Comparação do uso de modelos digitais de elevação em mapeamento digital de solos em Dois Irmãos, RS, Brasil

Os modelos digitais de elevação (MDEs) são fontes fundamentais para correlacionar a ocorrência e distribuição de solos com a paisagem pelo mapeamento digital de solos (MDS). A influência dos tipos e das resoluções dos MDEs na capacidade de predição dos modelos preditores de classes de solo ainda é pouco estudada. Neste estudo, foram avaliados e comparados os efeitos de diferentes MDEs na predição de ocorrência de unidades de mapeamento de solo (UM). Foram correlacionados 12 atributos do terreno derivados de diferentes MDEs com a ocorrência de UM. Os MDEs utilizados foram os oriundos dos projetos SRTM v4.1, ASTER GDEM v2, TOPODATA e Brasil em Relevo, e os MDEs gerados a partir de curvas de nível na escala de 1:50.000, com resoluções de 30 e 90 m. Os modelos preditores foram treinados por árvore de decisão (Simple Cart) com dados amostrados em 4.280 pontos aleatórios contendo informações dos solos extraídos de um mapa convencional de solos na escala 1:20.000 e 12 atributos do terreno derivados de seis MDEs com tamanhos de pixel de 30 e 90 m. A validação dos modelos preditores de UM foi realizada com a totalidade dos dados da área. Os atributos do terreno que melhor explicaram a ocorrência das UM foram elevação, declividade, comprimento de fluxo e orientação das vertentes. Os MDEs com tamanho de pixel de 30 m geraram correlações solo-paisagem menos acuradas. Os modelos preditores mais acurados e com maior número de UM estimadas foram os gerados a partir dos MDEs com resolução espacial de 90 m (SRTM v4.1 e CN90), sendo esses os MDEs mais indicados para o MDS, quando predominarem relevos plano e suave ondulado.

COMPARAÇÃO DE ESQUEMAS DE AMOSTRAGEM PARA TREINAMENTO DE MODELOS PREDITORES NO MAPEAMENTO DIGITAL DE CLASSES DE SOLOS

Os modelos preditores usados no mapeamento digital de solos (MDS) precisam ser treinados com dados que captem ao máximo a variação dos atributos do terreno e dos solos, a fim de gerar correlações adequadas entre as variáveis ambientais e a ocorrência dos solos. Para avaliar a acurácia desses modelos, tem sido constatado o uso de diferentes métodos de avaliação da acurácia no MDS. Os objetivos deste estudo foram comparar o uso de três esquemas de amostragem para treinar algoritmo de árvore de classificação (CART) e avaliar a capacidade de predição dos modelos gerados por meio de quatro métodos. Foram utilizados os esquemas de amostragem: aleatório simples; proporcional à área de cada unidade de mapeamento de solos (UM); e estratificado pelo número de UM. Os métodos de avaliação testados foram: aparente, divisão percentual, validação cruzada com 10 subconjuntos e reamostragem com sete conjuntos de dados independentes. As acurácias dos modelos estimadas pelos métodos foram comparadas com as acurácias mensuradas obtidas pela comparação dos mapas gerados, a partir de cada esquema de amostragem, com o mapa convencional de solos na escala 1:50.000. Os esquemas de amostragem influenciaram na quantidade de UMs preditas e na acurácia dos modelos e dos mapas gerados. Os esquemas de amostragem proporcional e estratificada resultaram mapas digitais menos acurados, e a acurácia dos modelos variou conforme o método de avaliação empregado. A amostragem aleatória resultou no mapa digital mais acurado e apresentou valores da acurácia semelhantes para todos os métodos de avaliação testados.

PRODUÇÃO DE UM MAPA PEDOLÓGICO ASSOCIANDO TÉCNICAS COMUNS AOS MAPEAMENTOS DIGITAIS DE SOLOS COM DELINEAMENTO MANUAL DE UNIDADES DE MAPEAMENTO

