999 resultados para Rede de apoio social
As Relações de Vizinhança nas Redes de Suporte Social dos Residentes no Bairro de Santiago em Aveiro
Resumo:
O presente estudo descreve o suporte social dos residentes do Bairro de Santiago em Aveiro. Numa perspectiva sistémica são analisadas as características estruturais, funcionais e contextuais da rede social pessoal do indivíduo, nomeadamente as relações que desenvolve com a vizinhança do bairro. A amostra é constituída por 80 moradores do bairro, 50 mulheres e 30 homens, com idades compreendidas entre os 18 e os 83 anos. Para a avaliação das variáveis em estudo foi utilizado um questionário para a caracterização da situação sociodemográfica e socioprofissional, assim como a caracterização da residência e da relação percebida com a vizinhança; o Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal numa versão adaptada (Guadalupe, 2009); e o eco-mapa para a caracterização da relação percebida com a rede secundária (Hartman &Laird, 1983). Os sujeitos da amostra são maioritariamente naturais da freguesia da Glória, residem com a família nuclear e apresentam um tempo médio de residência no bairro de 16 a 20 anos. A maior parte dos sujeitos reside em habitações arrendadas, sendo que cerca de metade da amostra refere que gosta de viver no bairro, sendo o seu local ideal de residência, indicam ainda ter uma relação muito próxima com os vizinhos. Os residentes mais velhos do bairro apresentam redes de suporte mais pequenas, mas com um tamanho maior nas relações de vizinhança na rede, associada a um tempo de residência no bairro mais alargado e ao facto de não apresentarem uma actividade produtiva, embora não se tenha verificado que estes valores sejam significativos. O local ideal de residência e a proximidade nas relações de vizinhança parecem ser decisivos na qualidade de suporte que a sua rede lhe oferece, nomeadamente na frequência de contactos com este quadrante da rede social. Este estudo permite-nos compreender alguns factores que tecem a rede interna deste bairro, percebe-se assim que cada vez mais a intervenção tem de ser voltada para o bairro como um todo, característica fundamental quando se pensa na intervenção neste contexto.
Resumo:
Este estudo teve como primeiro dos seus objectivos conhecer as percepções de um grupo de trabalhadores acerca de algumas políticas e de algumas práticas de responsabilidade social interna, nomeadamente, da formação oferecida pela empresa, da capacidade que esta tem de fomentar a sua autonomia e a sua iniciativa, das práticas de comunicação existentes na empresa, do equilíbrio que esta proporciona entre a sua vida profissional e a sua vida familiar, dos planos de saúde, segurança e apoio social por ela disponibilizados, da diversidade de mão-de-obra, da(des)igualdade em termos de remuneração e perspectivas de carreira entre homens e mulheres, dos esquemas de atribuição de prémios, da segurança dos postos de trabalho, da preocupação da empresa com a sua empregabilidade futura e, finalmente, da(in)existência de práticas discriminatórias. Procurou também alcançar dois outros objectivos, ou seja, descobrir se as percepções dos trabalhadores relativamente às políticas e às práticas acima descritas exercem ou não algum tipo de influência sobre a sua motivação no trabalho e perceber qual o papel que a antiguidade dos trabalhadores desempenha nesta relação. Após a apresentação e a análise de várias perspectivas históricas acerca da responsabilidade social das empresas surgidas a partir da década de 50 e de algumas das teorias da motivação que foram aparecendo ao longo do mesmo espaço de tempo, esta dissertação expôs um caso de estudo de 75 trabalhadores de uma empresa nacional de distribuição alimentar. Através dos dados recolhidos da aplicação de um questionário, este estudo explorou a relação entre as suas percepções acerca das políticas e das práticas de responsabilidade social interna em vigor na empresa e a sua motivação e qual o papel da sua antiguidade nesta relação. Os resultados obtidos mostram que a maioria dos trabalhadores inquiridos apresenta uma percepção positiva relativamente às políticas e às práticas de responsabilidade social interna da sua empresa, à excepção do que se refere aos planos de saúde, segurança e apoio social por ela disponibilizados e à sua preocupação com a empregabilidade futura dos seus trabalhadores, e permitem concluir que as percepções positivas têm maior impacto sobre a motivação no trabalho, à excepção do que diz respeito à percepção do equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar proporcionado pela empresa. Conclui-se também que o papel da antiguidade na relação entre percepções das políticas e das práticas de responsabilidade social interna e motivação no trabalho é insignificante. / The primary objective of this study was