o contexto maior que, em nosso caso, chamado itinerrio de viagem para Jerusalm , e com um contexto imediato que o capitulo 13 de Lucas. No final, perguntaremos pelo grupo ou grupos que podem estar por trs destes versculos, e a importncia da fonte L, como fonte primeira que se insere no Evangelho de Lucas. O texto de Lucas 13,1-5 aparece como texto autnomo, memria das vtimas; ele contrasta com a viso moderada dos relatos da Paixo nos sinticos, frente a uma realidade de opresso. O terceiro captulo constitui-se num ensaio de articulao destes dois captulos com a realidade atual, especificamente com a situao de guerra, violncia e morte na Colmbia, junto aos esforos atuais por reconstruir a memria das vtimas do povo colombiano, memria que d sentido e dignifica a oferenda de suas vidas.(AU)

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Este estudo surgiu da inquietao da autora sobre a eficincia da comunicao no ensino e orientao sexual nas comunidades religiosas. E como se d tal ensino nas Organizaes Ecumnicas. Para tanto, foram escolhidas organizaes ecumnicas que tem como um de seus objetivos a educao populao e desenvolvem efetivo trabalho na rea de educao e orientao sexual. As organizaes ecumnicas, objeto deste estudo so: Conselho Latino Americano de Igrejas-CLAI, KOINONIA -Presena Ecumnica e Servio, Coordenadoria Ecumnica de Servio-CESE e Diaconia. Tal escolha no foi ao acaso, mas pelo fato das referidas organizaes comporem a RES-Rede Evanglica de Solidariedade. Ao longo do estudo dos folhetos e livretos disponibilizados s Igrejas membros foi possvel perceber a dificuldade de dilogo entre cincia e bíblia quando o assunto sexualidade. Levantou-se a necessidade de novas teorias que d conta de explicaes coerentes sobre o que sexualidade e como transmiti-la comunidade religiosa, tornando, esse ensino, enriquecedor, verdadeiro e livre de preconceitos e discriminaes. Verificou-se que a comunidade religiosa tem em sua forma de pensar alguns preceitos doutrinrios, porm a aplicao de tais preceitos nem sempre possvel por viverem em uma sociedade que oferece possibilidades de prticas sexuais livres, mesmo sendo essas reprovadas pelo estilo de vida escolhido pelos cristos. Eles, os cristos, no esto imunes de tais prticas. Necessitando assim orientaes esclarecedoras de seus lderes sobre o assunto, uma vez que esses so vistos como os que tm legitimidade para tratar qualquer assunto na comunidade.(AU)

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O sofrimento que aparece no livro de J pode ser considerado de diversas formas. Esta dissertao analisa a questo da terra como um eixo em torno do qual J e seus interlocutores debatem. No se trata de um simples debate entre sbios, mas de uma situao de violncia social, vitimando principalmente os pobres. Estes, no tendo como pagar os tributos exigidos pelo sistema imperial, vem suas terras e casas invadidas, as marcas divisrias de suas propriedades mudadas, seus animais roubados e suas vidas reduzidas escravido. A terra est sendo violada, a injustia visvel e o tribunal encontra-se fechado para ouvir o clamor dos injustiados. Contemplando toda essa realidade, J lana seu grito de protesto. Trs amigos chegam para o consolar, mas no entram a fundo na questo levantada. Elifaz e seus companheiros tm uma posio diferente da de J. A dissertao est organizada em trs captulos. O primeiro apresenta uma viso geral do livro de J, com observaes necessrias em funo do estudo a ser feito, com enfoque no dilogo de Elifaz, na questo da terra na Bíblia e no perodo persa. O segundo captulo dedicado anlise exegtica do captulo 15. A diviso em trs partes respeita o argumento de Elifaz: a condenao s palavras de J, um ensinamento em relao terra e a condenao do mpio. O ltimo captulo amplia a viso da questo da terra para todo o livro de J e procura identificar cada um dos personagens: os estrangeiros, os mpios, os interlocutores de J, os pobres e o prprio J. O importante saber qual o lugar que cada um ocupa na sociedade e o que eles representam na questo da terra. (AU)