A produção de mapas pedológicos por meio de técnicas do mapeamento digital de solos (MDS) pode ser dificultada pela falta de mapas pedológicos tradicionais de referência. Nessas situações, o conhecimento tácito do mapeador pode ser usado para o delineamento manual das unidades de mapeamento (UMs) a partir de geração de um mapa de ocorrência de tipos de solos preditos pelo MDS. Os objetivos deste estudo foram avaliar e comparar mapas de solos gerados por dois métodos, um denominado “MDS direto”, em que foi gerado um mapa preditor de UMs com base no modelo estabelecido com informações provenientes de um mapa pedológico convencional de referência preexistente, e outro em que o modelo preditor foi estabelecido a partir do exame de atributos morfológicos de 193 perfis de solo para identificar os tipos de solos, gerando-se um mapa com a indicação de ocorrência de tipos de solos sobre o qual foi realizado o delineamento manual das UMs, com base em mudanças das feições da superfície do solo. As predições foram feitas usando árvores de classificação Simple Cart,correlacionando oito variáveis do terreno com a ocorrência de UMs identificadas com nomes de classes de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. A acurácia dos mapas foi avaliada pela “verdade de campo” (verificação em campo do tipo de solo ocorrente e comparação com o previsto no mapa) e pela concordância dos mapas gerados com o mapa de referência. Quando avaliado pela “verdade de campo”, a acurácia do mapa gerado pelo método MDS direto foi de 74 %, enquanto a acurácia do mapa de MDS com delineamento manual foi de 79 %. Os dois métodos apresentaram resultados satisfatórios; o método que usou o delineamento manual e a identificação em alguns locais dos tipos de solo no campo apresentou a vantagem de não necessitar de mapas pedológicos de referência para o treinamento dos modelos preditores.

SELEÇÃO DE DENSIDADE DE AMOSTRAGEM COM BASE EM DADOS DE ÁREAS JÁ MAPEADAS PARA TREINAMENTO DE MODELOS DE ÁRVORE DE DECISÃO NO MAPEAMENTO DIGITAL DE SOLOS

Para estudar técnicas de amostragem, úteis ao mapeamento digital de solos (MDS), objetivou-se avaliar o efeito da variação da densidade de pontos amostrais com base em dados de áreas já mapeadas por métodos tradicionais na acurácia dos modelos de árvores de decisão (AD) para a geração de mapas de solos por MDS. Em duas bacias hidrográficas no noroeste do Rio Grande do Sul, usou-se, como referência, antigos mapas convencionais de solos na escala 1:50.000. A partir do modelo digital de elevação do terreno e da rede hidrográfica, foram gerados mapas das variáveis preditoras: elevação, declividade, curvatura, comprimento de fluxo, acúmulo de fluxo, índice de umidade topográfica e distância euclideana de rios. A escolha dos locais dos pontos amostrais foi aleatória e testaram-se densidades amostrais que variaram de 0,1 a 4 pontos/ha. O treinamento dos modelos foi realizado no software Weka, gerando-se modelos preditores usando diferentes tamanhos do nó final da AD para obter AD com tamanhos distintos. Quando não se controlou o tamanho das AD, o aumento da densidade de amostragem resultou no aumento da concordância com os mapas básicos de referências e no aumento do número de unidades de mapeamento preditas. Nas AD com tamanho controlado, o aumento da densidade de amostragem não influenciou a concordância com os mapas de referência e interferiu muito pouco no número de unidades de mapeamento preditas.

Espectros Vis-NIR do Solo e Fuzzy K-Médias Aplicados na Delimitação de Unidades de Mapeamento de Solos em Topossequências

RESUMO O conhecimento dos solos é cada vez mais importante para que o uso dele seja realizado corretamente na agropecuária, no crescimento urbano, na conservação dos recursos naturais, entre outros. Entretanto, verifica-se carência de profissionais qualificados para a caracterização e os mapeamentos pedológicos, particularmente em escalas de maior detalhamento. Essa carência, aliada aos avanços das ferramentas computacionais e do sensoriamento remoto, promoveu o surgimento do Mapeamento Digital de Solos (MDS), que busca auxiliar e agilizar as atividades de levantamento pedológico. Assim, este trabalho objetivou desenvolver uma metodologia de delimitaçao de unidades de solos em topossequências por meio do comportamento espectral dos solos no comprimento de onda do Visível-Infravermelho Próximo (Vis-NIR). A metodologia espectral consistiu na obtenção das curvas espectrais dos solos por meio do espectrorradiômetro FieldSpecPro e da redução do número de informações espectrais por meio da análise de Componentes Principais, seguida de agrupamento das amostras mediante método fuzzy k-médias. Foram selecionadas cinco topossequências com pontos equidistantes de 30 m para caracterizar as classes de solos e amostragens. Foram descritas oito classes de solos distintas, que tiveram caracterização detalhada e classificação em perfis pedológicos. No restante dos pontos, a caracterização das classes de solos foi feita com base na classificação dos solos realizada nos perfis pedológicos, com coleta de amostras por meio de tradagens nas profundidades de 0,00-0,20 e 0,80-1,00 m, perfazendo o total de 162 amostras ao longo das cinco topossequências. As amostras foram analisadas pelas metodologias convencional e espectral, para que os resultados pudessem ser comparados e avaliados. Dessa forma, foram realizadas análises morfológicas, físicas (textura) e químicas nas amostras de solo. Das cinco topossequências estudadas, os resultados foram satisfatoriamente semelhantes; alguns solos não foram perfeitamente individualizados pela metodologia espectral, em razão da grande semelhança em seus comportamentos espectrais, como demonstrado pelo Latossolo Vermelho Férrico e Nitossolo Vermelho Férrico. A metodologia espectral foi capaz de diferenciar solos com resposta espectral distinta e estabelecer limites nas topossequências, apresentando grande potencial para ser implementada em levantamentos pedológicos.

