988 resultados para ciências da religião


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A dissertação aborda a questão da escatologia, mais especificamente da vida após a morte, a partir da análise de dois discursos religiosos que ora se opõe, ora convergem: os documentos e materiais litúrgicos da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e as experiências de vida narradas por membros daquela Igreja. Quanto à análise dos discursos da instituição eclesiástica, pinçou-se de seus documentos, pronunciamentos, hinários, livros de culto e outros, as idéias que os mesmos veiculam quanto à questão da vida após a morte. E, no outro extremo da pesquisa, foram ouvidas nove mulheres, cinco do Rio de Janeiro/RJ e quatro de Piratuba/SC, todas membros da IECLB, buscando, em suas narrativas, os imaginários quanto à questão da morte e do pós-morte. Para sedimentar as análises dos discursos da instituição e dos indivíduos, o trabalho recorre, também, ao pensamento de Martim Lutero sobre o assunto morte e além, como também dialoga com as ciências humanas (história, filosofia, sociologia) para melhor compreender as formas do crer e do divergir dos indivíduos, em suas crenças, das doutrinas oficiais da instituição. Por fim, se faz uma análise da fé das luteranas entrevistadas, apontando as peculiaridades de suas crenças e a relação delas com os discursos que a Igreja veicula através de seus diversos materiais que abordam o locus vida após a morte.(AU)

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Esta dissertação tem por finalidade analisar o fenômeno religioso da conversão ao Islã. Com base em um estudo empírico a dissertação estuda a conversão ao Islã como sendo um processo de assimilação do ethos religioso islâmico empreendido por brasileiros de ascendência não árabe. Numa proposta sociológica o conceito de conversão foi ampliado e articulado junto aos conceitos de identidade e assimilação. Os convertidos entrevistados fazem parte de uma sociedade religiosa muçulmana sunita situada em São Bernardo do Campo na região do grande ABC, São Paulo, organizada em torno de um Centro de Divulgação do Islã para a América Latina (CDIAL), e de uma mesquita que leva o nome de Abu Bakr Assedic. Esta dissertação tenta compreender os antecedentes sócio-religiosos, os motivos da conversão e suas conseqüências. Para tanto, sustentamos ainda que o processo de conversão ao Islã é gradativo e empreendido por um sujeito ativo, que ao interpretar suas próprias experiências, constrói uma identidade particular e diferenciadora do ethos árabe.(AU)

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Este trabalho faz uma leitura do fenômeno da crescente migração de membros no interior do pentecostalismo, na perspectiva da modernidade, demonstrando, através de fundamentação teórica e de pesquisa de campo, quais as relações existentes entre aquele fenômeno e as transformações sociais que caracterizam o mundo moderno. Assim, o primeiro capítulo discute as transformações que ocorrem no campo religioso com o surgimento do mundo moderno, especialmente a secularização, a partir do século XVI, na Europa, e a globalização, fenômeno mais recente, e analisa a situação específica da modernidade latino-americana e das relações próprias entre esta e a religião que nela se produz. O segundo capítulo caracteriza o pentecostalismo e analisa sua correspondência à modernidade tal como ela se manifesta na América Latina. No terceiro capítulo, são discutidas várias abordagens interpretativas do fenômeno da migração inter-religiosa ou trânsito religioso e são apresentados analiticamente os resultados da pesquisa de campo feita pelo autor entre pentecostais no município de São Bernardo do Campo, SP, demonstrando como eles evidenciam a existência de relações intrínsecas entre o fenômeno estudado e a modernidade.Dessa maneira, mostra-se como a religião, reconfigurando-se, seja por adaptação à modernidade, seja por reação a ela, coloca-se não somente como fruto, mas também como fator de modernidade.(AU)