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A sociedade brasileira confrontada com um verdadeiro mercado religioso, onde os bens simblicos da salvao podem ser garantidos por meio de contribuies financeiras. A prtica do dzimo faz parte deste debate e busca na leitura da Bíblia fundamentao teolgica. Diversos textos bblicos apresentam a questo do dzimo, revelando que no existe uma forma nica de se lidar com o dzimo na Bíblia. Deuteronmio 14,22-29 o ponto de partida da presente pesquisa, revelando uma prtica do dzimo que busca fortalecer a liberdade e identidade do povo de Israel sustentada pela f em Jav. A prtica do dzimo em Deuteronmio um ato comunitrio dos camponeses que acontece a partir do poder local. O campons come o dzimo que ele produziu. A cada trs anos o campons deposita o dzimo no porto da vila-cidade. Este dzimo ser comido por grupos empobrecidos. Em Deuteronmio 14,22-29, a prtica do dzimo expresso da organizao comunitria dos camponeses que se opem cobrana do dzimo como tributo. Em Deuteronmio 14,22-29, a prtica do dzimo expresso da organizao comunitria para preservar a liberdade e garantir a autonomia dos camponeses.(AU)

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Esta pesquisa visa analisar a mensagem de Jav transmitida atravs do profeta Isaas em meio guerra siro-efraimita (734-732 a.C.), no tempo do rei Acaz. A primeira parte deste trabalho fornece uma panormica histrica da situao tanto internacional quanto nacional da nao de Jud. No meio de sinais de guerras, invases estrangeiras, desolao e aumento de tributos que acarretam maior insegurana para os setores mais empobrecidos, Jav faz sua aposta pela vida de Israel. Atravs do orculo proftico mo stra um caminho que pode chegar a subverter a ordem de um injusto sistema poltico advindo do prprio pecado da nao de Israel. Neste texto, santificar a Jav a trilha que pode livrar-lhes da queda e da destruio. Santificar a Jav significa cuidar e preservar a vida, especialmente dos mais desprotegidos. Isto implica optar conscientemente por uma nova ordem que garanta uma existncia digna para todos e todas. O objetivo desta pesquisa entender como o conceito de santificao salientado pelo profeta Isaas, na percope (Is 8,11-15), pode ajudar-nos a superar os problemas cotidianos e fornecer-nos novas posturas ticas para enfrentar a vida, isto um conceito de santificao que requer do engajamento com o povo, fundamentalmente com a populao mais carente e necessitada atualmente. Por meio do trabalho exegtico tentamos encontrar respostas escondidas entre palavras, termos e frases, procurando entender o texto em dilogo com a vida cotidiana de seu tempo e do nosso. Este estudo pretende providenciar subsdios para a leitura popular da Bíblia que est sendo realizada por muitos grupos nas igrejas e comunidades crists, que buscam novos caminhos, horizontes, sonhos e utopias para continuar a viver em meio de sociedades em crises e de tempos difceis.(AU)

