999 resultados para Ecologia fluvial
Resumo:
Pera glabrata é uma árvore que apresenta ampla distribuição no Brasil. A espécie vegetal é de importância para a conservação e recuperação de áreas degradadas, pois está presente em áreas impactadas, produz e dispersa grande quantidade de sementes e constitui-se em fonte alimentar para elevado número de espécies animais. Apesar da importância fitossociológica da espécie, ainda não existem estudos que abordem a sua ecologia reprodutiva. Este trabalho teve como objetivo caracterizar aspectos da fenologia reprodutiva, da morfologia floral, dos sistemas reprodutivo e de polinização e da dispersão de sementes da espécie. O estudo foi realizado em uma área de Cerrado no município de São Carlos, SP. Verificou-se que Pera glabrata é dioica e apresenta floração massiva e as flores dos dois sexos são pequenas, involucradas, amarelas e de antese diurna. As flores masculinas apresentam néctar e emitem odor adocicado, e as femininas não oferecem recursos perceptíveis aos visitantes florais. As flores foram visitadas por 32 espécies de Diptera e Hymenoptera de pequeno porte. Ocorre a formação de frutos e sementes por autogamia. Foram identificadas 25 espécies de aves visitando indivíduos com frutos maduros, das quais 16 ingeriram as sementes ariladas. Pera glabrata é autogâmica, com síndrome de polinização por diversos pequenos insetos e com dispersão ornitocórica de suas sementes.
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A criação de unidades de conservação nem sempre é determinada por critérios técnicos e/ou socioambientais, comprometendo, assim, sua efetividade na proteção da biodiversidade local. Este estudo analisou a potencialidade do Monumento Natural Grota do Angico, localizado no Alto Sertão do Estado de Sergipe, em relação aos aspectos de paisagem, além de analisar possíveis ameaças, de forma a subsidiar estratégias de conservação para a manutenção da biodiversidade local. Para o estudo foi adaptado um protocolo de avaliação de fragmentos prioritários para a conservação do Cerrado. Os indicadores foram obtidos a partir de estudos feitos no local e de um levantamento das espécies vegetais exóticas invasoras, realizado em uma área de 251 ha, sendo adicionalmente calculado o índice de circularidade para o Monumento. Os valores obtidos pelo protocolo foram considerados típicos de áreas com baixos riscos à conservação. As características do MONA Grota do Angico são pouco satisfatórias para manutenção da diversidade de espécies, apresentando área total pequena em relação a outras áreas, formato alongado e índice de circularidade de apenas 0,17 (de uma escala de 0 a 1). Entretanto, a reserva protege a calha do Baixo São Francisco e na região há mais duas unidades de conservação que fazem parte de um corredor ecológico. As ameaças encontradas, como queimadas, desmatamento, espécies exóticas invasoras e gado, requerem monitoramento. Conclui-se que, de forma geral, o MONA Grota do Angico possui condições de abrigar uma biodiversidade considerável, desde que as ameaças sejam monitoradas e geridas.
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A fragmentação dos extratos florestais e o uso de terras, muitas vezes sem os cuidados necessários para mitigação dos impactos decorrentes das atividades antrópicas, geram ecossistemas fragilizados por fenômenos como o efeito de borda, ou seja, alterações localizadas nas áreas de contato entre a matriz antropizada e o remanescente florestal. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo estudar a fragilidade dos fragmentos encontrados na Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Pedras, no Município de Campinas, SP, Brasil, utilizando técnicas de geoprocessamento. Com a base cartográfica do município, avaliaram-se o tamanho do fragmento e a tendência de formato alongado ou circular. Com base em dados cartográficos de 1962, 1972 e 2006, observou-se o declínio quantitativo e qualitativo dos fragmentos. Devido ao processo de urbanização não planejada do município, os fragmentos de menor área foram desmatados. Estes, apesar de não terem capacidade ecológica para sustentar níveis tróficos mais elevados, servem como "trampolins ecológicos", contribuindo para o fluxo biológico. De maneira análoga, os remanescentes maiores também foram desmatados e sua área, reduzida. De maneira geral, o formato dos fragmentos passou a tender para o formato alongado, o que sugere maior contato entre os remanescentes e a matriz antrópica, aumentando, assim, a vulnerabilidade dos fragmentos. Destaca-se o caso do remanescente de Cerrado encontrado no extremo nordeste da bacia que possui tendência de formato alongado (IC = 0,62) e área reduzida (0,38 ha), mostrando-se, assim, muito vulnerável às pressões antrópicas. Assim, conclui-se que os fragmentos florestais da bacia hidrográfica estudada estão altamente vulneráveis.