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O seguinte trabalho desenvolve o tema da violência contra o movimento popular na Galiléia, segundo o texto de Lucas 13,1-5. Esse texto não tem paralelo nas outras duas fontes sinóticas, nem em João, nem em Tomé, nem no grupo Galileu que escreveu a fonte Q; quanto a esses eventos históricos que narra o texto, não há referência nem em Flávio Josefo, nem em outros historiadores da época. Isso quer dizer, que estes versículos são uma fonte própria de Lucas, uma fonte autônoma, chamada por alguns como fonte L (ou fonte S). A abordagem deste texto de Lucas, feita por grande parte de pesquisadores na área bíblica, preocupa-se com os temas de pecado e arrependimento, deixando na margem a situação das vítimas e as ameaças de Jesus para seus ouvintes. Neste sentido, este trecho de Lucas é de grande importância. Estes versículos expressam a realidade sócio -política. Seu conteúdo é um sinal de conflito e de denúncia contra o sistema imperial romano que não passou desapercebido para o redator do texto e nem para o seu auditório. Trata-se, portanto, da memória das vítimas da opressão. Apresentamos a seguir, a pesquisa em três capítulos esboçados brevemente. O primeiro descreve o agir específico dos procuradores ou governadores romanos, nas províncias comandadas por eles; ao mesmo tempo, a reação do povo e os seus protestos. A nossa ênfase recairá sobre o procurador romano Pôncio Pilatos. Nos valeremos das fontes bíblicas, extra-bíblicas e pseudo-epígrafas. No final, destacaremos a relevância e o papel central do texto Lucas 13,1-5. No segundo capítulo, o centro será a exegese de Lucas 13,1-5, relacionando-o com o contexto maior que, em nosso caso, é chamado itinerário de viagem para Jerusalém , e com um contexto imediato que é o capitulo 13 de Lucas. No final, perguntaremos pelo grupo ou grupos que podem estar por trás destes versículos, e a importância da fonte L, como fonte primeira que se insere no Evangelho de Lucas. O texto de Lucas 13,1-5 aparece como texto autônomo, memória das vítimas; ele contrasta com a visão moderada dos relatos da Paixão nos sinóticos, frente a uma realidade de opressão. O terceiro capítulo constitui-se num ensaio de articulação destes dois capítulos com a realidade atual, especificamente com a situação de guerra, violência e morte na Colômbia, junto aos esforços atuais por reconstruir a memória das vítimas do povo colombiano, memória que dá sentido e dignifica a oferenda de suas vidas.(AU)

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Esta pesquisa parte do interesse de análise da contribuição da missionária Ana Wollerman para o crescimento da denominação batista no sul de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no período compreendido entre os anos de 1948 a 1978. A memória religiosa e autobiográfica da missionária apresenta experiências com o sagrado que marcam divisores de fases e temporalidades no seu recorte biográfico e que influenciam decisivamente na postura ministerial adotada. As entrevistas com algumas pessoas que participaram das comunidades afetivas existentes e os registros nas atas lidas constatam em grande parte os dados coletados pela memória. Ana Wollerman, filha de descendentes de alemães nos E.U.A., graduou-se em Artes e pósgraduou- se em Educação Religiosa. Veio para o Brasil inicialmente como missionária sem depender do sustento financeiro de uma Junta Missionária, fundou diversas escolas de ensino primário, trabalhou na implantação de diversas igrejas e dedicou grande parte de seus esforços no ensino ministerial. Foi responsável pela ajuda financeira no sustento de mais de uma dezena de jovens nos Seminários de Curitiba-PR, no IBER-RJ e no Seminário do Sul-RJ. Contribuiu também para que fossem destinadas grandes ofertas para a construção do Seminário Teológico Batista em Dourados. O trabalho procura seguir uma metodologia ainda em construção no que se refere à memória religiosa e utiliza o referencial teórico de Maurice Halbwachs para apresentar as memórias individuais e construção da memória coletiva, bem como tem apoio no próprio Halbwachs ao trabalhar a leitura da formação das comunidades afetivas. Aliado a estas questões se presta como um primeiro tratado sobre a historiografia da denominação batista em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, reunindo aspectos da sua gênese e do seu desenvolvimento. O resgate e a valorização da memória do sujeito-objeto em questão, ainda em vida constitui também no reconhecimento que a academia pode prestar às pessoas e às comunidades que se dedicam à construção de um mundo melhor.(AU)