to learn about the perceptions held by a group of workers concerning some of their company's policies and practices relative to internal social responsibility, in particular, any training offered by the firm, and its role in improving autonomy and initiative. Also of interest were the methods of communication within the firm, the balance provided between the professional and personal lives of personnel, and health, security and social support available to them. The study considered as well the diversity of the workforce, equality (or inequality) of remuneration, and career prospects between men and women, premium allocation schemes, job security, the company's concern for employability, and the existence (or not) of discriminatory practices. Secondary objectives were to discover if the perceptions of workers concerning the policies and practices mentioned above have (or not) any influence on their motivation at work, and to determine any effect of the length of service on this. Opinions were gathered by means of a questionnaire. After the presentation and analysis of various historical perspectives concerning corporate social responsibility from the 1950s onwards and of some of the motivation theories that appeared along the same period of time, this study examines the case of 75 employees of a national company in the food distribution business. The results of the afore-mentioned questionnaire show that the majority of those questioned has a positive attitude towards the policies and practices of their company's internal social responsibility, except concerning health-care, security and social support, and the firm's interest in their future careers, and lead to the conclusion that a positive perception has a greater impact on the workers' motivation. However, they are critical of the importance given by their employer to their personal lives. This study also concludes that length of service has insignificant impact on the perceptions of workers concerning their company's policies and practices relative to internal social responsibility, and on worker motivation.
Resumo:
Objetivos: O presente estudo tem como objetivo geral caracterizar as redes sociais pessoais dos idosos com idade igual ou superior a 65 anos, analisando-as segundo o nível de satisfação com as relações interpessoais e a confiança nos outros. Metodologia: Este é um estudo descritivo e correlacional, privilegiando a análise bivariada. Os dados foram recolhidos através do Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal, IARSP-Idosos (Guadalupe, 2009; Guadalupe & Vicente, 2012) e de uma escala de avaliação da Satisfação com as Relações Interpessoais, construída para o efeito, e de uma questão relacionada com a Confiança. Participantes: A amostra é constituída por 446 indivíduos, maioritariamente do sexo feminino (n=285; 63,9%), com idades compreendidas entre os 65 e os 98 anos; a maioria tem filhos (n = 389; 87,2%), e cerca de 80,0% (n = 357) vivem na sua casa, sendo a zona de residência essencialmente rural (61,2%; n = 273). A maioria tem escolaridade (65,9%; n = 294), sobretudo ao nível do quarto ano (n= 226; 50,7%). Resultados: Os resultados demonstram que os idosos do sexo feminino, com ≤ 75 anos, casado/a ou em união de fato, com filhos, que vivem acompanhados, com o 4ª ano de escolaridade e que não registam qualquer corte relacional, são os que mais confiam nos outros. Registam-se diferenças nas características funcionais da rede segundo esta variável, o que não acontece nas estruturais, com a exceção da proporção das relações com técnicos (p = 0,042) e nas relacionais-contextuais. A confiança nas pessoas com quem se relaciona correlaciona-se de forma positiva e estatisticamente significativa com a satisfação com os filhos, com os netos, com outros parentes, com os amigos e com os vizinhos (p<0,001). Conclusões: Numerosas variáveis sociodemográficas não aparentam estar relacionadas com a confiança nas pessoas com quem os idosos se relacionam, nas múltiplas dimensões consideradas. Em contrapartida, as variáveis que aparecem relacionadas com a confiança, são aquelas que, de forma mais ou menos direta, estão igualmente associadas ao domínio pessoal. É de salientar que no que respeita a esta variável se verificam diferenças nas características funcionais da rede o que não acontece nas estruturais e nas relacionais-contextuais. As relações familiares de filhos, netos e outros parentes são as que mais se associam à confiança e ao apoio social percebido pelos idosos, o qual é complementado por outras relações interpessoais, designadamente as que são estabelecidas com amigos e vizinhos. / Objetives: This study has the general objective to characterize the personal social networks of the elderly aged over 65 years, analyzing them according to the level of satisfaction with interpersonal