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Hedychium coronarium é uma macrófita aquática considerada exótica e invasora fora da região do Himalaia, seu centro dispersor. Introduzida nas Américas, ocorre em diversas regiões do Brasil, inclusive na Estação Ecológica do Tripuí (EET), Ouro Preto-MG. As macrófitas invasoras ocasionam efeitos negativos sobre a biodiversidade regional e, portanto, requerem estudos sobre sua fenologia e ecologia como subsídio para medidas de controle e manejo. Aspectos relacionados a crescimento em altura, floração, frutificação e duração das hastes foram avaliados entre agosto de 2002 e julho de 2003 em diferentes áreas da EET. Áreas com sombreamento entre 60 e 80% apresentam maior crescimento em altura e melhor frutificação, merecendo, por isso, maior atenção para o manejo e controle.
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Realizou-se a classificação morfofuncional de plântulas de 122 espécies arbóreas da Estação Ecológica do Panga. Espécies de três formações florestais contíguas - mata de galeria, mata mesófila semidecídua e cerradão - tiveram suas plântulas classificadas segundo suas características cotiledonares de posição, textura e exposição. O estudo objetivou verificar se as espécies estudadas enquadravam-se no sistema de classificação utilizado e se existiria alguma relação entre os tipos morfofuncionais de plântulas com grupos sucessionais, síndrome de dispersão, peso das sementes, micro-habitat, sistemas sexuais, épocas de frutificação e relação entre a biomassa de raízes e partes aéreas. As espécies foram incluídas em cinco categorias, sendo 63 espécies do tipo fanero-epígeo-foliáceo (PEF), 20 fanero-epígeo-armazenador (PER), 10 fanero-hipógeo-armazenador (PHR), 28 cripto-hipógeo-armazenador (CHR) e apenas uma espécie do tipo cripto-epígeo-armazenador (CER). A classificação morfofuncional mostrou-se eficaz, representando praticamente todas as espécies. Não houve relações significativas dos grupos morfofuncionais com a síndrome de dispersão, época de frutificação, biomassa raiz/parte aérea ou local de ocorrência das espécies estudadas. Por outro lado, foi possível relacionar os grupos sucessionais, peso das sementes e os sistemas sexuais aos grupos morfofuncionais. Espécies pioneiras, em sua maioria com sementes pequenas e leves apresentaram quase exclusivamente plântulas PEF, enquanto espécies climácicas tolerantes à sombra, usualmente com um menor número de sementes maiores e com maior quantidade de reservas, apresentaram predominantemente plântulas CHR. Este tipo também foi predominante entre espécies dióicas. Os resultados demonstraram que, pelo menos no estágio inicial, a morfologia desempenha funções determinantes nos processos de desenvolvimento e estabelecimento das plântulas de espécies arbóreas.
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Nas ilhas das Anavilhanas a espécie de arumã, Ischnosiphon polyphyllus, ocorre nos sub-bosques das florestas inundáveis de igapós. Esta planta é utilizada por artesãos locais para a confecção de artefatos comercializados. O presente estudo tem como objetivo descrever as características ecológicas e biológicas do arumã, levando-se em consideração critérios de seleção adotados pelos artesãos na extração dos talos. Foram amostradas 153 parcelas em 27 ilhas para realizar a contagem da planta ao longo do gradiente de inundação. Um total de 120 touceiras distribuídas em 8 ilhas foi amostrado para a obtenção de dados estruturais das plantas. A densidade de arumã foi maior no gradiente de 2 a 4 m de profundidade de inundação. Esta distribuição demonstra que, embora a espécie possa tolerar longos períodos alagada, os locais das ilhas nos quais I. polyphyllus atinge seu ótimo de desenvolvimento são aqueles situados nas porções mais elevadas do gradiente, e onde é verificada a maior abundância de talos maduros utilizados pelos ribeirinhos na atividade artesanal. O período de inundação pode estar afetando a fisiologia, a morfologia e as estratégias reprodutivas das plantas, podendo a reprodução assexuada ser uma estratégia de sobrevivência a essa condição de estresse. Para o artesanato local, o manejo da espécie será necessário e especial atenção deverá ser dada à retirada dos talos, principalmente em faixas de relevo com profundidades médias entre 2 e 4 m, de forma a assegurar a manutenção da atividade e da espécie.