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Este trabalho é uma interpretação do imaginário a respeito de Deus, revelado por um grupo de crianças desprotegidas. Obter-se uma representação desse imaginário, tarefa difícil, foi o primeiro passo da investigação. A partir da prática do desenho, considerado como forma capaz de oferecer indicações seguras para busca de traços de personalidade, adicionada às interpretações verbais, realizadas pelas crianças; imagens foram se revelando e concretizando o desejado imaginário. A explicitação dos mecanismos de produção de sentidos das imagens fundamentou-se em dois diferentes níveis de interpretação teórica: a primeira, subsidiada por propostas psicológicas e psicanalíticas, permitiu a interpretação dos traços e cores, nos desenhos, como indicadores de sentimento. A segunda, baseada na Teologia Sistemática: a simbologia segundo Tillich, oportunizou a identificação de símbolos relacionados ao Divino, dos quais um, pela sua presença nas duas expressões: pictórica e verbal, foi considerado o símbolo, ou, a figura simbólica de Deus, manifestada pelas crianças. O desenvolvimento do trabalho abarca os seguintes tópicos: realidade contextual das crianças, a perda como uma característica marcante nas crianças, o imaginário infantil, síntese tradicional das interpretações que as crianças fazem a respeito de Deus, significações das expressões pictóricas, revelação simbólica como representação da pessoa de Deus, imaginada, experiências religiosas de fé das crianças, para com a pessoa de Deus, por elas revelada. Considerando-se que nenhuma análise é acabada, no final do trabalho encontram-se algumas perspectivas oriundas do seu interior, substituindo qualquer conclusão.(AU)

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Este trabalho é um estudo sobre o papel e a construção do corpo, a partir dos rituais públicos do candomblé. Durante esses rituais, dei-me conta de que o corpo, para essa cultura ágrafa, assumia o papel de um texto, no qual se podiam ler, por meio dos gestos e da dança, as histórias e os valores desse grupo social. Todo esse processo só é possível porque a noção de pessoa no candomblé é pensada como um todo, resultado de todas as partes do corpo, diferentemente da noção disjuntiva presente no ocidente. Todos os sentidos do corpo: olfato, tato, visão, audição e paladar, são onsiderados centros de força, e o processo de iniciação coloca em equilíbrio esses centros. Do mesmo modo que a pessoa é múltipla e construída ao longo do processo iniciático, o corpo manifesta suas múltiplas forças e é construído esteticamente, tornando um texto para ser lido pela sociedade. Dessa forma, o corpo se constrói, nos rituais do candomblé, graças à aprendizagem de valores sociais, culturais e religiosos, que se dá por meio da oralidade, dos atos, gestos e da experiência vivida no quotidiano do terreiro. Nos rituais públicos, através da dança de transe, o iniciado mostrará ao grupo seu estágio espiritual, a visão de mundo do grupo e o ethos de seu povo. A pesquisa de campo foi realizada na Casa de Candomblé Ilé Dara Àse Òsun Eyin, comandada pelo Pai Cido de Òsun Eyin, durante os anos de 2001, 2002 e 2003.(AU)