relationships and trust in others. Methodology: This is a descriptive and correlational study, focusing on bivariate analysis. Data were collected through the Personal Social Networks Analysis Tool, IARSP-Elderly (Guadalupe, 2009; Vicente & Guadalupe, 2012) and a scale measuring satisfaction with interpersonal relations, purpose built, and a question related to the trust. Participants: The sample includes 446 individuals, mostly female (n = 285; 63,9%), aged between 65 and 98 years old; most have sons/daughters (n = 389; 87,2%), and about 80,0% (n = 357) are living in their home, mostly in rural areas (61,2%, n = 273). The majority have education (65,9%, n = 294), especially at the level of the fourth year (n = 226; 50,7%). Results: The results show that the elderly female, with <= 75, married, with children, living together, with the 4th grade, and did not record any relational cut, are the ones that rely in the others. We found differences in the functional characteristics of the network according to this variable, what does not happen on the structural variables, with the exception of the proportion of relations with workers in social services (p = 0,042), and on the relational-contextual. The confidence in the people he meets, correlates positively and statistically significant satisfaction with the children, with grandchildren, other relatives, friends and neighbors (p <0,001) Conclusions: Numerous sociodemographic variables do not appear to be related to trust in the interpersonal relationship, in the multiple dimensions considered. In contrast, the variables which appear related to trust are those which are associated with the personal domain. It is noteworthy that we have found differences in the functional characteristics of the network but not in the structural and the relational-contextual. Family relationships of children, grandchildren and other relatives are the most associated to the confidence and social support perceived by the elderly, which is complemented by other interpersonal relationships, including those with established friends and neighbors.
Resumo:
Objetivos: O presente estudo tem como objetivo analisar as características estruturais, funcionais e relacionais-contextuais das redes sociais pessoais de famílias unipessoais idosas. Metodologia: Utilizámos para recolha de dados um questionário para caracterizar sociodemograficamente a amostra, o Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal (versão para idosos) (IARSP-Idosos) (Guadalupe, 2010; Guadalupe e Vicente 2012) e a escala de solidão UCLA (Neto, 1989). Participantes: A amostra é constituída por 567 indivíduos com média de idades de 75,53 anos, maioritariamente do sexo feminino (63,0%; n = 357). Predominam os sujeitos casados (53,7%; n = 304), com filhos (87,8%; n = 498) e em situação de coabitação (n = 450; 79,4%). Contudo, 20,6% (n = 117) vivem sós, constituindo as famílias unipessoais. Resultados: As redes sociais dos idosos têm em média 7,99 elementos, predominantemente familiares (M = 76,89%). Os participantes percecionam um nível elevado de apoio por parte das suas redes. São redes coesas, pouco dispersas e os contactos entre os elementos são frequentes. As mulheres, os indivíduos solteiros, viúvos ou divorciados e os idosos sem filhos têm uma maior probabilidade de viverem sós (p < 0,05) e estes apresentam uma maior probabilidade de necessitar de apoio social formal (p < 0,05). As famílias unipessoais, quando comparadas com os que não vivem sós, apresentam um maior número de campos relacionais e maior proporção de relações de amizade e de vizinhança (p < 0,05). Têm menor perceção de apoio material e instrumental, informativo, companhia social, acesso a novos vínculos e reciprocidade de apoio (p < 0,05). Além disso, referem menor frequência de contactos e uma maior dispersão geográfica (p < 0,05). Nas famílias unipessoais, observou-se a existência de correlações negativas significativas (p < 0,05) entre a percepção de solidão e o tamanho da rede, a proporção das relações familiares na rede, o apoio emocional e informativo e a reciprocidade de apoio. CONCLUSÃO: Os idosos com famílias unipessoais percecionam menor apoio por parte das suas redes, tendo uma maior propensão à solidão. É fundamental, ao longo do ciclo vital, promover a quantidade e qualidade dos vínculos, no sentido de manter a efetividade do suporte das redes mesmo quando se vive só. / Objectives: The present study aims to analyze the structural, functional and relational-contextual characteristics of older single-person households. Methodology: We used as instruments a questionnaire to evaluate sociodemographic data, the Instrumento de Análise da Rede Social Pessoal (version for elderly people: IARSP-Idosos) (Guadalupe, 2010; Guadalupe e Vicente 2012) and the UCLA Loneliness Scale (Neto, 