437 resultados para RACISM
Resumo:
O objetivo desse trabalho de pesquisa foi realizar uma análise sobre o impacto institucional na política de acesso à UERJ, a partir da implementação da Lei n. 3542/2000, que destina 50% das vagas para alunos oriundos da rede pública de ensino e da Lei n. 3708/2001, que prevê 40% das vagas para pretos e pardos, com ênfase maior para afro-descendentes. Por meio dela, tive a intenção de contribuir com o debate sobre a agenda de ações afirmativas para a inclusão da população negra na universidade pública brasileira. De certa maneira, as políticas de ação afirmativa (AA) vieram problematizar o conceito de igualdade de direito, edificado a partir de experiências revolucionárias como nos EUA, França, Inglaterra, Índia, entre outros países. Essas políticas foram concebidas com a intenção de não privilegiar determinados grupos, mas assegurar para todos o mesmo tratamento perante a lei. O espaço da universidade escolhido para desenvolver a pesquisa foi o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe) e o Conselho Universitário (Consun), duas instâncias fundamentais para a gestão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, à medida que definem e deliberam sobre as políticas a serem implementadas pela Universidade. Nesses Conselhos, pude ler e analisar Atas das sessões do Csepe e do Consun realizadas no período de 2000 a 2003, assim como pautas das reuniões de ambos os Conselhos no período de 1990 a 2003. Por meio dessa leitura e análise, pude identificar singularidades do processo de gestão universitária, refletindo sobre o quanto os caminhos trilhados podem contribuir para a construção de alternativas de democratização do ensino superior público no país e como instrumento de combate ao racismo
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A presente tese desenvolveu um olhar sobre o indivíduo que consome crack abusivamente nas cidades do Rio de Janeiro e Nova Iorque, especialmente os que se encontravam em situação de vulnerabilidade social. Neste sentido, buscou-se conhecer de que forma o processo de vulnerabilidade social corroborou para o uso abusivo da droga, concentrando, principalmente, o foco sobre os que se encontravam em condição marginal, especialmente aqueles que viviam em situação de rua, residindo nas cenas de uso. Rio de Janeiro e Nova Iorque foram escolhidas por apresentarem população usuária abusiva de crack em número considerável. Por isso, pretendeu-se analisar se os perfis socioculturais desses sujeitos se assemelhariam. Foram analisados significados complexos e conotações socioculturais que exerciam influências significativas nas motivações ao consumo abusivo da droga. Sendo assim, nas páginas que seguem, objetiva-se aprofundar a compreensão sobre os fenômenos sociais que interagem com ou sobre o uso abusivo de crack e com seus usuários, tendo como base o respeito aos indivíduos investigados. O processo de elaboração da pesquisa desenvolveu-se por meio da técnica de observação participante, história de vida e aplicação de entrevistas semi-estruturadas a usuários desta droga em ambas as cidades. Tanto no Rio de Janeiro, quanto em Nova Iorque, o perfil sociocultural dos participantes apresentou-se de forma semelhante: indivíduos socialmente marginalizados, excluídos, vítimas de racismo, preconceito, miséria, pobreza, conflitos familiares e rodeados pelos efeitos de políticas proibicionistas, assim como repressão policial e encarceramento. Pode-se afirmar que o processo de vulnerabilidade sofrido por esses indivíduos tornou-se evidente na vivência de problemas sociais anteriores ao consumo de crack. Estes problemas ampliaram-se na medida em que esses sujeitos se tornaram usuários abusivos, principalmente, frente ao estigma e à exclusão consequentes do fardo de serem drogados, cracudos ou crackheads, o que salientou ainda mais o rompimento dos vínculos sociais, na maioria dos casos, já enfraquecidos. Os resultados demonstraram que, embora sejam de cidades de diferentes países, com realidades econômicas, culturais e sociais distintas, a população usuária abusiva de crack se assemelha no que se refere aos aspectos especialmente as falhas - sociais, culturais e econômicas no processo de organização de vida, fortalecendo os argumentos em torno das dimensões socioculturais do uso.