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O livro de Jó pertence à literatura sapiencial de Israel. Seu conteúdo é um grande debate entre sábios. Estes formavam um segmento educado da população: sabiam ler e escrever. A sabedoria era demasiadamente valorizada e concebida como orientação prudente para a vida. O texto 24,1-12 de Jó pertence à parte poética do livro. O poema foi escrito na primeira metade do século V a.C., no período do pós exílio, durante a dominação dos persas. Este império trouxe profundas modificações para a vida do povo em Judá. Apesar da aparente tolerância por parte de seus governantes, eles criaram métodos muito eficazes para alcançar seus objetivos de controle sobre os povos submetidos. Através de um forte aparelho burocrático, fiscal e militar controlavam e garantiam a ordem e o pagamento de tributos. O templo tornou-se o intermediário entre o império e o povo. A economia e a sociedade se estruturaram conforme o regime imposto pelos persas. Essa política econômica e administrativa favorecia o enriquecimento dos setores dominantes, e conseqüentemente o empobrecimento cada vez maior dos camponeses. Os sacerdotes eram os líderes do povo e a teologia da retribuição se fortaleceu muito nessa época. No entanto, a justiça de Deus explicada pela teologia da retribuição deparava-se com o problema do mal e do sofrimento do justo. É a partir da experiência e da observação da realidade que se origina um movimento de resistência à teologia da retribuição. No capítulo 24,1-12, Jó se lança numa contemplação sobre a sociedade dividida entre opressores e oprimidos. Desmonta o funcionamento da sociedade mostrando suas rupturas e conflitos graves. Sua intenção nesse texto é mostrar através da realidade, porque não concorda com as afirmações dos sábios que defendem a teologia da retribuição, sobre o castigo infalível para os ímpios ricos e sobre o sofrimento do pobre como indicação de castigo.(AU)

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A presente tese faz um estudo de caso das disciplinas de formação humana da Universidade Católica de Brasília, buscando captar as percepções de estudantes das disciplinas de Ciência da Religião e Antropologia da Religião, bem como dos seus professores. Apoiado em seis teóricos educacionais e em pesquisas semelhantes já realizadas, tenta-se traçar a pedagogia e a metodologia para essas disciplinas. Analisando os documentos da instituição pesquisada, chega-se à idéia de que o processo ensino-aprendizagem precisa ser marcado pela liberdade e pelo diálogo. Com os alunos, foram realizadas duas pesquisas: uma no início do semestre e outra no fim, para que se pudessem perceber as mudanças que ocorreram nesse período. Por fim, todos os professores das duas disciplinas foram entrevistados sobre a forma de lecionar, de preparar as aulas, de aplicar as avaliações etc., para que pudessem, também, servir de confronto com a pesquisa dos alunos. A conclusão aplica os dados encontrados às universidades confessionais que também têm em projeto pedagógico disciplinas iguais ou semelhantes àquelas da Universidade Católica de Brasília.(AU)

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Esta dissertação tem por finalidade analisar o fenômeno religioso da conversão ao Islã. Com base em um estudo empírico a dissertação estuda a conversão ao Islã como sendo um processo de assimilação do ethos religioso islâmico empreendido por brasileiros de ascendência não árabe. Numa proposta sociológica o conceito de conversão foi ampliado e articulado junto aos conceitos de identidade e assimilação. Os convertidos entrevistados fazem parte de uma sociedade religiosa muçulmana sunita situada em São Bernardo do Campo na região do grande ABC, São Paulo, organizada em torno de um Centro de Divulgação do Islã para a América Latina (CDIAL), e de uma mesquita que leva o nome de Abu Bakr Assedic. Esta dissertação tenta compreender os antecedentes sócio-religiosos, os motivos da conversão e suas conseqüências. Para tanto, sustentamos ainda que o processo de conversão ao Islã é gradativo e empreendido por um sujeito ativo, que ao interpretar suas próprias experiências, constrói uma identidade particular e diferenciadora do ethos árabe.(AU)

