949 resultados para Souza, Márcio, 1946- . Lealdade. Crítica e Interpretação
Resumo:
A presente tese de doutorado analisa, em perspectiva comparada, as convergncias e divergncias entre as dramaturgias do francs Jean Genet e do brasileiro Plnio Marcos, sob o prisma de trs tpicos inegavelmente presentes, nelas: a violncia, a revolta e a religiosidade. As questes de margem, borda, periferia, ex-centricidade, dissenso etc so abordadas neste trabalho para situar a ideia de outro como o referencial ontolgico que sustenta a obra teatral de ambos. As respectivas biografias dos autores em questo, direta ou indiretamente, tem relao com a aura de marginalidade artstica atribuda (e at assumida por eles prprios) a sua produo em geral (seus romances, poemas, ensaios e contos). Pode-se dizer que muito da persona que ambos assumiram correspondia s expectativas que os crculos intelectuais engajados tinham em adotar uma figura que viesse a encarnar o papel de autntico porta-voz do segmento marginalizado da sociedade na qual cada um deles se criou. Ambos gozam de certo status de vanguardistas no caso do metateatro de Genet, na sua atribuda vinculao ao Teatro do Absurdo, e, no caso do hipernaturalismo dramtico de Plnio, na sua atribuda (e mesmo confessa) descendncia da linhagem criativa de caracteres e motivos do teatro de Nelson Rodrigues. Outro aspecto comum dramaturgia de Genet e Plnio que abordamos a problematizao de dois espaos alegricos definidores por excelncia do ethos dos tipos humanos que o habitam: a priso e o prostbulo. Para tanto, ganham destaque, aqui, Alta vigilncia e O Balco, de Genet, e Barrela e O abajur lils, de Plnio. Nelas tambm se verifica a figurao de motivos de inspirao religiosa que, no autor francs, concorrem para uma espcie de sacralizao ritual do crime (o que ecoa o iderio de Antonin Artaud) e, no brasileiro, funcionam como um exerccio catrtico de compaixo sombra de uma cristandade de feio primitiva que se insinua no tratamento que d degradao dos prias sociais que compem seu universo dramtico. Por fim, analisamos comparativamente trs peas brasileiras (Pedro Mico, de Antonio Callado; Gimba, o presidente dos valentes, de Gianfrancesco Guarnieri; e Orao para um p de chinelo, de Plnio Marcos) tomando como ponto de partida uma situao dramtica comum a elas para traar, assim, as afinidades e distines de cada qual quanto abordagem da criminalidade. E, assim, tambm, poder apontar o tipo de projeto de teatro a que cada uma se vincula, trazendo tona questes caras ao momento histrico-cultural no qual foram compostas, como a figurao do negro e do favelado na sociedade brasileira
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Nesta tese apresentamos um itinerrio de ensino em que o contedo gramatical um meio para o desenvolvimento da conscincia lingustica e da competncia discursivo-textual. Partindo do repertrio do falante, nossa investigao tomou o neologismo formado por amlgama lexical como objeto semitico, realizou uma reviso dos estudos sobre a criao de novas palavras, sua motivao e seus efeitos na comunicao. O neologismo por amlgama lexical foi observado como produto da competncia lingustica do falante, resultado da explorao das possibilidades do sistema lingustico e emoldurado pela habilidade estilstico-discursiva dos sujeitos. Essa habilidade materializa-se em signos cujos valores icnicos e funcionais do suporte a uma expresso o mais transparente possvel, e as criaes amlgamas so formas ricas porque trazem em si marcas dos falantes que as criam/usam, dos segmentos sociais a que estes pertencem e da inexorvel evoluo da lngua em consonncia com a evoluo da sociedade. Estudos lexicolgicos, repertrio discente, neologismos inventados pela Turma do Casseta & Planeta e por sua criatura-ficcional -- o reprter Agamenon -- permitiram-nos descrever o fenmeno da neologia por amlgama lexical, sua natureza sistmico-funcional, suas adaptaes morfofonolgicas, seus ganhos semnticos e seus aspectos expressivos e impressivos. Apresentamos um modelo de estudo que se quer mais atualizado e dinmico e que foi testado e comprovado nas turmas do colgio estadual em que atuo como docente do ensino mdio
