686 resultados para Metáfora agonal
Resumo:
Este artigo utiliza-se do jazz como um veículo metafórico para redescrever o conceito de estrutura organizacional de forma adequada ao vocabulário emergente dos estudos organizacionais. É apresentada uma descrição de alguns elementos básicos da performance do jazz - solo, acompanhamento, trading fours, pergunta e resposta, groove e sensibilidade -, sustentando a redescrição da estrutura organizacional como sendo ambígua, emocional e temporal. De maneira reflexiva, o artigo não somente demonstra os conceitos aos quais se refere, mas apresenta uma performance, a exemplo do jazz, do método de Rorty da redescrição por meio da metáfora.
Resumo:
A improvisação constitui um tema emergente na área de organizações e de gestão. Este tópico surgiu associado à metáfora do jazz mas, pelo alargamento da base de trabalho teórica e empírica, foi adquirindo proeminência na literatura e um progressivo valor instrumental. Este artigo discute as implicações do estudo do jazz para a gestão, explorando, por um lado, as ligações entre esse estilo musical e o mundo das organizações e, por outro, as implicações do conceito de improvisação para três áreas da atividade organizacional: uma área interna (estrutura), uma externa (turbulência ambiental) e uma de articulação entre o interior e o exterior (gestão da mudança).
Resumo:
O filme de Jim Jarmusch, Dead man, aparentemente um western, excede as tradicionais fronteiras do gênero, abordando ambivalência, papéis obscuros em um ambiente situado entre os tempos da fundação da nação americana e o sucesso da civilização. Isso mostra um mundo em transformação, onde a mudança está acontecendo sem ser administrada. O filme é uma provocação pela aderência aos tradicionais filmes de western. Mas, olhando mais de perto, esse mundo oferece um surpreendente insight em relação à dinâmica envolvida nos processos de mudança que também se seguem às fusões ou aquisições no mundo contemporâneo dos negócios. O charme de usar o filme como uma metáfora é ao menos ambíguo. A interpretação realizada com a ajuda de Lyotard e Baudrillard revela uma dinâmica duplamente crítica, na qual o novo proprietário bem sucedido, após a aquisição, não é necessariamente quem controla o jogo. Além disso, o uso de um filme que está fora do mainstream oferece um argumento, do âmago de um tópico central de management, que não faz parte do mainstream.
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Neste artigo é explorada a metáfora do naufrágio enquanto conotando um aspecto fundamental da existência humana e da experiência estética. Mais exactamente, sustenta-se que a existência humana pode ser vista segundo duas dimensões: a do espectador que, seguro no porto, a contempla, e a daquele que nela naufraga,procurando abandonar o ponto de vista do espectador e ultrapassar os limites que a existência normal traça. Diversos autores, Montaigne, Nietzche, são utilizados como ilustrações dessas duas perspectivas. Elas prolongam-se em duas formas correspondentes de encarar a estética, exemplificada pela atitude contemplativa que, por exemplo, podemos encontrar teorizada em Kant, e uma estética «moderna», que procura «mergulhar no naufrágio» e que é exemplificada por propostas artísticas que vão dos futuristas até aos situacionistas e a certas formas de arte contemporânea como a chamada «arte abjecta». Conclui-se chamando a atenção para as consequências éticas e políticas que um tal desejo irreprimível de «mergulhar no naufrágio» encerra.
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Neste artigo explora-se a posição do indivíduo situado no centro da cidade moderna, mais exactamente a oposição do sujeito que verdadeiramente está dentro dela com o sujeito que, ainda dentre dela, a olha contemplativamente de um ponto vista exterior, a olha a através de uma janela. Para analisar as consequências dessa posição, segue-se o percurso de dois contos, um de E. A. Poe e outro de E. T. Hoffmann. Em ambos os casos, assistimos à posição do espectador que, sozinho e olhando através da janela, vê que o movimento de uma cidade é o movimento de uma multidão. A oposição entre indivíduo e multidão estrutura as modernas cidades, num sentido mais profundo que o geralmente referido, utilizando-se algumas intuições de W. Benjamin para aprofundar essa relação. Salientando sempre a oposição entre espaço privado e espaço público, entre indivíduo e multidão, e entre multidão orde nada e multidão desordenada, o artigo termina prolongando a metáfora da janela para os usos também metafóricos das «janelas» em ambientes virtuais.