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O seguinte trabalho desenvolve o tema da violência contra o movimento popular na Galiléia, segundo o texto de Lucas 13,1-5. Esse texto não tem paralelo nas outras duas fontes sinóticas, nem em João, nem em Tomé, nem no grupo Galileu que escreveu a fonte Q; quanto a esses eventos históricos que narra o texto, não há referência nem em Flávio Josefo, nem em outros historiadores da época. Isso quer dizer, que estes versículos são uma fonte própria de Lucas, uma fonte autônoma, chamada por alguns como fonte L (ou fonte S). A abordagem deste texto de Lucas, feita por grande parte de pesquisadores na área bíblica, preocupa-se com os temas de pecado e arrependimento, deixando na margem a situação das vítimas e as ameaças de Jesus para seus ouvintes. Neste sentido, este trecho de Lucas é de grande importância. Estes versículos expressam a realidade sócio -política. Seu conteúdo é um sinal de conflito e de denúncia contra o sistema imperial romano que não passou desapercebido para o redator do texto e nem para o seu auditório. Trata-se, portanto, da memória das vítimas da opressão. Apresentamos a seguir, a pesquisa em três capítulos esboçados brevemente. O primeiro descreve o agir específico dos procuradores ou governadores romanos, nas províncias comandadas por eles; ao mesmo tempo, a reação do povo e os seus protestos. A nossa ênfase recairá sobre o procurador romano Pôncio Pilatos. Nos valeremos das fontes bíblicas, extra-bíblicas e pseudo-epígrafas. No final, destacaremos a relevância e o papel central do texto Lucas 13,1-5. No segundo capítulo, o centro será a exegese de Lucas 13,1-5, relacionando-o com o contexto maior que, em nosso caso, é chamado itinerário de viagem para Jerusalém , e com um contexto imediato que é o capitulo 13 de Lucas. No final, perguntaremos pelo grupo ou grupos que podem estar por trás destes versículos, e a importância da fonte L, como fonte primeira que se insere no Evangelho de Lucas. O texto de Lucas 13,1-5 aparece como texto autônomo, memória das vítimas; ele contrasta com a visão moderada dos relatos da Paixão nos sinóticos, frente a uma realidade de opressão. O terceiro capítulo constitui-se num ensaio de articulação destes dois capítulos com a realidade atual, especificamente com a situação de guerra, violência e morte na Colômbia, junto aos esforços atuais por reconstruir a memória das vítimas do povo colombiano, memória que dá sentido e dignifica a oferenda de suas vidas.(AU)

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A ocupação principal deste trabalho residiu no diálogo entre a teologia e a literatura, primordialmente no interior do romance machadiano Dom Casmurro. Esta dissertação preconizou a antropologia emergente no romance machadiano em questão, como lugar das reflexões de cunho teológico. Para pauta de discussões, foram trazidas obras referenciais, que se apresentaram como o estado atual da questão acerca do diálogo entre teologia e literatura. A sustentação teórica deste trabalho se deu com apropriações conceituais de Paul Ricoeur, Antonio Carlos de Melo Magalhães e Gerard Genette. Portanto, o objetivo deste trabalho se delimitou na demonstração das relações entre o Deus que se revela e o humano machadiano, a partir do caráter antropológico do romance Dom Casmurro. A promessa e o caráter paratextual do capítulo em que ela é narrada, conduziram todas as análises realizadas, que culminaram na observação do antropológico como tema central do romance. Defendemos que a quebra das relações estabelecidas entre o humano machadiano e o Deus da promessa estabeleceu a instalação de um mundo desencantado diante da existência e da realidade do protagonista do romance, Bento Santiago.(AU)