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Esta pesquisa tem por objetivo apontar os recursos criativos, usados por Shakespeare e Cames, para a construo de cenas, que tem como finalidade provocar o riso nos expectadores. Escolhemos trs comdias de Shakespeare (Noite de Reis, A comdia dos erros, Sonho de uma noite de vero) para fazer uma leitura comparativa com as trs comdias escritas por Cames (Filodemo, El Rei Seleuco e Anfitrio). Constatamos que, apesar da existncia de uma variedade de procedimentos tcnicos para a produo do riso, os autores recorreram aos mesmos recursos criativos: naufrgios, personagens com identidades trocadas, gmeos que so confundidos e encenao de uma pea dentro de outra pea. Esses recursos so ferramentas com a funo de criar um anteparo diante do horror da morte, o que constitui um processo de defesa do homem diante do seu inexorvel destino. Nesse sentido, a comdia uma das vias pela qual o homem ri da morte
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Seguindo a ideia exposta por Caio Fernando Abreu em nota introdutria presente em todas as edies de Os drages no conhecem o paraso de que o livro pode ser lido no apenas como um exemplar de contos, mas tambm como um romance-mbile (ou espatifado) e considerando que, por meio do conhecimento de dados biogrficos de um escritor, possvel construir a biografia de um escritor atravs de sua obra, a presente dissertao busca analisar Os drages no conhecem o paraso sob a tica de uma nova perspectiva de leitura, entendendo o livro como um romance de fico autobiogrfica e formao
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O presente trabalho tem como propsito verificar como Julio Cortzar articula arte e poltica na obra Fantomas contra los vampiros multinacionales (1975). Considerando a poca em que a obra foi escrita, uma poca marcada pela ditadura nos pases da Amrica do Sul, percebe-se que o intelectual no deve ser aquele preocupado somente com a arte em si, mas sim uma figura pensante capaz de disseminar ideais de luta, de crtica ao sistema atravs de sua obra,. O aporte terico est baseado nos estudos acerca do conceito de intelectual, segundo Jean Paul Sartre e Srgio Paulo Rouanet, e na ideia do antropofagismo criado por Oswald de Andrade, que inaugura o termo, a fim de se referir devorao cultural do que vem de fora em benefcio de uma literatura original, e alm disso, dissociada da costumeira cpia. Os resultados demonstram que ao se posicionar contra a ditadura, Cortzar tem a inteno de invocar a sociedade a rejeitar todo e qualquer tipo de submisso, no s poltica mas tambm cultural. O autor rompe com a narrativa tradicional, fato que se reflete na esttica, ao transgredir os limites existentes entre arte popular e arte culta, realidade e fico, atravs da construo de uma narrativa fantstica, a qual estudaremos, segundo as teorias de Victor Bravo e de Irne Bessire
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Observando o crescente interesse pela escrita do eu e levando em conta a afirmao de Jorge de Sena no ensaio Machado de Assis e o seu quinteto carioca, que declara haver como unidade entre as cinco obras finais de Machado de Assis o questionamento dos gneros que expressam a subjetividade moderna, buscamos investigar, nesta dissertao, a maneira como Machado de Assis lida com alguns desses gneros da intimidade, dentro e fora do espao ficcional. Para tanto, selecionamos duas das obras finais que empregam mais diretamente a escrita do eu e que, do mesmo modo, mais transgridem essa escrita: Memrias Pstumas de Brs Cubas, uma autobiografia escrita por um defunto autor; e Memorial de Aires, um dirio que registra mais frequentemente a vida dos outros do que a do prprio diarista Aires. Alm das obras ficcionais, trazemos para a anlise as missivas machadianas, observando como o escritor constri a imagem de si na troca de cartas com intelectuais de seu convvio. Refletindo sobre o exerccio desses gneros da intimidade, por parte de Machado de Assis, observamos que este, na sua correspondncia, no ultrapassou os limites que, poca, regiam a troca de confidncias entre pares e amigos. Comedido e discreto, assume, de modo geral, o papel de mestre e aconselhador, apresentando em suas cartas um projeto literrio de cunho pedaggico, conduzindo os mais jovens na direo da literatura. J na fico, ao fazer um uso engenhoso e criativo das retricas da autobiografia e do dirio, o escritor utilizou tais gneros para, ao mesmo tempo, recobrir e agudizar a crtica corrosiva sociedade de seu tempo