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Partindo da agenda de pesquisa em metáfora organizacional defendida por Cornelissen e outros (2008), este trabalho visa explorar a relação entre a elaboração de metáforas e a identidade dos espaços, físico e simbólico, a partir das propostas de análise da identidade do espaço e da análise das embodied metaphors. Para tanto, fezse uma síntese do desenvolvimento do tema até chegar na atual agenda de pesquisa. A análise do discurso serviu para a análise do corpus de 22 entrevistas semiestruturadas realizadas numa feira de um evento religioso em Congonhas (MG). Foram obtidos três grupos de metáforas relacionadas a três espaços distintos, cada um deles com seu traço distintivo e sua característica identitária própria. Pode-se observar que os elementos materiais, além de serem indexadores por excelência da produção de sentidos metafórica, cumprem um papel fundamental de fornecer significados num domínio ontológico. Adicionalmente, conforme afirma Smith (1999), observou-se que as metáforas elaboradas parecem seguir uma trajetória espaço-temporal condizente com as mudanças institucionais.
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Neste trabalho procura-se contribuir para o desenvolvimento do conceito de organização-cidade nos estudos organizacionais. Para tanto, é analisada a dinâmica de uma cidade do interior de Minas Gerais por meio de uma estratégia qualitativa de pesquisa, tendo o corpus sido formado por entrevistas semiestruturadas em profundidade com representantes de diversos segmentos da população local. O material coletado foi examinado à luz da análise de discurso. Os resultados revelaram que, configurada historicamente em associação com a exploração de recursos minerais e, principalmente, com a Companhia Vale do Rio Doce, Itabira é representada de forma complexa e contraditória, variando de um polo material (cidade operária mineradora) a outro simbólico (cidade cultural). Trata-se de um lugar identitariamente distinto dos demais por sua riqueza e oportunidades, e reconhecido por sua cultura. Os itabiranos, por sua vez, são representados tanto como trabalhadores fortes, submissos, obedientes, quanto como indivíduos com sentimentos intensos, que os impedem de ser leves. As principais implicações do estudo se referem à necessidade de se assumir a cultura como metáfora, já que a cidade é, inescapavelmente, seu povo.
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Este artigo discute um aspecto do conhecimento pa'ikwené chamado púkúha, que significa tanto "entender" quanto "contar". Ele explora a numerologia indígena e a relação próxima, não menos imaginativa do que empírica, entre a matemática e a lingüística, que nem sempre aparece em sociedades não orais como a nossa. O sistema matemático pa'ikwené é conceitualmente inventivo e lexicalmente profuso: alguns numerais têm mais de duzentas diferentes formas no uso corrente, graças a um intensivo processo de transformações de morfemas baseado no acréscimo de afixos. Portanto, uma palavra-número pode pertencer a vinte e uma classes numéricas que se relacionam a cinco diferentes categorias semânticas, que incorporam diversos estados e atributos discretos (macho/fêmea, concreto/abstrato, animado/inanimado, natural/sobrenatural), assim como idéias aritméticas e geométricas específicas. Assumindo uma abordagem antiplatônica, o artigo descreve a matemática pa'ikwené como um modo de conhecimento inato, corporificado e metafórico (Lakoff & Nuñez, 2000), que classifica e expressa o mundo em que se vive. Propõe também que os números pa'ikwené operam simultaneamente nos níveis literal e figurativo, ou seja, ambos como símbolos com significados fixos e determinados, e como imagens polissêmicas de diferentes classes de coisas que compõem o universo nativo.
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O objetivo deste artigo é analisar uma área específica do conhecimento indígena, os sarode ou cantos de cura dos Ayoreo do Gran Chaco, para poder esclarecer algumas das bases metafísicas da epistemologia ayoreo. O estudo se fundamenta no enfoque que Joanna Overing propõe na introdução de sua obra Reason and Morality (1985) e sugere que, apesar de serem simples e repetitivos, os cantos de cura pertencem a um corpus mais amplo de conhecimentos "míticos" e derivam sua eficácia e poder não tanto da sugestão ou da metáfora, mas sim de sua capacidade de captar o poder do mundo mítico dos jnani bajade, os "seres originários", que são ao mesmo tempo Ayoreo e os antepassados ou donos dos que hoje em dia são animais, plantas e minerais.