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O melão-de-são-caetano é uma espécie monóica e ruderal de interesse econômico. O conhecimento de seus mecanismos reprodutivos é fundamental para a sua conservação e manejo. Foram estudados a biologia floral, a fenologia reprodutiva, a polinização e o sistema de reprodução da espécie. A espécie possui flores diclinas, com antese diurna. O período de floração dura em torno de 100 dias e seu pico ocorre em outubro. No início da floração a espécie apresenta dicogamia do tipo protandria. As flores femininas não produzem néctar, tendo sido identificado mimetismo das flores masculinas pelas femininas. As flores masculinas produziram néctar durante todo o período de antese. Houve formação de frutos por fecundação cruzada e autopolinização. O número de sementes presentes nos frutos não diferiu (H = 1,13; P > 0,05). A relação sementes/óvulos foi da ordem de 80%. Todos os visitantes florais coletados e observados pertencem à Classe Insecta. Diabrotica speciosa (Coleoptera, Chrysomelidae) foi a espécie mais abundante (40%) e o principal polinizador de Momordica charantia na área de estudo. Outros insetos, como abelhas (Apoidea) e lepidópteros (Hesperiidae e Pieridae), também visitaram as flores e podem contribuir na polinização.
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A biologia reprodutiva de Amaioua guianensis foi estudada numa área de Mata no Parque do Sabiá, Uberlândia, MG, Brasil, entre setembro de 2003 e abril de 2005. Foram investigados a fenologia, o sistema reprodutivo, a morfologia floral, o conjunto de polinizadores e dispersores, e a estrutura sexual dos indivíduos reprodutivos. Amaioua guianensis é uma espécie arbórea dióica comum em formações florestais brasileiras. Suas flores são hexâmeras, tubulares, esbranquiçadas e odoríferas, polinizadas por vetores relativamente especializados como grandes abelhas e esfingídeos. Flores pistiladas produziram néctar mais precocemente e em maior volume que as estaminadas. As estaminadas foram produzidas em maior número por inflorescência e eram significativamente maiores que as pistiladas. As flores eram dispostas em inflorescências terminais, umbelas compostas nas masculinas e simples nas femininas. Ambos os morfos apresentaram estruturas sexuais não funcionais do morfo oposto, contudo, o estilete nas flores masculinas parece funcionar como pseudo-estame, um mecanismo de apresentação secundária de pólen comum na tribo Gardenieae, porém ainda não descrito para a espécie. A razão sexual foi de 1,49 a favor de indivíduos masculinos, e a população apresentou distribuição agrupada dos morfos sexuais. Ambos os casos provavelmente ocorrem como conseqüências de perturbação e reprodução vegetativa. A taxa de flores polinizadas naturalmente foi de 98,6% e de produção de frutos 75,7%. A produção de frutos por apomixia foi muito baixa (3,4%). Os frutos foram dispersos efetivamente por aves. A morfologia floral associada à fauna de polinizadores relativamente especializados tornou o serviço de polinização e produção de frutos muito eficaz, mesmo nas condições de perturbação da área estudada.
Hydraulic and fluvial geomorphological models for a bedrock channel reach of the Twenty Mile Creek /
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Bedrock channels have been considered challenging geomorphic settings for the application of numerical models. Bedrock fluvial systems exhibit boundaries that are typically less mobile than alluvial systems, yet they are still dynamic systems with a high degree of spatial and temporal variability. To understand the variability of fluvial systems, numerical models have been developed to quantify flow magnitudes and patterns as the driving force for geomorphic change. Two types of numerical model were assessed for their efficacy in examining the bedrock channel system consisting of a high gradient portion of the Twenty Mile Creek in the Niagara Region of Ontario, Canada. A one-dimensional (1-D) flow model that utilizes energy equations, HEC RAS, was used to determine velocity distributions through the study reach for the mean annual flood (MAF), the 100-year return flood and the 1,000-year return flood. A two-dimensional (2-D) flow model that makes use of Navier-Stokes equations, RMA2, was created with the same objectives. The 2-D modeling effort was not successful due to the spatial complexity of the system (high slope and high variance). The successful 1 -D model runs were further extended using very high resolution geospatial interpolations inherent to the HEC RAS extension, HEC geoRAS. The modeled velocity data then formed the basis for the creation of a geomorphological analysis that focused upon large particles (boulders) and the forces needed to mobilize them. Several existing boulders were examined by collecting detailed measurements to derive three-dimensional physical models for the application of fluid and solid mechanics to predict movement in the study reach. An imaginary unit cuboid (1 metre by 1 metre by 1 metre) boulder was also envisioned to determine the general propensity for the movement of such a boulder through the bedrock system. The efforts and findings of this study provide a standardized means for the assessment of large particle movement in a bedrock fluvial system. Further efforts may expand upon this standardization by modeling differing boulder configurations (platy boulders, etc.) at a high level of resolution.