1989). Participants: The sample consists of 567 individuals with an average age of 75.53 years, mostly females (63.0%; n = 357). There is a predominance of married individuals (53.7%; n = 304) with children (87.8%; n = 498). Older people live mainly in cohabitation (n = 450; 79.4%), however 20.6% oh them live alone, constituting one-person households. Results: The elderly personal social networks have 8 elements, on average, with a predominance of family relationships (M = 76.89%). The participants perceived a high level of support from their networks. In general the networks are cohesive, with low dispersion and have frequent contacts. The women, single, widowed or divorced and childless elderly are more likely to live alone (p < 0.05) and to need social services support (p < 0.05). The single-person households, compared with those who do not live alone, have a greater number of relational fields and a higher proportion of friendships and neighborhood relations (p < 0.05). They have a lower perception of material and informative support, social company and acess to new ties and reciprocal support (p < 0.05). They also refer lowest frequency of contacts and a wider geographical dispersion (p < 0.05). In single-person households there was a negative significant correlation between the perception of loneliness and the social network size, the proportion of family relationships in the network, emotional and informational support and reciprocal support. Conclusions: The elderly single-person households perceived less support from their networks and a greater propensity to loneliness. It is critical to promot the quality of ties, rather then their quantity, throughout the life cycle, in order to maintain the network effectiveness even when the person lives alone.
Resumo:
O envelhecimento populacional é uma realidade mundial que altera a sociedade de forma complexa, implicando a necessidade de criação de estratégias de adaptação a esta realidade. A população idosa portuguesa apresenta também um aumento exponencial, e este fenómeno está frequentemente associado à perda de capacidades e dependência e ao aumento da incidência de patologias crónicas, como por exemplo as úlceras crónicas nos membros inferiores. Esta realidade verifica-se através de uma maior procura de cuidados de saúde e também no aumento dos encargos para a família e segurança social. Assim, a aquisição de conhecimentos sobre as implicações da úlcera crónica nos membros inferiores permite, aos profissionais de saúde, melhorar a prestação de cuidados às pessoas idosas, possibilitando a gestão eficaz de recursos e a melhoria da qualidade de vida dos utentes. Neste contexto, emergiu o nosso estudo que tem como objetivo conhecer as principais implicações da presença de uma úlcera crónica, nos membros inferiores, no quotidiano de pessoas idosas. A metodologia utilizada foi qualitativa, com um tipo de estudo exploratório-descritivo, em que foram realizadas 16 entrevistas a pessoas idosas portadoras de úlcera crónica nos membros inferiores e posteriormente analisadas as narrações de vivências ou experiências significativas dos participantes, utilizando as etapas metodológicas da análise de conteúdo segundo Bardin (2011). Os resultados encontrados foram incluídos em três áreas temáticas: Sentimentos e preocupações vividos com o aparecimento e desenvolvimento da úlcera crónica, Alterações no quotidiano das pessoas idosas com úlcera crónica e a Rede de apoio da pessoa idosa com úlcera crónica. A primeira área temática demostrou que as pessoas idosas apresentam sentimentos negativos de tristeza e dor em relação às suas vivências com a úlcera crónica, e receios futuros relacionados com a incerteza da evolução da úlcera, verificando-se alguma ambivalência entre a esperança e o desespero. As alterações no quotidiano verificaram-se na mobilidade física prejudicada, na interferência em atividades de vida diária e através da necessidade de tratamento. Na mobilidade física prejudicada foi o caminhar o mais mencionado pelos participantes e na interferência em atividades de vida diária foram as atividades domésticas, sociais e de lazer. A terceira área temática incluiu a rede de apoio da pessoa idosa com úlcera crónica identificando a família, a instituição e o convivente significativo como o principal apoio dos participantes. A família apresentou um papel de destaque, através do apoio prestado pelo cônjuge e pelos filhos. A realização deste estudo proporcionou conhecer melhor a realidade das pessoas idosas com úlceras crónicas nos membros inferiores, os seus sentimentos, dificuldades e/ou incapacidades, permitindo aos profissionais de saúde aumentar os conhecimentos e elaborar estratégias para auxiliar no seu dia-a-dia, ambicionando-se uma melhoria na prestação de cuidados às pessoas idosas, famílias e sociedade.