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Tomando como ponto de partida e de chegada a metáfora do “tear” utilizada por uma das supervisoras entrevistadas neste estudo descrevem-se estratégias e práticas de supervisão do ponto de vista das supervisoras e das respectivas supervisandas. Descrevem-se estratégias de “scaffolding” (colocar andaimes) numa perspectiva individual e sistémica, envolvendo todos os adultos em processos de aprendizagem para a melhoria da qualidade pedagógica. Estas estratégias são descritas usando a metáfora inicial do “tear”. Fornece-se suporte teórico para o uso destas metáforas.
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O presente trabalho propõe a concepção e implementação de um sistema de recuperação de informação de diversos Objectos Digitais (objecto originalmente criado no meio informático, como por exemplo um documento, um vídeo…) com recurso a anotações/metadados descritivos do objecto (dados que descrevem outros dados). Para fomentar o processo de preenchimento dos metadados é proposto um mecanismo de créditos para estimular o preenchimento cooperativo entre utilizadores e autores de Objectos Digitais (OD), com base na metáfora da bolsa de valores. Deste processo de anotações resulta incerteza, ou seja, o mesmo objecto pode ser descrito de forma diferente por utilizadores distintos. Este sistema propõe uma forma de lidar com esta incerteza, recorrendo ao conceito de base de dados probabilística que não é mais que associar a cada termo armazenado, um valor (peso do termo) entre 0 e 1, a que demos o nome de peso do termo. Deste modo, foi também proposto um modelo de cálculo do peso dos termos descritivos dos OD baseado no feedback fornecido pelos utilizadores. Recorrendo ao peso dos termos, foi ainda possível determinar a relevância de um OD quando confrontado com uma pergunta dando assim a possibilidade a um utilizador, recuperar/pesquisar OD de qualquer tipo, ordenados por um valor de relevância. Para além da concepção e correspondente implementação do BOD, este trabalho discute ainda diferentes cenários de aplicação do sistema, ilustrando consequentemente a sua versatilidade e flexibilidade
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A definição do ser baseia-se na memória da herança das gerações passadas. Quando se fala de herança cultural de um grupo étnico específico, a tradução do ser pode identificar-se com a continuação de tradições passadas, tendo em vista um futuro melhor. A psicologia da memória coletiva no processo de auto identificação está relacionada com a preservação de características etnológicas, sociológicas e antropológicas que apontam para as tradições do grupo. Baseada na análise da tradução de “O Último Cabalista de Lisboa”, cujo original foi escrito por Richard Zimler que é proposta para esta abordagem, tentar-se-á sublinhar a importância dos estudos da tradução para clarificar a necessidade de auto identificação baseada na memória e na expressão. A metáfora da tradução enquanto porta e do tradutor como uma ponte são conceitos chave no processo de tradução. Ambos podem ser a prova do papel fundamental do tradutor. A (in)visibilidade do tradutor, enquanto autor de uma obra de arte, será focada como uma característica ilustrativa que pode ser (ou não) reveladora da auto identificação, tanto do autor, como do tradutor enquanto autor. Será que o tradutor é a definição da auto identificação do autor? Será que a identificação da obra de arte é pertinente no contexto histórico-literário, na era contemporânea? Será que Richard Zimler é um bom exemplo da identificação de um grupo minoritário? Será que “The Last Cabbalist of Lisbon” é um retrato de tradições étnicas convertido em prosa? Será que a reação do público leitor e dos críticos é responsável pela imagem auto definida/auto definidora da identificação do autor e da obra de arte? Estes e outros aspetos relacionados serão abordados através de uma análise comparativa da tradução com o original, para ilustrar o princípio da necessidade da auto identificação baseada na identificação do grupo.
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Platón presenta a Sócrates en el Fedón escribiendo poemas. (Cómo puede ser esta posible en el contexto de su pensamiento? Esta es la pregunta que está en el origen del presente artículo. Releemos a Platón, analizando el Fedón con la ayuda de la filosofía de Paul Ricoeur. Procedemos a través de la intersección de los conceptos de metáfora y poiesis, con el objeto de descubrir la génesis del discurso poético y argumentativo. El asunto central que explora este estudio es el problema de la referencia.
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Resumo:
Este ensaio foi escrito no âmbito do trabalho com os actores para o espectáculo Criadas para Todo o Serviço pelo Teatro dos Aloés (2007).