Early change in maladaptive defense style and development of the therapeutic alliance

Résumé Cette étude examine les changements précoces dans le Style Défensif Maladaptatif (SDM), le développement de l'alliance thérapeutique et la relation entre le SDM et l'alliance au cours d'une psychothérapie psychodynamique ultra-brève. Soixante-huit patients ambulatoires du centre de consultation psychiatrique et psychothérapique ont bénéficié d'une intervention psychodynamique en quatre séances. Les mesures des défenses et de l'alliance étaient effectuées à la première et à la dernière séance. Les patients qui ont débuté l'intervention avec une alliance faible et qui l'ont terminée avec une alliance haute (groupe de patients avec une alliance de croissance linéaire) ont diminué leur utilisation de défenses maladaptatives de manière significative au cours de la thérapie, alors que ce n'a pas été le cas pour les patients des groupes à alliances haute-stable et basse-stable. Les résultats ont montré qu'à la fin de l'intervention, le SDM et l'alliance étaient corrélés pour tous les patients. Cette corrélation intéressait plus particulièrement le groupe avec une alliance de croissance linéaire. Ces résultats suggèrent, que le développement de l'alliance thérapeutique reflètent le travail de collaboration entre le patient et son thérapeute alors qu'ils essayent de mieux comprendre les causes de la crise du patient. Cette compréhension peut aider à réduire les défenses initialement activées pour permettre au patient de se défendre de l'anxiété et d'un sentiment de détresse. Abstract This study examined the early change in Maladaptive Defense Style (MDS), the development of the Therapeutic Alliance, and the relationship between MDS and alliance, in a short psychodynamic intervention. Sixty-eight outpatients from a psychiatric clinic completed a four-session psychodynamic intervention. Defense and alliance measures were collected at the intake and the final session. Patients who began the intervention with a poor alliance but ended with a good alliance (linear growth therapeutic alliance group) significantly decreased their use of maladaptive defenses over the course of therapy, while patients in the high and low alliance groups did not. Results showed that at the end of the intervention, MDS and alliance were related across all patients. This relation concerned particularly the linear growth therapeutic alliance profile. These results suggest that the developing therapeutic alliance might reflect the collaborative work between the patient and the therapist as they try to understand the causes of the crisis. This understanding might help reduce maladaptive defenses that were initially activated to ward off anxiety and distress.