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Escritores/as ps-coloniais tm se engajado em denunciar o doloroso legado da escravido e do colonialismo, atravs da recuperao de histrias previamente apropriadas e distorcidas por narrativas mestras. A investigao e a narrativizao do passado esquecido de ex-colnias tm sido uma estratgia empregada no sentido de se reconstruir identidades que foram fragmentadas devido s mltiplas opresses sofridas ou testemunhadas por autores. Michelle Cliff uma romancista, poeta, e ensasta diasprica, nascida na Jamaica e que vive nos Estados Unidos. Ela uma das muitas vozes ps-coloniais comprometidas com uma literatura de resistncia que luta pela descolonizao cultural e encoraja o sentimento de pertencimento. O objetivo dessa dissertao analisar os romances de cunho autobiogrfico de Cliff, Abeng (1984) e No Telephone to Heaven (1987), que lidam com questes relacionadas s prticas coloniais e ps-coloniais. Os dois romances retratam a saga da protagonista Clare Savage, atravs da qual Cliff revela o impacto da colonizao no Caribe, denuncia as configuraes de poder geradas a partir dos imbricamentos entre raa, gnero e classe, e critica a maneira deturpada como a histria da Jamaica transmitida e disseminada atravs da educao colonial qual os Jamaicanos so submetidos. A autora tambm explora os efeitos que as disporas exercem no processo de construo identitria e o movimento de resgate e recriao de uma histria prpria por parte dos sujeitos diaspricos
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A tragdia grega As bacantes, de Eurpides, considerada de grande relevncia, no apenas literria e teatral, mas, sobretudo, histrica e poltica, analisada, nesta dissertao, sob o vis mtico-social, observando-se os dilogos que o poeta estabelece entre um aspecto do passado mtico de sua cultura e seu prprio tempo. Para tal, apresenta-se uma pesquisa acerca do momento histrico da tragdia grega, abordando seu intrnseco valor poltico, discusses tericas a respeito de suas caractersticas, suas origens, os trs principais tragedigrafos e sua recepo, bem como um olhar especfico sobre Eurpides e seu legado. Na obra de arte em questo, ressaltamos, em especial, a relao entre as personagens Dioniso e Penteu, como indicadoras dos debates acerca do que se considera civilizado, selvagem ou brbaro. A esse respeito, verificamos, ainda, pelo lugar de cultura tradicionalmente ocupado por Apolo, em tambm tradicional oposio a Dioniso, diferentes consideraes sobre civilizado, selvagem e brbaro, bem como a indissociabilidade entre barbrie e civilizao, podendo ser balizados conforme valores polticos preponderantes. Tal indissociabilidade consiste na coexistncia de elementos de barbrie e de civilizao tanto em Dioniso quanto em Apolo, tomados como parmetros arquetpicos dentro de uma sociedade
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Este estudo realiza uma leitura de obras de fico do escritor Silviano Santiago. Tal leitura aponta para as relaes que podem ser observadas entre sua fico e uma noo e uma prtica multiculturalistas na contemporaneidade. Para tanto, investigam-se as relaes entre os imaginrios do corpo e da cidade e suas possibilidades e condies de representao. Alm disso, verifica-se o impacto que as noes contemporneas de espao causam em tais obras ficcionais. A pesquisa toma como corpus de anlise literria as mais recentes obras publicadas pelo escritor em questo
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A dissertao analisa Daniel Deronda, de George Eliot, identificando o conceito de maleabilidade como idia chave para o entendimento dos ideais morais do romance. Discusso do papel desempenhado pelo conceito de maleabilidade no processo de transio da infncia para a idade adulta e na apreenso especifica da amizade apresentados no romance