Resumo:
Objective: To know the perception of informal caregivers regarding the care for a family member with head and neck cancer. Methods: Qualitative study conducted between March and May 2014 in the radiotherapy outpatient center of the Centro de Alta Complexidade em Oncologia – CACON (Oncology High Complexity Center) of the Hospital Universitário de Brasília – HUB (University Hospital of Brasília) using semi-structured interviews with nine caregivers about the experience of caring for family members. Data underwent Content Analysis and four units of meaning were identified: “Representation of cancer in the Family”, “The care as debt, individual reward or reconstruction of family ties”, “Repercussions of cancer on the caregiver’s personal life” and “Social support and network used by caregivers”. Results: Feelings of sadness and surprise at the moment of diagnosis were attributed to cancer, as well as the idea of punishment. The care was seen as personal satisfaction, accomplishment and opportunity for family rapprochement. Work overload and change in routine were altered functions. Religiosity, exchange of experience in the waiting room and institutional support appeared as coping strategies. Conclusion: The experience of caring for family members with head and neck cancer directly interferes in the lives of caregivers. Pointing out the institutional embracement as a strategy within the social network reinforces the importance of integrating the caregivers as a significant part of the health care plan developed by the health team.
Resumo:
Enquadramento: Actualmente existe um elevado números de pessoas em situação de dependência, com algum tipo de incapacidade funcional ou em risco de perda de funcionalidade, que necessitam ingressar na Rede Nacional de Cuidados Continuados com o intuito de se promover uma melhoria das condições de vida e bem-estar das pessoas, através da prestação de cuidados continuados de saúde e de apoio social. Aceitando a vulnerabilidade da pessoa humana, a doença revela-se como um período de fragilidade circunstancial às condições decorrentes da sua existência. O utente/família deparam-se com a desmoralização, a ameaça, o desamparo e a perda de sentido, podendo levar o mesmo a uma profunda tristeza, desespero e sofrimento. Neste sentido e tendo em conta que a esperança influencia o bem-estar e uma vez que se encontra ligada à existência, tanto física como emocional e espiritual é fundamental percebermos até que ponto a esperança pode ajudar a pessoa a lidar com o futuro. Objetivos: Avaliar níveis de esperança nos Doentes internados em Cuidados Continuados, e identificar determinantes socio-demográficos, clínicas e psicossociais correlacionadas com essa esperança. Métodos: O estudo foi realizado,na Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Seia, nas unidades de internamento de Média Duração e Reabilitação e Unidade de Longa Duração e Manutenção. O questionário foi aplicado a 46 doentes, com idades compreendidas entre os 46 e os 92 anos de idade ( x =74.39 anos). Trata-se de um estudo não experimental, quantitativo, do tipo transversal, descritivo e correlacional. O instrumento de recolha de dados integrou um Questionário de caracterização sócio-demográfica e clínica, a escala da Esperança (Herth Hope Index), uma escala para a avaliação da Qualidade de Vida – Functinal Assessement of Cancer Therapy – General e o Questionário de Sono de Oviedo. Resultados: Os dados mostram que 45,7% dos participantes apresenta esperança reduzida, 39,1% esperança elevada e 15,2% esperança moderada. Constatámos ainda que apenas o “bem-estar funcional” da escala da QDV e os “fenómenos adversos” da escala do sono se correlacionam significativamente (p=0,000; p=0,035) com a esperança explicando respetivamente 55,2% e 31,1% da variância explicada. Já o género, idade, estado civil, situação profissional, escolaridade, rendimento mensal, tipologia e número de internamentos, mostraram não estar relacionados com a esperança dos nossos doentes. Conclusão: A esperança é uma crença ou virtude inerente ao Homem, que pode assumir níveis diferenciados, que acompanha o ser humano no seu processo de viver e de morrer condicionando ajustes nos momentos de crise, afectando e/ou sendo afetada pelo bem-estar e a qualidade de vida. Palavras-chave: Cuidados Continuados, Esperança, Qualidade de Vida, Doentes, Sono.