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A pesquisa que se insere na linha Infância, Juventude e Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, teve por objetivo compreender as enunciações que professoras e estudantes de Pedagogia produziram nas discussões do Ciclo de Palestras Direitos Humanos e Educação Infantil: questões de raça, etnia, sexo e gênero, realizado na UERJ, durante cinco encontros quinzenais, sobre a questão raça e etnia, em 2013. O procedimento metodológico do Ciclo foi de palestras expositivas, sessões reflexivas que produziram amplo debate crítico com os 40 participantes. O material empírico analisado na dissertação foi composto pelas enunciações produzidas pelos participantes relativas às questões étnico-raciais: relatos de preconceito, discriminação e racismo. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa e procurou compreender as enunciações a partir do aporte teórico proposto por Bakhtin. Esta abordagem teórica dialogou com outras que subsidiaram o ciclo de palestras e as presentes no levantamento bibliográfico realizado (2003 2013), que visou observar a materialidade da Lei 10.639/13 e das DCNERER. A partir do corpus de enunciações da pesquisa elegemos três eixos temáticos: (1) As relações étnico-raciais no Brasil; (2) Práticas racistas e antirracistas na Educação Infantil e (3) A formação de professores para a educação das relações étnico-raciais. As análises apontaram que as atividades de problematização e discussão sobre o tema são importantes e necessárias, diante à lacuna de formação e conhecimentos especializados, em contraponto às dificuldades cotidianas e embaraços voltados às questões de raça e etnia vividas por professores e crianças negras ou não, no cotidiano das Instituições de Educação Infantil. Os participantes reconheceram o próprio despreparo para atuar frente às questões em estudo e propuseram estratégias de ação nas suas práticas pedagógicas com as crianças
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Até meados da década de 1970 buscou-se decifrar o lugar social ocupado pelo pardo na sociedade brasileira. Contudo, os estudos mais recentes se caracterizaram, com algumas exceções, pelo silenciamento em torno das especificidades desse grupo. Pretos e pardos têm sido agrupados em uma mesma categoria para fins de análise de desigualdades e discriminação racial. No entanto, se os pardos estão extremamente próximos dos pretos no que toca os seus índices socioeconômicos, chances de mobilidade social e vitimização pela discriminação, eles estão muito distantes dos pretos em sua percepção do preconceito e da discriminação de que são vítimas. Para esse grupo, o nexo entre a cor e a discriminação não parece nem um pouco evidente. A presente tese retoma os pardos como tema de reflexão e investiga as razões pelas quais eles parecem ser discriminados em intensidade próxima à dos pretos, mas não reportam a discriminação no mesmo grau. A partir da produção de análises originais de dados quantitativos e surveys sobre racismo, encontro respaldo para algumas explicações não mutuamente excludentes para esse fenômeno: (1) o binarismo das linguagens racista e antirracista no Brasil, que exclui os pardos do debate público, (2) os problemas metodológicos dos surveys sobre discriminação racial, (3) a presença ideário da morenidade na identidade e autoimagem dos brasileiros pardos, (4) as peculiaridades da sociabilidade entre pretos, pardos e brancos, (5) o caráter ambivalente dos estereótipos que incidem sobre os pardos e, finalmente, (6) uma porosidade maior das elites brancas em relação a esses indivíduos. A partir da elaboração de um modelo alternativo de mensuração da percepção da discriminação, baseado na Escala de Discriminação Cotidiana, demonstro que pretos e pardos de classes mais baixas têm percepções mais parecidas de atitudes discriminatórias, enquanto aqueles que atingem as classes médias e elites passam a divergir: os pretos passam a reportar mais intensamente a discriminação, enquanto os pardos praticamente cessam de senti-la. Sustento que o racismo ambivalente brasileiro funciona de modo a barrar a mobilidade social tanto de pretos como de pardos, mas que os estereótipos e atitudes a que ele está relacionado penalizam mais severamente os pretos que ascendem socialmente do que os pardos.