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Esta tese trata da ficcionalizao das questes de identidades, lugares e imaginrios judaicos e brasileiros nos romances contos e novelas de temtica judaica escritos pelo gacho Moacyr Scliar. Na introduo, apresento os objetivos e pressupostos gerais do trabalho, bem como proponho uma diviso da obra em questo em duas fases. No primeiro captulo, analiso os romances A Guerra no Bom Fim (1972) e O Exrcito de um Homem S (1973), sob o ponto de vista da testagem de lugares judaicos clssicos enquanto fontes de inspirao para a resoluo dos dilemas que emergem na dispora brasileira e o incio de um processo de dotao de legitimidade ao viver judaico na dispora sul-americana. No segundo captulo, analiso o conto A Balada do Falso Messias (1976) e o romance Os Voluntrios (1979), sob o ponto de vista da tematizao do Messianismo, do Sionismo e do papel que Jerusalm exerce no imaginrio judaico moderno e de sua adequao ou no para alimentar o imaginrio judaico na contemporaneidade. No terceiro captulo, trato da ficcionalizao das construes identitrias das personagens judias da primeira fase da obra scliariana (1972 a 1980), sob o ponto de vista das noes de hibridismo, aculturao e assimilao. Neste captulo, analiso as personagens centrais dos romances A Guerra no Bom Fim, O Exrcito de um Homem S, Os Deuses de Raquel (1975), (O Ciclo das guas) (1975), Os Voluntrios e O Centauro no Jardim (1980). No quarto captulo, analiso o romance A Estranha Nao de Rafael Mendes (1983), tentando demonstrar que esta narrativa representa um divisor de guas na obra do autor, por tematizar as razes judaicas da cultura brasileira atravs dos marranos, cristos-novos e cripto-judeus que aqui aportaram com os portugueses em 1500. No quinto e ltimo captulo, analiso os romances da Segunda fase scliariana: Cenas da Vida Minscula (1991), A Majestade do Xingu (1997) e A Mulher que Escreveu a Bblia (1999). Neste captulo, tento demonstrar que nestas narrativas d-se o incio de uma tentativa de construo de um imaginrio judaico-brasileiro prprio, formado por uma fuso de motivos tipicamente brasileiros e outros especificamente judaicos, o que seria o corolrio do j mencionado processo de dotao de legitimidade e viabilidade da dispora judaico-brasileira frente concretude e a reificao do Israel moderno. Na concluso, teo algumas consideraes sobre o todo do trabalho e levanto algumas questes relativas construes de imaginrios coletivos nas disporas judaicas, mais especificamente na brasileira
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A presente dissertao de mestrado analisa a figura do canalha enquanto um tipo social inevitavelmente associado estrutura cultural brasileira e, como diz seu ttulo, no interior de um ciclo especfico da obra dramatrgica de Nelson Rodrigues: as ditas tragdias cariocas. De fato, ela divide-se em duas partes. Na primeira, pem-se em questo os mritos deste rtulo, tragdias cariocas, apontando, assim, para as implicaes ditadas menos por motivos exegticos do que editoriais de tal classificao. Tambm nesta primeira parte, figura a tese de que foi Nelson Rodrigues, a partir de A falecida (1953) sua primeira pea a receber esta classificao , um introdutor sui generis dos motivos do nacional-populismo no gnero dramtico do pas. Tal posio vai de encontro ao que afirma uma quase hegemnica corrente de opinio crtica que busca canonizar a verso de que o pioneirismo da tipificao social dos segmentos populares no drama nacional patrimnio da gerao politizada que capitaneada pelo Teatro de Arena quando do lanamento de Eles no usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958 viria a conferir um contedo programtico e eivado de implicaes ideolgicas a este teatro que priorizaria sobretudo a cor local da vida brasileira. A segunda parte enfoca propriamente o objeto que a dissertao se prope a analisar: o canalha. Nela, a trgica relao dialtica entre sujeito e objeto, segundo Georg Simmel, e a problemtica da divergncia, em Robert Merton, fornecem o suporte