Resumo:
Trata-se de um estudo de revisão narrativa cujo objetivo foi analisar na literatura nacional a produção científica sobre a participação dos familiares na reinserção social do portador de transtorno mental. Realizou-se um estudo bibliográfico de publicações em periódicos, dissertações e teses, no período de 1999 a 2009. A identificação das fontes foi realizada por meio dos sistemas informatizados de busca Literatura Latino Americano de Ciências da Saúde (LILACS) e o Banco de Dados Bibliográficos do Scielo. A amostra foi, portanto, constituída de 28 publicações e identificadas em categorias: a construção da rede de apoio às famílias; as dificuldades do familiar com o doente; a participação da Estratégia Saúde da Família. A maioria dos trabalhos nos mostra que, é no seio familiar que o portador de transtorno mental fortalece o vínculo para viabilizar seu processo de reabilitação e ressocialização à sociedade. Porém a convivência com o portador de transtorno mental implica em sobrecarga caracterizada por dificuldades como: problemas no relacionamento com o familiar, estresse por conviverem com o humor instável e a dependência do portador de transtorno mental, bem como o medo das recaídas e do comportamento deste no período das crises. Cabe aos profissionais de saúde da rede servir de suporte, para acompanhar e preparar a família a conviver e inserir o paciente no convívio social. A família é mais do que uma aliada, ela deve ser encarada como foco de intervenção, para que seus anseios sejam acolhidos e sua sobrecarga minimizada. Acredita-se que o número de publicações seja pequeno diante da importância do problema, mostrando a necessidade de novas pesquisas.
Resumo:
A hiperglicemia crônica do diabetes causa um grupo de alterações metabólicas associadas com doença prolongada, disfunção e falência de vários órgãos. O impacto emocional e social causado pelo cuidado e a demanda por terapia especializada podem causar desgaste psicossocial no paciente e seus familiares. Por outro lado, a atenção à saúde a cerca de 70% da população brasileira atendida pelo SUS e interage consigo mesma e com outras entidades numa rede dinâmica de interdependências, interações e influências mútuas. É no contexto cultural que se articulam os conflitos e as concessões, as tradições e as mudanças que também permeiam o cuidado com a saúde. O objetivo deste trabalho foi conhecer as relações sociais dos diabéticos, seus familiares e o apoio social que recebem dentro de seu contexto de vida cotidiana. Foi realizada revisão bibliográfica narrativa, utilizando descritores. Dentre os diabéticos, a maior parte das representações de saúde são relacionadas com a capacidade de trabalhar. A intervenção da família pode ser benéfica ou maléfica e estabelecer fatores de risco ou de proteção. O medo e o sofrimento em decorrência de indicativos da gravidade da doença e do risco de morte entre os familiares foram significativos. As famílias sabem pouco sobre como se adequar a esta realidade de doença crônica. Os familiares relataram conhecer só parcialmente quais eram as causas do diabetes Considera-se que o conhecimento científico específico e sempre atualizado deve considerar a multicausalidade das diversas seqüelas, comorbidades e complicações do diabetes mellitus. Na atenção primária à saúde não se pode separar a doença da saúde nem da pessoa do ambiente em que vive ou do seu território devido à forte ligação entre saúde, doença e personalidade, entre estilo de vida, ambiente físico e relações humanas. A família é o local mais importante nestes desenlaces.