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Mémoire numérisé par la Division de la gestion de documents et des archives de l'Université de Montréal
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Les vagues de bateau ajoutent une pression supplémentaire sur les berges de rivières et doivent être considérées dans les modèles de prédiction des taux de recul des berges. L’objectif de cette étude est d’examiner le rôle des vagues de bateau sur l’écoulement et le transport en suspension le long des berges en milieu fluvial. Pour atteindre cet objectif, nous utilisons un transect perpendiculaire à la berge de quatre courantomètres électromagnétiques (ECMs) mesurant deux dimensions de l’écoulement et deux turbidimètres (OBSs) placés dos à dos, orientés vers la berge et le large pour mesurer les conditions moyennes et turbulentes de l’écoulement longitudinal et vertical ainsi que les flux de sédiments en suspension provoqués par les vagues. Une chaloupe à moteur de 16 pieds, équipée d’un moteur 40 hp, a été utilisée afin de générer des vagues. Nous avons mesuré l’effet de trois distances à partir de la berge (5, 10, 15 m) et trois vitesses de bateau (5, 15 et 25 km/h) et cinq répliques de chaque combinaison de distance et de vitesse ont été réalisées, totalisant 45 passages. Nous avons caractérisé la variabilité des conditions d’écoulement, de vagues et de transport de sédiments et nous avons réalisé des analyses spectrales afin de séparer les portions oscillatoire et turbulente de l’écoulement généré par les vagues de bateau. L’effet de la distance et de la vitesse du bateau sur le transport de sédiments est non-linéaire et la réponse sédimentaire induite par les passages de bateau montre une variabilité importante entre les répliques et les deux sondes OBS, ce qui suggère un changement morphologique induit par les vagues de bateau. Les corrélations entre les variables d’écoulement et de transport montrent l’importance des relations entre le cisaillement et la puissance de la portion turbulente de l’écoulement avec le transport de sédiments. Cette étude a permis de quantifier les relations entre la dynamique des vagues et les flux de concentrations de sédiments en suspension, ce qui représente une contribution importante au développement de mesures de mitigation dans les environnements fluviaux où les berges sont fragilisées par le trafic plaisancier.
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Les mollusques sont des indicateurs de perturbations anthropiques et environnementales. Ce groupe de macroinvertébrés représente en outre une source importante de nourriture pour les poissons et les oiseaux aquatiques du littoral. Les hypothèses de cette étude sont que la communauté de mollusques est influencée indirectement par les tributaires agricoles et/ou par des variables environnementales (comme la dessiccation et l'exposition aux vagues) puisque ces perturbations sont susceptibles de modifier leurs sources alimentaires et leur habitat. Les indicateurs de la réponse des mollusques aux agents perturbateurs sont la composition, la diversité, la densité, ainsi que la biomasse des espèces. En septembre 2013, des mesures de paramètres physico-chimiques de l'eau ont été réalisées, et des échantillons de mollusques et de végétation aquatique ont été prélevés à 14 sites le long des rives du lac Saint-Pierre (Fleuve Saint-Laurent, Québec, Canada). Le long de la rive nord, les sites fortement exposés à l'action du vent, situés à de plus grandes élévations, affichaient une plus faible densité, biomasse et richesse spécifique de mollusques que les sites de la rive sud, en milieu plus abrité et profond. Les sites physiquement perturbés étaient caractérisés par de faibles biomasses en macrophytes submergés. Les sphaeriidae apparaissent comme des exceptions à ces patrons, montrant une abondance plus élevée aux sites presque dépourvus de macrophytes. Bien que les variables physiques et l'habitat exercent une influence déterminante sur les communautés de mollusques, les gastéropodes et les moules unionidés étaient également affectés par la dégradation de la qualité de l'eau dans le panache des tributaires agricoles. La richesse, la densité et la biomasse des gastéropodes étaient négativement influencées par des teneurs élevées de matières en suspension et de fer dissous. Les résultats de notre étude montrent que la communauté de mollusques du lac Saint-Pierre est directement affectée par l'émersion périodique, l'exposition au vent, et indirectement par l'effet de ces variables physiques sur les macrophytes qui constituent leur habitat.
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