Processus de reconnaissance et d'identification de personnes décédées

Recognition and identification processes for deceased persons. Determining the identity of deceased persons is a routine task performed essentially by police departments and forensic experts. This thesis highlights the processes necessary for the proper and transparent determination of the civil identities of deceased persons. The identity of a person is defined as the establishment of a link between that person ("the source") and information pertaining to the same individual ("identifiers"). Various identity forms could emerge, depending on the nature of the identifiers. There are two distinct types of identity, namely civil identity and biological identity. The paper examines four processes: identification by witnesses (the recognition process) and comparisons of fingerprints, dental data and DNA profiles (the identification processes). During the recognition process, the memory function is examined and helps to clarify circumstances that may give rise to errors. To make the process more rigorous, a body presentation procedure is proposed to investigators. Before examining the other processes, three general concepts specific to forensic science are considered with regard to the identification of a deceased person, namely, matter divisibility (Inman and Rudin), transfer (Locard) and uniqueness (Kirk). These concepts can be applied to the task at hand, although some require a slightly broader scope of application. A cross comparison of common forensic fields and the identification of deceased persons reveals certain differences, including 1 - reverse positioning of the source (i.e. the source is not sought from traces, but rather the identifiers are obtained from the source); 2 - the need for civil identity determination in addition to the individualisation stage; and 3 - a more restricted population (closed set), rather than an open one. For fingerprints, dental and DNA data, intravariability and intervariability are examined, as well as changes in these post mortem (PM) identifiers. Ante-mortem identifiers (AM) are located and AM-PM comparisons made. For DNA, it has been shown that direct identifiers (taken from a person whose civil identity has been alleged) tend to lead to determining civil identity whereas indirect identifiers (obtained from a close relative) direct towards a determination of biological identity. For each process, a Bayesian model is presented which includes sources of uncertainty deemed to be relevant. The results of the different processes combine to structure and summarise an overall outcome and a methodology. The modelling of dental data presents a specific difficulty with respect to intravariability, which in itself is not quantifiable. The concept of "validity" is, therefore, suggested as a possible solution to the problem. Validity uses various parameters that have an acknowledged impact on teeth intravariability. In cases where identifying deceased persons proves to be extremely difficult due to the limited discrimination of certain procedures, the use of a Bayesian approach is of great value in bringing a transparent and synthetic value. RESUME : Titre: Processus de reconnaissance et d'identification de personnes décédées. L'individualisation de personnes décédées est une tâche courante partagée principalement par des services de police, des odontologues et des laboratoires de génétique. L'objectif de cette recherche est de présenter des processus pour déterminer valablement, avec une incertitude maîtrisée, les identités civiles de personnes décédées. La notion d'identité est examinée en premier lieu. L'identité d'une personne est définie comme l'établissement d'un lien entre cette personne et des informations la concernant. Les informations en question sont désignées par le terme d'identifiants. Deux formes distinctes d'identité sont retenues: l'identité civile et l'identité biologique. Quatre processus principaux sont examinés: celui du témoignage et ceux impliquant les comparaisons d'empreintes digitales, de données dentaires et de profils d'ADN. Concernant le processus de reconnaissance, le mode de fonctionnement de la mémoire est examiné, démarche qui permet de désigner les paramètres pouvant conduire à des erreurs. Dans le but d'apporter un cadre rigoureux à ce processus, une procédure de présentation d'un corps est proposée à l'intention des enquêteurs. Avant d'entreprendre l'examen des autres processus, les concepts généraux propres aux domaines forensiques sont examinés sous l'angle particulier de l'identification de personnes décédées: la divisibilité de la matière (Inman et Rudin), le transfert (Locard) et l'unicité (Kirk). Il est constaté que ces concepts peuvent être appliqués, certains nécessitant toutefois un léger élargissement de leurs principes. Une comparaison croisée entre les domaines forensiques habituels et l'identification de personnes décédées montre des différences telles qu'un positionnement inversé de la source (la source n'est plus à rechercher en partant de traces, mais ce sont des identifiants qui sont recherchés en partant de la source), la nécessité de devoir déterminer une identité civile en plus de procéder à une individualisation ou encore une population d'intérêt limitée plutôt qu'ouverte. Pour les empreintes digitales, les dents et l'ADN, l'intra puis l'inter-variabilité sont examinées, de même que leurs modifications post-mortem (PM), la localisation des identifiants ante-mortem (AM) et les comparaisons AM-PM. Pour l'ADN, il est démontré que les identifiants directs (provenant de la personne dont l'identité civile est supposée) tendent à déterminer une identité civile alors que les identifiants indirects (provenant d'un proche parent) tendent à déterminer une identité biologique. Puis une synthèse des résultats provenant des différents processus est réalisée grâce à des modélisations bayesiennes. Pour chaque processus, une modélisation est présentée, modélisation intégrant les paramètres reconnus comme pertinents. À ce stade, une difficulté apparaît: celle de quantifier l'intra-variabilité dentaire pour laquelle il n'existe pas de règle précise. La solution préconisée est celle d'intégrer un concept de validité qui intègre divers paramètres ayant un impact connu sur l'intra-variabilité. La possibilité de formuler une valeur de synthèse par l'approche bayesienne s'avère d'une aide précieuse dans des cas très difficiles pour lesquels chacun des processus est limité en termes de potentiel discriminant.

Delirium upon admission to Swiss nursing homes: a cross-sectional study.