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Esta dissertao um estudo sobre o fenmeno da profecia e da glossolalia no cristianismo primitivo a partir da Primeira Carta aos Corntios. O movimento cristo emergiu como uma seita judaica, mas amadureceu em um contexto greco-romano, sendo profundamente alterado pela cultura e tradies ocidentais. Por um lado, sofreu as influncias das tradies israelitas antigas e do Judasmo do perodo do Segundo Templo, sendo herdeiro tanto das diversas manifestaes revelatrias extticas, apocalpticas, escatolgicas e sapienciais, quanto da inteligibilidade e da autoridade como critrios de verificao da profecia. Por outro, sofreu as influncias das tradies greco-romanas, embora em menor grau, visto que, no que diz respeito ao conceito e atuao do profeta e funo social da profecia, h diferenas fundamentais em relao ao mundo helenstico. Tais divergncias explicam, em parte, o conflito entre a compreenso de Paulo acerca da profecia e da glossolalia e a compreenso de certos grupos dentro da comunidade de Corinto que acentuavam a importncia do xtase como manifestao revelatria e, conseqentemente, de um status privilegiado. De acordo com 1Cor 14,1-19, o critrio distintivo para Paulo a edificao da assemblia . No se trata propriamente da superioridade de um dom sobre o outro, mas da sua utilidade no contexto cltico. Quem fala em lnguas ora a Deus e edifica a si mesmo, mas aquele que profetiza edifica, exorta e consola a assemblia. Neste sentido, prefervel profetizar a falar em lnguas, a menos que sejam interpretadas. Do ponto de vista da Antropologia, a glossolalia considerada, segundo alguns pesquisadores, um substrato de um estado alterado de conscincia, observado principalmente nas mulheres, o que sugere uma presena significativa das mesmas na composio da comunidade de Corinto, inclusive nas posies de liderana. Do ponto de vista dos estudos sociolgicos, os fenmenos extticos manifestam-se sobretudo em grupos marginalizados, dotando-os de um poder mstico que os fortalece em perodos de acentuada dilacerao do tecido social.(AU)

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Esta pesquisa estuda o processo de mudana corrente na capoeira gerada pela capoeira gospel no ABC paulista e suas regies perifricas. Discute o vis pelo qual os evanglicos a utilizam como ferramenta de evangelizao e como assimilam as suas tcnicas corporais, enquanto ramificao da cultura afro-brasileira. A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com pastores evanglicos, mestres de capoeira pastores e adeptos da capoeira em igrejas pentecostais, neopentecostais e em academias seculares da regio. O movimento da capoeira gospel um fenmeno recente e em crescimento. Com princpios baseados na Bíblia, desestruturam os alicerces da capoeira secular que tem sua base nas tradies culturais de origem africana, que funde mitos, ritos e esporte.(AU)

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Essa dissertao faz uma introduo aos aspectos arqueolgicos e literrios de Moab, temtica carente de publicaes em lngua portuguesa. Trata, primeiramente, dos fatos relacionados descoberta da inscrio de Mesa na segunda metade do sculo 19, das disputas diplomticas que ocasionaram a destruio da inscrio, bem como das obras cientficas que, durante as dcadas seguintes, abordaram o assunto. Na seqncia, apresenta as principais caractersticas geogrficas e arqueolgicas de Moab, durante as Idades do Bronze Recente, do Ferro Antigo e do Ferro Recente, dando especial ateno aos assentamentos humanos, mas tambm s grandes construes e s esculturas, consideradas recursos culturais necessrios ao estado moabita, patrimonial e segmentrio, que fazia uso de metforas domsticas para referendar sua hegemonia; alm do mais, apresenta o lugar de Moab no mundo assrio, e sua importncia como rota comercial. A traduo da estela de Mesa, os comentrios filolgicos e a anlise da sua forma e do seu gnero literrio, apontam para um texto elaborado a partir de ferramentas literrias claras, utilizado para marcar o poder da monarquia moabita. Tais aspectos arqueolgicos e literrios sustentam que o desenvolvimento de Moab ocorreu aps o fim da dominao do Israel omrida, alm de sugerirem um novo olhar sobre a Bíblia Hebraica.(AU)