Resumo:
Resumo ROJAS, Jose Alberto P .Melhoria da Atenção à Saúde da Criança de 0 a 72 meses, na UBS Boa Esperança, Ronda Alta/RS.2015. 92fls.. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Especialização em Saúde da Família) - Departamento de Medicina Social, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015. A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humana, por isso o acompanhamento das crianças de zero a 72 meses, tendo nos primeiros meses de vida, um momento propício para estimular e auxiliar a família para orientar e realizar imunizações, verificar a realização da triagem neonatal e reforçar a rede de apoio a família .A puericultura é a principal ferramenta para o monitoramento do crescimento, o do desenvolvimento das crianças ;nelas são feitas ações educativas imprescindíveis para ter uma população saudável no futuro.Com Desenvolveu-se uma intervenção cujo objetivo foi melhorar a atenção a saúde das crianças de zero a 72 meses em nossa estratégia de saúde Como objetivos específicos foram traçados os seguintes: ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Criança, melhorar a qualidade do atendimento à criança, melhorar a adesão ao programa de Saúde da Criança ,melhorar o registro das informações, mapear as crianças de risco pertencentes à área de abrangência, promover a saúde das crianças . Nas 12 semanas do projeto de intervenção 88 crianças na faixa etária de 0 a 72 meses (54,7%) foram inscritas ,o acompanhamento do desenvolvimento psicomotor realizado para 63 crianças (71,6%), a atualização das vacinas em 87 crianças (98,9%), indicação do suplemento de ferro de 6 a 24 meses para 22 crianças (88%), realização do teste de pezinho para 81 crianças (92%) e o teste de orelhinha para 59 crianças (67%).A avaliação do risco foi realizada para 87 crianças (98,9%), a avaliação das necessidades de atendimento odontológico foi realizado para 65 crianças (94,2%) e a realização da primeira consulta após 6 meses foi realizado para 46 crianças (66,7%). Todas as crianças faltosas a consultas agendadas para o médico tiveram busca ativa realizada pelas Agentes Comunitárias de saúde e todas as mães e/ou cuidadoras das crianças foram orientadas sobre a prevenção dos acidentes na infância, a importância do aleitamento materno e receberam orientações nutricionais e sobre a prevenção das caries e da higiene bucal .O projeto de intervenção alcançou resultados importantes tanto em quantidade e qualidade no trabalho da equipe de saúde e já faz parte do planejamento das atividades de saúde em nosso serviço. Palavras-chave: Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Saúde da Criança; Puericultura; Saúde Bucal.
Resumo:
A população idosa é mais suscetível ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, além de apresentar limitações inerentes ao próprio envelhecimento. Observa-se, também, cada vez mais idosos vivendo em domicílios unipessoais, em isolamento social. A situação que leva à formação de domicílios unipessoais e a forma como os arranjos domiciliares vão se conformando varia entre as diversas regiões, países e características individuais. O presente estudo realizou um levantamento, através de fichas de cadastros, prontuários e por meio de consultas, identificando 72 idosos vivendo em domicílios unipessoais na comunidade de Pimenteiras, no município de Teresópolis/RJ. Observou-se um visível despreparo para viver só e uma grande procura por orientação por parte destes idosos. Diante dessa situação, este trabalho tem como objetivo, após o levantamento destes idosos, planejar ações específicas e orientação para esse grupo através de visitas domiciliares e consultas presenciais com equipe multiprofissional, além de formação de grupo de Apoio ao Paciente Idoso, incentivando a troca de experiências entres o membros e sanando eventuais dúvidas e necessidades. Espera-se, como resultado deste projeto, uma melhor qualidade de vida a estes idosos, proporcionando uma rede de apoio e aproximando essa população à Estratégia de Saúde da Família local.