QUESTIONS UNDER STUDY: We wished to investigate the prevalence of delirium in patients upon admission to nursing homes and whether or not the previous place of residence predicts delirium. METHODS: The Resident Assessment Instrument Minimum Data Set (RAI-MDS) and the Nursing Home Confusion Assessment Method (NHCAM) were used to determine whether the previous place of residence (community, nursing home, acute care, psychiatric, rehabilitation hospital) predicted the prevalence of sub-syndromal or full delirium in nursing home residents in three Swiss cantons (n = 11745). RESULTS: 39.7% had sub-syndromal and 6.5% had full delirium. Lower cognitive performance and increased depressive symptoms were significant predictors of higher NHCAM values independent of previous residence. Age, civil status, continence, newly introduced drugs, and basic activities of daily living were predictors in some resident groups. The variance of NHCAM scores explained varied between 25.1% and 32.3% depending on previous residence. CONCLUSIONS: Sub-syndromal and full delirium are common upon nursing home admission. Increased dependence and depression are consistently associated with higher NHCAM scores. Patients from psychiatric settings have an increased risk of delirium. Although factors associated with delirium depend on a patient's previous residence, all patients must be carefully screened for sub-syndromal and full delirium.

Entre stéréotypie et singularité : la construction de l''ethos' de Laurent de Premierfait dans ses prologues

L'époque charnière de la fin du xive siècle, début du xve siècle, voit émerger des voix auctoriales de plus en plus engagées, subjectives et conscientes de leur talent. Cet article tend à montrer en quoi la notion d'ethos issue de la linguistique moderne permet de caractériser l'évolution d'une de ces voix médiévales, celle d'un traducteur du xve siècle, Laurent de Premierfait, au regard de la tradition. L'étude des prologues de ses traductions témoigne d'une forte influence de la situation de communication et de la scène d'énonciation, celle du patronage et de la tradition poétique héritée de la traduction du xive siècle, qui oblige le traducteur à négocier sa propre image dans son texte. Ainsi, l'auteure de cet article propose de caractériser à travers différents indices rhétoriques, poétiques, discursifs, voire extra-discursifs, les deux êthê qui émanent de ces prologues : un ethos de moraliste, conforme aux attentes du public et un ethos d'humaniste, révélant un positionnement singulier et individuel du traducteur dans la communauté des écrivains.

The role of a Mediterranean diet on the risk of oral and pharyngeal cancer.

BACKGROUND: The Mediterranean diet has a beneficial role on various neoplasms, but data are scanty on oral cavity and pharyngeal (OCP) cancer. METHODS: We analysed data from a case-control study carried out between 1997 and 2009 in Italy and Switzerland, including 768 incident, histologically confirmed OCP cancer cases and 2078 hospital controls. Adherence to the Mediterranean diet was measured using the Mediterranean Diet Score (MDS) based on the major characteristics of the Mediterranean diet, and two other scores, the Mediterranean Dietary Pattern Adherence Index (MDP) and the Mediterranean Adequacy Index (MAI). RESULTS: We estimated the odds ratios (ORs), and the corresponding 95% confidence intervals (CI), for increasing levels of the scores (i.e., increasing adherence) using multiple logistic regression models. We found a reduced risk of OCP cancer for increasing levels of the MDS, the ORs for subjects with six or more MDS components compared with two or less being 0.20 (95% CI 0.14-0.28, P-value for trend <0.0001). The ORs for the highest vs the lowest quintile were 0.20 (95% CI 0.14-0.28) for the MDP score (score 66.2 or more vs less than 57.9), and 0.48 (95% CI 0.33-0.69) for the MAI score (score value 2.1 or more vs value less 0.92), with significant trends of decreasing risk for both scores. The favourable effect of the Mediterranean diet was apparently stronger in younger subjects, in those with a higher level of education, and in ex-smokers, although it was observed in other strata as well. CONCLUSIONS: Our study provides strong evidence of a beneficial role of the Mediterranean diet on OCP cancer.

Mapas "geopolíticos" de internet: aplicación de las nuevas técnicas de representación de la información

Analizando los sitios web de universidades de diferentes países es posible construir mapas que reflejen gráficamente las relaciones que se establecen entre ellas, utilizando para ello nuevas técnicas de representación de la información como el análisis de cocitación de sitios web (análisis de cositación) y el escalamiento multidimensional (MDS). Pretendemos demostrar que estas relaciones no son ajenas al mundo real, y que siguen un patrón político, en lugar de un patrón académico, permitiéndonos construir auténticos "mapas geopolíticos" de Internet. Proponemos utilizar este tipo de representaciones como una herramienta para el análisis sociopolítico de la realidad, ya que con estos mapas obtenemos una instantánea de una región geográfica y un momento determinado, de la que es posible extraer nueva y valiosa información.