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Esta pesquisa busca uma aproximao ao captulo 11 da profecia atribuda a Osias. Dedica-se, em especial, ao resgate da memria histrica das mulheres. Por isso no se limita apenas percepo da sua presena, mas tambm busca perceber sua participao ativa, criativa e decisiva na caminhada histrica e proftica do povo de Israel, no final do sculo oitavo a.C. A proposio que reside na recuperao desta memria de que se reconhea as mulheres como sujeito teolgico, enquanto co-participantes da produo dos textos bblicos e, como sujeito social, na resistncia ativa s relaes de dominao e subordinao das mulheres camponesas e demais minorias oprimidas. Em destaque no cap.11 est o projeto de reconstruo da casa. Esta no concebida como espao idealizado, mas como lugar propcio para a retomada do projeto libertador do xodo. Ela torna-se espao social onde acontece a articulao da oposio ao projeto monrquico, e de construo de alternativas sociais que viabilizam a esperana firmada no valor da vida. a partir deste espao concreto viabilizado pela casa, de confronto e resistncia, que a histria do povo e, da prpria monarquia avaliada. A denncia proftica enfoca a religio colocada a servio do projeto econmico da monarquia, atravs da prtica do sacrifcio, apontada pela profecia com responsvel pela desestruturao da casa e por levar Israel runa. A profecia tambm enfoca a denncia das violncias praticadas pelas estruturas de poder monrquico, firmadas na religio. tambm neste espao social da casa que a perspectiva teolgica re-significada e que permite a reconstruo da imagem de Deus. De uma imagem patriarcal monrquica, ela se move em direo a uma imagem feminina maternal, que manifesta a dinmica diria do cuidado da me pelo filho ou pela filha. Nesta representao de Deus est implcita a prtica da misericrdia que se concretiza nas relaes comunitrias, necessria para a efetivao do projeto de reconstruo que privilegia a casa como espao concreto que viabiliza perspectivas de esperana.(AU)

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Num ambiente como o da Galilia do sculo I, onde o ensino era realizado nas comunidades religiosas, vilarejos e ncleos familiares de forma oral, o mtodo de fixao de ensinos mediante a assimilao de smbolos do cotidiano era fundamental. Por conta disso, acreditamos que, dentre as fontes orais ou escritas preservadas e organizadas pelos Evangelhos Sinticos, as parbolas de Jesus compem o gnero literrio mais original por terem sido preservadas na memria, com maior preciso pelos primeiros seguidores de Jesus. Muitos estudiosos empreenderam importantes trabalhos para pesquisar o lugar social das parbolas de Jesus, a maioria deles partindo dos prprios textos dispostos como esto nos Evangelhos. Neste trabalho, nos propomos trabalhar as parbolas de Jesus como ditos bem preservados pela oralidade a partir da teoria da Fonte Q, que tratada como um dos estratos mais primitivos da tradio formativa dos Evangelhos Sinticos e do movimento de Jesus. As parbolas do Ladro (Q 12,39-40), Servo Infiel (Q 12,42-46) e do Dinheiro Confiado (Q 19,12-27) sempre foram vistas pela tradio eclesial como parbolas que tratam da necessria vigilncia do cristo por conta da repentina parusia de Jesus. No entanto, nesse trabalho vamos alm, pois acreditamos que essas parbolas tratam do contexto social da Galilia do sculo I, onde so retratadas a opresso econmica e a violncia social imposta aos pequenos proprietrios e camponeses empobrecidos.(AU)

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O termo luz se inscreve no encontro das tradies veterotestamentria e grego-romana como uma alternativa a certas necessidades da comunidade joanina: as culturas diferentes dos povos que receberam o evangelho; a diversidade dos problemas que pediam respostas diferentes; a diferena de classes dentro da comunidade; as tomadas de posio discordantes diante da poltica do imprio e o conflito entre judeus e cristos. E neste nterim de conflito, tanto interno como externo, um momento doloroso para os dissidentes, porque os prejuzos no eram apenas religiosos, mas provocavam mudanas em todos os mbitos da vida, que a comunidade joanina procurar alternativa. Por isso, a Narrativa da Cura do Cego de Nascena (Jo 9,1-41) um espelho para a comunidade. Ela buscar em Jesus a luz de que precisa para continuar. O cego representa a comunidade antes de conhecer a Luz do Mundo. A solidariedade, a fraternidade e o amor mtuos so foras que ajudaram na resistncia.(AU)