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O presente trabalho tem o objetivo geral de estudar a permanência do positivismo criminológico no Brasil e sua parcela de contribuição para a naturalização da desigualdade característica da seletividade de nosso sistema de controle social. Tendo como pano de fundo a hegemônica ideologia da democracia racial, a pesquisa pretende afastar ocultações de harmonia racial e demonstrar como, a despeito delas, a incorporação da criminologia positivista carregou a reificação da distinção racializada no olhar para a questão criminal, se enraizando no sistema penal. Partindo de um problema presente o componente racista da seleção preferencial do sistema penal brasileiro a pesquisa busca na recuperação histórica a leitura das traduções realizadas pelos intelectuais brasileiros que, problematizando a nacionalidade e a cidadania no momento de transição representado pela Primeira República, construíram ideias sobre o crime, o criminoso e a defesa social a partir de critérios de distinção ancorados em visões racializadas, gerais e individualizantes. Para tanto, coloca-se em questão a inserção do positivismo na polícia, dentro do contexto das reformas policiais do início do século XX. Chama-se a atenção para o papel de determinados tradutores traidores do positivismo chamados de intelectuais de polícia no campo policial, assim como para a forma de introdução dessa criminologia, usando-se a ideia de luta simbólica pela mudança da prática policial. Pretendendo, desse modo, contribuir com o estudo da questão criminal e com a compreensão do sistema penal brasileiro a partir do diálogo entre criminologia, história e sociologia, as conclusões do trabalho apontam para a oportunidade da abordagem da polícia como um campo social dotado de um habitus específico. Essa visão possibilita, por um lado, a interpretação das pretensões modernizantes dos intelectuais de polícia alinhadas com o pensamento positivista como pressões sobre as estruturas desse campo, passíveis de rejeição e de retradução no interior desse mundo social específico. De outro, admitindo-se a possibilidade de tensionamento e reestruturação do habitus policial como resultado dessas demandas externas, pode-se encontrar nessas disposições duráveis elementos da permanência do positivismo que imprimiram na prática policial as desigualdades ocultadas pelo mito da democracia racial.
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This dissertation examines how the crisis of World War I impacted imperial policy and popular claims-making in the British Caribbean. Between 1915 and 1918, tens of thousands of men from the British Caribbean volunteered to fight in World War I and nearly 16,000 men, hailing from every British colony in the region, served in the newly formed British West Indies Regiment (BWIR). Rousing appeals to imperial patriotism and manly duty during the wartime recruitment campaigns and postwar commemoration movement linked the British Empire, civilization, and Christianity while simultaneously promoting new roles for women vis-à-vis the colonial state. In Jamaica and Trinidad and Tobago, the two colonies that contributed over seventy-five percent of the British Caribbean troops, discussions about the meaning of the war for black, coloured, white, East Indian, and Chinese residents sparked heated debates about the relationship among race, gender, and imperial loyalty.
To explore these debates, this dissertation foregrounds the social, cultural, and political practices of BWIR soldiers, tracing their engagements with colonial authorities, military officials, and West Indian civilians throughout the war years. It begins by reassessing the origins of the BWIR, and then analyzes the regional campaign to recruit West Indian men for military service. Travelling with newly enlisted volunteers across the Atlantic, this study then chronicles soldiers' multi-sited campaign for equal status, pay, and standing in the British imperial armed forces. It closes by offering new perspectives on the dramatic postwar protests by BWIR soldiers in Italy in 1918 and British Honduras and Trinidad in 1919, and reflects on the trajectory of veterans' activism in the postwar era.
This study argues that the racism and discrimination soldiers experienced overseas fueled heightened claims-making in the postwar era. In the aftermath of the war, veterans mobilized collectively to garner financial support and social recognition from colonial officials. Rather than withdrawing their allegiance from the empire, ex-servicemen and civilians invoked notions of mutual obligation to argue that British officials owed a debt to West Indians for their wartime sacrifices. This study reveals the continued salience of imperial patriotism, even as veterans and their civilian allies invoked nested local, regional, and diasporic loyalties as well. In doing so, it contributes to the literature on the origins of patriotism in the colonial Caribbean, while providing a historical case study for contemporary debates about "hegemonic dissolution" and popular mobilization in the region.