Impact of adjunct cytogenetic abnormalities for prognostic stratification in patients with myelodysplastic syndrome and deletion 5q.

This cooperative study assessed prognostic factors for overall survival (OS) and risk of transformation to acute myeloid leukemia (AML) in 541 patients with de novo myelodysplastic syndrome (MDS) and deletion 5q. Additional chromosomal abnormalities were strongly related to different patients' characteristics. In multivariate analysis, the most important predictors of both OS and AML transformation risk were number of chromosomal abnormalities (P<0.001 for both outcomes), platelet count (P<0.001 and P=0.001, respectively) and proportion of bone marrow blasts (P<0.001 and P=0.016, respectively). The number of chromosomal abnormalities defined three risk categories for AML transformation (del(5q), del(5q)+1 and del(5q)+ ≥ 2 abnormalities) and two for OS (one group: del(5q) and del(5q)+1; and del(5q)+ ≥ 2 abnormalities, as the other one); with a median survival time of 58.0 and 6.8 months, respectively. Platelet count (P=0.001) and age (P=0.034) predicted OS in patients with '5q-syndrome'. This study demonstrates the importance of additional chromosomal abnormalities in MDS patients with deletion 5q, challenges the current '5q-syndrome' definition and constitutes a useful reference series to properly analyze the results of clinical trials in these patients.

Factors favoring a degradation or an improvement in activities of daily living (ADL) performance among nursing home (NH) residents: A survival analysis.

Different factors influence ADL performance among nursing home (NH) residents in long term care. The aim was to investigate which factors were associated with a significant change of ADL performance in NH residents, and whether or not these factors were gender-specific. The design was a survival analysis. The 10,199 participants resided in ninety Swiss NHs. Their ADL performance had been assessed by the Resident Assessment Instrument Minimum Data Set (RAI-MDS) in the period from 1997 to 2007. Relevant change in ADL performance was defined as 2 levels of change on the ADL scale between two successive assessments. The occurrence of either an improvement or a degradation of the ADL status) was analyzed using the Cox proportional hazard model. The analysis included a total of 10,199 NH residents. Each resident received between 2 and 23 assessments. Poor balance, incontinence, impaired cognition, a low BMI, impaired vision, no daily contact with proxies, impaired hearing and the presence of depression were, by hierarchical order, significant risk factors for NH residents to experience a degradation of ADL performance. Residents, who were incontinent, cognitively impaired or had a high BMI were significantly less likely to improve their ADL abilities. Male residents with cancer were prone to see their ADL improve. The year of NH entry was significantly associated with either degradation or improvement of ADL performance. Measures aiming at improving balance and continence, promoting physical activity, providing appropriate nourishment and cognitive enhancement are important for ADL performance in NH residents.

Autotransplant for Hodgkin lymphoma after failure of upfront BEACOPP escalated (bleomycin, etoposide, doxorubicin, cyclophosphamide, vincristine, procarbazine and prednisone).

BEACOPP (bleomycin, etoposide, doxorubicin, cyclophosphamide, vincristine, procarbazine and prednisone) escalated is the preferred upfront Hodgkin lymphoma (HL) treatment in a number of countries. Upon failure, high-dose chemotherapy with autologous stem cell support (HDT/ASCT) is performed, but its effectiveness has not been verified in this setting. We analyzed all Swiss cases of chemosensitive HL autografted after failure of BEACOPP escalated (n = 22) and compared outcomes with 22 cases of HDT/ASCT following frontline ABVD (doxorubicin, bleomycin, vinblastine and dacarbazine) failure. Five-year progression-free survival (PFS) was 76% for ABVD and 42% for BEACOPP escalated (p = 0.029). Two- and 5-year overall survival (OS) was 90% and 71% for ABVD and 72% and 65% for BEACOPP escalated, respectively (p = not significant). Three patients in the ABVD and four in the BEACOPP escalated groups underwent allotransplant for relapse after HDT/ASCT. Grade 3-4 toxicities were comparable in both groups. Three cases of therapy-related myelodysplastic syndrome/acute myeloid leukemia (t-MDS/t-AML) were recorded in the BEACOPP escalated group. The acceptable PFS and OS of chemosensitive patients with HL autografted after failure of upfront BEACOPP escalated seem to justify this approach.