terico necessrio para o vis sociolgico aqui adotado. A abordagem mais detida sobre a tragdia carioca Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinria (1963), acaba por ganhar o estatuto de um autntico estudo de caso, por situar em primeiro plano questes referentes ao problema tico. Ainda na segunda parte, uma distino entre os projetos dramticos rodrigueano e o da gerao engajada que se distinguiu no Brasil a partir do final dos anos 1950, no que tange caracterizao de personagens que primam pela falta de escrpulos, faz-se necessria para a compreenso da concepo de cada qual a respeito da ndole do brasileiro mdio, no que isto tem de revelador quanto s perspectivas assumidas com relao a nossa identidade nacional
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O maior diferencial entre o trabalho aqui proposto e outros j realizados por doutorandos em literatura brasileira o olhar voltado para os aspectos lingsticos. Em outros termos, esta tese visa provar que Mrio Quintana foi um poeta da lngua, pois soube, como poucos, manejar os recursos expressivos do nosso vernculo com a finalidade de transmitir sua mensagem potica. Outro objetivo desta pesquisa seria o resgate da obra de Quintana para as novas geraes. Assim, busco analisar de que forma a morfossintaxe, a semntica, a fontica e a estilstica em Mrio Quintana contribuem para a construo da sua potica. O corpus constitui-se de poemas, prosas poticas e epigramas pertencentes aos livros Apontamentos de histria sobrenatural e Caderno H (no exclusivamente) que so trabalhados estilisticamente nos aspectos lingstico-literrios essenciais. As caractersticas principais estudadas so: a intertextualidade, as marcas de oralidade, a potica e a linguagem em Mrio Quintana
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Uma constante no trabalho plural de Haroldo de Campos o apreo pela intertextualidade. Em um percurso que toca as mais distantes e distintas galxias, destacamos uma constelao: quatro textos literrios (Finismundo: a ltima viagem, Signncia quase cu, Galxias e A mquina do mundo repensada) que entram em dilogo com a Commedia, de Dante Alighieri, e uma traduo de Haroldo de seis cantos do paraso. Desdobrando o interesse de Haroldo de Campos pelo concreto da obra, partimos de algumas solues formais dos textos em questo para pensar a experincia esttica e a diferena entre as vises de mundo das obras comparadas.O estudo da Commedia permite perceber configuraes formais que aproximam o leitor da experincia mstica da personagem ao apresent-la como experincia esttica. O interesse de Haroldo de Campos est no potencial esttico da obra de Dante. Confrontando o texto do poeta italiano com a traduo e com os quatro poemas citados acima, mostramos as semelhanas e diferenas dos processos de traduo e mimesis nas diversas metamorfoses pelas quais a Commedia passa nas criaes de Haroldo de Campos
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O trabalho tem por objetivo percorrer as principais linhas de fora discursivas que se articularam no processo de consagrao da poeta Ana Cristina Cesar, e que configuraram a sua imagem mais conhecida na mdia cultural e na academia. Na Introduo, define-se o conceito de autor que operou no desenvolvimento da pesquisa, e a sua relao com a assinatura Ana C.. No primeiro captulo, analisada a colocao de Ana Cristina no campo cultural e potico da dcada de 70; a sua posio dupla de convvio e diferenciao em relao aos poetas da chamada gerao marginal. Percorrem-se as leituras crticas que dessa colocao se fizeram, analisando como crtica e objeto de estudo foram se conformando simultaneamente. No segundo captulo, so definidas as narrativas dominantes que se fizeram dos textos de Ana C. depois da sua morte, contrapondo a imagem oficial que se desprende das edies pstumas, que criam uma imagem mtica de Ana C., a leituras contrrias. No terceiro captulo, percorre-se a fortuna crtica, geralmente ligada academia, e textos literrios que tomaram a figura de Ana C. como problemtica ou tema da escrita, tentando fazer uma avaliao em relao reafirmao ou a mobilizao da imagem consagrada que esses textos propem