This dissertation draws upon a wide range of written and visual sources, including archival materials, war recruitment posters, newspapers, oral histories, photographs, and memoirs. In addition to Colonial Office records and military files, it incorporates previously untapped letters and petitions from the Jamaica Archives, National Archives of Trinidad and Tobago, Barbados Department of Archives, and US National Archives.
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I believe the evidence will show that the science we conduct and discoveries we make are influenced by our cultural experience, whether they be positive, negative, or neutral. I grew up as a person of color in the United States of America, faced with challenges that many had as members of an underrepresented minority group. I write here about some of the lessons I have learned that have allowed me to survive as an underrepresented minority -scientist in a majority environment.
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This paper uses Ridley Scott’s 2001 film blockbuster Black Hawk Down to examine the claim that popular film is the ‘newest component of sovereignty’. While the topic of the film – the 1993 UN/US intervention in Somalia – lends itself to straightforward politicisation, this paper is equally interested in the film’s production history and its reception by global audiences. While initial reactions to the film focused on its ideological commitments (e.g. racism, collusion between Hollywood and the Pentagon, post-11 September patriotism), these readings continually posed an imagined ‘America’ against ‘the world’. This paper argues that Black Hawk Down is not about sovereignty as traditionally conceived, that is, about national interest shaping global affairs. Rather, Black Hawk Down articulates, and is articulated by, a new and emerging global order that operates through inclusion, management and flexibility. Drawing on recent theoretical debates over this new logic of rule, this paper illustrates how Black Hawk Down invoked much more diffuse, complex and deterritorialized categories than national sovereignty. In effect, Scott’s film goes beyond traditional notions of sovereignty altogether: its production, signification and reception deconstruct simple notions of ‘America’ and ‘the world’ in favour of what Hardt and Negri call ‘Empire’, what Zizek calls ‘post-politics’, and what we refer to as ‘meta-sovereignty’.
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This article provides a case study demonstrating the active role that 5- to 6-year-old boys in an English inner-city, multi-ethnic primary school play in the appropriation and reproduction of their masculine identities. It is argued that the emphasis on physicality, violence and racism found among the boys cannot be understood without reference to the immediate contexts of the local community and the school within which they are located. In making this argument the article draws upon and applies the concept of the habitus and develops this with the notion of 'distributed cognition' as proposed in sociocultural theory. Some of the implications of this analysis for working with boys in early years settings are discussed in the conclusion.
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There is a significant lack of sociological research in Spain about anti-Semitism. At the same time there are alarming anti-Semitic tendencies and anti-Jewish stereotypes which are above the European average. This article aims to explain this lack of sociological research about anti-Semitism in Spain. Therefore two types of explications are offered: on the one hand side some structural problems will be shown which sociology in general had since its beginnings and which complicate the understanding of anti-Semitism. Furthermore explications regarding the specific social and historic situation in Spain and of Spanish sociology in particular will be exposed. It will be shown that for its rationalistic character and with the exception of very few authors – who are considered marginalized for practical research – sociology in general has had enormous problems in understanding anti-Semitism. The specific historic situation, Francoism, the dispute about the historic memory and the delayed institutionalisation of sociology could also explain the lack of sociological interest in the topic especially in Spain. The article shows that the study of anti-Semitism is not only relevant for struggling against this burden of society in many of its variants. Furthermore, thinking about anti-Semitism can help sociology to recognise its own epistemological problems. It can serve to criticise and improve instruments of sociological research by showing the limitations of the sociological approach and to uncover the importance of interdisciplinary research for understanding specific social phenomena. In that sense, anti-Semitism, far from being a marginal subject, can be considered a key topic in the process of civilisation and it can help us to decipher the contemporary Spanish society.