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Este trabalho é um estudo sobre o papel e a construção do corpo, a partir dos rituais públicos do candomblé. Durante esses rituais, dei-me conta de que o corpo, para essa cultura ágrafa, assumia o papel de um texto, no qual se podiam ler, por meio dos gestos e da dança, as histórias e os valores desse grupo social. Todo esse processo só é possível porque a noção de pessoa no candomblé é pensada como um todo, resultado de todas as partes do corpo, diferentemente da noção disjuntiva presente no ocidente. Todos os sentidos do corpo: olfato, tato, visão, audição e paladar, são onsiderados centros de força, e o processo de iniciação coloca em equilíbrio esses centros. Do mesmo modo que a pessoa é múltipla e construída ao longo do processo iniciático, o corpo manifesta suas múltiplas forças e é construído esteticamente, tornando um texto para ser lido pela sociedade. Dessa forma, o corpo se constrói, nos rituais do candomblé, graças à aprendizagem de valores sociais, culturais e religiosos, que se dá por meio da oralidade, dos atos, gestos e da experiência vivida no quotidiano do terreiro. Nos rituais públicos, através da dança de transe, o iniciado mostrará ao grupo seu estágio espiritual, a visão de mundo do grupo e o ethos de seu povo. A pesquisa de campo foi realizada na Casa de Candomblé Ilé Dara Àse Òsun Eyin, comandada pelo Pai Cido de Òsun Eyin, durante os anos de 2001, 2002 e 2003.(AU)

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Este trabalho, situado na área de Práxis Religiosa e Sociedade, analisa a interação entre o protestantismo brasileiro e a Pós-modernidade, possibilitando uma observação de certas mudanças e/ou transformações que este intercâmbio provoca neste setor religioso aproximando-o ou distanciando de algumas características próprias de suas origens protestantes. Para tanto, restringe-se ao metodismo, especificamente, uma Igreja Metodista no ABC e, por meio de uma pesquisa qualitativa, avalia como algumas marcas pósmodernas circulam nas prédicas proferidas na comunidade escolhida, ou seja, a Igreja Metodista em Santo André. O método analítico utilizado é a Análise do Discurso de linha bakhtiniana, cuja apreciação avalia a prédica como discurso verbal relacionado a uma situação social extraverbal que o engendra. Entretanto, nesta proposta de reflexão crítica, faz-se uso, também, das contribuições profícuas de outras áreas do saber, isto é, da Teologia (homilética) e da Sociologia do Protestantismo que permitem uma compreensão mais ampla dos assuntos tratados.(AU)

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A proposta desta pesquisa é enfocar a história da Igreja Presbiteriana do Brasil no período de 1910 a 1966, a partir de uma análise histórica institucional, com vistas à compreensão do isolamento ecumênico da Igreja Presbiteriana do Brasil. A partir da análise de documentos pertencentes ao arquivo da Igreja Presbiteriana do Brasil, procurou-se proceder o levantamento da memória coletiva e individual dos grupos presbiterianos, conservador e liberal, na tentativa de revelar os acordos silenciosos ? acordos que se manifestam, de forma velada, no plano do discurso ? que expressam a subjetividade objetividade dos sujeitos envolvidos. Essa perspectiva de análise justifica a opção pelo tema "Os acordos silenciosos como fator determinante do isolamento ecumênico da Igreja Presbiteriana do Brasil (1910 1966)", uma vez que a pesquisa empreendida considera a espessura histórica, social, teórica e política de nosso objeto de estudo, necessária e fundamental para uma melhor compreensão desses acordos silenciosos. Nesse sentido, propomo-nos aproximar a realidade pensada da vivida, interpretar a polissemia de significados encontrados nos documentos e identificar a multiplicidade de pensamentos manifestos nos textos analisados, tomando o método histórico como procedimento de investigação. Os resultados deste trabalho acadêmico reforçam o papel ideológico da Igreja e sua doutrina como força psicológica e social que, ao lado do poder econômico, político e militar, forma o Poder Nacional, estabelece acordos internos e, quando alguém se declara contra esses acordos, as tensões já existentes, agravam-se. Na realização deste trabalho, pretende-se oferecer dados que propiciem a reflexão e o redimensionamento da leitura dos fatos ocorridos nesse período da história da Igreja Presbiteriana do Brasil, sem recairmos em posições reducionistas e lesivas para a autônoma e adequada interpretação da realidade analisada.(AU)