Resumo:
A depressão pós-parto é um transtorno de alta prevalência que pode comprometer a qualidade da relação mãe-criança. Este estudo pretende determinar a prevalência do referido transtorno, comparar a interação mãe-bebê nos grupos com e sem depressão e verificar a relação entre depressão, apoio social e estilos de relacionamento e disponibilidade emocional maternos. As participantes eram gestantes que pretendiam dar à luz no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo entre dezembro de 2006 e dezembro de 2008. A prevalência de depressão pós-parto em nossa amostra foi 28%. Não houve diferença significativa na relação mãe-criança no grupo com e sem depressão. Encontrou-se correlação positiva entre sensibilidade materna e escolaridade e entre sensibilidade e certas dimensões de apoio social e estilo de relacionamento. Conclui-se que a prevalência de depressão pós-parto em nossa amostra é mais alta que a média mundial, mas a sintomatologia depressiva não interfere significativamente na qualidade da interação mãe-bebê. A sensibilidade materna é influenciada por fatores sócio-cognitivos e afetivos.
Resumo:
OBJETIVO: Estimar a prevalência de distúrbios psíquicos menores e identificar estressores associados entre motoristas de caminhão. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido com 460 motoristas de caminhão de uma transportadora de cargas das regiões Sul e Sudeste do Brasil, em 2007. Os trabalhadores preencheram questionário com dados sociodemográficos, estilos de vida e condições de trabalho. As variáveis independentes foram condições de trabalho, incluindo estressores ocupacionais, satisfação e demanda-controle no trabalho. O desfecho avaliado foi a ocorrência de distúrbios psíquicos menores. Foram realizadas análises de regressão logística univariada e múltipla. RESULTADOS: A prevalência de distúrbios psíquicos menores foi de 6,1 por cento. Os estressores mais citados foram congestionamentos, controle de rastreamento e jornada extensa de trabalho. A alta demanda no trabalho, o baixo apoio social e a jornada extensa diária referidos pelos motoristas estiveram associados aos distúrbios psíquicos menores. CONCLUSÕES: O trabalho em jornadas extensas foi associado à ocorrência de distúrbios psíquicos menores, tanto na análise das condições gerais de trabalho quanto como fator referido como estressor pelos motoristas. A regulamentação da jornada de trabalho com limitação de horas de trabalho diário é, portanto, uma medida necessária para a redução da chance de desenvolvimento de distúrbios psíquicos menores em motoristas
Resumo:
O objetivo desse artigo ?? investigar como a ren??ncia fiscal ?? utilizada na ??rea de museus. A fundamenta????o te??rica faz breve apresenta????o da literatura sobre implementa????o e descreve o uso da ren??ncia fiscal na ??rea de museus mediante an??lise de seis vari??veis: incentivos, autonomia, informa????o, apoio institucional, apoio social e etapas e tempo. A metodologia utilizada foi a an??lise documental e entrevistas. A an??lise foi feita com ajuda do programa NVIVO9. As principais conclus??es s??o que embora haja incentivos e autonomia em graus suficientes para permitir boa implementa????o via ren??ncia fiscal, h?? quest??es informacionais e referentes ??s etapas e tempo que dificultam sua implementa????o. Al??m disso, a ren??ncia fiscal ?? concentradora, desigual e apresenta baixa participa????o de empresas do setor privado. Esses problemas parecem diminuir a capacidade de a implementa????o de museus mediante o uso da ren??ncia fiscal alcan??ar os efeitos almejados.
Resumo:
Este trabalho analisa alguns aspectos das amizades de adolescentes acometidos por diabetes e câncer, incluindo o histórico da reação ao diagnóstico, além do companheirismo, auto-revelação e intimidade, apoio social, conflito e expectativas da amizade. Três participantes com diabetes e três amigos, e três adolescentes que tiveram câncer e três amigos, foram entrevistados. Essas amizades se assemelham, em grande parte, àquelas não marcadas por uma doença crônica, especialmente em relação ao companheirismo e à presença de conflitos. Por outro lado, o diabetes ou o câncer parecem afetar aspectos da amizade, principalmente na consideração do apoio social, que se dá forma assimétrica. A auto-revelação e a intimidade sofrem restrições em relação a conteúdos ligados à enfermidade. As expectativas de amizade dão ênfase ao apoio social. Os dados ainda sugerem que afastamento ou aproximação dos amigos pode resultar da identificação de uma doença como câncer ou diabetes.