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The ways of incorporating newcoming students into schools and colleges have been at the center of debate in most OECD countries in recent years. In Spain, the set of measures developed for the reception of immigrant pupils in different Autonomous Communities has also been the subject of specific research, pointing out the similarities and contradictions between pedagogic discourses and school practices. This article takes into account these considerations and presents the reflections from the results of research on the Educational Welcome Facilities (and specifically the EBE) conducted during the school years 2008-2010. This device was created in Catalonia to attend newcomers before enrolling them in the school. It was a pilot project which took place in Vic and Reus for two consecutive years. The research of the EBE has enabled us to explain the relationship between educational assessment that schools made about this facility and reception processes that schools were implementing. The conclusions that emerge from this analysis allowed us to establish relationships between educational host practices of the seven centers analyzed with three different conceptual and educational frameworks of reception.
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En este artículo presentamos los resultados y el análisis de uno de los objetivos del proyecto I+D+i aprobado por el Ministerio de Economía y Competitividad de España titulado Mediaciones audiovisuales en las relaciones entre escuela y familias inmigrantes. Concretamente, el dirigido a conocer las funciones que tienen las imágenes fotográficas en las relaciones de un grupo de padres inmigrantes en el colegio al que asisten sus hijos e hijas. Los datos presentados corresponden a las narraciones biográfico-culturales y visuales iniciadas en las aulas por estas familias junto a la tutora del grupo, y continuadas en sus contextos personal y social. Concluimos que las fotografías en los relatos han tenido las funciones de: fuente de información, soporte de análisis, reflexión y debate y, finalmente, medio para comunicar el conocimiento experiencial generado. Dentro de esta última, se han utilizado tres procedimientos que hemos denominado: denotativo autorreferencial, connotativo texto-visual y secuencial.
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This article explores the relationship between anthropology and identity through the process of travel writing and reading. Specifically, the article examines a range of travel writing about the British Caribbean colony Montserrat to read into the culture of the writer. These deconstructive ‘glimpses into the unmentionable’ reveal an implicit racism. The travel writing texts are also found to divide into two types of representation – the ‘subordinate exotic’ and the ‘comic exotic’.
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Migrants to Europe often perceive themselves as entering a secular society that threatens their religious identities and practices. Whilst some sociological models present their responses in terms of cultural defence, ethnographic analysis reveals a more complex picture of interaction with local contexts. This essay draws upon ethnographic research to explore a relatively neglected situation in migration studies, namely the interactions between distinct migration cohorts - in this case, from the Caribbean island of Montserrat, as examined through their experiences in London Methodist churches. It employs the ideas of Weber and Bourdieu to view these migrants as 'religious carriers', as collective and individual embodiments of religious dispositions and of those socio-cultural processes through which their religion is reproduced. Whilst the strategies of the cohort migrating after the Second World War were restricted through their marginalised social status and experience of racism, the recent cohort of evacuees fleeing volcanic eruptions has had greater scope for strategies which combat secularisation and fading Methodist identity.
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Caught between the well-armed imaginations of paramilitary organisations competing for the hearts and minds of a divided population, and state engineering of a liberal peace, civil society's impact on Northern Ireland's identity politics was limited during the thirty-year conflict. Specifically, the community and voluntary sector itself has tended to replicate as much as it challenged patterns of segregation in many of its own structures. With plans set out in the Northern Ireland Executive's Programme for Government (2008-11) to engage civil society in opening a new era of ‘good relations’ work to counter sectarianism and racism, civil society organisations will face a complex terrain, facing scepticism about their contribution to peace-making before the Good Friday Agreement, and working in a post-Agreement environment marked by continuing elite and communal antagonism demonstrated by the crisis at the turn of 2009 over devolution of justice and policing powers to the Northern Ireland Executive. A significant aspect of the resolution was a belated agreement by Sinn Fein and the DUP on a new community relation strategy, Cohesion, Sharing and Integration. This article suggests that civil society has a significant role to play in encouraging communities to confront the contradictions and tensions that continue to haunt the political architects of the Good Friday Agreement by affirming a radical and contingent vision of democracy as democratisation at a distance from the identity-saturated politics of the state-region of Northern Ireland. It draws on the work of Simon Critchley, Emmanuel Levinas and Wendy Brown, to offer an approach to identity politics in post-conflict Northern Ireland, focusing on the future orientation of civil society.